quinta-feira, 23 de maio de 2013

PMDB surpreende governo com a CPI da Petrobras.

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Depois de o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), ameaçar a derrubada da MP dos Portos, partido consegue 199 assinaturas para protocolar investigação contra a estatal, comandada por Graça Foster; ela compareceu ontem à Câmara para prestar esclarecimentos sobre a aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas; o autor do requerimento, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), que tentou ser ministro e não conseguiu, ganhou o apoio de deputados do PP e do PR, além das bancadas de oposição; ruptura à vista?

23 de Maio de 2013 às 06:36

247 - Uma semana depois de ameaçar a derrubada da MP dos Portos, o Palácio do Planalto foi surpreendido no início dessa noite pelo PMDB com a informação de que a base aliada já protocolou na Câmara dos Deputados a CPI da Petrobras. Ao todo, 199 assinaturas foram conferidas. Para a instalação de uma CPI são necessárias pelo menos 171 assinaturas. A informação é do blog do Camarotti.

O autor do requerimento, o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), trabalhou em silêncio nas últimas semanas e ganhou o apoio de deputados do PP e do PR, além das bancadas de oposição. Quintão era cotado para assumir o Ministério da Agricultura, mas foi vetado pelo PT de Minas Gerais. 

Para o Planalto, assim como aconteceu na reforma dos Portos, o novo impasse tem o dedo do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

Ontem, a presidenta da Petrobras, Graça Foster participou de audiência pública na Câmara dos Deputados para falar sobre o desempenho da companhia e prestar esclarecimentos sobre a aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos).

O negócio trouxe prejuízo de 1 bilhão de dólares na gestão de Sergio Gabrielli. Ela reafirmou que a compra da refinaria norte-americana seguiu orientações positivas à época, em 2006, e que as perdas provenientes do negócio foram provocadas, principalmente, pela crise financeira mundial ocorrida em 2009.

Graça Foster admitiu que no atual cenário, a empresa não repetiria a operação. “O prejuízo em Pasadena decorreu dessas perdas de margens do refinador. Quando olho para trás, [com base] no que estamos construindo no Brasil, fica mais fácil dizer que não faria. Esse é um ponto que precisa ser colocado. Quando se tem no retrovisor tudo de bom e tudo de ruim, é fácil dizer que não faria. Mas não faz sentido dizer que faria Pasadena hoje.”

Apesar de colocar panos quentes na crise com a base governista, Nos bastidores, o governo temia que os peemedebistas ainda estivessem preparando alguma retaliação ao Planalto.

Na segunda-feira, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou que o governo tem se esforçado para manter um bom entendimento com senadores e deputados aliados.

"Nós continuamos fazendo tudo que está em nosso alcance para manter boa relação com a base aliada", disse a ministra, minimizando eventuais problemas na articulação política com o Congresso.

Ideli se reuniu com líderes da base e fez um apelo pela votação de novas medidas provisórias prioritárias para o governo e que perdem validade no início de junho.


Editais do MinC para cultura negra são suspensos pela justiça, que viu “racismo”

Postado por Daniela Novais
 
Crédito : Marcelo Camargo/ABr
A Justiça Federal suspendeu os editais de incentivo à cultura negra lançados pelo Ministério da Cultura (MinC) em novembro de 2012, justificando que eles representam prática racista. A decisão, do juiz José Carlos do Vale Madeira, da 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, foi publicada no Diário Oficial de segunda (20). Segundo ele, o MinC “não poderia excluir sumariamente as demais etnias” e que os editais “destinados exclusivamente aos negros abrem um acintoso e perigoso espectro de desigualdade racial”. 

O processo foi movido como ação popular pelo escritório do advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho, do Maranhão, citando como réus a União Federal, a Funarte e a Fundação Biblioteca Nacional. “O edital tem uma natureza racista. Por que ele é apenas para pessoas negras e não para brancos ou índios, por exemplo? É uma proposta que gera preconceito”, diz Pedro Eduardo Ribeiro de Carvalho, gerente jurídico do escritório de Pedro Leonel.

Editais - Os editais tinham valor total de R$ 9 milhões e foram a principal novidade da gestão de Marta Suplicy, que assumiu a pasta há nove meses prometendo políticas de inclusão. Os editais suspensos foram: Apoio para Curta-Metragem — Curta Afirmativo: Protagonismo da Juventude Negra na Produção Audiovisual; Prêmio Funarte de Arte Negra; Apoio de Coedição de Livros de Autores Negros; e Apoio a Pesquisadores Negros. O primeiro é de gestão da Secretaria do Audiovisual (SAv) do MinC, o segundo, da Funarte, e os dois últimos, da Fundação Biblioteca Nacional.

Todos eles já haviam encerrado suas inscrições e deveriam anunciar os projetos habilitados no início do segundo semestre.

Reparação - Para Humberto Adami, diretor do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (IARA), a decisão é e equivocada. “Deixa de reconhecer a Constituição Federal, o Estatuto da Igualdade Racial e tratados internacionais de combate à discriminação racial que são assinados pelo Brasil desde 1960, no sentido de combater o racismo e fomentar a inclusão dos afrodescendentes, que historicamente sofrem exclusão”, disse completando que a medida se insere no princípio das ações afirmativas.

Já Antônio Costa Neto, técnico administrativo do IARA, lembra que o racismo no Brasil em relação ao negro é uma questão histórica e a decisão não considera a necessidade de políticas afirmativas e de reparação. “Houve racismo durante a escravidão, posteriormente com a teoria de branquear a população e depois como política pública na educação e também na imigração. 

Então hoje tentamos desconstruir o racismo através de políticas públicas afirmativas. O magistrado leva em consideração o momento atual, que não admite prática de racismo, mas deve considerar também esses fatos históricos. Se fizermos um recorte racial, há poucos produtores negros com acesso a essas política públicas”, afirmou.

MinC vai recorrer - Em nota, o MinC informou que vai apresentar recurso à decisão: “O edital da SAv é legal, constitucional e há segurança na regularidade da política. O mesmo entendimento têm as áreas jurídicas da Funarte e Fundação Biblioteca Nacional, que também entrarão com recurso”.

Os editais foram lançados em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra e Marta disse na época que o objetivo era de facilitar o acesso a verbas por parte de artistas e produtores que lidam com a cultura negra, cujos projetos seriam, de acordo com o MinC, pouco acolhidos pelas políticas usuais de patrocínio.

Com informações do jornal O Globo.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Sexo ultraortodoxo: psicanalista lança manual para judeus.

Sexo é um assunto delicado, mas entre judeus ultraortodoxos pode ser mais sensível ainda. Para tentar quebrar um pouco o tabu que gira em torno do tópico, um terapeuta em Jerusalém elaborou um manual de sexo específico para esta comunidade

Até um tempo atrás havia uma sex shop no caminho para o consultório do Dr. David Ribner, o autor do livro, no centro de Jerusalém. A placa ainda está lá, com letras garrafais vermelhas: “Sex shop, Sex, Love”, mas mal dá para ler porque o letreiro foi danificado.

A loja fechou e atualmente há somente um sex shop na cidade, o que não é surpresa diante do grande número de devotos religiosos.

Ribner nasceu nos Estados Unidos e em Nova York foi ordenado rabino e fez doutorado em Trabalho Social. Posteriormente mudou-se para Israel, onde há 30 anos trabalha como terapeuta atendendo judeus devotos. Ele também fundou um programa de treinamento de terapia sexual na Universidade de Bar-Ilan, em Tel Aviv.

Ele acredita que a publicação de um manual de sexo para judeus ortodoxos já devia ter sido feita há muito tempo.

Tabu

Meninos e meninas ultraortodoxos estudam em escolas separadas com pouca ou nenhuma educação sexual e têm pouca interação com o sexo oposto até a noite do casamento, em que espera-se que consumam a união.

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Psicanalista lança manual de sexo para judeus ultraortodoxos (Foto: Reprodução)
O contato físico entre homens e mulheres – até mesmo um simples apertar de mãos – só é permitido entre marido e esposa ou entre parentes próximos. Acesso a filmes e à internet é geralmente restrito.

“Nós gostaríamos que o livro fosse uma referência para que as pessoas dissessem ‘eu não sei nada (sobre sexo) e quero aprender alguma coisa’”, diz o psicanalista.

O The Newlywed’s Guide to Physical Intimacy (Guia de Intimidade Física para recém-casados, em tradução livre), que Ribner escreveu juntamente com o pesquisador ortodoxo Jennie Rosenfeld, começa com o básico, explicando, por exemplo, como as formas dos corpos de homens e mulheres são diferentes.

Segundo Ribner, o judaísmo encara o sexo como algo positivo entre marido e mulher, e espera-se que o casal tenha muitos filhos. Mas conversar sobre o assunto é ainda um grande tabu.
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“O sexo só é apropriado no contexto de casamento”, diz Ribner. “Mas ninguém fala sobre assunto, tornando o diálogo algo muito difícil”.

Envelope selado

Folheie as páginas do guia e você não verá ilustrações. Mas um envelope selado colado na aba de trás adverte os leitores que dentro há “figuras sobre sexo”.

O psicanalista abre o envelope e me mostra o que há dentro: três desenhos de posições sexuais básicas.

“Nós queríamos dar às pessoas uma ideia de não somente onde colocar seus órgãos sexuais, mas também suas pernas e braços”, diz Ribner. “Se você nunca assistiu a um filme, nunca leu um livro, como vai saber?”, indaga.

sexo judeus manual livro

Ilustrações trancadas em envelope na aba traseira do livro mostram posições sexuais
O livro tem linguagem direta, tocando em assuntos que podem ser delicados, como masturbação e sexo oral.

O sexólogo Nachshon David Carmi, baseado em Jerusalém, está acumulando cópias do guia em seu consultório e aconselha a leitura para seus pacientes.

Ele avalia que o silêncio sobre sexo cria uma “barreira de vergonha” e que os que procuram se educar sexualmente podem ser vistos como “subversivos e rebeldes”.

O livro de Ribner foi lançado no ano passado em inglês e será publicado em hebraico nas próximas semanas, tornando-o mais acessível ao público em Israel.

Quando a nova edição chegar às livrarias, deve provocar “um estrondo”, acredita Menachem Friedman, professor e sociólogo que já escreveu vários livros sobre a comunidade judaica ultraortodoxa.

“Eu acredito que a reação será extremamente negativa”, prevê.

Para testar possíveis reações, eu levei uma cópia do livro a um centro de estudos judaico ultraortodoxo, onde encontro um homem de 22 anos de barba usando um chapéu preto típico. Entramos numa salinha e mostro o guia de sexo.

“Eu não conheço nenhum livro deste tipo por aqui, mas acho que há a necessidade de explicar este tópico e entendê-lo”, acrescenta.

Ele me leva para o andar de cima, onde não há ninguém, para dar uma olhada nas ilustrações.

Assim que ele começa a manusear os desenhos, muda de ideia e os enfia de volta no envelope. “Eu ainda não sou casado”, diz ele. “Vou esperar a minha hora”.


Matéria Lincada de: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/sexo-ultraortodoxo-psicanalista-lanca-manual-para-judeus.html

Ninguém está a salvo... Bandidos levam R$ 23 mil do jornal O Imparcial em São Luís.

 
Um funcionário identificado apenas por Edimilson, acaba de ser vítima de assalto.
 
Edimilson exerce a função de gerente de circulação na empresa jornalística e foi vítima do assalto dentro do próprio jornal.

De acordo com informações, ele teria sido seguido por dois elementos a partir de uma agência bancária de São Luís, onde fazia uma movimentação bancária.

Só quando chegou à recepção, ele percebeu que estava sendo seguido. 

Ele tentou acelerar os passos, mas os elementos agilizaram na ação e o abordaram.

Eles levaram cerca de R$ 23 mil que estava sendo conduzido por Edilson. 

Imagens internas do sistema de monitoramento da empresa já estão em poder da polícia, que já está em busca dos autores.

War-in-MA. São Luís, taxista reage a assalto, mata um dos assaltantes e é assassinado.




 
Foi assassinado a tiros, o taxista Filomeno Almeida dos Anjos, 77 anos, que morava na Vila Embratel, ele reagiu a um assalto a mão armada, na noite de segunda-feira (20). 

O crime ocorreu no bairro Parque Pindorama, o motorista conhecido popularmente como Carioca, era dono de um táxi-lotação.  

Segundo a Polícia Militar a vítima foi assaltada por pelo menos quatro homens. 

Antes de ser atingida com pelos menos três tiros, a vítima conseguiu esfaquear um dos ladrões, que morreu a caminho do hospital. 

Três suspeitos foram presos na manhã de ontem, na mesma localidade onde o taxista morava, sendo apresentados nesta terça-feira (21), na Secretaria de Segurança Publica do Maranhão.

Os suspeitos apresentados são: O ex-presidiário Handerson Melo Silva, “o andersinho”, 22 anos; Kaic Wiliam Gomes, 20 anos, este considerado líder de uma quadrilha em roubar residências e mansões; e Jhonny Kelson Costa, 21 anos, são os principais suspeitos.

O crime ocorreu no Parque Pindorama. O autor dos disparos que mataram o taxista teriam sido Ulisses Barros Câmara, 24 anos, atingido com uma facada aplicada pelo taxista Filomeno, ao reagir ao assalto.

As prisões foram efetuadas pelo Serviço de Inteligência da Polícia Militar. Segundo os policiais o grupo se encontrava na Praia Grande quando contrataram uma corrida no taxi de Filomeno até o Parque Pindorama.

Ao chegaram a uma das ruas anunciaram o assalto e seu desfecho trágico. De acordo com a polícia, os três acusados de matar o taxista são suspeitos de vários assaltos e roubos a residências na capital. Eles costumam agir sempre com muita violência.


Segundo a polícia os três  elementos foram presos na área Itaqui-Bacanga, sendo dois na Vila Embratel e outro na Vila Mauro Fecury. Pode haver mais prisões a qualquer momento, já que os suspeitos de participarem do latrocínio,  informaram à policia que o alvo não foi escolhido por acaso.


A ação teria sido encomendada por uma pessoa identificada como Frank.

Matéria com informações:  

 http://imirante.globo.com/oestadoma/noticias/2013/05/22/pagina247241.asp

http://www.gazetadailha.com.br/2013/05/21/presos-acusados-de-matarem-taxista-a-tiros-no-pindorama-em-sao-luis/

Leia Também: 

Policial Federal é Baleado em São Luís - VÍDEO! Após assalto, Policial é ferido no Parque dos Nobres.  http://maranauta.blogspot.com.br/2013/05/policial-federal-e-baleado-em-sao-luis.html

Asteróide recém descoberto passará bem próximo da Terra. Serão quatro até o final deste mês!

A Terra e o asteroide podem ser vistos
A Terra e o asteróide podem ser vistos juntos no canto inferior esquerdo, logo acima do texto em branco, mostrando as distâncias entre a Terra (Earth) e o asteróide (0,008 Unidades Astronômicas) e a distância entre a Terra ao Sol.

Mais um asteróide descoberto há poucos dias (16 de maio), batizado de 2013 KB, passará “muito próximo” da Terra, considerando-se as distâncias cósmicas, nesta quarta-feira, 22 de maio.

De acordo com o gráfico apresentado pela NASA, este corpo celeste acompanhará a Terra em sua aproximação máxima por cinco horas, à distância de somente 0,008 U.A., ou seja, 1.200.000 km (1 Unidade Astronômica equivale à distância média entre o Sol e a Terra). 

Código de condição se mantém em 8.
Código de condição (condition code) se mantém em 8 e os dados não foram atualizados desde sua descoberta (até a data desta publicação).
Não confundam este asteróide com o 2002 OD20 ou ainda o 2004 BV102 e o 1998 QE2, que terão suas aproximações máximas à Terra mais para o final do mês, porém passarão mais afastados de nosso planeta.  


E em junho tem mais, mas serão assuntos para outro artigo, caso passem muito próximos de nós.


Só para registrar, como já foi comentado aqui no OVNI Hoje anteriormente, nos parece que a intensidade de rochas espaciais que têm passado próximas à Terra aumentou consideravelmente nos últimos dois anos, embora os cientistas afirmem que esta incidência seja normal.

Biblioteca Nacional - Um mundo de livros.

Por Lilia Diniz em 16/05/2013 na edição 746.

No segundo programa comemorativo dos 15 anos do Observatório da Imprensa exibido pela TV Brasil, Alberto Dines entrevistou o novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, o cientista político Renato Lessa. 

Maior biblioteca da América Latina, a instituição ocupa o posto de uma das dez mais importantes bibliotecas d o mundo, com um acervo de cerca de nove milhões de peças. Professor titular de Teoria Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lessa é presidente do Instituto Ciência Hoje e pesquisador associado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

A edição de terça-feira (14/5) do OI na TV coincidiu com a Semana do Proibido, período em que a TV Brasil tratou de temas que foram censurados durante a ditadura militar. Dines ressaltou que o embargo dos anos de chumbo não ocorreu por acaso. “Nos primeiros 308 anos da nossa existência estivemos submetidos a três censuras simultâneas e sincronizadas – uma censura inquisitorial, outra censura eclesiástica e a terceira censura da coroa portuguesa. Este prolongado sufoco precisa ser lembrado e relembrado para jamais ser repetido”, disse Dines, em editorial (íntegra abaixo). Para ele, a biblioteca não pode ser apenas um gigantesco armazém de livros e periódicos.

A reportagem exibida no programa entrevistou Mônica Rizzo, diretora Centro de Referência e Difusão. Ela explicou que a Biblioteca Nacional teve origem na coleção privada da realeza portuguesa, e que chegou ao Brasil entre 1810 e 1811, após a vinda da família real. “Essa biblioteca, antes disso, tinha sofrido um processo de perda muito grande durante o terremoto que ocorreu em Lisboa em 1755. 

A coleção foi praticamente quase toda destruída e foi refeita na administração do Marquês de Pombal. O conjunto que veio para o Brasil tinha cerca de 60 mil peças”, explicou Mônica. “Essa coleção é diariamente enriquecida por força da legislação do depósito legal, que obriga os editores e autores a enviarem à Biblioteca Nacional um exemplar de tudo o que é publicado no país. E dessa forma nós temos condições de formar aquilo que chamamos de memória nacional.”

Raridades na rede - A instituição detém uma série de documentos emblemáticos do país, como a Carta de Abertura dos Portos às Nações Amigas. No setor de iconografia, destaca-se a Coleção Thereza Christina Maria, doada pelo imperador Dom Pedro II: “Essa coleção tem um parcela que foi reconhecida como Memória do Mundo pela Unesco. É um retrato da segunda metade do século XIX como nenhum outro dentro de uma única instituição”, disse Mônica. “Temos também mapas do século 16, 17 e 18, inclusive muitos mapas únicos. 

Temos também livros impressos ainda no século 15, ou seja, incunábulos. Entre eles eu destaco A Bíblia de Mogúncia, que é o impresso mais antigo que se conhece no Brasil. Também temos uma coleção completa da Gazeta do Rio de Janeiro, que foi o primeiro periódico publicado no Brasil. Além de também termos uma coleção completa do Correio Braziliense, que foi o primeiro jornal brasileiro, mas esse publicado em Londres.”

Um dos destaques da instituição é a Biblioteca Digital, que vem sendo aperfeiçoada desde 2006. Há nove meses, foi lançada a Hemeroteca Digital Brasileira, na qual mais de 1.600 jornais e revistas estão disponíveis, em um total de 7 milhões de páginas. O site chega a ter 400 mil acessos mensais. “É um projeto magnífico, todo mundo que entra nele para pesquisar se torna, de alguma forma, dependente porque são tantas frentes que você abre viajando nesse conjunto de periódicos brasileiros... 

A proposta da Biblioteca Nacional foi digitalizar títulos, coleções completas de jornais brasileiros que já estivessem em domínio público, ou seja, jornais e revistas extintas, para proporcionar ao público uma pesquisa facilitada”, contou Mônica Rizzo. A maior parte do acervo está sendo digitalizada a partir dos microfilmes já existentes, em um processo que chega a produzir 20 mil imagens por dia.

Entre as preciosidades do século 19 estão as coleções do Correio Braziliense, da Gazeta do Rio de Janeiro e do Revérbero Constitucional Fluminense, entre outras. O pesquisador pode acessar também exemplares de importantes revistas, como a Semana Illustrada e a Revista Illustrada. Estão disponíveis jornais que marcaram o século 20: A Noite, A Manhã, Diário Carioca, Última Hora, Correio da Manhã e Jornal do Brasil. Também estão ao alcance de um clique as coleções das revistas O Malho, Revista da Semana, entre outras.

Através de uma ferramenta de buscas por palavras, o pesquisador pode chegar a dados nunca antes analisados. “Nós tivemos, recentemente, um depoimento de uma pessoa que está fazendo uma pesquisa sobre Ernesto Nazareth e ele me disse que está, com o apoio da Hemeroteca Digital, praticamente reescrevendo trechos da biografia do músico. Para nós, isso é uma satisfação enorme, porque o nosso trabalho é um trabalho silencioso”, comentou a funcionária da biblioteca.

Inferno escondido - Ana Virgínia Pinheiro, chefe do setor de Obras Raras, mostrou ao programa uma seleção de obras proibidas por valores morais, religiosos ou políticos que compõem a “Coleção Inferno”. As peças mais antigas datam do século 15 e as mais recentes chegam ao período da ditadura militar. “Uma das obras mais representativas desse conjunto é a edição de 1661 da Cidade de Deus,de Santo Agostinho. Esse exemplar pertenceu ao censor e tem várias passagens expurgadas, tornando quase impossível ler e compreender o sentido do texto. É uma edição em latim, uma edição fora de consulta pela impossibilidade do seu manuseio em função das técnicas de censura que foram impostas ao volume, que usou um tipo de tinta que desgasta. A intenção era efetivamente desgastar o suporte”, explicou Ana Virgínia.

Outro exemplo clássico de uma obra que ficou escondida é o Index Librorum Prohibitorum,uma relação de livros que foram proibidos na Espanha. “Na página preliminar tem um comentário de época, porque a inscrição é da época de publicação, 1667, e, segundo o censor, esse seria um índex falso, não seria um índex original. Teoricamente, o editor teria publicado um índice de obras proibidas, na visão dele, porque na verdade são obras que foram liberadas pelo rei, talvez para dar uma espécie de troco por ter sido censurado”, explicou Ana Virgínia. Embora o rei D. José tenha proibido uma série de obras, os exemplares censurados constavam em sua biblioteca, deixando claro que era quase impossível estabelecer um controle sobre o que era incorporado.

No debate ao vivo, Dines explicou que o aparato censório que a coroa portuguesa instalou no Brasil durante os três primeiros séculos de colonização impediu que o país desenvolvesse um circuito intelectual robusto. E mesmo depois que a corte foi transferida para o Rio de Janeiro, em 1808, o controle permaneceu. Nos séculos seguintes, períodos de mais liberdade alternaram-se com outros de forte censura, culminando com a ditadura militar imposta ao país entre 1964 e 1985. Renato Lessa disse que essa interdição à oportunidade de pensamento fez com que a cultura livresca no Brasil fosse, durante muito tempo, exclusiva de um segmento diminuto da população e tivesse pouca capacidade de se expandir. “O próprio sistema educacional não colabora nesse sentido. Ele faria com que a propagação da leitura se irradiasse por todo o país”, lamentou Lessa.

Durante o século 19, de acordo com Renato Lessa, o tipo de pensamento que vigorou nas elites intelectuais brasileiras era conhecido como ecletismo espiritualista. Era uma tentativa de reunir as diversas correntes filosóficas em uma perspectiva teológica. A ruptura com esse tipo de tradição religiosa só ocorreu no Brasil no fim do século 19, enquanto os europeus já experimentava esta separação desde o século 16. “No caso europeu, a ruptura com o espírito religioso e a afirmação da laicidade se deu concomitantemente com a dispersão do prelo: Gutenberg e os livros, a ideia de publicização do pensamento. 

No Brasil, nós tivemos episódios interessantes. Um dos primeiros intelectuais que rompem com essa tradição meio religiosa, mística, e começa a pensar o Brasil com paradigmas modernos, Tobias Barreto, publicou um jornal no interior do Sergipe em alemão, que ele mesmo lia”, relembrou o cientista social. A passagem para o espírito laico no Brasil não foi acompanhada pela conquista de novos adeptos e o pensamento permaneceu restrito à elite.

Tesouro para todo -  Dines comentou que a história da imprensa brasileira é pouco explorada e elogiou a iniciativa da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. Renato Lessa completou: “Esses mecanismos modernos de busca tornam a pesquisa muito mais simples. A minha história na Biblioteca Nacional começou nos anos 1970, pesquisando em jornais. 

Eu era estagiário do CPDoc da Fundação Getúlio Vargas, em 1975, e passei dois anos na Biblioteca fazendo pesquisas em jornais gaúchos sobre política gaúcha no final da década de 1920. E eram volumes imensos. Muitas vezes a própria manipulação quebrava os jornais, percebia-se que o suporte teria vida curta”, contou Renato Lessa. O primeiro passo dado pela Biblioteca Nacional para a preservação da coleção de livros e jornais foi a microfilmagem das edições.

“Há uma visão sobre a Biblioteca Nacional que não é errada, mas que devemos nuançar: que a Biblioteca Nacional é uma espécie de guarda de tesouros. É verdade. Há coisas ali que são preciosidades inestimáveis. O tesouro, por sua vez, só tem sentido na medida em que ele entra na cadeia de produção de conhecimento, na medida em que é aberto, investigado. Um material do século 15 vai ganhar vida se uma pergunta formulada no século 21 for dirigida a ele”, afirmou o presidente da instituição. “A ideia de tesouro remete também a algo que foi dado de presente.

Por isso, é importante refletir sobre o legado que se deixará para as gerações futuras e implementar a digitalização para divulgar o conhecimento.” As novas plataformas, como livros eletrônicos, e ferramentas de comunicação como twitter e e-mail serão usadas pelos arqueólogos do futuro para recompor o passado. “O livro digital entra nessa configuração desafiando uma ideia tradicional de acervo bibliográfico”, explicou Renato Lessa.

Dines questionou como a Biblioteca Nacional pode “se federalizar” de fato. Para Lessa, este processo pode ser feito pela via digital, estabelecendo alianças. Uma das parcerias bastante adiantadas é com a Biblioteca Brasiliana, da Universidade de São Paulo. “A ideia é trabalharmos na direção de um sistema de bibliotecas que digitalizam os seus acervos, de bases que são compatíveis em termos de plataformas e que sejam submetidas a instrumentos de busca comuns”, contou Renato Lessa. É importante que esse sistema permita a entrada de novos parceiros e de suportes diferenciados, como imagem em movimento.

Paraíso cheio de problemas - Lessa comentou que o escritor Jorge Luis Borges, nomeado diretor da Biblioteca Nacional da Argentina em 1955, costumava dizer que imaginava o paraíso sob a forma de uma biblioteca: “A imagem que eu tenho é um pouco uma combinação de Borges com Kafka. 

A biblioteca é um paraíso, mas ela também tem ar condicionado defeituoso, tem que fazer obras, e várias licitações para começar a fazer obras. Portanto, há toda uma série de providências de natureza prática e outras de natureza jurídica e burocrática que são imperativas e imediatas para que o paraíso tenha concretude, para que tenhamos um paraíso tangível. Há desafios muito grandes do ponto de vista material, que estão encaminhados”. Com a ajuda de parceiros como o BNDES e o governo federal, Lessa acredita que seja viável recuperar o prédio da instituição.

O novo presidente comentou a polêmica em torno da participação da biblioteca na Feira de Frankfurt. “A ideia de internacionalização da biblioteca estava associada à ideia de internacionalização do livro, o que fazia da Biblioteca Nacional uma espécie de produtora de eventos literários internacionais, que são fundamentais, importantes. O Brasil agora é o país homenageado na Feira de Frankfurt. Isso foi entendido pelo governo federal há dois anos como oportunidade de o Brasil fazer valer o seu talento, sua capacidade criativa. 

Mas a Biblioteca Nacional não é a melhor instituição para ser a produtora e a gestora de uma política desta natureza, que envolve uma complexidade muito grande”, ponderou Renato Lessa. A produção de um evento desse porte mobiliza uma grande energia dos funcionários, que deveriam estar orientados para a gestão interna da biblioteca. O governo federal e a iniciativa privada, na opinião de Lessa, são as melhores esferas para organizar eventos dessa natureza.

A revisão de situações como essa abre caminho para que a gestão possa focar em questões internas graves, como obras e qualificação de pessoal. Renato Lessa ressaltou que todo o “tesouro” depositado na Biblioteca Nacional depende do esforço dos funcionários. “A Biblioteca tem uma destreza técnica, que aos poucos eu vou descobrindo, e que deve ser mostrada”, disse. 

Planos de carreira e valorização salarial devem ser priorizados. “Eu estou confiante, estou animado. Eu não vou resolver todas essas coisas, evidentemente. Seria irresponsável dizer uma coisa dessas, mas tenho confiança de que vale a pena e que nós temos recursos internos na biblioteca para fazer com que ela dê um salto”, garantiu Renato Lessa.

Para ele, a instituição ocupa um lugar central na cultura brasileira e na produção de conhecimento no país. O desafio agora é passar a poder comprar novas peças para o acervo. Para isso, há uma longa batalha jurídica a ser enfrentada. Lessa comentou que a biblioteca planeja uma expansão física para um armazém no Cais do Porto do Rio, que será reformado com o apoio do BNDES. “Eu vou frequentar muito o BNDES com o pires na mão. Não só o BNDES. É preciso mobilizar o Estado brasileiro e parceiros privados”, avisou o novo presidente da Biblioteca Nacional.

***
Uma história de censuras

Alberto Dines # editorial do Observatório da Imprensa na TV nº 683, exibido em 14/5/2013

Bem-vindos ao Observatório da Imprensa.

Nesta série de especiais em comemoração ao nosso 15º aniversário cruzamos com uma outra atração, a Semana do Proibido, em que a TV Brasil está desvendando o que foi escondido pela censura do regime militar.

Nosso convidado de hoje, é o cientista político e pensador, Renato Lessa, recentemente nomeado “guardião da memória nacional” na condição de presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Você, telespectador, já o conhece: nestes 15 anos de programas compartilhou generosamente conosco o seu saber 16 vezes, a maioria delas na última edição do ano quando tentamos discernir o que nos aguarda nas próximas 52 semanas.

Uma biblioteca não é apenas um gigantesco armazém de livros e periódicos, a nossa (considerada a maior da América Latina e a uma das dez maiores do mundo) tem uma dependência adicional designada tetricamente como “Coleção do Inferno”. Nela estão recolhidos os sobreviventes de cinco séculos de drásticas interdições.

É preciso não esquecer que a censura dos anos de chumbo não ocorreu por acaso: nos primeiros 308 anos da nossa existência estivemos submetidos a três censuras simultâneas e sincronizadas – uma censura inquisitorial, outra censura eclesiástica e a terceira censura da coroa portuguesa.

Este prolongado sufoco precisa ser lembrado e relembrado para jamais ser repetido. A majestosa Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro é uma espécie de templo onde o país faz a sua catarse.