sábado, 25 de fevereiro de 2012

Antártida. Naufragou uma balsa brasileira com 10 mil litros de óleo. Marinha admite problema e traça estratégia

Governo esconde naufrágio de barco com 10 mil litros de óleo na Antártida
25 Fev 2012

SERGIO TORRES / RIO - O Estado de S.Paulo


Uma chata (embarcação de fundo chato usada para transporte de carga) rebocada pela Marinha afundou em dezembro no litoral da Antártida com uma carga de 10 mil litros de óleo combustível.
Poluente, o produto não vazou, mas está a 40 metros de profundidade e a 900 metros da praia onde fica a Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira no continente. Um compartimento dentro da embarcação armazena o diesel.
O naufrágio vem sendo mantido em sigilo tanto pela Marinha quanto pelos ministérios que integram o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) - Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores e Minas e Energia e Defesa. Não houve vítimas no acidente.
O Brasil é signatário de tratados de preservação ambiental na Antártida e, portanto, se comprometeu a não poluir o continente.
Sem divulgação oficial por parte do governo, chega na próxima semana à Baía do Almirantado, onde a chata foi a pique, os navios de socorro Felinto Perry, da frota da Marinha, e Gulmar Atlantis, contratado pela Petrobrás. O Felinto Perry é especializado em resgate de submarinos, além de outras operações complexas.
Mergulhadores da Petrobrás, treinados para atuar em acidentes que envolvem vazamentos nas estruturas de exploração e produção de petróleo, participarão da tentativa de resgate.
O planejamento prevê o içamento da chata por boias e guindaste, para que o gasoil artic (combustível anticongelante produzido pela Petrobrás para a ação brasileira na Antártida) possa ser retirado do meio ambiente antes que comece a vazar.
É uma operação considerada de risco, por causa do clima inóspito da região.
Clima. A chata afundou em consequência do mau tempo. Estava sendo rebocada para a terra por quatro embarcações pequenas quando, possivelmente por causa do vento forte e do mar agitado, ela naufragou. Não havia marinheiros a bordo, pois a chata não tem tripulação.
Flutuante sem motor ou qualquer outro tipo de propulsão própria, a embarcação só navega a reboque. Sua função é cargueira. A que naufragou na Antártica tinha fundo reforçado e paredes duplas, para dificultar os vazamentos de óleo.
A chata servia à Estação Antártica. Cabia a ela transportar para a terra os combustíveis líquidos trazidos pela Marinha para o abastecimento da base. O gasoil artic permanece armazenado em 17 tanques.
Por ano, a estação consome 320 mil litros de óleo, empregados em geração de energia e aquecimento interno e da água, indispensáveis em ambientes cuja temperatura pode ficar abaixo de -30°C.
Na estação vivem 15 militares da Marinha, 15 funcionários civis do Arsenal de Marinha (para manutenção, reparos e emergências) e, em sistema de rodízio, 30 pesquisadores (biólogos, biofísicos, geólogos, oceanógrafos e químicos, entre outros) de universidades e instituições científicas brasileiras.
Espera. O resgate da chata não tem data marcada. Dependerá das condições climáticas. Há uma semana, nevascas cobriram com uma camada de pelo menos 1 metro de altura solo da enseada da Ilha Rei George, sede da base nacional. Os ventos superiores a 100 quilômetros por hora impediram os cientistas de realizar trabalhos de campos. Tiveram de ficar confinados.
Depois disso, o tempo melhorou, com o surgimento do Sol. Antes negativas, as temperaturas chegaram a 5°C. Como o verão está no final, são esperadas para breve quedas bruscas nas temperaturas e tempestades de neve. Daí a necessidade de o resgate ser feito o mais rapidamente possível, para que ocorra em condições de segurança.
Alívio. As observações feitas após o naufrágio por um robô de inspeção submarina mostraram que o diesel não vazou, para alívio dos profissionais da estação e do governo brasileiro, preocupado com a repercussão internacional que um derramamento de poluentes na Antártida pode representar.
Conhecido como Protocolo de Madri, o Tratado da Antártica para Proteção ao Meio Ambiente, em vigor desde 1998, torna o continente reserva natural destinada à ciência. O tratado proíbe até o ano de 2047 a exploração econômica dos recursos minerais e regulamenta e controla a presença humana no local.
O artigo 3.º do protocolo estabelece que as atividades na Antártida sejam "organizadas e executadas com base em informações suficientes que permitam avaliações prévias e uma apreciação fundamentada de seu possível impacto no meio ambiente antártico e dos ecossistemas dependentes e associados".
Caso o diesel vaze, o acidente com a chata poderá ser interpretado pela comunidade internacional como um desrespeito ao protocolo, por falta de planejamento e pelo uso de processo tido como obsoleto.
Para os cientistas, um sistema de dutos - que não foi implantado na base brasileira - seria o ideal para transportar combustível entre as embarcações e os tanques.
O artigo também estabelece que deverão ser evitados impactos negativos sobre a qualidade do ar e da água; modificações significativas no meio ambiente atmosférico, terrestre, glacial e marinho; riscos para as espécies animais e vegetais; e degradação de áreas com especial significado biológico, científico, histórico, estético ou natural.

Marinha admite problema e traça estratégia

RIO - O Estado de S.Paulo, em 25 Fev 2012. 

A Marinha admitiu ontem à tarde, em nota, que a carga de 10 mil litros de combustível está no fundo do mar antártico, mas que não há registro de vazamento.

"A embarcação se mantém pousada no fundo, com integridade estrutural, (...) não tendo sido constatado nenhum vazamento até o presente momento", informa a Marinha no comunicado assinado pelo contra-almirante Paulo Maurício Farias Alves, diretor do Centro de Comunicação Social.

A Marinha credita o acidente "à mudança repentina das condições ambientais locais". Segundo a nota, a Estação Antártica Comandante Ferraz "é reabastecida anualmente durante o verão antártico, de novembro a março, por navios da Marinha do Brasil, período em que as condições climáticas são menos severas".

"Durante uma dessas operações de transferência de material do navio para terra, uma de nossas chatas, transportando 10 mil litros de gasoil arctic, veio a afundar", diz o informe.

Na nota, a Marinha manifesta preocupação em "honrar os compromissos definidos no Protocolo ao Tratado Antártico sobre a Proteção do Meio Ambiente, pelo qual os países-membros devem tomar as medidas necessárias para reagir a situações que possam ameaçar o meio ambiente antártico".
"Com o intuito de mostrar aos demais membros do tratado o nosso compromisso de bem zelar por aquele continente, a Marinha do Brasil solicitou o apoio da Petrobrás para, em conjunto, realizar a operação de reflutuação da chata", acrescenta a nota.

Estratégia. A Marinha informou que a chata submersa será envolvida por boias, infladas "para permitir a sua flutuabilidade e, com o auxílio do guindaste do navio, será trazida à superfície".

"Durante a reflutuação serão empregados todos os recursos necessários para a contenção de poluição ambiental no caso de vazamento do óleo contido na chata. Uma vez na superfície ela será rebocada (...) e encalhada na praia para posterior desmontagem", diz a nota.

O método de abastecimento da base por meio de chatas será substituído por "um sistema mais seguro, empregando oleoduto", informa a Marinha, que não revela a data da substituição do sistema. / S.T.



Senadores pedem a Dilma Ficha Limpa no Executivo.


                                   Ana Amélia defende reforma política e outras medidas complementares,   Simon                         quer a adoção da medida no serviço público de todo o Brasil

Senadores pedem a Dilma Ficha Limpa no Executivo. Ana Amélia, Alvaro Dias, Pedro Simon e Rodrigo Rollemberg defendem que recomendação da CGU seja confirmada em decreto. Pedro Taques recolhe assinaturas para extensão ao serviço público de todo o país
Os critérios da Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135 de 2010) deveriam ser seguidos em todos os cargos do Executivo, conforme recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU). Essa é a opinião de Ana Amélia (PP-RS), Alvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que sexta-feira fizeram discursos defendendo que a presidente Dilma Rousseff estabeleça isso em decreto.
Ana Amélia informou que Dilma já discute o assunto com a Casa Civil, o Ministério da Justiça, a Secretaria de Relações Institucionais e a Advocacia-Geral da União. A senadora ressaltou que câmaras de vereadores, assembleias legislativas e prefeituras ­pensam em adotar a ficha limpa na administração pública. Ela defende mais rigor para evitar que políticos corruptos ingressem ou permaneçam na política. Para isso, em sua visão, devem ser adotadas outras medidas complementares, como a reforma política. A senadora disse defender o aumento de risco para as atividades corruptas para reforçar o comportamento ético dos agentes públicos.
Em aparte, Alvaro ressaltou que a Lei da Ficha Limpa extrapola as fronteiras do país. Ele informou que o Senado do Paraguai manifestou interesse em conhecer essa lei brasileira. Na avaliação do senador, a lei é importante para afastar os maus políticos a atrair pessoas éticas para a política.
— Pessoas talentosas, que se recusam a participar da atividade política para não conviver com cenário de promiscuidade, podem participar quando políticos corruptos forem afastados — disse Alvaro.
Simon reiterou que, se a presidente chancelar a recomendação da CGU, "vai marcar um gol de placa para seu governo, com autoridade". Ele afirmou que a extensão da Ficha Limpa ao Executivo é um desejo não só do ministro Jorge Hage, que está à frente da CGU, mas também dos ministros Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e José Eduardo Cardoso, da Justiça.
Além dessa iniciativa, Simon também defende uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que o senador Pedro Taques (PDT-MT) quer apresentar em breve. A proposição estende a aplicação da Ficha Limpa ao serviço público em todo o país. Para apresentar a PEC, Taques está recolhendo as assinaturas de seus colegas. Já assinaram o pedido Alvaro Dias, Ana Amélia, Rollemberg e o próprio Simon.
— A proposta de Pedro Taques é muito importante, mas não estou otimista. Acho que ela terá uma longa trajetória nesta Casa. E lá na outra Casa [a Câmara dos Deputados], tem muita gente que não quer aprovar isso — lamentou o senador do PMDB.
114531
Senador(es) Relacionado(s):
Alvaro Dias
Ana Amélia
Pedro Simon
Pedro Taques
Rodrigo Rollemberg

FONTE: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/noticia.asp?codNoticia=114531&dataEdicaoVer=20120227&dataEdicaoAtual=20120227&codEditoria=4068&

Datasenado. Maioria aprova proposta que torna crime não fornecer merenda nas escolas públicas

Tramita desde o ano passado no Senado Federal o Projeto de Lei de Eduardo Amorim concede rigor na qualidade da merenda escolar.
 
Governos estaduais e Prefeituras que não garantirem merenda escolar que atenda às necessidades nutricionais dos alunos poderão ser responsabilizados administrativa, civil e criminalmente. Essa é a proposta (PLS 409/2011) do senador Eduardo Amorim (PSC-SE) que deverá ser votada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) na reunião da próxima terça-feira (29), com início marcado para 11h.

Essa obrigatoriedade está prevista no inciso I do art. 17 da Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, que trata da alimentação escolar, entre outros programas da educação básica. Na justificação, Amorim relembra as bases constitucionais e legais da chamada "merenda escolar" e expõe a potencialidade do Brasil de dar à sua população um ótimo padrão alimentar, em razão de ser o quarto produtor mundial de alimentos, mas amarga um sexto lugar quanto à subnutrição de seu povo.

O relator da matéria, senador Paulo Paim (PT-RS), afirma em seu voto que a alimentação escolar, além de ser direito dos estudantes da educação básica pública, é dever do Estado, por meio de programas suplementares da União (Constituição federal, art. 208, VII) e de ações diretas de distribuição de alimentos e de educação alimentar pelas escolas das redes estaduais e municipais. Ele lamenta que as refeições oferecidas às crianças, adolescentes e, mais recentemente, aos jovens e adultos, não atendam as necessidades nutricionais dos alunos.

"Pode-se constatar que é comum a simples distribuição de alimentos industriais, sem considerar os ditames da ciência da nutrição ou o mais elementar na matéria, que é o gosto, o desejo, o apetite dos estudantes", diz Paim, acrescentando que em muitas escolas se constata até a ausência de merenda por vários dias. Ele também aponta as denúncias ou ocorrências comprovadas de fraudes, de desvios de verbas e de outros desmandos administrativos "que comprometem a seriedade de uma política pública tão importante".

Para Paim essas irregularidades ocorrem por causas culturais, até certo ponto toleradas pela população, acostumada historicamente ao sofrimento e às privações. Ele, no entanto, ressaltou que muitas aberrações se multiplicam em razão da impunidade dos faltosos e pela ausência de uma responsabilização explícita dos gestores dos programas e dos gestores das ações locais.

Enquete.

Enquete realizada pelo DataSenado entre os dias 01 e 15 de fevereiro obteve maioria dos votos favoráveis à proposta do PLS 409/2011, de autoria do então senador Eduardo Amorim. O projeto prevê a responsabilização, na esfera administrativa, civil e criminal, dos gestores públicos que não garantirem a oferta da alimentação escolar aos alunos da educação básica, em conformidade com as necessidades nutricionais desses alunos, durante o período letivo. Dos 2.069 internautas que participaram da sondagem no site do Senado, 84% votaram a favor da proposição, enquanto 16% desaprovaram a iniciativa.

Alguns dos participantes, além de registrar o voto, enviaram considerações sobre o projeto. Uma manifestação sintetizou o sentimento da maioria das mensagens, bem como da maioria dos votantes: "incluindo a discussão dentro de um aspecto social e cultural, a necessidade de uma merenda no âmbito escolar é muito mais do que uma simples refeição, é alimentar de fato crianças que não têm nada para comer em casa, que possuem taxas nutricionais muito baixas e que tudo isso irá refletir no desempenho escolar da criança e no seu próprio crescimento biológico. É fato que o poder coercitivo, sendo este monopólio do Estado, irá obrigar instituições de ensino, sob pena de estarem cometendo um ato ilícito a fornecer merenda para os aluno, e deve haver fiscalização na qualidade das merendas".

  • Criminalização da falta do fornecimento de merenda nas escolas

    Você é a favor ou contra projeto que torna crime deixar de fornecer merenda nas escolas públicas (PLS 409/2011)?
    Período:01/02/2012 a 15/02/2012
    Número de votos: 2.069

 Fonte: http://www.eduardoamorimpsc.com.br/noticias.php?id=531
http://www.senado.gov.br/noticias/DataSenado/enquetes.asp?ano=2012

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

São Paulo - Acusado de matar Mércia Nakashima, Mizael Bispo se entrega na Grande SP.

Acusado de matar a advogada Mércia Nakashima, em 2010, o advogado e ex-policial Mizael Bispo de Souza se entregou nesta sexta-feira no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com informações iniciais, ele chegou ao fórum acompanhado do advogado. Mizael estava foragido desde dezembro de 2010.

Além de Mizael, teve decretada a prisão o vigia Evandro Bezzerra Silva, que teria ajudado o advogado na execução da ex-namorada. A Justiça determinou que ambos sejam levados a júri popular.

O caso Mércia A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio de 2010 e foi encontrada morta no dia 11 de junho, em uma represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. A perícia apontou que ela levou um tiro no rosto, mas morreu por afogamento quando seu carro foi empurrado para a água. O principal suspeito do crime é o ex-namorado de Mércia, o policial aposentado Mizael Bispo de Souza, que não aceitaria o fim do relacionamento. O vigia Evandro Bezerra Silva é suspeito de ter auxiliado Mizael no crime.

Logo após a morte de Mércia, Evandro teria fugido para Sergipe, onde foi preso em julho do mesmo ano. Em um primeiro momento, ele disse ter ajudado Mizael a fugir, mas voltou atrás depois, alegando ter sido torturado para confessar o crime. Rastreamento de chamadas telefônicas feito pela polícia com autorização da Justiça colocariam os dois na cena do crime, de acordo com as investigações. Além disso, a polícia encontrou nos sapatos do ex-policial pequenas manchas de sangue, fragmentos de osso e chumbo, além de uma alga presente na represa. Mizael chegou a ter a prisão decretada em agosto, mas o mandado foi revogado dias depois. No mesmo mês, Evandro foi solto. Ambos negam todas as acusações.

No dia 7 de dezembro de 2010, a Justiça de Guarulhos decretou a prisão preventiva de Mizael e de Evandro, e determinou que ambos fossem levados a júri popular pelo crime. O ex-namorado de Mércia foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. O vigia foi denunciado por homicídio duplamente qualificado (emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Os dois são considerados foragidos.

FONTE:http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5631646-EI5030,00.html

Anonymous prometem “apagão” total da internet, em 31 de março.


O grupo de hackers Anonymous agendou para o dia 31 de março o “maior ataque à rede” até o momento, invadindo 13 servidores importantes e causando um “apagão” na rede.
 
O anúncio sobre a intenção de suspender temporariamente a internet em todo o mundo foi publicado em um site na web onde o grupo lança suas ameaças de ataques. As informações são do site 20 minutos.

O objetivo do grupo é protestar contra a SOPA, Wall Street e os “irresponsáveis líderes e banqueiros por meio da saturação da internet”. O Anonymous chamou o ataque de “Global Blackout” e disse que vai impedir o funcionamento de 13 servidores DNS raiz. Com isso, segundo o grupo, não será possível realizar uma busca de nome de domínio, impedindo o funcionamento da rede.

O grupo não disse quanto tempo vai durar a ação, mas afirmou que pode ser uma hora ou vários dias. O Anonymous terminou a mensagem com uma frase, em tradução livre, atribuída ao ex-presidente norte-americano Benjamin Franklin: “Aquele que sacrifica a liberdade por segurança, não merece nenhuma das duas.”

Em janeiro deste ano, o Anonymous bloqueou por várias horas os sites do FBI e do Departamento de Justiça estadunidense, em represália pelo fechamento por parte dos Estados Unidos do site de trocas de arquivos Megaupload. Posteriormente, o Anonymous assumiu a autoria de um ataque ao site da agência de inteligência americana, a CIA.

Seu método é o mesmo: interromper as operações de um site por excesso de conexões. No final de 2010, o Anonymous atacou os sites da Amazon, Visa, MasterCard e PayPal, devido à decisão dessas empresas de deixar de trabalhar com o WikiLeaks.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O crescimento da cristofobia

Jornal do Brasil Ives Gandra.
        Ayaan Hirsi Ali publicou na revista Newsweek, de 13 de fevereiro passado, artigo fartamente documentado sobre a guerra que os países islâmicos estão desencadeando contra os cristãos, atingindo sua liberdade de consciência,  proibindo-os de manifestarem sua fé e assassinando quem a professa individualmente ou mediante atentados a Igrejas ou locais onde se reúnam.

        Lembra que ao menos 24 cristãos foram mortos pelo exército egípcio, em 9 de outubro de 2011; que, no Cairo, no dia 5 de março do mesmo ano, uma igreja foi incendiada, com inúmeros mortos; que, na Nigéria, no dia de Natal de 2011, dezenas de cristãos foram assassinados ou feridos, e que no Paquistão, na Índia e em outros países de minoria cristã a perseguição contra os que acreditam em Cristo tem crescido consideravelmente. Declara a autora que “os ataques terroristas contra cristãos na África, Oriente próximo e Ásia cresceram 309% de 2003 a 2010”. E conclui seu artigo afirmando que, no Ocidente, “em vez de criarem-se histórias fantasiosas sobre uma pretensa “islamofobia”, deveriam tomar uma posição real contra a “Cristofobia”, que principia a se infestar no mundo islâmico. “Tolerância é para todos, exceto para os intolerantes”.

        Entre as sugestões que apresenta, está o Ocidente condicionar seu auxílio humanitário, social e econômico a que a tolerância para com os que professam a fé cristã seja também respeitada, como se respeita, na maioria dos países ocidentais a fé islâmica.

Entendo ser o Brasil, neste particular, um país modelo. Respeitamos todos os credos, inclusive aqueles que negam todos os credos, pois a liberdade de expressão é cláusula pétrea na nossa Constituição.

        Ocorre, todavia, que as notícias sobre esta “Cristofobia islâmica” são desconhecidas no país, com notas reduzidas sobre atentados contra os cristãos, nos principais jornais que aqui circulam. Um homossexual agredido é manchete de qualquer jornal brasileiro. Já a morte de dezenas de cristãos, em virtude de atos de violência planejados, como expressão de anticristianismo, é solenemente ignorada pela imprensa.

        Quando da Hégira, em 622, Maomé lançou o movimento islâmico, que levou à invasão da Europa em 711 com a intenção de eliminar todos os infiéis ao profeta de Alá. Até sua expulsão de Granada — creio que em 1492 — os mulçumanos europeus foram se adaptando à convivência com os cristãos, sendo que a filosofia árabe e católica dos séculos 12 e 13 convergiram, fascinantemente. Filósofos de expressão, como Santo Tomas de Aquino, Bernardo de Claraval, Abelardo, Avicena, Averróes, Alfa-rabi, demonstraram a possibilidade de convivência entre credos e culturas diferentes.

        Infelizmente, aquilo que se considerava ultrapassado reaparece em atos terroristas, que não dignificam a natureza humana e separam os homens, que deveriam unir-se na busca de um mundo melhor. Creio que a solução apresentada por Ayaan Hirsi Ali é a melhor forma de combater preconceitos, perseguições e atentados terroristas, ou seja, condicionar ajuda, até mesmo humanitária, ao respeito a todos os credos religiosos (ou à falta deles), como forma de convivência pacífica entre os homens. É a melhor forma de não se incubarem ovos de serpentes, prodigalizando auxílios que possam se voltar contra os benfeitores.

Ives Gandra da Silva Martins é jurista. – ivesgandra@gandramartins.adv.br

FONTE: http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2012/02/22/o-crescimento-da-cristofobia/

Brasil destina US$ 2,3 milhões para desenvolver agricultura na África.

Brasil destina US$ 2,3 milhões para desenvolver agricultura na África.

Parceria com a FAO vai estimular agricultura familiar em cinco países africanos. Modelo do programa, que também ajuda pequenos produtores a vender cultivo através das Nações Unidas, é inspirado em receita brasileira.

Sob comando de um brasileiro, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) acaba de receber um grande financiamento do governo do Brasil. Mais de 2,3 milhões de dólares irão custear o novo programa de estímulo à agricultura familiar em cinco países africanos. O acordo foi assinado nesta terça-feira (21/02) em Roma, sede da FAO.

Antes de ser eleito presidente da organização, José Graziano da Silva havia dito em conversa com a DW Brasil que pretendia levar à FAO a experiência brasileira de política alimentar. Oito meses depois de chegar ao cargo, o Brasil se transformou no primeiro doador da nova iniciativa na África.

Segundo a parceria, o dinheiro vai ajudar pequenos produtores rurais na Etiópia, Malauí, Moçambique, Níger e Senegal a aumentarem a capacidade de produção. O que for colhido no campo será então comprado pelo Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas (WFP) e distribuído em seus programa sociais.

"Iremos simultaneamente apoiar a pequena produção familiar em zonas onde esses agricultores são apenas autossuficientes para que aumentem sua produção e comecem a produzir excedentes e levem ao mercado com maior valor comercial" explicou Cristina Amaral, chefe do serviço de operações de emergência da FAO, em entrevista para a DW Brasil.

A atuação do WFP viria em seguida: "Depois, o Programa Mundial da Alimentação compraria os cereais e leguminosas para utilizá-los nos programas sociais, nas cantinas escolares e onde mais o órgao atua", completou Amaral.

Dos 2,3 milhões de dólares doados pelo Brasil, 1,55 milhão irá para a FAO: a organização financiará a compra de sementes e fertilizantes e trabalhará "o mais próximo possível" dos pequenos agricultores e associações. O restante será gerenciado pela WFP, que vai organizar a compra dos alimentos e entregá-los nas escolas e aos grupos mais vulneráveis.

Primeiro impulso
O programa começará a ser implantado já em março e terá duração de 18 meses. "O Brasil é a ponta de lança. Vamos continuar trabalhando com os países para ver se outros doadores se juntam a nós", disse Amaral sobre a continuidade da iniciativa.

Os cinco países africanos escolhidos manifestaram já em 2009 interesse em adaptar a experiência brasileira. Segundo a FAO, de nada adiantaria importar um modelo estrangeiro caso não houvesse motivação interna. A ideia é estimular os países da região a adotarem a estratégia como uma política nacional.

"Sabemos que, durante anos e anos, as ajudas alimentares, embora sejam extremamente necessárias quando há situações de emergência, acabam por criar dependência e prejudicam o mercado local", revelou Amaral. Segundo ela, quando o pequeno agricultor se depara com uma abundância de ajuda alimentar no mercado, ele perde o incentivo de continuar produzindo "O que há de inovador nessa iniciativa é que os pequenos produtores, que também são pobres, serão beneficiados desse fluxo de ajuda alimentar, sendo eles os fornecedores desse programa de ajuda social", defendeu.

Modelo brasileiro
Não só o dinheiro que financia esse projeto vem do Brasil. Todo a estratégia por traz da ação dos dois órgãos da ONU foi buscar inspiração num dos pilares do brasileiro Fome Zero, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A ferramenta foi criada em 2003 com objetivo de apoiar a comercialização dos produtos alimentícios da agricultura familiar. Segundo a lógica do PAA, o governo adquire alimentos dos agricultores familiares e doa parte para pessoas em risco alimentar.

"No Brasil, verificou-se que esse programa tem um impacto imediato na luta contra a pobreza. Porque muitos dos pobres nas zonas rurais são produtores que, se forem ajudados, podem dar um salto e sair da pobreza", disse Amaral, ao justificar a escolha do modelo.

Em 2011, as operações do PAA no Brasil chegaram a 451 milhões de reais: mais de 106 mil famílias foram beneficiadas, com destaque para compra de carnes, castanhas, grãos, pescados e sementes. Para o governo federal, essa é uma das estratégias que ajudaram 28 milhões de brasileiros a sair da pobreza absoluta e 36 milhões a entrar na classe média nos últimos anos.

Autora: Nádia Pontes

Revisão: Francis França

FONTE:http://www.dw.de/dw/article/0,,15755951,00.html