PF prende 33 pessoas em cinco estados e no Distrito Federal.
São Paulo/SP – A Polícia Federal
deflagrou hoje (26) a Operação Durkheim, com o objetivo de desarticular
duas organizações criminosas, uma especializada na venda de informações
sigilosas e outra voltada à prática de crimes contra o sistema
financeiro nacional.
Trinta e três pessoas foram presas e 87 mandados de
busca e apreensão foram cumpridos nos estados de São Paulo, Goiás,
Distrito Federal, Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro.
O inquérito policial teve início em
setembro de 2011 para investigar os desdobramentos da investigação do
suicídio de um policial federal na cidade de Campinas, em dezembro de
2010. O fato apontou a possível utilização de informações sigilosas,
obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de
envolvimento em fraudes em licitações.
No decorrer do inquérito, foram
identificadas duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo
independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que
atuava com os dois grupos criminosos.
Segundo as evidências trazidas ao
inquérito, foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta
por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado
como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso
aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de
telefonia, bancos e servidores públicos. Dentre as vítimas há políticos,
desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
A outra organização tinha como
atividade principal a remessa de dinheiro ao exterior por meio de
atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais
participam da operação para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34
mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar
depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, em
cinco Estados (GO, SP, PA, PE e RJ), todos expedidos pela 2ª Vara
Criminal Federal de São Paulo. Sessenta e sete pessoas serão indiciadas.
Os investigados responderão, na medida
de suas ações, pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa,
corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação
telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de
quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco
Central do Brasil, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1
a 12 anos de prisão.
* A operação foi batizada de
Durkheim, intelectual francês, um dos pais fundadores da sociologia,
que escreveu o livro “O Suicídio”, em alusão aos fatos que deram início
à operação.
Ouça, ao clicar no link abaixo, o áudio da entrevista coletiva, realizada nesta segunda, na Superintendência da PF em SP:
Audio - Coletiva de Imprensa
Audio - Coletiva de Imprensa
Setor de Comunicação Social da PF em São Paulo, tel: (11) 3538-5013 ou 5030
http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2012/11/operacao-durkheim-desarticula-quadrilha-que-vendia-informacoes-sigilosas
ATUALIZAÇÃO.
........................................ Marli Moreira - Agência Brasil Atualizado em 26.11.2012 - 13h39.
São Paulo- A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (26) a Operação Durkheim, na
tentativa de acabar com duas organizações criminosas que agiam na venda de
informações sigilosas e em crimes contra o sistema financeiro nacional.
A PF
cumpriu 87 mandados de busca e apreensão e prendeu 33 pessoas, nos estados de
São Paulo, Goiás, Pernambuco, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
O inquérito policial foi instalado em setembro de 2009, quando o órgão passou
a investigar o suicídio de um policial federal na cidade de Campinas. Durante os
trabalhos, suspeitou-se de que havia um esquema de utilização de informações
sigilosas, obtidas em operações policiais, com o objetivo de extorquir
políticos, suspeitos de participar em atos de fraudes em licitações.
Em nota, a PF salientou que “no decorrer do inquérito, foram identificadas
duas organizações criminosas atuando em paralelo e de modo independente. As duas
tinham como elo uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos
criminosos”.
Os investigadores da PF descobriram a existência de uma grande rede de
espionagem ilegal. Os criminosos que se apresentavam como detetives particulares
vendiam informações sigilosas que eram repassadas, ilegalmente, por pessoas com
acesso a banco de dados como, por exemplo, funcionários de empresas de
telefonia, bancos e servidores públicos. Na lista de vítimas, estão políticos,
desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
A outra organização tinha como atividade principal a remessa de dinheiro ao
exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais atuaram na Operação que além das prisões,
também cumpriu 34 mandados de coerção coercitiva – quando a pessoa é levada para
prestar depoimento e depois é liberada. Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara
Criminal Federal de São Paulo e 67 acusados serão indiciados.
Os acusados vão responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção
ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, por interceptação
telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha,
realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central do Brasil,
evasão de divisa e lavagem de dinheiro. As penas variam de um a 12 anos de
prisão.
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