quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Corte Interamericana de Direitos Humanos divulga Opinião Consultiva sobre identidade de gênero e não discriminação.


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Documento interpreta garantias estabelecidas pela Convenção Americana de Direitos Humanos acerca da mudança de nome e de direitos na união entre pessoas do mesmo sexo.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) publicou ontem (9) a Opinião Consultiva Nº 24, que trata do tema identidade de gênero e não discriminação de casais do mesmo sexo.
O documento atende solicitação feita pelo governo da Costa Rica para que a Corte interpretasse as garantias estabelecidas pela Convenção Americana de Direitos Humanos no que se refere ao reconhecimento da mudança de nome de acordo com a identidade de gênero e também sobre o reconhecimento dos direitos econômicos derivados de união homoafetiva.
 
A Opinião Consultiva – cuja íntegra pode ser acessada aqui – reitera a jurisprudência da CIDH no sentido de que a orientação sexual e a identidade de gênero são direitos protegidos pelo Pacto de San Jose. Segundo a Comissão, o direito à identidade de gênero está vinculado às garantias de liberdade e de autodeterminação e seu reconhecimento por parte dos Estados integrantes da OEA é de vital importância para o pleno gozo dos direitos humanos.
 
Entre essas garantias, aponta o texto da Corte, está “a proteção contra todas as formas de violência, tortura e maus-tratos; assim como a garantia dos direitos à saúde, à educação, ao emprego, à moradia, à seguridade social e à liberdade de expressão e associação”.
 
No texto, a CIDH ressalta que a ausência de normas internas sobre o tema não habilita os Estados-membros da OEA – entre eles, o Brasil – a violarem ou restringirem direitos humanos desses grupos populacionais.
 
Mudança de nome e registro – A Corte considerou que o nome e a menção a sexo nos documentos de registro de acordo com a identidade de gênero autopercebida são garantias protegidas pela Convenção Americana de Direitos Humanos. Nesse sentido, os Estados parte da OEA estão obrigados a reconhecer, regular e estabelecer os procedimentos adequados para o alcance dessas garantias.
 
União entre pessoas do mesmo sexo – No que se refere à proteção dos direitos referentes à união homoafetiva, o posicionamento apresentado pela Corte reitera que a Convenção Americana não protege um determinado modelo de família. “Como a própria definição de família não é exclusiva daquela composta por casal heterossexual, o Tribunal considera que o vínculo familiar que pode derivar de um casal do mesmo sexo se encontra protegido pela Convenção Americana de Direitos Humanos. Por isso, todos os direitos patrimoniais que derivam desse vínculo devem ser protegidos – sem qualquer discriminação no que diz respeito às garantias já estabelecidas para uniões entre casais heterossexuais”, destaca o texto.
 
Saiba mais  Em conjunto com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Corte Interamericana de Direitos Humanos integra o Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos. A Corte é composta por sete juízes, nacionais dos Estados membros  da Organização dos Estados Americanos, eleitos na assembleia da Organização. Nos termos do artigo 64 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, os Estados membro da OEA podem consultar a Corte sobre a interpretação da Convenção, o que ocorreu no caso presente, por iniciativa da Costa Rica. O Brasil reconheceu, em 2002, como obrigatória a jurisdição da Corte em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Assessoria de Comunicação e Informação - Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) - Ministério Público Federal - (61) 3105 6083/6943/6013 - pfdc-comunicacao@mpf.mp.br.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

São Luís.ano. Escolas de samba não desfilarão na passarela do samba do anel viário este ano. A decisão foi tomada após reunião na Secult.


Representantes das Escolas de Samba do Maranhão estiveram reunidos ontem (8), na Secretaria Municipal de Cultura de São Luís, e chegaram ao entendimento que devido as formas do regimento feito pela secretaria, as agremiações não tem a menor possibilidade de desfilar na Passarela do Samba  no Anel Viário de São Luís.
Montagem da Passarela do Samba será iniciada no próximo dia 12 (Sexta-feira), e a programação continua com o impasse – é melhor que não se gaste dinheiro para uma montagem de passarela que não será utilizada.
Segundo o presidente da escola de samba ‘Favela’, João Moraes, já se despedindo e esperando que o carnaval de passarela seja discutido o ano todo, e já falando em 2019.
“É com enorme pesar, e muita dor no coração, que anunciamos a impossibilidade da Realização do Desfile na Passarela do Samba, infelizmente implicações legais, sobretudo na mudança na forma de repasses, nos inviabiliza, em razão do curto prazo que dispomos até o carnaval, de fazermos o grandioso espetáculo que a favela do Samba sempre protagoniza na Passarela do Samba, temos que discutir o Carnaval o ano todo, esperamos que para 2019 nossas reivindicações de melhoria para o investimento nessa magnífica festa, sejam aceitas”, disse.
O presidente da Favela ainda falou em mudanças no modelo atual, valorização e moralização.
“Precisamos mudar esse modelo, esse é o momento! Vamos para a rua levar o espetáculo da Favela do Samba, conhecido e aplaudido por todos! Nossa luta é pela valorização e pela moralização”, finalizou João Moraes.

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Segue abaixo, Ata de Reunião entre os membros do poder público e agremiações. 


Link:http://filipemota.com.br/em-reuniao-na-secult-escolas-de-samba-batem-o-martelo-e-decidem-nao-desfilar/

Mato Grosso do Sul. MPF denuncia descaso do poder público com suicídios de indígenas na Reserva de Dourados.



O Ministério Público Federal e as Defensorias Públicas da União e do Estado de Mato Grosso do Sul ajuizaram ação civil pública para que os Governos Federal, Estadual e Municipal sejam obrigados a enfrentar os altos níveis de drogadição na Reserva Indígena de Dourados. 

A ação considera os entes estatais “omissos quanto aos deveres constitucionais e legais de tutela à vida e à saúde da população indígena de Dourados” e pede decisão liminar que obrigue a implementação de política pública destinada à saúde mental dos indígenas, com indicadores a serem monitorados, ações e órgãos responsáveis por cada uma.

A Reserva Indígena de Dourados tem a maior concentração de população indígena do país, cerca de 13 mil habitantes. De acordo com os proponentes da ação, há em relação à população uma “indiferença hostil”, com um descaso não raramente fundado em motivos discriminatórios. Tal descaso estatal refletiria nos índices de violência. 
Com base nos dados oficiais, entre 2012 e 2014, o Brasil teve taxa média de 29,2 homicídios por 100 mil habitantes. Em Mato Grosso do Sul, a taxa foi de 26,1. Entre os indígenas de MS, este número sobe para 55,9. Já os indígenas da Reserva de Dourados enfrentam uma taxa de homicídios de 101,18 por cem mil habitantes. Os indígenas da região de Dourados morrem por homicídio a uma taxa quase 400% superior aos não indígenas de MS.
Este fato se repete com relação a outros crimes, como a violência doméstica e sexual. Relatório oficial do Distrito Sanitário especial Indígena (DSEI/MS) revela que os determinantes sociais impactam diretamente na saúde: “A precariedade da segurança pública, educação deficitária, alimentação e habitação inadequadas, carência de projetos voltados para a geração de renda e emprego e a ausência de políticas públicas para os indígenas refletem no alto índice de violência, consumo de drogas e álcool, mortalidade infantil e os alarmantes índices de homicídio e suicídio”.
Internações de adolescentes
Em relação a crianças e adolescentes acolhidos em instituições estatais na região de Dourados, a disparidade é a mesma. Em 2016, foram internados 410 adolescentes não indígenas e 282 indígenas. Embora representem apenas 6,79% da população de Dourados, os indígenas responderam por 67% das internações, o que mostra que a violência atinge esta população de forma particularmente intensa.
Destaque também para a questão do suicídio entre os indígenas da etnia guarani-kaiowá da região de Dourados. Em 2015, enquanto a taxa brasileira foi de 9,6 suicídios por 100 mil habitantes, a mesma taxa entre os indígenas foi de 89,92, número que não encontra paralelo nem entre os países com maiores índices do mundo. A maioria das mortes ocorreu na faixa dos 15 aos 29 anos.
Em abril de 2011, a Justiça concedeu liminar, em ação civil pública ajuizada pelo MPF, determinando que Funai e União disponibilizassem efetivo de 12 policiais para efetuar a segurança da Reserva Indígena de Dourados. Em março de 2012, União e Estado de Mato Grosso do Sul firmaram Acordo de Cooperação Técnica, que foi renovado 3 anos depois, sem nunca ter sido efetivado, mesmo com a doação de 7 caminhonetes e 12 motocicletas pelo governo federal.
Polícia não atende indígenas pelo 190
Outras duas ações foram ajuizadas pelo MPF em Dourados e Naviraí para que os indígenas pudessem ser atendidos emergencialmente pelas polícias estaduais, através do telefone 190. Isso porque o governo do estado havia editado um parecer impedindo as forças de segurança de atender emergências dentro das terras indígenas. Um flagrante caso de discriminação. Em novembro de 2012, duas liminares judiciais invalidaram o parecer e determinaram o atendimento dos indígenas de todo o estado.
Situação semelhante é verificada em relação à educação. Informe da Prefeitura de Dourados, de 2014, mostrava que 600 crianças estavam fora da escola por falta de vagas. Invariavelmente, as escolas indígenas apresentam superlotação e estrutura deficiente para promover a educação. Nova ação civil pública foi ajuizada, que resultou em acordo judicial do MPF com a Prefeitura de Dourados, que se comprometeu a criar novas vagas na rede básica de ensino.
Para o MPF, apesar dos números mostrarem a necessidade de políticas específicas voltadas para os indígenas, “os órgãos estatais participam de verdadeira disputa judicial para verem suas responsabilidades excluídas”.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Irã fez com a CIA o que a Dilma não fez com o Kataguiri.

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PSDB, Cunha e Bolsonaro recebem os agentes dos Irmãos Koch.
Esperou botar a cabeça pra fora e cortou!
De amigo navegante muito preocupado com a falta de Inteligência nos grupos progressistas:
Você já reparou que situação estranha essa das recentes manifestações no Irã?
Lá, o Ministério da Inteligência e a Procuradoria Geral da República trabalharam durante 4 anos seguindo as atividades de um grupo de agentes da CIA que as esteve preparando durante este tempo.
Encontraram primeiro as provas, o dinheiro repassado, as comunicações, as gravações.
O financiamento das operações era da Arabia Saudita e a inteligência da CIA e do Mossad.
Agora as autoridades prenderam esse agente que coordenava o grupo.
As manifestações tinham razões legítimas, pessoas legitimamente preocupadas com a inflação, desemprego e outras situações CAUSADAS PELO BLOQUEIO E SANÇÕES ECONOMICAS dos EUA contra o Irã alegadamente por "não cumprir o Acordo Nuclear", coisa que até a União Europeia nega, afirmando ao contrário que o Irã está sim cumprindo este acordo para o qual Lula e Erdogan, presidente da Turquia, cooperaram muito para que fosse firmado.
Você lembra disso? Lá em 2009? Lembra que depois de tudo resolvido com o Irã o Obama não quis assinar o Tratado?
Pois é...
Os manifestantes legítimos fizeram suas manifestações mas, junto com eles, estavam infiltrados manifestantes violentos, pagos e armados pela CIA que atacaram delegacias e quarteis da polícia, roubando armas e matando 10 policiais.
A mídia pública e dos movimentos populares denunciou a articulação dos "oposicionistas" com a CIA e ajudou a mobilizar esse enorme contingente de povo contra os golpistas.
Acontece que o Governo Iraniano vinha se preparando durante todos esses anos para quando esse golpe fosse ser dado.
Seguiram as reuniões dos golpistas com os agentes estrangeiros.
Mapearam o repasse de recursos e de dados de inteligência. 
E dois dias após as pequenas manifestações dos golpistas, saíram às ruas aos milhões em manifestações organizadas em 1.200 municípios do Irã, todas no mesmo dia, em apoio ao Governo do Irã, contra a ingerência da CIA, de Israel e da Arábia Saudita.
Não adiantou nada Trump e Benjamin Netanyahu declararem publicamente com toda a Mídia Internacional do seu lado que "apoiariam os manifestantes do Irã que lutam contra o Governo corrupto e terrorista do Irã."
O povo iraniano e o Governo Iraniano estavam preparados. 
Os agentes estrangeiros já estão presos. E vão a julgamento. O governo já está divulgando seus nomes e as provas de sua colaboração com empresas e agências de inteligência estrangeiras.

Você consegue fazer alguma correlação entre isso e o que aconteceu no Brasil?
Você lembra de Kim Kataguiri num encontro do MBL , em vídeo, dizendo claramente que aquela organização recebeu dinheiro da petroleira Irmãos Koch dos EUA para financiar carros de som, coqueteis molotov, foguetes e diárias para vândalos nas manifestações verde e amarelas de 2013?
Você não acha estranha a atuação da Procuradoria Geral da República, da PF e da Inteligência Brasileira no caso?
E a inteligência do Exército e das forças armadas, onde estava?
u está?
Via RT.com:

Irán denuncia un complot de la CIA, Israel y Arabia Saudita para ocasionar los disturbios en el país.

El fiscal de Irán, Mohamed Jafar Montazeri, ha culpado a la CIA, a Israel y a Arabia Saudita de llevar a cabo un plan que provocó las actuales protestas antigubernamentales en la República Islámica, que durante la última semana dejaron más de 20 personas fallecidas. Sobre esto informa la Agencia de Noticias de la República Islámica de Irán (IRNA).
Según el funcionario, la 'mente maestra' fue un exagente antiterrorista de la CIA llamado Michael Andrea, que junto con otro oficial sin identificar del Mossad —la agencia israelí de Inteligencia— orquestaron el complot hace unos cuatro años con cooperación cercana de sus gobiernos y de Arabia Saudita, que financió la operación.
  1. (...) "Nuestra nación ha tenido la astucia necesaria para alcanzar la conclusión apropiada de que este movimiento está totalmente enraizado en tramas extranjeras", aseveró Montazeri, citado por la agencia Fars. "Tenemos que distinguir entre aquellos que tienen demandas legítimas y aquellos que buscan la anarquía", agregó. (...)

2018: pontos críticos estão na Eurásia e no Oriente Médio.

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29/12/2017, MK Bhadrakumar, Indian Punchline.
leitmotif da política exterior dos EUA em 2018 será uma tentativa de última fronteira para ‘conter’ o ressurgimento da Rússia no cenário mundial. O ‘relatório anual’ do secretário de Estado dos EUA Rex Tillerson no New York Times na 4ª-feira deixa isso abundantemente claro. 
Tillerson destacou China, Rússia e Irã, mas reservou suas palavras mais duras para a Rússia. Eis o que escreveu: Sobre a Rússia, não temos ilusões quanto ao regime com o qual lidamos. Os EUA hoje têm relações pobres com uma Rússia ressurgente, que invadiu países vizinhos – a Geórgia e a Ucrânia – na última década e minou a soberania de nações ocidentais, intrometendo-se nas nossas eleições e em eleições de outros. 
A indicação de Kurt Volker, ex-embaixador na OTAN, para o posto de representante especial para a Ucrânia reflete nosso compromisso com restaurar a soberania e a integridade territorial do país. Sem resolução pacífica da situação na Ucrânia, que deve começar com a Rússia aderindo aos Acordos de Minsk, não pode haver negócios normais com a Rússia.
Tillerson soou surpreendentemente retroativo em relação à. Destacou os “interesses dos EUA” no relacionamento com a China e mencionou temas chaves – a alavancagem de Pequim sobre a Coreia do Norte, comércio, direitos de propriedade intelectual e “atividades militares incômodas no Mar do Sul da China e noutros locais”. 
Mas considerou o surgimento da China numa perspectiva de longo prazo, com gestão “cuidadosa” do relacionamento “para os próximos 50 anos.” Nas palavras de Tillerson. Componente central de nossa estratégia para a Coreia do Norte é persuadir a China a exercer seu poder de alavancagem econômica decisiva sobre Pyongyang. 
A China aplicou algumas importantes sanções e proibições, mas pode e deve fazer mais. Também continuaremos a perseguir interesses dos EUA em outras áreas de nosso relacionamento, incluindo os desequilíbrios no comércio, o roubo de propriedade intelectual e preocupantes atividades da China no Mar do Sul da China e noutros pontos.
A ascensão da China como potência econômica e militar exige que Washington e Pequim considerem cuidadosamente o modo de administrar nosso relacionamento para os próximos 50 anos.
Claro, Pequim reagiu com gentileza: “China e EUA partilham ampla gama de interesses comuns, apesar de algumas diferenças. Mas nossos interesses comuns superam em muito nossas diferenças. A cooperação China-EUA conforma-se aos interesses fundamentais dos dois países e do mundo em geral, e cooperar é a única escolha certa para nós. No que tenha a ver com desacordos, devemos buscar resolvê-los de modo construtivo, baseado no respeito mútuo, de modo a evitar interromper o desenvolvimento de relações bilaterais de longo prazo. Esperamos que os EUA possam trabalhar com a China para focar a cooperação e lidar com as diferenças sobre uma base de respeito mútuo, para que relações bilaterais possam avançar de modo firme e constante.”
Ucrânia será o “ponto quente” das relações EUA-Rússia ano que vem. 2017 está terminando, com o governo Trump levantando as restrições ao fornecimento de armamento letal à Ucrânia. Já atravessou o Rubicão. A Rússia vigiará bem de perto, acompanhando o modo como se desenvolve a ajuda militar dos EUA a Kiev. Os russos absolutamente não deixarão passar sem resposta qualquer tentativa dos EUA para alterar o equilíbrio militar no Donbass.
Enquanto isso, não se deve descartar a possibilidade de que os EUA imponham sanções punitivas à Rússia em 2018. Herman Gref, chefe-executivo do Sberbank e voz influente entre as elites em Moscou, disse ao Financial Times essa semana que, se forem imposta sanções duras – contra oligarcas russos e/eu empresas estatais russas –, a situação “fará a Guerra Fria parecer brincadeira de crianças.”
Em entrevista com Interfax na 5ª-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov disse que Moscou confia em “abordagens pragmáticas e avaliações realistas” vis-à-vis os EUA. “Não acalentamos quaisquer ilusões (…). Responderemos a qualquer ação hostil contra a Rússia e nossos cidadãos do modo que seja melhor para nós (…). De fato, quanto antes alguns políticos norte-americanos perderem as ilusões de que a Rússia possa ser dobrada por medidas restritivas, ou algum show de força, melhor para todos, inclusive para eles.”
A questão crucial é que os EUA não têm qualquer poder de alavancagem sobre a Rússia – tampouco sobre China e Irã, por falar disso. O artigo de Tillerson passa a impressão de superpotência incapaz de qualquer ato decisivo. Até a referência ao Paquistão mostra insegurança: “O Paquistão deve contribuir dando combate a grupos terroristas em seu território. Estamos preparados para uma parceria com o Paquistão para derrotar organizações terroristas que buscam paraíso seguro, mas o Paquistão tem de dar sinal de que deseja ser nosso parceiro.”
Os EUA não tem mapa do caminho que mereça confiança. Na verdade, a guerra fria contra a China continuará, mas especialistas indianos não devem ficar muito entusiasmados com a ideia de que 2018 seja ano “cinético” naquela paróquia do Indo-Pacífico. O governo Trump não tem como controlar aquela guerra fria. 
Basicamente, os EUA têm 3 opções: conter a ascensão da China como potência militar: fazer recuar a influência econômica da China mediante uma aliança regional liderada pelos EUA como o acordo da Parceria Trans-Pacífico; ou aceitar a ascensão da China e partilhar com ela a ordem internacional, como participante. Caso é que Washington não tem estratégia que se consiga identificar.
Isso posto, os EUA atolarão na Eurásia e no Oriente Médio, dois teatros – que são também inter-relacionados. 
Que ninguém se engane: a Rússia está decidida a fazer avançar um acordo na Síria, em 2018. E derrota nesse campo, diante da comunidade internacional, será pílula bem amarga de engolir, para o establishment do Departamento de Estado dos EUA. Moscou anunciou essa semana que a base naval em Tartus e a base aérea Hmeimim na Síria serão expandidas e convertidas em bases permanentes com capacidade para abrigar navios e aeronaves armados com recursos nucleares. É sinal de projeção de poder, muito mais ampla do que a União Soviética algum dia conseguiu no Oriente Médio.
Com mais seis anos de renovado mandato como presidente, depois das eleições de 18 de março na Rússia Vladimir Putin será o macho alfa. 
Interessante: até a data da eleição é muito simbólica e transborda o desafio estratégico contra os EUA: dia 18 de março comemoram-se quatro anos da reintegração da Crimeia à Federação Russa!


sábado, 6 de janeiro de 2018

Deputado Wellington se reúne com professores aprovados no concurso da Prefeitura de São Luís.



O deputado estadual Wellington do Curso (PP) se reuniu, na manhã desta sexta-feira (05), com professores aprovados no concurso da Secretaria Municipal de Educação de São Luís. Embora a Assembleia Legislativa esteja de recesso, Wellington ouviu os professores e presidiu a reunião que teve por objetivo tratar sobre a convocação dos aprovados, que fizeram o concurso em fevereiro de 2017. Esteve também presente o presidente da Comissão de Educação da Assembleia, advogado Adelmano Benigno.


Na ocasião, Wellington destacou a necessidade de se ter mais professores na Rede Pública Municipal e ressaltou a expectativa de direito dos aprovados no concurso.

“Recebemos essa solicitação dos professores e não poderíamos nos omitir. Conhecemos a realidade das escolas públicas e sabemos que falta sim professores suficientes para suprir a demanda. Ocorre que houve o concurso, há aprovados e, quase após um ano, ainda não foram nomeados como se não fosse uma necessidade. A questão já foi judicializada e continuaremos dando o apoio aos professores. Educação pública não é brincadeira. Se há aprovados, há a expectativa de nomeação”, disse Wellington.

Durante a reunião, foi definida uma audiência com o Promotor de Educação, Drº Paulo Avelar na próxima semana e, ainda, audiência pública em data a ser estabelecida.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Santa Catarina. Professor indígena é morto a pauladas.

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Marcondes Namblá, era índio da etnia Xokleng.
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Um índio da etnia Xokleng foi assassinado a pauladas na cidade de Penha, a menos de 40 quilômetros de Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina. Embora o crime tenha ocorrido na primeira madrugada do ano, só veio a público nesta quarta-feira (3), quando imagens registradas por câmeras de segurança foram divulgadas e várias entidades passaram a cobrar o esclarecimento do caso e punição do assassino.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a vítima é Marcondes Namblá, um professor que dava aulas em uma escola indígena do município de José Boiteux, no Vale do Itajaí.
Formado pelo curso de licenciatura intercultural indígena da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), Marcondes era identificado como uma das lideranças de sua comunidade, atuando para preservar a língua Laklãnõ-Xokleng.
Índio vendia picolé nas férias
Ele aproveitava o período de férias escolares para vender picolé em Penha, destino turístico bastante procurado nesta época do ano. As imagens registradas por câmeras de segurança instaladas próximas ao local da ocorrência exibem o momento em que o professor é abordado por um homem portando um pedaço de pau.
Marcondes aparece próximo a uma esquina, com uma das mãos apoiadas contra um poste de sinalização. O desconhecido parece falar algo ao índio, que não esboça qualquer reação. Subitamente, o homem desfere uma primeira paulada contra a cabeça do professor, que cai no chão e continua sendo agredido. O homem ameaça deixar o local, mas retorna e volta a agredir o indígena após perceber que ele ainda se mexia.
Encontrado desacordado e com suspeita de traumatismo craniano, o índio foi levado pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com as assessorias do Corpo de Bombeiros e do hospital.
Cimi denuncia onda de intolerância contra indígenas
Em nota, o Cimi pediu agilidade nas investigações, alertando para o que classifica como uma “onda de intolerância contra indígenas no litoral de Santa Catarina”, para onde grupos de índios costumam se deslocar durante o verão a fim de vender seus produtos, especialmente o artesanato.
Para a entidade indigenista, o Ministério Público Federal (MPF), a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ministério da Justiça e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) devem procurar “ampliar o diálogo com as autoridades municipais - especialmente as situadas no litoral – para que acolham com respeito os indígenas e lhes resguardem o direito de ir e vir, de frequentar as praias e de percorrer avenidas, ruas e estradas”.
Também em nota, o Núcleo de Estudos de Povos Indígenas (Nepi), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), manifestou “profundo pesar” pelo “assassinato cruel” do professor indígena.
Para os membros do núcleo universitário, “Marcondes fazia parte de uma geração que vislumbrou na universidade um lugar para compreender melhor as dinâmicas políticas, econômicas e sociais que, ao longo da história, atingiram seu povo de forma injusta e sangrenta”.
Cimi e Nepi manifestam, em suas notas, que o assassinato de Marcondes - um ano após uma criança kaingang de apenas dois anos de idade ser degolada por um desconhecido nos braços da própria mãe, em Imbituba, em Santa Catarina – decorre do contexto de intolerância étnica e anti-indígena no estado. “A violência aos povos indígenas é sistemática, diária, individual e coletiva”, sustenta o Nepi.

Edição: Kleber Sampaio.