domingo, 5 de fevereiro de 2012

Bahia, O ex-soldado Prisco, líder da greve parcial da PM é TUCANO. No banco de dados da Justiça Eleitoral consta como ele é filiado ao PSDB, diz O GLOBO.

Do QG do movimento, comandante da greve ainda faz ameaças. Chico Otavio.

SALVADOR. Para chegar ao líder da greve dos policiais militares baianos, é preciso erguer os braços e passar por uma minuciosa revista. Protegido por uma roda de amigos e por um colete à prova de balas que não combina com a camisa de malha e o bermudão que veste, Marco Prisco Caldas Machado, de 42 anos, é o centro das atenções no corredor do segundo andar da Assembleia Legislativa da Bahia, local que foi transformado no Estado-maior do movimento grevista.


Prisco está tenso. Alguém acaba de contar que ele pode ser preso a qualquer momento e levado para um presídio de segurança máxima fora do estado. Outros dizem que há um plano para matá-lo.


O ex-bombeiro Marco Prisco, demitido na greve de 2001, é o presidente da Associação de Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra). Embora a entidade, fundada há três anos, represente apenas 17% dos policiais e bombeiros baianos, ele é o nome por trás da paralisação que já dura cinco dias. 


Seu discurso oscila. Primeiro diz que os grevistas são ordeiros e que querem negociar. Nega responsabilidade sobre a onda de saques, violência e sabotagem que assolou a capital baiana nas últimas horas. Mas, em seguida, alerta que sua prisão pode desencadear uma desordem fora de controle.

A poucos metros de onde ele fala, 16 viaturas policiais — com pneus furados e levadas à revelia dos quartéis — formam uma barreira de proteção.


No banco de dados da Justiça Eleitoral, Prisco é tucano. Reconhece que assinou uma ficha de filiação ao PSDB, mas afirma que está de saída do partido.


Na política baiana, dividida entre carlistas (herdeiros de Antônio Carlos Magalhães) e petistas, ele conseguiu o improvável: ser demitido pelo governo carlista de Cesar Borges, em 2002, depois da greve do ano anterior, e ter a reintegração negada pelo atual governo petista de Jacques Wagner. Com a paralisação iniciada na quarta-feira, é acusado agora de servir aos interesses da oposição e ao projeto de se lançar candidato à Câmara Municipal.


Para explicar as razões do movimento, Prisco capricha no verbo. Garante que a pretensão não é salarial, mas a desmilitarização das polícias militares.


Diz que o Código Penal Militar é o último resíduo do Ato Institucional número 5 (AI-5) e que a população só respeita a PM por ter medo dele.


Prisco também se esforça para mostrar que a Bahia não está sozinha. Lembra que é o 11, estado brasileiro a enfrentar uma greve de policiais no último ano.


— A militarização é perversa para a categoria. No Rio, mandaram o Bope (Batalhão de Operações Especiais) reprimir a mobilização dos bombeiros. Era irmão atirando em irmão. Eu estava lá e vi tudo. Muito triste, mas ordem dada é ordem cumprida — lamenta.


Nas palavras de Prisco: "quem está fazendo a revolução social no Brasil é o militar".
O dirigente, que usa o prestígio adquirido nos piquetes de 2001 para correr os estados, envolveu-se recentemente numa confusão, em Rondônia, onde se apresentou aos movimentos sociais como se fosse um deputado. Prisco, de fato, tentou uma vaga a deputado estadual pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC) em 2010, mas recebeu uma votação pífia. A visita a Rondônia acabou rendendo-lhe uma acusação de falsidade ideológica.


Nascido em Catu, a 40 quilômetros de Salvador, ele entrou para o Corpo de Bombeiros em 1999.


Disse que, desde jovem, sonhava com a profissão.


Quando fala dela, lembra, emocionado, de um salvamento que fez no tempo em que servia no quartel do Iguatemi. Uma médica — ele conta — bateu com o carro pouco depois de seu plantão no hospital.


Ficou presa nas ferragens e, como era cirurgiã ortopédica e estava consciente, recusou terminantemente a ajuda de qualquer PM. Exigia a presença dos bombeiros, pois temia uma lesão grave na coluna. Foi Prisco que a resgatou.


Pai de um casal e desempregado desde 2002, Prisco afirma que sobrevive graças à ajuda financeira da mulher, que é mestre em linguagem dos sinais. O sindicalista diz que chegou a fazer três semestres de Direito, mas ressalta que teve de abandonar o curso por não ter dinheiro suficiente para pagá-lo. Ele garante que sua demissão foi ilegal e que há duas ordens judiciais, além de uma anistia concedida pelo governo Lula, determinando que o governo baiano providencie sua imediata reintegração.


Sendo assim, enquanto comanda a nova greve, Prisco enfrenta a seguinte contradição: reivindica para si direitos garantidos pela mesma Justiça que manda os policiais que ele lidera voltarem ao trabalho.

 Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=

A carta das mídias livres 2012.

Leia o documento final do III Fórum de Mídia Livre, realizado durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre

Após dois dias de debates, o III Fórum de Mídia Livre aprovou a carta de Porto Alegre, que defende, entre outras propostas, a liberdade na internet, um marco regulatório da comunicação e o marco civil da internet. Em junho, antes da Conferência das Nações Unidas Rio+20, será realizado o II Fórum Mundial de Mídia Livre, no Rio de Janeiro. Os participantes do fórum de Porto Alegre aprovaram grupos de trabalho abertos à participação para dar continuidade ao movimento e construir o evento mundial. Um grupo de enlace fará a articulação dos GTs. A seguir, o documento na íntegra.   
 
III Fórum de Mídia Livre - Fórum Social Temático. Porto Alegre - 27 e 28/01/2012

Nós, participantes do III Fórum de Mídia Livre, realizado no âmbito do Fórum Social Temático, em Porto Alegre entre os dias 27 e 28 de janeiro de 2012, vimos reafirmar o reconhecimento da comunicação como um direito humano e social e um bem comum, cuja defesa deve ser objeto da luta das mídias livres, do conjunto dos movimentos sociais e alcançar a sociedade como um todo.


Num momento em que a comunicação assume papel central nas lutas ao redor do mundo, como se tem visto na Primavera Árabe, no movimento dos indignados e de ocupações públicas e que, ao mesmo tempo, surgem ameaças de cerceamento à liberdade de expressão com medidas de controle da internet, a exemplo dos projetos SOPA e PIPA em discussão nos Estados Unidos, e da Lei Azeredo, o “AI-5 Digital” no Brasil; violações de direitos na mídia e criminalização das rádios comunitárias e dos movimentos sociais, como no caso da desocupação violenta da área do Pinheirinho, na cidade de São José dos Campos; conclamamos todos a se unirem em torno da luta pela democratização da comunicação.


Nessa ação estratégica e unitária, ainda que levada a efeito dentro da diversidade de cada organização e iniciativa, através de suas redes de diálogos, é preciso reconhecer a comunicação não como mera ferramenta, mas compreender a sua potência mobilizadora, essencial à organização política. Objetivo central desse esforço é estabelecer de fato um contraponto à mídia comercial e hegemônica, não só no que diz respeito ao que é veiculado, mas sobretudo quanto à apropriação pela sociedade dos meios de acesso, produção, difusão e distribuição de informação e cultura.


Isso inclui estabelecer no Brasil um novo marco regulatório das comunicações que faça cumprir os preceitos da Constituição Federal relativos ao setor; o fortalecimento das mídias livres (comunitárias, alternativas e populares); a universalização do acesso à internet de qualidade; a neutralidade da rede e o respeito à privacidade dos usuários como direitos garantidos por um marco civil da internet e a reforma da Lei de Direitos Autorais; e fomentar o desenvolvimento, a formação e o uso de tecnologias que tenham como base o princípio da colaboração, compartilhamento e hackeamento.


Para que tal meta se cumpra, é preciso que haja efetiva participação social na construção, implementação e monitoramento das políticas públicas, fortalecendo espaços de discussão como as conferências de comunicação, fóruns e observatórios das entidades do setor.


É ainda imperativo intensificar a mobilização social, que deve extrapolar os espaços de debate tradicionais e ganhar as ruas, para que nossas reivindicações repercutam no conjunto da sociedade. Comprometemo-nos assim com ações de massa, articuladas ao ativismo nas redes sociais.


Nesse sentido, nos somaremos às organizações que estarão na Cúpula dos Povos em junho próximo, no Rio de Janeiro, para as ações de comunicação que farão parte dessa luta global por um mundo em que os direitos humanos, sociais, ambientais, econômicos, políticos e culturais sejam assegurados a todos os cidadãos e cidadãs do Planeta. No bojo dessa mobilização e conjuntamente, será realizado o II Fórum Mundial de Mídia Livre, para o qual fazemos um apelo de participação a todas as organizações e ativistas comprometidos com essa agenda transformadora.


Assim, em 2012, defendemos a tomada de ações que contemplem os encaminhamentos debatidos e acordados durante o III FML, visando concretizar os objetivos acima, entre as quais destacam-se:


● Articulação global com os movimentos midialivristas;

● Construção de um anteprojeto do Marco Regulatório para as Comunicações no Brasil;
● Criar pontos de acesso, de formação e mobilização midialivrista;
● Utilizar linguagem que não reproduza a mídia comercial hegemônica;
● Criação e fomento de redes sociais livres, federadas e autônomas para compartilhamento da produção de conteúdo;
● Investir na formação na produção de conteúdo, como oficinas, observatórios, formações livres e colaborativas;
● Aproximar as iniciativas de mídia livre dos movimentos sociais e da população em geral;
● Mapear o espaço que as mulheres ocupam na mídia alternativa para um debate mais amplo;
● Ampliar o uso da webTV e outras ferramentas de audiovisual na internet como ferramenta estratégica para o debate da mídia livre, priorizando o uso de ferramentas livres;
● Construir um programa que discuta o tema da mídia livre na PosTV com as diversas organizações que atuam nesta pauta;
● Difundir o uso de ferramentas de proteção de dados e Ips;
● Potencializar as rádios comunitárias, de forma que a informação tenha mais alcance;
● Trabalhar pela construção de um grande encontro da sociedade civil, em torno da comunicação, que reúna os diferentes setores que atuam nesta pauta, para o fortalecimento de agendas comuns;
● Valorizar o papel e a participação das mídias não digitais, alternativas e populares, como as rádios livres e comunitárias, nos processos de construção das agendas das mídias livres;
● Defender a adoção de tecnologias livres pelo Estado brasileiro;
● Criação de GT para dar continuidade ao diálogo dos protocolos livres, entendendo esses como a pactuação política e tecnológica de ações, métodos,
semântica e tecnologia entre os movimentos da sociedade civil. A organização do GT será feita a partir de agora no pad http://pontaopad.me/protocoloslivres ;
● Garantir a universalidade da banda larga, com políticas públicas de acesso livre e pontos populares de formação, além de provedores comunitários;
● Combate ao AI-5 digital e a todas as iniciativas de cerceamento da liberdade na internet;
● Cobrar do governo que retome os Pontos de Mídia Livre, ampliando essa política pública para estados e prefeituras;
● Lutar por uma política pública de distribuição da verba governamental de publicidade, que promova a diversidade e a pluralidade e garanta o exercício da comunicação por todos e todas. Esta política deve considerar sobretudo as especificidades das mídias livres em termos de sustentabilidade econômica;
● Mapear iniciativas de políticas públicas de comunicação nos estados;
● Incidir sobre outras políticas que dialogam com a questão do marco regulatório e estão sendo aprovadas de forma independente, como a regulamentação da lei 12.485 e continuidade da classificação indicativa, em debate no Supremo Tribunal Federal;
● Reivindicar faixa de espectro para o rádio e a TV digital e políticas públicas de financiamento de transmissores de rádio e TV digital para pontos de mídia livre;
● Compartilhamento de informações e orientações de apoio jurídico para as mídias livres;
● Articular internacionalmente as lutas por políticas públicas e regulação que garantam liberdade e o combate a leis e políticas que restrinjam a liberdade;
● Lutar por políticas de abertura de espectro livre e white spaces para apropriação pelas mídias livres;
● Debater e tomar posição sobre o padrão de rádio digital a ser implementado pelo Brasil;
● Articular os espaços de mobilização on e offline, nas redes e nas ruas
● Denunciar e combater a apropriação privada de dados pessoais por terceiros
● Promover/participar do II FMML no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 18 de junho, concretizando o chamado da Carta de Dakar;
● Integrar o II FMML, evento inserido no processo dos Fóruns Sociais Mundiais, com o processo da Cúpula dos Povos da Rio+20, respeitando seus princípios e atuando desde já em seus grupos de diálogo e de trabalho, para construção da agenda da comunicação;
● Mapear as atuais experiências de desenvolvimento e uso de redes de compartilhamento de recursos pelos ativismos globais para contribuir no diálogo
dos protocolos livres propostos para o II FFML;
● Promover uma ação de comunicação que seja definida de maneira conjunta e que produza impacto para além dos setores que acompanham o processo da Conferência da ONU;
● Traduzir os conceitos em debate na Conferência da ONU e na Cúpula dos Povos e das agendas dos movimentos, de forma a qualificar a compreensão do que está em jogo nos eventos da Rio+20;
● Dialogar com as organizações e movimentos da sociedade civil para que sua comunicação se integre ao processo de construção do II FMML;
● Criar um grupo local de organização e logística para, em diálogo internacional, realizar o II FMML. Este grupo estará aberto à participação de organizações de fora do Brasil;
● Promover no II FMML o diálogo internacional entre desenvolvedores e gestores de redes e recursos de comunicação voltados aos ativismos de internet para a construção de protocolos internacionais;
● Organizar previamente ações de comunicação compartilhada e definir como coordenar as ações de forma autogestionada;
● Ampliar a participação das organizações brasileiras no debate internacional da construção do II FMML;
● Avaliar a possibilidade de extensão (participação à distância) do II FMML, com a organização de atividades e debates fora do Rio de Janeiro durante os dias do evento em junho.
● Participar e estimular a participação das mídias livres na Comissão de Comunicação do Fórum Social Mundial.

Todas as contribuições estão disponíveis no site: http://forumdemidialivre.org



ORGANIZAÇÃO


A plenária do III Fórum de Mídia Livre optou por uma organização em Grupos de Trabalhos integrado por um Grupo de Enlace. São GT abertos à participação


GT - Comunicação

Revista Fórum, Coletivo Fora do Eixo, Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Comunicadores, Alquimidia.org e Ciranda.

GT - Formação

Rádio Muda, Radio UFSCar, PET-ECO/UFRJ, Coletivo Fora do Eixo, Soylocoporti, COMULHER.

GT - Protocolos

Alquimidia.org, Fora do Eixo, Soylocoporti, Ciranda

GT - Políticas Públicas

Coletivo Gaúcho pela Democratização da Comunicação e da Cultura, Intervozes, Abraço, Altercom/Aliança Internacional de Jornalistas, Barão de
Itararé, Soylocoporti, Fora do Eixo, Amarc.

GT - Organização local do II FMML

Revista Fórum (Renato Rovai), Pontão da ECO (Ivana Bentes), FDE (Carol e Dríade), Amarc (Arthur William), Abraço (José Soter), Ciranda (Rita Freire), Intervozes (Bia Barbosa), Caritas (Pierre George), WSFTV (Antonio Pacor), E-joussour (Mohamed Leghtas)

GT de Enlace

Revista Fórum, Radio Muda, Alquimidia.org, Amarc, Pontão da ECO, Ciranda

O contato de cada GT está disponível no site: http://forumdemidialivre .org



CALENDÁRIO INICIAL


A plenária do III Fórum de Mídia Livre elencou os seguintes eventos estratégicos para uma mobilização conjunta do Movimento Midialivrista:


9 a 11 de Fevereiro – Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (Recife)

8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres
11 de Março – Encontro do I Fórum de Mídia Livre dos países da região do Magreb Machrek
Maio – Elencar um dia de ação de rua, ainda no mes de Maio, em torno das lutas da comunicação. Divulgar esse dia de ação durante as atividades do Primeiro de Maio.
Junho - Ação de rua durante a Rio+20
16 a 18 de Junho - II Fórum Mundial de Mídia Livre
14 a 22 de Junho - Atividades diversas da Cúpula dos Povos para a Rio+20
25 de agosto – Dia Nacional de Luta das Rádios Comunitárias
18 de outubro – Dia Nacional pela Democratização da Comunicação
20 de novembro – Dia da Consciência Negra.

Por Redação [01.02.2012 16h21].
 
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/conteudo/detalhe_noticia.php?codNoticia=9693/a-carta-das-midias-livres-2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

2012 é ano de eleições. E aí, como é que fica? Como a esquerda irá agir?

Por Izaías Almada

Acabo de escrever a coluna agora, ainda no dia dois de fevereiro.

Dia dois de fevereiro, dia de festa no mar; eu quero ser o primeiro a saldar Iemanjá…

Apesar do carnaval que se aproxima, aquela data em que o Brasil já se acostumou a dizer que é partir dela, ou melhor, depois dela que o ano começa, nunca é demais lembrar que estamos em ano eleitoral. E política é coisa de gente grande. Política é guerra, embora os cínicos queiram provar o contrário. Sim, porque é comum se ouvir que a política deve ser feita com ética e civilidade, mas os exemplos do cotidiano nos remetem exatamente ao oposto disso.

Mas deixemos de lado essas reflexões que não levam a lugar nenhum e passemos aos fatos concretos. Fatos que, em princípio, estão na ordem do dia de um ano particularmente crítico. Tanto nacional como internacionalmente.

Dizem alguns estudiosos, supersticiosos ou não, que a civilização maia definiu em seu calendário o ano de 2012 como sendo um ano de grandes transformações. 

Ao colocar a corda no pescoço da política, o capital financeiro internacional no seu estágio mais avançado em que buscou a desregulamentação da economia e, em particular, ao enfraquecimento do estado como agente conciliador entre os vários segmentos econômicos e sociais, provocou não só uma crise econômica em escala mundial, mas também uma crise política de proporções ainda não de todo avaliada.

Países como Estados Unidos e França enfrentarão eleições majoritárias em meio a uma turbulência social. Espanha, Portugal, Itália e Grécia, solapados pelas tão decantadas benesses do neoliberalismo, voltaram-se (não sei se exatamente por vontade da maioria dos seus cidadãos, mesmo considerando as recentes eleições espanholas) para a direita ou para a extrema direita, fazendo pressupor dias sombrios em algumas regiões européias.

Os nossos vizinhos do norte, sempre que se encontram em situações internas delicadas, costumam ter uma bala na agulha. Gostam de uma violenciazinha e o Irã continua como alvo. 
O motivo não importa: basta plantar a notícia através de suas agências noticiosas e milhares de jornais, revistas e televisões ao redor do mundo repetirão como papagaios mais uma mentira que justifique a invasão.

Na America do Sul, dois países terão eleições importantes: na Venezuela eleições presidenciais e no Brasil as eleições para prefeitos e vereadores. Em ambas estarão em jogo duas visões distintas para enfrentar não só a presente crise econômica, mas para definições de uma política que encontre alternativas humanistas para a mesma desfaçatez capitalista. Nos dois países o filme irá se repetir e as oposições mais uma vez botarão as suas garras de fora, cada vez mais afiadas nos velhos e bons ensinamentos dos vovôs Adolfo e Benito.

Anotem aí: e a esquerda democrática brasileira, dentro dessa complexidade, como se comportará? Seus candidatos e alianças surgirão naturalmente. Como se comportarão diante de problemas como a Comissão da Verdade? Da limpeza étnica em São Paulo e não só? Dos vários Pinheirinhos espalhados pelo país? Da CPI da privataria? Da moralização do Judiciário? Da exigência de nova regulamentação da mídia? Silêncio? Blá, blá eleitoral?

Mas esses são problemas nacionais e não municipais, dirão alguns. Mas o país não é também o conjunto dos seus municípios? Isolar os problemas e torná-los estanques é a velha técnica da direita, o velho individualismo superando a solidariedade. E aí, como é que fica?

Izaías Almada é escritor, dramaturgo e roteirista cinematográfico, É autor, entre outros, dos livros TEATRO DE ARENA, UMA ESTÉTICA DE RESISTÊNCIA, da Boitempo Editorial e VENEZUELA POVO E FORÇAS ARMADAS, Editora Caros Amigos. 

E aí, como é que fica?

Leia outros textos de Izaías Almada



Greve leva caos à Bahia


 Fev 2012


PMs grevistas ocupam até Assembleia, há arrastões e saques; shows são cancelados

Biaggio Talento*, Mariana Mendes*, Carol Aquino* e Jailton de Carvalho


SALVADOR E BRASÍLIA. Lojas saqueadas, ônibus bloqueando avenidas, agências bancárias atingidas por tiros, arrastões em vários pontos de Salvador, comércio fechando mais cedo. O clima de medo vem aumentando a cada dia na capital baiana e em várias cidades do interior, desde que parte da tropa da Polícia Militar decretou greve por tempo indeterminado, na última terça-feira, reivindicando aumento salarial de 50% e melhores condições de trabalho.

Um soldado ganha líquido cerca de R$ 1,5 mil. As lideranças querem ainda a implantação da gratificação conhecida como "GAP 5", o que aumentaria os vencimentos para cerca de R$ 3 mil.

Para ajudar o governo baiano a restabelecer o clima de segurança, o Ministério das Defesa determinou o envio de 3.200 homens para reforçar o policiamento de Salvador, Feira de Santana e Ilhéus. São 2.800 homens de Exército, Marinha e Aeronáutica e 400 da Força Nacional de Segurança, vinculada ao Ministério da Justiça. 

É o maior contingente de tropas militares deslocadas para uma operação de emergência de segurança pública. Preocupado com a situação na Bahia, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, chegam hoje a Salvador. 

Parte do contingente federal, cerca de 2.350 homens, já patrulha as cidades baianas. Cerca de 600 homens desembarcam hoje. Ontem à noite, a Justiça emitiu ordem de prisão contra doze líderes grevistas, e a Polícia Federal começou a procurá-los.

Em quatro dias, 44 assassinatos. Nos dois últimos dias, foram registrados pelo menos 17 assassinatos em Salvador. Até ontem à noite, o balanço oficial era de 44 homicídios em quatro dias, desde o início da greve.

Entre os mortos, está Denilton Souza Cerqueira, percussionista do Olodum, baleado numa tentativa de assalto ontem de madrugada, no bairro Mata Escura. Seis dos dez líderes grevistas estão refugiados no prédio da Assembleia Legislativa. Do lado de fora, cerca de 300 PMs em greve estão acampados.

Um dos efeitos da greve foi o cancelamento de shows marcados para este fim de semana em Salvador.

O bloco afro Ilê Aiyê, por exemplo, divulgou nota ontem comunicando a suspensão do ensaio de hoje, "em vista dos acontecimentos que deixaram a população de Salvador em clima de insegurança total". Até a cantora Ivete Sangalo, que faria hoje o show do bloco Cerveja & Cia Folia, na Praia do Forte, cancelou o evento.

A situação até o momento é um pouco menos grave que a paralisação de13 dias deflagrada pela tropa em 2001, quando César Borges, ex-PFL (atual DEM), governava a Bahia. Naquela paralisação, deputados do PT e do PCdoB, além da Central Única os Trabalhadores (CUT), deram apoio político e logístico aos grevistas. Agora, condenam a greve feita contra o petista Jaques Wagner.

O PCdoB emitiu nota contra o movimento: "O PCdoB condena veementemente todos esses atos de vandalismo registrados na capital e em algumas cidades do interior. 

Reafirmamos nossa solidariedade, apoio e compromisso com o governador Jaques Wagner e todo o seu governo com as ações tomadas para a manutenção da ordem e garantia da tranquilidade e dos direitos dos cidadãos baianos", diz a nota assinada pelo presidente estadual do PCdoB, o deputado federal Daniel Almeida.

Os comandos da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar estão negociando com três associações de militares que não aderiram à greve, deixando de fora as lideranças de duas outras, a Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA), que iniciou a paralisação, e a Associação dos Policiais da Bahia (Aspol), que apoia o movimento.

O secretário de Segurança Maurício Barbosa, e o comandante da PM, Alfredo Castro, têm tratado os grevistas de "vândalos, terroristas e baderneiros". A greve foi considerada ilegal pela Justiça.

As críticas se devem a uma série de atentados supostamente cometidos pelos grevistas, como o que ocorreu anteontem, na Avenida Paralela, via expressa que liga o aeroporto ao Centro de Salvador.

Comandos ligados ao movimento entraram em dois ônibus, mandaram os motoristas e passageiros saírem e atravessaram os veículos na pista, causando grande engarrafamento.

Dezenas de radiopatrulhas também tiveram os pneus furados, e quatro agências bancárias foram atacadas com tiros que estilhaçaram suas vidraças.

A falta de policiamento nas ruas também contribuiu para o saque de cinco lojas da Cesta do Povo, rede de supermercado controlada pelo governo estadual, nos últimos dois dias, em Salvador.

Os crimes aconteceram nos bairros da Liberdade, Caixa D"Água, Ogunjá, Mata Escura e Pirajá. Nesses dois últimos bairros, os bandidos levaram todos os produtos e equipamentos da Cesta do Povo. Por causa disso, a insegurança tomou conta de vários pontos da cidade, como em Mata Escura, onde o comércio não abriu na manhã de ontem.

Delinquentes estão jogando pedras nos veículos que circulam na região, na tentativa de roubar os motoristas. Desde a quarta-feira, a associação de lojistas de Salvador orienta seus associados a fechar as portas às 16h e mandar os funcionários para casa.

Setor turístico já conta prejuízo l Os empresários do setor de turismo estão preocupados. O presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem/Seção Bahia, Pedro Galvão, estima que esta semana tenha havido, pelo menos, 10% de cancelamentos de reservas de viagens e hotéis.

— Acredito que, se a greve parar agora, os cancelamentos de viagens sejam de pelo menos 10% para todo o verão — disse.

A expectativa da Secretaria Estadual de Turismo é atrair cerca de 6,5 milhões de visitantes para este verão, número que deve cair.

— O turismo é um segmento muito sensível. Não há só o prejuízo iminente, mas fica na cabeça das pessoas a ideia de insegurança. Compreendemos o direito de reivindicação de uma classe mal remunerada, mas lamentamos o fato de isso estar acontecendo às vésperas do carnaval e em um verão que estava sendo muito bom — afirmou Galvão.

Anonymous Brasil. Assume autoria de ataque a site do Banco Central

Kelly Oliveira - Repórter da Agência Brasil.

Brasília – O grupo de hackers Anonymous Brasil, que prometeu causar problemas em um site de banco por dia ao longo desta semana, anunciou pelo Twitter que um dos alvos de hoje é o Banco Central (BC).

O site do BC apresenta instabilidade, desde as 10h20, e há registros de que tenha ficado fora do ar por alguns minutos.

O BC ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Na rede social, o grupo de hackers assume a autoria dos problemas no site: “Escolhemos um alvo de testes antes, só para calibrar nossas armas: http://www.bcb.gov.br - Apenas um teste rápido...”

A estratégia é fazer com que a página receba grande número de acessos ao mesmo tempo, fique sobrecarregada e, com isso, instável e até indisponível.

O HSBC foi o alvo de ontem (2) do grupo. O banco informou, em nota, que houve um “volume de acessos acima do esperado” no site.

Na quarta-feira (1º), foi a vez de o site do Banco do Brasil registrar picos de acesso. 

Segundo o BB, houve lentidão no sistema em algumas regiões do país, mas não houve risco para a segurança dos dados dos clientes.

Há registros de que a página do BB tenha saído do ar, mas o banco nega.

Os hackers também dizem ter provocado problemas no site do Bradesco, na última terça-feira (31), e na página do Itaú, no dia 30 de janeiro. 

Em nota, o Bradesco disse que o site apresentou “momentos de intermitência com volume de acessos acima da média”, mas não chegou a ficar fora do ar.

O Itaú Unibanco, também por meio de nota, disse que houve “indisponibilidade” em seu site, mas a normalidade foi retomada em seguida.
 
Edição: Lílian Beraldo

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-02-03/grupo-de-hackers-assume-autoria-de-ataque-site-do-banco-central

Homem é flagrado com 168 quilos de cocaína.

Manaus/AM - A Polícia Federal apreendeu no início da noite de ontem, 2 de fevereiro, 168quilos de cocaína em posse de um homem, 51anos de idade, que foi preso em flagrante.

A droga apreendida foi encontrada em um sítio localizado no Lago do Janauacá,  município de Careiro Castanho/AM.

A inteligência da PF detectou um carregamento de droga  passando pelo Estado do Amazonas e desde então foram realizadas intensas investigações naquela área com o objetivo de localizar a droga.


Comunicação Social da PF em Manaus - Tel.: (92) 3655-1548

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

São Paulo. SPM solicita ao governador Alckmin punição aos agentes que algemaram mulher 12 horas após o parto.

Por: Conceição Oliveira, no twitter: @maria_fro

A Secretaria de Política das Mulheres acaba de informar que solicitou providências ao governo do estado de São Paulo diante de uma das histórias mais absurdas da semana, denunciada no Jornal da Record no dia 31/01/2011. Trata-se do testemunho de Elisângela Pereira da Silva, presidiária que foi algemada pela perna e pelo braço num leito de hospital na região metropolitana de SP doze horas após sofrer uma cesariana e que alega ter sofrido agressões físicas logos após dar à luz. Funcionários do hospital afirmam que ela também foi separada do bebê e proibida de amamentá-lo. Pelo visto a polícia de São Paulo não está respeitando nem puérpera!

Esperamos que este caso de violência institucional não seja mais um a cair no limbo da impunidade.

SPM pede providências a governador sobre caso de presa algemada após o parto em hospital
 Comunicação Social da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres
02/02/2012

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) encaminhou, nesta quinta-feira, 2, ofício ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, solicitando providências cabíveis e a imediata e rigorosa punição aos responsáveis pelo tratamento dispensado a Elisângela Pereira da Silva, presa que foi algemada pela perna e pelo braço direito à cama, após o parto, no Hospital Estadual Professor Carlos da Silva, da cidade de Francisco Morato, no último dia 28.

Outros quatro ofícios, com o mesmo conteúdo, foram enviados pela SPM:  para o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto; para o procurador-geral de Justiça do Estado, Fernando Grella Vieira; para o secretário de administração penitenciária, Lourival Gomes; e para a procuradora-chefe da Procuradoria da República no Estado, Anamara Osório Silva.

CHUVEIRO E BONECAS –  Elisângela da Silva, havia sido presa em flagrante em novembro passado, por suspeita de furtar um chuveiro, duas bonecas e quatro xampus das Lojas Americanas do Centro de São Paulo. No sábado, ela deu a luz uma menina, que se encontra na UTI neonatal.

No documento encaminhado ao governador, a Secretaria de Políticas para as Mulheres destaca a existência de normas internacionais – 65ª  Assembléia da Organização das Nações Unidas – para o tratamento de mulheres encarceradas, chamadas “Regras de Bangkok” , as quais o Brasil é signatário.

Um dos aspectos citados há a garantia de não utilização de algemas durante o parto e puerpério. E lembra: “Algemar mulheres durante o parto constitui, inquestionavelmente, atentado à dignidade humana (art. 1º da Constituição Federal) e ofensa à especial proteção à maternidade e à infância, instituída como direito social (art. 6º da Constituição Federal).

VÍDEO – Um vídeo com três minutos de duração, gravado dentro do Hospital Estadual Professor Carlos da Silva Lacaz, em Francisco Morato, mostra o tratamento dispensado a Elisângela da Silva no pós-parto.

 Atualização: Não deixe de ler a nota dos Juízes para a Democracia sobre Partos com Gestantes Algemadas

Fonte: http://www.viomundo.com.br/blog-da-mulher/spm-solicita-ao-governador-alckmin-punicao-aos-agentes-que-algemaram-mulher-12-horas-apos-o-parto.html