segunda-feira, 26 de novembro de 2012

“A educação se faz nas relações humanas”, afirma especialista.

Do Instituto Alana
Para Celso Vasconcellos, Doutor em Educação pela USP, Mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC/SP, Pedagogo, Filósofo e responsável pelo Libertad – Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica, é preciso evitar a visão de que a cidade ou uma entidade possa ser “educadora”: essa prática se daria, segundo ele, nas relações humanas. “A cidade se torna educativa ou educadora a partir da preocupação dos seus cidadãos, a partir das iniciativas coletivas, grupais e individuais”, defende o especialista.

Confira abaixo a entrevista que Vasconcellos concedeu ao Alana.

Nos últimos anos, tem crescido o número de espaços, tempos ou modos de ensinar e aprender. Em meio a essa diversidade, quais princípios são fundamentais?
Qualquer que seja a prática de ensino-aprendizagem, temos três dimensões básicas do processo de conhecimento das quais não se tem como fugir. São elementos que devem ser trabalhados, qualquer que seja o tipo de organização desse processo. 

O primeiro elemento é o que nós chamamos de Mobilização para a Aprendizagem, o desejo de conhecer, a motivação, a curiosidade, a busca pelo conhecimento.

O segundo elemento é o que nós chamamos de Construção do Conhecimento, que é a ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. Para conhecer é preciso agir, seja a ação motora e/ou perceptiva e/ou reflexiva.

E a terceira dimensão do processo de aprendizagem é a Elaboração e Expressão da Síntese do Conhecimento: enquanto o sujeito não expressar, não incorporar na linguagem ou em alguma prática efetiva aquele conhecimento que ele está adquirindo, o ciclo não se completa.

Diante do cenário atual da educação brasileira, o que precisamos buscar?
Temos que trabalhar a tensão dialética entre dois aspectos fundamentais:

As Condições Objetivas (para o trabalho na escola, para o trabalho do professor, para o trabalho do aluno) e as Condições Subjetivas. Temos que cuidar desde a questão da formação docente (inicial e continuada), passando pelo espaço escolar, pela questão das condições de trabalho, plano de carreira, instalações, equipamentos etc.

Ao mesmo tempo, temos que pensar do ponto de vista subjetivo, na questão do olhar do professor, da sensibilidade, do compromisso, e superar esse olhar de preconceito, de julgamento.

É imprescindível que o professor procure desenvolver esse olhar de compreensão, de aproximação em relação aos alunos, o próprio desejo de ser professor, o estar motivado para aquilo que vai ensinar, o cuidado no trato com os conteúdos, com a metodologia de trabalho, com a avaliação, com a relação interpessoal com o aluno, na organização do contrato didático e da sala de aula.

Existe a falta de um projeto político-pedagógico nas escolas?
Se considerarmos do ponto de vista formal, não. Creio que grande parte das escolas tem o seu PPP (Projeto Político-Pedagógico). Só que, em muitos casos, esse projeto foi feito só para cumprir uma exigência do órgão superior, das Secretarias da Educação, das mantenedoras, mas eles não correspondem a uma necessidade, a um significado para o grupo.

A grande falha que percebemos hoje nos projetos é que eles precisariam advir de uma necessidade do grupo e ter um significado. Essa foi uma ambiguidade da nova LDB – Lei de Diretrizes e Bases: de um lado exige que as escolas tenham a sua proposta pedagógica, o seu PPP, o que predispõe as escolas a fazerem, mas, de outro lado, também induz as escolas a fazerem só para cumprir a formalidade legal, não como um elemento de constituição da própria identidade, da explicitação do seu horizonte utópico, do que deseja alcançar, dos seus princípios, critérios e valores.

O vínculo afetivo é uma ferramenta na relação ensino-aprendizagem?
O vínculo está sempre presente! A grande questão é trabalhá-lo de forma mais consciente, de forma mais cuidada. O vínculo afetivo desempenha um papel decisivo já que uma das dimensões do processo de conhecimento é, justamente, a Mobilização para o Conhecimento.

Na estrutura atual da escola, costuma-se trabalhar muito mais numa linha instrucionista do que libertadora, emancipatória, ativa. De um modo geral, o aluno não traz esse desejo de conhecer; então, esse desejo tem que ser provocado. Diferente, por exemplo, de quando se trabalha com projetos, de onde se parte do próprio interesse do aluno. Portanto, nessa estrutura atual da escola, a questão do vínculo se torna ainda mais importante, porque o fundamental, para que se dê a aprendizagem, é que o aluno estabeleça vínculo com o objeto de conhecimento.

Como o senhor define uma cidade educadora?
Uma cidade educadora tem em seus habitantes uma preocupação educadora em todos os campos, não se restringindo aos espaços tradicionais como a família, a escola e a igreja. Essa preocupação acaba se traduzindo na maneira como esses espaços são organizados. 

Por exemplo: a limpeza do Metrô de São Paulo é algo que chama a atenção. Aquele ambiente, limpo, pode ter esse caráter educativo na medida em que o sujeito olha e vê que está tudo bem cuidado. Portanto, não é bom para ele jogar um papel ali. Mas esse ambiente só está limpo porque há pessoas que o limparam, e se tivemos pessoas que limparam esse ambiente é porque existe uma compreensão de que isto é bom para as pessoas e para a cidade.

O que quero dizer é que a cidade se torna educativa ou educadora a partir da preocupação dos seus cidadãos, a partir das iniciativas coletivas, grupais e individuais. Insisto nesse aspecto para evitar uma visão mecanicista, como se “a cidade”, como se “uma entidade”, pudesse ser educadora. A educação sempre se faz na relação humana.

Assim, numa cidade educadora, a tarefa educativa não fica restrita à escola, porque, infelizmente, muitas vezes parece que a escola tem que resolver tudo… É claro que a escola tem responsabilidades, mas tudo fica muito mais fácil quando a escola está dentro de um projeto coletivo que se traduz naquilo que chamamos de cidade educadora.

Quais iniciativas podem nortear a mobilização para a aprendizagem?
Um primeiro elemento é o próprio desejo de ser professor. Isso pode parecer óbvio, mas sabemos que não é. Hoje em dia há vários colegas que estão na profissão meio que por acaso.

Um outro elemento muito importante é a capacidade de trabalhar com aqueles alunos que estão apresentando alguma resistência maior, uma dificuldade no vínculo com o objeto de estudo. Aí entra a dimensão do Relacionamento Interpessoal. Diante de situações mais delicadas e difíceis, o professor deve ser capaz de se aproximar do aluno, criar um ambiente de intimidade, procurar se aproximar e ver o que está acontecendo.

Em relação ainda ao aspecto do Trabalho com o Conhecimento, um caminho que favorece a mobilização é o professor propiciar situações problematizadoras: ao invés de levar o conteúdo pronto, levar questões que provoquem o desejo de saber. Tirar o aluno da sua zona de conforto.

Temos, portanto, todo um espectro que vai desde a questão do cuidado que o aluno deve ter com a questão da alimentação, do sono, essas coisas básicas da existência, até a relação dele com a instituição. Se ele tem uma questão mal resolvida, por exemplo, com a direção da escola, isso pode se manifestar na sua relação com o professor.

O conhecimento parte sempre do vínculo, o afetivo ou o simbólico. Portanto, tudo aquilo que se puder fazer para criar vínculos do aluno na escola, será favorável ao processo de aprendizagem e construção do conhecimento.

Polícia Federal - Balanço da Operação Durkheim.

26/11/2012. São Paulo/SP - A seguir, o balanço da Operação Durkheim, deflagrada em cinco estados (SP, GO, PA, PE e RJ) e no Distrito Federal.

Total de presos até o momento:27

Conduzidos coercitivamente: 30

Indiciados até o momento: 57

Há a previsão de que 67 pessoas sejam indiciadas – todos aqueles contra os quais há mandados de busca ou de condução coercitiva contra si.

Veículos apreendidos: 29 veículos de passeio e 3 motocicletas.

Moeda, em espécie, apreendida: 

R$ 304.250, 

US$ 21.952, 

€ 5.970 e 

£ 950.

 Setor de Comunicação Social da Polícia Federal em São Paulo
tel: (11) 3538 5015

Policia Federal - Pai da sociologia inspirou nome de ação.

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Operação Durkheim, deflagrada hoje pela Polícia Federal e divulgada em primeira mão pelo 247, com a batida na casa de Marco Polo del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol, foi batizada numa alusão a Émile Durkheim, que é também autor de livro sobre suicídio; caso teve início com suposto suicídio de policial federal; ação envolve banco e emissora de televisão

26 de Novembro de 2012 às 12:44

Policia Federal. Operação Durkheim, prende 33 pessoas acusadas de quebra de sigilo e crime contra o sistema financeiro.

Operação Durkheim desarticula quadrilha que vendia informações sigilosas
 
Operação Durkheim desarticula quadrilha que vendia informações sigilosas.

PF prende 33 pessoas em cinco estados e no Distrito Federal.


São Paulo/SP – A Polícia Federal deflagrou hoje (26) a Operação Durkheim, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema financeiro nacional. 

Trinta e três pessoas foram presas e 87 mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

O inquérito policial teve início em setembro de 2011 para investigar os desdobramentos da investigação do suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, em dezembro de 2010. O fato apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

No decorrer do inquérito, foram identificadas duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos criminosos.
Segundo as evidências trazidas ao inquérito, foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.

A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.

Cerca de 400 policiais federais participam da operação para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, em cinco Estados (GO, SP, PA, PE e RJ), todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Sessenta e sete pessoas serão indiciadas.

Os investigados responderão, na medida de suas ações, pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão.

* A operação foi batizada de Durkheim, intelectual francês, um dos pais fundadores da sociologia, que escreveu o livro “O Suicídio”, em alusão aos fatos que deram início à operação.

Ouça, ao clicar no link abaixo, o áudio da entrevista coletiva, realizada nesta segunda, na Superintendência da PF em SP:

Audio - Coletiva de Imprensa
  Setor de Comunicação Social da PF em São Paulo, tel: (11) 3538-5013 ou 5030

http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2012/11/operacao-durkheim-desarticula-quadrilha-que-vendia-informacoes-sigilosas

ATUALIZAÇÃO.
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Marli Moreira - Agência Brasil  Atualizado em 26.11.2012 - 13h39.
 
São Paulo- A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (26) a Operação Durkheim, na tentativa de acabar com duas organizações criminosas que agiam na venda de informações sigilosas e em crimes contra o sistema financeiro nacional.
A PF cumpriu 87 mandados de busca e apreensão e prendeu 33 pessoas, nos estados de São Paulo, Goiás, Pernambuco, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
O inquérito policial foi instalado em setembro de 2009, quando o órgão passou a investigar o suicídio de um policial federal na cidade de Campinas. Durante os trabalhos, suspeitou-se de que havia um esquema de utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, com o objetivo de extorquir políticos, suspeitos de participar em atos de fraudes em licitações.
Em nota, a PF salientou que “no decorrer do inquérito, foram identificadas duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos criminosos”.
Os investigadores da PF descobriram a existência de uma grande rede de espionagem ilegal. Os criminosos que se apresentavam como detetives particulares vendiam informações sigilosas que eram repassadas, ilegalmente, por pessoas com acesso a banco de dados como, por exemplo, funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Na lista de vítimas, estão políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais atuaram na Operação que além das prisões, também cumpriu 34 mandados de coerção coercitiva – quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo e 67 acusados serão indiciados.
Os acusados vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, por interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro. As penas variam de um a 12 anos de prisão.

Morre o comunista Sérgio Miranda.



ex-deputado federal Sérgio Miranda

Do sítio Vermelho
O ex-deputado federal Sérgio Miranda morreu nesta madrugada de segunda-feira (26), em Brasília, vítima de câncer. 

O velório ocorrerá em Brasília e o enterro, que também será em Brasília, acontecerá na manhã desta terça-feira (27). Ele vinha lutando contra um câncer de pâncreas. O político concorreu à Prefeitura de Belo Horizonte nas eleições de 2008 e, atualmente, trabalhava na Fundação Alberto Pasqualini.

Em depoimento na rede social Facebook, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) falou que "é com muita tristeza que o país registra a perda dese grande companheiro. Sérgio deixou as fileiras do partido, mas nunca deixou de ser um guerreiro, lutador e afetuoso amigo de todos nós.
 
Tem sua história revolucionária umbilicalmente ligada à história do nosso partido dos piores momentos de restrição de liberdade e risco de vida para os militantes comunistas. Riscou este país de norte a sul construindo nossa organização e faleceu acreditando no Brasil. Perdemos um verdadeiro brasileiro", externou a parlamentar.

O editor do Vermelho, José Reinaldo Carvalho, também lamentou a perda de Miranda. "O falecimento do camarada Sérgio Miranda acarreta grande perda para os comunistas e revolucionários.


Sérgio foi um querido amigo e um dos meus mestres na minha militância no PCdoB, homem de cultura e de visão ampla sobre os problemas que afligem a humanidade na nossa época, por isso era intelectualmente inquieto, inquietação que era um estímulo ao saber e à luta. Minha homenagem, minha saudade", expressou o dirigente.

Sérgio Miranda era professor e nasceu em Belém (PA). Foi deputado federal por Minas Gerais por quatro mandatos (1993 a 2006) e chegou a ser indicado como um dos mais influentes da Câmara pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
 
Destacou-se principalmente pelo seu trabalho nas áreas orçamentária, previdência, direitos sociais e trabalhistas. Sérgio Miranda foi militante do Partido Comunista do Brasil durante quase cinco décadas e exerceu vários mandatos como membro do Comitê Central e da Comissão Política.

Ele também foi vereador em Belo Horizonte entre 1988 e 1992. Assumiu como deputado após renúncia de Célio de Castro (PSB), que tornou-se vice-prefeito da capital mineira. Durante sua jornada, Miranda militou contra a ditadura e tinha atuação forte na área do orçamento.
 

A Embraer parte para o Ataque, agora irá construir Navios de Guerra.

Empresa quer fabricar navios e acaba de fechar contrato para monitorar fronteiras brasileiras.
26.11.2012 - Melina Costa e Roberto Godoy. Jornal estadao.com.br.
“Se fazemos avião, por que não navio?” é assim que Luiz Carlos Aguiar, presidente da embraer Defesa e Segurança, introduz a estratégia da companhia de entrar em uma nova área: a dos navios de guerra.

Os planos foram revelados ao Estado ao mesmo tempo em que a companhia se prepara para começar um de seus mais ambiciosos projetos na área de defesa. Ainda hoje, a empresa anuncia que fechou um contrato com o Exército para implementar a primeira fase do Sisfron, o sistema de monitoramento das fronteiras brasileiras, um projeto que deve consumir, ao todo, R$ 12 bilhões. A fração inicial, porém, a cargo da Savis Tecnologia e Sistemas e da OrbiSat (ambas controladas pela embraer Defesa e Segurança) é de R$ 839 milhões.

Mas o que explica essa profusão de projetos inéditos na história da companhia conhecida por seus aviões? Parte da explicação está no renascimento do setor militar do Brasil, que se deu em 2008, quando o governo criou a Estratégia Nacional de Defesa. 

Só em 2011, o governo investiu R$ 74 bilhões na área de defesa, 23% mais que o valor de 2010. A outra razão está na lógica da própria Embraer: segundo a empresa, fazer navios não é muito diferente de fabricar aviões. E o mesmo, por incrível que pareça, vale para o sistema de monitoramento de fronteiras.

Explica-se: ao construir suas aeronaves, a Embraer basicamente integra fornecedores de 60 mil itens de modo a atingir prazo e custo esperados. Quando a empresa moderniza equipamentos de outros fabricantes, o processo é semelhante. Esse é o caso dos caças F5 da americana Northrop, usados pela Força Aérea Brasileira (FAB). A estrutura dos aviões é pouco alterada, mas o miolo é completamente transformado, com a troca dos componentes eletrônicos.

É exatamente essa expertise - de integrar fornecedores ao redor de um projeto vultuoso - que a companhia espera adotar; na construção de embarcações.

Para que o plano saia o papel, porém, a empresa precisa de um parceiro responsável pelo casco e já começou a negociar com estaleiros nacionais e estrangeiros. O alvo das ambições da Embraer é o Programa de Reaparelhamento da Marinha, que, entre outros objetivos, anunciou a aquisição de 27 navios-patrulha de 500 toneladas no valor estimado de R$ 65 milhões cada. Até agora, apenas sete dessas embarcações foram encomendadas.

No Sisfron, a lógica da integração de diferentes sistemas também se aplica. Nesse caso, não se trata de reunir as partes de um produto único, como um navio ou um avião, mas um, conjunto de produtos e serviços que vão desde o sensoriamento de uma extensão de 650 quilômetros até o desenvolvimento de software e treinamento de equipes. “A integração do todo é o grande diferencial da Embraer. Aviões, muitos fazem, mas nós agregamos valor ao integrar sistemas complexos”, diz Marcus Tollendal, presidente da Savis, controlada da Embraer.

Guinada - Diante das oportunidades na área de defesa, a Embraer criou, há dois anos, uma unidade autônoma dedicada a esse mercado. Hoje, a divisão já é responsável por 18% da receita da companhia e deve atingir um faturamento de US$ 1 bilhão até o fim do ano. 

No terceiro trimestre, o negócio foi o que mais cresceu na comparação com o mesmo período de 2011, contribuindo fortemente para o aumento da margem bruta, que atingiu seu maior nível nos últimos quatro anos. Esse resultado é especialmente bem-vindo no momento em que a carteira de pedidos firmes de aeronaves comerciais da Embraer está em queda. Só no último ano, foram 70 aviões a menos, segundo os analistas do banco JP Morgan.

Uma breve retrospectiva dá uma ideia do tamanho da aposta da Embraer em Defesa. Em dois anos, a companhia adquiriu o controle de duas empresas, 50% de participação em uma terceira e criou outras duas. A Embraer trabalha hoje na construção de um satélite e está em fase avançada no desenvolvimento do cargueiro KC-390, uma aeronave que deve levar sua unidade de defesa para um novo patamar.

Até agora, o avião militar mais vendido da Embraer atua em um mercado de US$ 3 bilhões. Para o KC-390, o potencial apenas na reposição de aeronaves antigas, é de US$ 50 bilhões. “Em até dez anos, o KC-390 deve representar um terço da receita da divisão”, diz José Antônio Filippo, diretor financeiro da Embraer.

A nova Embraer - Na opinião de especialistas, os investimentos em defesa são, a princípio, benéficos para a empresa. “A companhia diversifica seus produtos e cria um núcleo propulsor de tecnologia, que pode ser usada para tornar a aviação comercial mais competitiva”, diz Augusto Assunção, sócio da consultoria PwC no Brasil e especialista no setor aeroespacial. “Ainda mais, os projetos de defesa, por serem longos e ligados a governos, tendem a ser uma fonte de recursos mais sustentável.”

Mas nem todos compartilham do otimismo. “O movimento em direção à defesa é bom - o que me preocupa é que essa pode ser uma reação aos resultados fracos da área comercial”, diz Stephen Trent, analista de aviação do Citi. Os aviões comerciais são responsáveis por 67% da receita da Embraer - e continuarão sendo o carro-chefe da companhia. O problema é que, ao passo em que as demais fabricantes registram recorde de pedidos, a Embraer amarga uma queda de 40% em sua carteira firme desde o pico, alcançado em 2008. 

Por trás desse resultado está uma mudança recente no mercado de aviação, que tem demandado aeronaves maiores que os modelos Embraer. A companhia acredita na recuperação de sua carteira diante de novos pedidos das aéreas americanas - até lá, porém, analistas e investidores estrangeiros mantém cautela em relação aos resultados da empresa, independentemente dos avanços da defesa. Um dado ajuda a entender o porquê.

Segundo Trent, as empresas de defesa são negociadas na bolsa por um valor 12% inferior às empresas de aviação comercial. Do ponto de vista dos investidores, muita proximidade com o governo pode trazer reveses.

Polícia Federal acaba de prender presidente da Federação Paulista de Futebol.

Nesta madrugada, agentes da Polícia Federal cumpriram busca e apreensão na casa de Marco Polo del Nero, que é presidente da Federação Paulista de Futebol e era cotado para assumir a presidência da CBF na Copa de 2014; diversos documentos foram apreendidos e ele está, neste momento, prestando depoimento; deve continuar detido; clima é de guerra na instituição; Del Nero já havia sido investigado por Protógenes Queiroz, que depois se tornou consultor da CBF e hoje, como deputado federal, tenta criar a "CPI da PF".
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26 de Novembro de 2012 às 08:58
247 - A Polícia Federal acaba de deflagrar mais uma operação bombástica. Nesta madrugada, foi preso, em sua residência, em São Paulo, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo del Nero, que é um dos cartolas mais influentes do País e vinha sendo cotado para assumir o comando da CBF em 2014, ano da Copa do Mundo. Vice da CBF, ele era o homem natural na sucessão de José Maria Marín.

Os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa nesta manhã e recolheram computadores e documentos, antes de levá-lo à superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, onde ele presta depoimento nesta manhã. Não se sabe se ele será liberado ou se continuará preso. Ao que tudo indica, continuará detido.

Del Nero é ligadíssimo ao ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira. No passado, tanto ele como Teixeira foram acossados pelo então delegado Protógenes Queiroz, que investigava a chamada Máfia do Apito. Depois disso, Protógenes se tornou consultor da CBF, na Suíça, e o caso foi esquecido.

Ao que tudo indica, a operação foi conduzida pela ala da PF que é rival de Protógenes. Hoje, o superintendente é Roberto Troncon, que ajudou a afastá-lo, na época da Satiagraha. Protógenes, que é deputado federal (PC do B/SP) vinha recolhendo assinaturas para criar a "CPI da Polícia Federal". Clima na instituição é de guerra.

Na sexta-feira passada, a PF deflagrou a Operação Porto Seguro, que desarticulou uma quadrilha especializada na venda de pareceres jurídicos de órgãos estatais. Nela, até a ex-secretária de Lula, Rosemary Nóvoa de Noronha, foi atingida.

O delegado Roberto Troncon foi também o responsável por esta operação e é um dos principais defensores da autonomia da Polícia Federal em relação ao próprio Ministério da Justiça, transformando a PF numa instituição de Estado e não de governo.


ATUALIZAÇÃO

Presidente da FPF nega estar envolvido com máfia do apito: “O que aconteceu na PF não tem nada com o futebol”

O Blog do Boleiro falou com o Presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero. 

Ele já tinha deixado a Polícia Federal de São Paulo onde depôs depois de ter sua casa invadida pela PF que recolheu documentos.

O dirigente da FPF garante que o caso em que está envolvido não tem relação com o mundo da bola. “Isto aconteceu de manhã e não tem nada a ver com futebol. 

Não tenho nada a temer. 

São motivos particulares. 

Fui á Polícia Federal para dar esclarecimento.

E não tem nada a ver com o escritório de advocacia”.

Del Nero seguiu para o Aeroporto de Congonhas. Ele participa da abertura da Soccerex. no Rio de Janeiro, com o presidente da CBF, José Maria Marin.

Fonte:http://terramagazine.terra.com.br/blogdoboleiro/blog/2012/11/26/presidente-da-fpf-nega-estar-envolvido-com-mafia-do-apito-o-que-aconteceu-na-pf-nao-tem-nada-com-o-futebol/