domingo, 17 de setembro de 2017

Rússia desmente ataque aéreo às posições das Forças Democráticas da Síria.

Combatentes das Forças Democráticas da Síria (FDS)
Foto - https://br.sputniknews.com
O Ministério da Defesa da Rússia desmentiu ter um plano de atacar as posições das Forças Democráticas da Síria (FDS) ao leste do Eufrates, na área perto de Deir ez-Zor.

O porta-voz do ministério, major-general Igor Konashenkov, disse que os comandantes do contingente russo informaram com antecedência seus colegas dos EUA sobre a operação militar que o exército da Síria, apoiado pela aviação russa, continua contra os terroristas do Daesh (organização proibida na Rússia e em vários outros países) na área de Deir ez-Zor.

Militares russos na base aérea Hmeymim na Síria
Foto - sputniknews
"Em primeiro lugar, estão sendo destruídas aquelas posições a partir das quais os terroristas mantêm as tropas sírias sob fogo intenso. Durante os últimos dias, na margem leste do Eufrates, os meios de reconhecimento e controle russos não detectaram qualquer confronto entre os terroristas do Daesh e combatentes de uma terceira força", afirmou o militar.
Konashenkov acrescentou que compete à coalizão internacional esclarecer como os rebeldes ou conselheiros militares dos países aliados teriam penetrado sem combater nas posições do Daesh a leste de Deir ez-Zor.

Em 16 de setembro, a coalização internacional acusou a Rússia de ter atacado as FDS perto da cidade de Deiz ez-Zor, provocando feridos entre os seus soldados.
De acordo com a coalização, projéteis russos atingiram um local onde "os russos sabiam da presença das FDS e de conselheiros da coalização".
Na semana passada, as tropas sírias quebraram a resistência do Daesh perto do aeródromo de Deir ez-Zor e romperam o cerco da base aérea, mantido pelos terroristas desde janeiro passado.
LEIA MAIS: Guerra da Síria. Coalizão liderada pelos Estados Unidos diz que a Força Aeroespacial Russa realizou ataques aéreos que atingiram intencionalmente forças curdas no leste de Deir Ezzor. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/09/guerra-da-siria-coalizao-liderada-pelos.html

sábado, 16 de setembro de 2017

Guerra da Síria. Coalizão liderada pelos Estados Unidos diz que a Força Aeroespacial Russa realizou ataques aéreos que atingiram intencionalmente forças curdas no leste de Deir Ezzor.

Foto - almasdarnews.com
BEIRUT, LÍBANO (9:55) - Segundo um comunicado divulgado pela coalizão anti-ISIS liderada pelos EUA, a Rússia foi conscientemente responsável pela realização de um ataque aéreo hoje que atingiu as forças lideradas pelo Curdistão no leste de Deir Ezzor, entre as quais havia assessores ocidentais.

A declaração da Coalizão acusou descaradamente e deslealmente o agrupamento aéreo russo na Síria de atacar intencionalmente as posições das Forças Democráticas Sírias apoiadas pelos EUA, uma incursão que diz que causou várias baixas.

Como a maioria das vezes, a Coalizão acusa as forças pró-governo de fazer algo errado, absolutamente nenhuma evidência foi fornecida sobre o assunto.

A declaração da Coalizão continuou dizendo que os conselheiros dos exércitos ocidentais estão presentes entre as fileiras das forças lideradas pelo Curdistão no leste de Deir Ezzor e que, embora nenhum deles estivesse ferido, estavam, no entanto, perto do local de impacto e que a Rússia estava bem ciente desse fato , realizando seu ataque aéreo independentemente.

Uma grande discrepância que já surge no que parece ser outra mentira da Coalizão destinada a caluniar as forças pró-governo é que a declaração oficial da Coalizão diz que o ataque aéreo contra as forças lideradas pelo Curdo ocorreu às 12h30 da manhã. enquanto as forças curdas dizem que aconteceu às 3:00 da manhã. - isso representa uma grande diferença de tempo para o que é uma acusação séria em registro.

ministro Sebastião Reis, do STJ diz que hoje é preciso ter coragem para absolver inocentes.

STJ / Flickr
"Hoje em dia é preciso mais coragem para absolver um inocente do que para tirar a liberdade de alguém", critica Sebastião Reis, ministro do STJ, que condena a onda punitivista no Brasil e os juízes do "tapete vernelho", que utilizam processos penais para se transformar em celebridades.

O Ministério Público e a polícia usam a imprensa com o intuito claro de criar pano de fundo favorável à acusação em processos e para defender projetos de lei absurdamente imorais, aproveitando-se da sanha acusatória que toma conta do país. Com isso, qualquer um que discorde dos órgãos de acusação é taxado como inimigo, cúmplice de bandido e favorável à corrupção.
A constatação é do ministro Sebastião Reis, do Superior Tribunal de Justiça, que fez duras críticas à omissão das instituições em relação ao que classifica como “vazamentos seletivos” de processos. “Vejo o Ministério Público, que prega e defende a tolerância zero, silenciando quando procedimento sigiloso é tornado público”, afirma.
Em palestra organizada pelo Instituto Victor Nunes Leal, ele afirmou que há um silêncio “assustador” em órgãos que deveriam protestar contra essa atuação, mas se calam e, pior, muitas vezes aplaudem e incentivam esse tipo de procedimento. “Vejo a Ordem dos Advogados do Brasil se calando e em várias oportunidades pedindo que documentos ocultos sejam tornados públicos”, discursou, aplaudido por todos os presentes, entre eles, os ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso, Ayres Britto e Sepúlveda Pertence.
Ele lamentou que esse tipo de prática também esteja presente no Judiciário e citou casos em que tornam público um documento porque ele já foi divulgado de forma informal. "É um contrassenso, pois dizem que não adianta preservar como oculto algo que já foi noticiado, mas nenhuma atitude é tomada em relação ao vazamento, [nem para investigar] quem é o responsável ou, ao menos, medidas para complicar, controlar esse tipo de situação”, observou.
A omissão das instituições, apontou, levou o Brasil a uma situação absurda, onde as pessoas precisam ter coragem para defender o que acham justo. A presunção de inocência, segundo ele, acabou. E um dos motivos disso é uso indevido da mídia por instituições. "Quem é exposto na imprensa, independente se de maneira justa ou injusta, do dia para noite está condenado", lamentou.
Ele acredita que a internet piorou esse quadro: “Os sites nunca mais vão apagar qualquer tipo de investigação que houve contra você. Se digitar o nome da pessoa, vai aparecer. E eventuais desmentidos, conclusões negativas em processo, são divulgadas de forma fria, gélida até a contragosto, sem ocupar o mesmo espaço da ocasião da acusação.”
É estranho um país onde se lê reportagens sobre a aprovação pública dos ministros da corte constitucional, afirmou. Para Reis, isso é prejudicial para o devido processo legal, porque parece que o juiz deve decidir pensando no que a população vai achar da decisão, na repercussão positiva, em vez de exercer a função com consciência e decidir de acordo com o que entende. 
Magistrados no tapete vermelho
O ministro, que compõe a 6ª Turma do STJ, responsável por processos criminais, se disse chocado com uma cena que viu no STF recentemente, onde repórteres faziam fila na porta da assessoria para obter informações sobre “alguma dessas famosas lista”.

“Conversando com advogados, eles diziam que não haviam tido acesso e a única forma para conseguir aquilo era pedindo a um repórter, porque no tribunal não era possível. É nesse mundo que vivemos. Essa situação que poucas vozes ousam questionar e quem o faz certamente será massacrado, taxado de bandido”, frisou.
Hoje em dia, não é mais necessário ter coragem para prender alguém, mas para absolver um inocente, criticou. Ao lembrar de seu pai, Sebastião Reis, um dos 70 primeiros juízes federais do país, ele disse que os tempos atuais “são loucos”. “Não estamos mais no tempo dele, quando juízes falavam nos autos e evitavam maior contato com a imprensa”, afirmou.
Reis reconhece que há a necessidade de o magistrado se comunicar com a imprensa, participar de eventos, mas afirmou que é preciso fazê-lo com responsabilidade. “Não posso admitir e concordar com juiz emitindo nota para a imprensa, vídeos na internet, filme com tapete vermelho, dando entrevista para falar não de casos que poderá vir a apreciar, mas de casos que já está examinando naquele momento”, criticou.
E, nesse contexto, há situações em que o magistrado se vê obrigado a “ser parceiro da imprensa” para ter apoio e não ser objeto de critica. “Assim, o juiz começa a decidir de acordo com o que o povo quer ouvir, no que a imprensa quer ouvir, naquilo, vamos dizer, chamado de politicamente correto, mesmo que não seja o que está imposto na lei, não reflita o que está no processo”, pontuou.

Guerra da Síria. Aviação Russa destrói 3 fábricas de carros bombas do Daesh nos Campos de Hama, Homs e Deir Ezzor.

Foto - Sana.sy
A aviação russa destruiu três fábricas de carros bombas do Daesh instaladas nos campos de Hama, Homs e Deir Ezzor.

O chefe das forças russas que operam na Síria, o general Alexander Labin, disse em uma declaração que os pilotos russos destruíram 3 fábricas de carros bombas descobertas por drones nas imediações da aldeia de Eqerbat no campo de Hama e Deir Ezzor, outra na cidade de al Sukhneh e a ultima no campo de Homs.

Labin observou que os terroristas recorrem ao uso de veículos militares antigos, reforçando com blindagens, e carregando com explosivos improvisados, para serem utilizados em operações de suicídio, e a eficácia da explosão desses veículos blindados cobre um círculo de 300 metros de raio e causa uma grande destruição nas zonas ao redor.

Texto de  Akram. S.


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Brasília. Senado aprova Semana Nacional de Prevenção ao Suicídio.

A senadora Marta Suplicy (na tribuna) foi responsável pelo parecer, que evidenciou a gravidade do problema recorrendo às estatísticas mundiais e brasileiras.
O Plenário do Senado aprovou nesta quinta-feira (14) a criação da Semana Nacional de Prevenção do Suicídio e de Valorização da Vida. A proposta está contida no PLS 163/2017, do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), e segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) foi responsável pelo parecer, que evidencia a gravidade do problema. A relatora chamou atenção para os números, considerados alarmantes por ela:
— Estima-se que ocorra um suicídio a cada 40 segundos no mundo. No Brasil, calcula-se que haja 32 suicídios por dia. Segundo os especialistas, já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade — destacou.
A parlamentar lembrou que a situação fica ainda mais dramática quando se leva em conta o fato de que para cada suicídio cometido, houve antes dez tentativas. Além disso, ela ressaltou um estudo da Unicamp, segundo o qual 17% dos brasileiros já pensaram seriamente em cometer suicídio no decorrer de suas vidas.
— Grande parte dos casos é evitável. Se fizermos uma campanha forte, é possível. A Organização Mundial de Saúde diz que nove em 10 podem ser evitados — destacou.
Os jovens merecem atenção especial, segundo ela, uma vez que, entre 1980 e 2014, a taxa de suicídio entre pessoas de 15 a 29 anos aumentou 27,2%.  Com isso, já é a segunda maior causa de óbitos nessa faixa etária, atrás apenas para os acidentes de trânsito.
— Bullying, uso de álcool e drogas, abuso sexual na infância, perdas ou luto na família e pressão pelo desempenho escolar são fatores que colaboram para o suicídio entre os jovens — alertou.

Tramitação

Originalmente, o PLS 163/2017 criava a Semana Nacional de Valorização da Vida, mas a relatora apresentou uma emenda para tornar a proposta mais clara, alterando para Semana Nacional de Prevenção do Suicídio e de Valorização da Vida.
A data vai ser celebrada anualmente na semana que compreender o dia 10 de setembro, que foi escolhido como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
O projeto aprovado nesta quinta-feira tramitava em conjunto com o PLC 22/2014 do ex-deputado Maurício Rands, que institui a Semana Nacional de Responsabilidade Social. A relatora votou para que a proposta continue tramitando de forma autônoma.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado).

Empresa chinesa adquire controle do Porto de Paranaguá.

Porto de Paranagu
No dia 4 de setembro de 2017, a companhia chinesa China Merchants Port Holdings Company Limited (CMPort, sigla em inglês) assinou contrato de aquisição de 90% da empresa brasileira Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), a qual possui a concessão administrativa do Porto de Paranaguá. O acordo foi fechado durante a 9ª reunião de cúpula dos BRICS, mas ainda precisa ser aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). O valor a ser pago pela empresa sediada em Hong Kong é de R$2,9 bilhões.

Situado no Estado do Paraná, o Porto de Paranaguá possui localização estratégica para o escoamento de produtos agrícolas, especialmente soja, principal produto da pauta de exportação brasileira para China. Ele é o maior porto graneleiro da América Latina e o segundo maior do Brasil em volume geral. Além disso, o terminal é responsável pelamovimentação de aproximadamente 10% dos containers no país. Desse modo, conforme destaca Diego Altafini, economista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “o Porto de Paranaguá se torna estratégico para a dinâmica de exportações, consistindo na ponta final de um corredor de desenvolvimento agrícola ainda em expansão”. 
Presidente do Brasil, Michel Temer, e o Presidente da China, Xi Jinping.
Nota-se que a recente instabilidade política e econômica brasileira não implicou na redução dos investimentos chineses para o país. Pelo contrário, além do Brasil ter recebido 72% dos capitais da China na América Latina em 2016, em março de 2017 foi lançado o Fundo Brasil-China de Cooperação, o qual contará com 20 bilhões de dólares para financiamento de projetos conjuntos.
Nesse contexto, considera-se que a concessão do Porto Paranaguá pela CMPort e a provável privatização da Eletrobrás para a empresa estatal chinesa State Grid alteram definitivamente a natureza das relações sino-brasileiras. Isso porque, além da China já ser a maior parceira comercial do Brasil, ela agora estará presente na gestão dos setores elétrico e portuário do país, ambos estratégicos para o desenvolvimento nacional. 
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Fontes das Imagens:
Imagem 1 “Porto de Paranaguá” (Fonte):
Imagem 2 “Presidente do Brasil, Michel Temer, e o Presidente da China, Xi Jinping” (Fonte):

As Brigadas anarquistas da OTAN, por Thierry Meyssan.

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Em Fevereiro de 2016, o «Czar anti-terrorista» da Casa Branca, Brett McGurk, foi enviado pelo Presidente Obama para supervisionar a batalha de Aïn al-Arab (Kobane). Na ocasião, ele foi condecorado pelo YPG, cuja casa-mãe —o PKK turco— é no entanto considerado por Washington como «terrorista».

Apresentado no Ocidente como a concretização de uma simpática utopia, o novíssimo «Rojava» é na realidade um Estado colonial, desejado e montado com violência por Washington. Desta vez trata-se de expulsar as populações do Norte da Síria e de as substituir por gente que não é natural de lá. Para realizar esta limpeza étnica, o Pentágono e a CIA mobilizaram combatentes nos círculos da extrema-esquerda europeia. Thierry Meyssan revela este projecto insano, em curso desde há um ano e meio.

"A guerra, é a paz. A liberdade, é a escravatura. A ignorância, é a força». George Orwell, 1984.

Nos anos de 1980-90, a sociedade curda era extremamente feudal e patriarcal. Ela era mantida num grande sub-desenvolvimento, o que levou os curdos a revoltar-se contra as ditaduras militares que se sucederam em Ancara [1].
O Partido dos trabalhadores do Curdistão (PKK) era uma organização marxista-leninista, apoiada pela União Soviética, lutando contra as ditaduras dos generais kemalistas, membros da OTAN. Ele libertou as mulheres e juntou-se aos combates progressistas. Com a ajuda de Hafez el-Assad, instalou um campo de treino militar na planície libanesa de Bekaa, sob a protecção da Força de Paz síria, ao lado do campo da FPLP palestina.
Durante este período, o PKK não achava qualificativos suficientemente duros contra «o imperialismo americano».
Aquando da dissolução da URSS, o PKK dispunha de mais de 10. 000 soldados a tempo inteiro e de mais de 75. 000 reservistas. Esta guerra de libertação destruiu mais de 3. 000 aldeias e provocou mais de 2 milhões de deslocados. Apesar deste imenso sacrifício, ela foi um fracasso.
Detido no Quénia, em 1999, durante uma operação conjunta dos serviços secretos turco, norte-americano e israelita, Abdullah Öcalan foi preso na ilha de İmralı, no Mar de Mármara. O PKK afundou-se, dividido entre o seu chefe preso, favorável a uma negociação de paz, e o seus lugar-tenentes, para quem a guerra se tornara um modo de vida. Ainda ocorreram alguns atentados, sem que se saiba verdadeiramente quais os que foram provocados por combatentes, que se recusavam a desarmar, ou por uma facção da gendarmaria, o JITEM, que recusava igualmente o cessar-fogo.
No início da «Primavera Árabe», Abdullah Öcalan reconstruiu o PKK a partir da sua cela, em torno de uma nova ideologia. No seguimento de negociações secretas com a OTAN, na prisão de İmrali, abandonou o marxismo-leninismo em favor do «municipalismo libertário». Ele que sempre lutara contra a Turquia afim de construir seu próprio Estado, o Curdistão, considerava agora que todo o Estado é, em si mesmo, um instrumento de opressão [2].
Os militantes do PKK que tinham sido forçados a fugir da Turquia, durante a guerra civil, encontraram refúgio no norte da Síria [3]. Em nome dos seus, Öcalan comprometera-se por escrito a jamais reivindicar território sírio. Em 2011, no início da guerra ocidental contra a Síria, os curdos formaram milícias para defender o país que os tinha acolhido e que os havia naturalizado.
No entanto, a 31 de Outubro de 2014, um dos dois co-presidentes do YPG, o ramo sírio do PKK, Salih Muslim, participou numa reunião secreta no palácio do Eliseu com o Presidente francês François Hollande e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdoğan. Ele viu ser-lhe prometido o posto de chefe de Estado, se concordasse em se envolver na recriação do Curdistão… mas, na Síria.
De imediato, a Coligação (Coalizão-br) Internacional, que os Estados Unidos acabam de criar pretensamente contra o Daesh (E. I.), apoiou o YPG, fornecendo-lhe dinheiro, formação, armas e um enquadramento. Esquecidas portanto as imprecações contra Washington, tornado agora um tão excelente aliado. A organização curda começou a expulsar os habitantes das regiões às quais tinha deitado o olhar de cobiça.
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Publicidade norte-americana
Uma vez que não tinha havido até aí nenhum combate do YPG contra o Daesh (EI), os Estados Unidos encenaram um terrível confronto em Ain al-Arab, rebaptizada para a ocasião com o nome kurmandji de Kobane. A imprensa internacional foi convidada a cobrir o acontecimento sem correr perigo. Esta cidade está localizada na fronteira sírio-turca e os jornalistas puderam seguir os combates com binóculos a partir da Turquia. 

Ignora-se aquilo que verdadeiramente se passou em Ain al-Arab, uma vez que a imprensa não foi autorizada a lá entrar. No entanto dispõe-se de imagens filmadas por tele-objectiva e parecendo confirmar de longe os comunicados relatando a selvajaria dos combates. Seja como for, o Ocidente unanimemente concluiu que os curdos eram os aliados de que eles precisavam contra o Daesh(EI) e a Síria.

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«Nem Deus, nem Estado!», venham defender o Estado de «Rojava» e lutar «contra todas as forças da reação», ao lado do Império americanos
A imprensa ocidental assegura que metade dos soldados curdos são mulheres, como estatutariamente metade das instâncias dirigentes do PKK / YPG. Ora, sobre o terreno a sua presença é raríssima. Os jornalistas afirmam igualmente que elas aterrorizam os jiadistas, para os quais ser morto por uma mulher seria uma maldição interditando o acesso ao paraíso. Curiosamente, a mesma imprensa ignora que o Exército Árabe Sírio inclui também batalhões femininos, que os jiadistas atacam com a mesma raiva que dispensam aos seus homólogos do sexo masculino. 

Apesar das aparências, o YPG não é tão numeroso como afirma. Muitos curdos sírios consideram os Estados Unidos como um potência inimiga e a Síria como a sua nova pátria. Eles recusam a seguir as fantasias de Salih Muslim. Assim, o Pentágono adicionou aos «seus« curdos, não só alguns mercenários árabes e assírios, mas sobretudo militantes da extrema-esquerda europeia.

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Da mesma forma que a CIA alistou brigadas de dezenas de milhares de jovens muçulmanos ocidentais para fazer deles islamistas, do mesmo modo, ela recrutou anarquistas europeus para formar Brigadas Internacionais, dentro do modelo das que se bateram em 1936, em Barcelona, contra os fascistas. Encontra-se assim, como tropas complementares do YPG/OTAN, o Batalhão Antifascista Internacionalista (Europa Central), a Brigada Bob Crow (Ingleses e Irlandeses), a Brigada Henri Krasucki (Franceses), as Forças Internacionais e Revolucionárias da Guerrilha do Povo (Americanos), a União Revolucionária para a solidariedade internacional (Gregos), a União do Partido marxista-leninista (Espanhóis) e todos os grupúsculos turcos pro-EU (DK, DKP, MLSPB-DC, PDKÖ, SI, TDP, TKEP/L , TKPML), citando apenas os mais salientes [4].

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Vinde lutar contra o Capital, com as Forças especiais dos Estados Unidos em «Rojava»!
A suposta batalha de Ain al-Arab, opondo jovens Sírios favoráveis ao Califado a jovens Curdos, custou sobretudo a vida, de uma parte e de outra, a jovens Europeus em busca de um mundo melhor. Os países europeus inquietam-se com o possível retorno de jovens jihadistas a suas casas, mas não dos jovens anarquistas, afinal também perigosos. Provavelmente porque é muito mais fácil manipular estes últimos e de os reciclar nas próximas aventuras imperialistas.

Em Junho de 2015, o Partido Democrático dos Povos (HDP), a nova expressão política do PKK, recebeu um abundante apoio financeiro e enquadramento da CIA, contra o AKP de Recep Tayyip Erdoğan. Subitamente, ele atingiu o mínimo dos 10% de votos necessários para entrar na Grande Assembleia Nacional e conseguiu 80 deputados.

A 17 de Março de 2016, o YPG proclamou a autonomia de «Rojava», quer dizer da língua de terra ligando a região do Curdistão Iraquiano ao mar Mediterrâneo, a todo o comprimento da fronteira sírio-turca, mas unicamente do lado sírio. Entretanto «Rojava» incluiria ainda, parcialmente, a zona de Idlib atualmente ocupada pela Alcaida.

Sendo este Estado proclamado por gente que daí não é natural em detrimento dos autóctones, trata-se, pois, de um projecto colonial, comparável a Israel, auto-proclamado na Palestina por judeus que aí haviam comprado terras. A denominação «Rojava» foi escolhida para distinguir este território do «Curdistão» que, como tal, se localiza na Turquia, onde foi proclamado em 1920 pela conferência de Sèvres [5].

Numa altura em que o emirado da Alcaida em Idlib e o califado do Daesh(EI) em Rakka vão encolhendo progressivamente, a OTAN prossegue o seu plano de divisão da República Árabe Síria e ambiciona criar o «Rojava» de Kameshli.

A imprensa ocidental observa deslumbrada esta «Rojava», adornado com todas as virtudes da moda: pacifista, igualitária, feminista, ecologista, favorável à construção da identidade de género, etc. [6]. 

Pouco importa que o YPG seja um exército. Pouco importa que ele lute contra os históricos habitantes do Norte da Síria, os árabes e os assírios, uma vez que no papel formou com eles as Forças Democráticas.


Na Síria, as Brigadas anarquistas europeias combatem sob o comando norte-americano.
Os programas do YPG sírio e do HDP turco correspondem à estratégia militar dos EUA. Desde 2001, o Pentágono prevê, a médio prazo, «a remodelagem do Médio-Oriente Alargado», quer dizer a divisão dos grandes Estados em pequenos Estados homogéneos, incapazes de lhe resistir. A mais longo prazo, prevê lançá-los uns contra os outros até fazer regredir a região ao caos original.
Não foi «Rojava» proclamada como Estado independente porque, segundo o “novo” Öcalan, todo o Estado-Nação seria um mal em si mesmo. De acordo com a OTAN, é apenas um Estado autônomo que deverá se confederar com outros Estados autônomos como os que irão suceder ao Estado-Nação Sírio, uma vez que tenha sido derrubado. 
Segundo o teórico de referência do «municipalismo», o Norte-americano Murray Bookchin, para funcionar de maneira democrática, as comunidades libertárias devem ser homogêneas. É por isso que o «pacifista» YPG procede atualmente à limpeza étnica de «Rojava».
QED [7] .
Tradução - Alva