segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Massacre nos Estados Unidos. Ataque em Las Vegas deixa pelo menos 58 mortes foram confirmadas e mais de 500 feridos.

ATUALIZAÇÃO
tragédia em Las Vegas Stephen Paddock

Até agora, 58 mortes foram confirmadas e mais de 500 feridos após um homem atirar do 32º andar do Mandalay Bay, um famoso cassino e resort de Las Vegas (EUA), contra uma multidão de aproximadamente (40 mil pessoas) que participava de um festival de música country na noite deste domingo (horário local, madrugada desta segunda em Brasília). A ação é considerada o maior ataque a tiros da história dos Estados Unidos.
A primeira informação oficial era de que o suspeito teria sido morto por policiais. Mais tarde, no entanto, o xerife Joe Lombardo afirmou que o atirador se matou antes da chegada das forças de segurança. Com ele, foram encontrados 10 armas de grosso calibre.

Stephen Paddock

Stephen Paddock, 64, foi identificado como o responsável pelo ataque. O homem era da cidade de Mesquite, no Estado de Nevada, a 130km de Las Vegas.
“Não temos ideia de quais eram suas crenças religiosas. Agora, cremos que se tratava de alguém que agiu de forma isolada”, disse Lombardo.
Ele descreveu o suspeito como um “homem perturbado que pretendia causar fatalidades em massa” e disse que as autoridades não estavam tratando o caso como um incidente de terrorismo.
Clipes de áudio gravados durante o show sugerem que Paddock teria usado um rifle automático no ataque contra as milhares de pessoas presentes no local.
A polícia diz que uma pessoa identificada como Marilou Danley foi interrogada por ser possível que ela soubesse dos planos de Paddock.
A mulher morava com ele, mas não estava com o suspeito quando ele fez o check in no quarto de hotel, segundo as autoridades. Paddock “usava alguns de seus documentos de identidade”.
Eric Paddock, irmão do atirador, a descreveu como “namorada” do suspeito.
“Estamos estupefatos”, disse Erick Paddock ao jornal Orlando Sentinel. “Não entendemos o que aconteceu.”

O ataque

O motivo do ataque deste domingo ainda é desconhecido.
Paddock teria começado a atirar por volta das 22h (horário local; 1h desta segunda, no horário de Brasília), na direção do Route 91 Harvest Festival, um festival de música country ao ar livre. Mais de 22 mil pessoas estavam no local.
Testemunhas disseram à rede CNN que o som era semelhante ao de fogos de artifício e também ao de vidro quebrando.
Uma testemunha contou que viu um homem ferido no pescoço “e, depois, as pessoas começaram a cair como moscas”.
O cantor Jason Aldean, que conseguiu escapar, estava no palco quando os espectadores ouviram as primeiras rajadas de tiros.
Em poucos segundos, a música parou de tocar. Em um vídeo, uma mulher fala “abaixa, fica abaixado” pouco depois da interrupção da música, e um clima de confusão domina o local. Menos de um minuto depois é possível ouvir novos disparos.
Muitas pessoas correram na tentativa de se proteger dos disparos. Elas buscaram abrigo em hotéis, restaurantes e no aeroporto McCarran.
Vários vídeos do momento dos disparos foram divulgados nas redes sociais.

Repercussão

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou o ataque “um ato de pura maldade”. Ele também prestou condolências às vítimas e às famílias “no terrível tiroteio em Las Vegas”. “Deus abençoe vocês”, afirmou no Twitter.
O cantor Jake Owen, que se apresentava no festival, publicou no Twitter: “Tiros. Rezem a Deus. Amo vocês. Amo você, Pearl”. Depois, afirmou que estava “rezando para todos aqui em Vegas”. “Eu testemunhei o evento mais inimaginável hoje à noite. Estamos bem. Outros, não. Por favor, rezem”.
A cantora Lauren Alaina, que se apresentou no sábado no festival de música country, afirmou que está “rezando para todos no Route 91”. “Aquela multidão foi uma das melhores. Essa notícia é devastadora”.
A MGM Resorts, dona do Mandalay Bay Resort, mandou condolências às vítimas e registrou a “resposta rápida” da polícia e dos serviços de emergência. O governador de Nevada, Brian Sandoval, qualificou o ataque como ato de violência.
O Papa Francisco está “profundamente triste” pela “tragédia insensata” ocorrida em Las Vegas, segundo o Vaticano.
O ex-presidente Barack Obama também lamentou a tragédia. “Michelle e eu estamos rezando pelas vítimas em Las Vegas. Nossos pensamentos são com suas famílias e todos que estão passando por outra tragédia sem sentido”, afirmou no Twitter.
Em nota divulgada na manhã desta segunda pelo Itamaraty, o governo brasileiro repudiou o ataque e afirmou que não há registro de brasileiros entre as vítimas.
“O Brasil condena esse ato de violência e expressa, consternado, seu sentimento de pesar às famílias das vítimas e estende votos de plena e rápida recuperação aos feridos. Até o presente momento, não há registro de brasileiros entre as vítimas”, afirma.

Estado Islâmico

O grupo extremista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, por meio de sua agência de notícias Amaq. No entanto, até o momento a polícia de Las Vegas não confirmou a ligação com o EI.
De acordo com a Amaq News, o atirador de Las Vegas havia se convertido ao islamismo meses atrás.
Citadas em anonimado pela agência Reuters, duas autoridades americanas disseram “não haver evidências” de que o atirador estivesse ligado ao Estado Islâmico ou a qualquer outro grupo internacional.

Pior ataque a tiros da história

O ataque deste domingo que matou 58 e feriu pelo menos 500 em Las Vegas já pode ser considerado o pior ataque a tiros da história moderna dos EUA.
Até agora, o pior ataque com armas registrado em solo norte-americano havia sido o caso da Boate Pulse, em Orlando, em 12 de junho de 2016. Quarenta e nove pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas.
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Ataque durante show em Las Vegas deixa mortos e feridos - Foto Agência EFE
Ataque durante show em Las Vegas deixa mortos e feridos - Agência EFE.

Da Agência EFE.
Pelo menos 20 pessoas que assistiam a um show de música country foram mortas e cerca de 100 ficaram feridas em um ataque a tiros registrado na noite desse domingo (horário local, madrugada de segunda-feira em Brasília) em Las Vegas, nos Estados Unidos (EUA), informaram as autoridades locais.

O chefe da Polícia Metropolitana de Las Vegas, Joe Lombardo, informou, em entrevista, o número de vítimas. Ele informou que o suposto autor do tiroteio foi morto posteriormente pela polícia em um hotel próximo ao local do show.

Uma porta-voz do University Medical Center informou à imprensa local que no hospital foram internadas vítimas do ataque, que apresentavam ferimentos a bala. Outros feridos foram encaminhados ao Sunrise Hospital Medical Center. 

O tiroteio ocorreu durante o Route 91 Harvest Festival, um evento de música country nas imediações do Hotel Mandalay Casino.

A polícia mantém fechada uma ampla seção do Boulevard Las Vegas, que serve de via principal da cidade e é conhecido pela fila de hotéis e cassinos, bem como várias ruas adjacentes.

Por enquanto, as estradas e acessos à região foram fechados e também foram cancelados alguns voos para o aeroporto da cidade.

domingo, 1 de outubro de 2017

Juíza aposta em justiça restaurativa para trabalhar com famílias vítimas de violência doméstica.


Dra. Madgéli Frantz Machado é uma das criadoras do projeto de justiça restaurativa com foco em violência de gênero, no estado | Foto: Guilherme Santos/Sul21.
Fernanda Canofre.
Há um ano, Elisabete, 53 anos, chegou ao seu limite. Depois de passar o dia trocando o piso da casa sozinha, juntou os restos de material, colocou-os em uma sacola e a deixou no local onde o lixeiro passaria no dia seguinte. Foi o suficiente para estourar uma briga entre ela e o irmão J., dois anos mais novo. Os dois viviam sozinhos na casa que herdaram dos pais. As brigas não eram novidade. Mas naquela noite, além de ameaçá-la com duas facas, ele deixou marcas de agressão nos braços dela. Elisabete acionou a Brigada Militar e registrou ocorrência de violência doméstica, pela Lei Maria da Penha, imediatamente.
Vinte anos antes, Elisabete, já havia procurado a polícia para denunciar a violência doméstica que sofria de outro irmão, já falecido. Na época, sem uma lei específica para casos do tipo, ela ouviu da assistente social que deveria deixar a própria casa e procurar um albergue, se queria sair da situação. Desistiu.
Desta vez, foi diferente. Pouco tempo depois de registrada a ocorrência, ela e o irmão foram chamados para audiência de conciliação. O irmão chegou a sair de casa, por um tempo, mas voltou. Cumprindo determinação da justiça, ele se internou por nove meses em uma clínica de reabilitação para alcoolismo e abuso de drogas, antes de voltar a viver com Elisabete. Para ajudar no convívio, o 1º Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, de Porto Alegre, os convidou ainda a participar de um projeto de justiça restaurativa.
“Foi muito bom, ele falou, eu falei e em algumas coisas eu até concordo com ele. Agora, ele tem o canto dele, eu tenho o meu. Mudou o comportamento dele, ele está quieto. A psicóloga disse que ele deveria respeitar os meus relacionamentos e eu os dele”, conta Elisabete.
Os irmãos começaram a participar dos círculos organizados pelo Juizado, uma experiência pioneira no país e que já virou recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em agosto, durante a XI Jornada Maria da Penha, em Salvador, a presidente do Conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, falou sobre o método, defendendo que a justiça continue aplicando punição aos agressores, mas aliada com tratamentos que ajudem a “restaurar o tecido social”. “Sem isso, vamos ter cada vez um número maior de litígios”, disse.
No Estado, a justiça restaurativa começou a ser aplicada em 2007, em casos que envolviam crianças e adolescentes, com o juiz Leoberto Brancher. Nos casos de violência de gênero, em 2011, no juizado da Dra. Madgéli Frantz Machado.
“Se considerar o processo tradicional, quem vai ser trazido para o Fórum? A vítima e quem praticou o fato. Quando eu falo na justiça restaurativa eu tenho a possibilidade de ampliar a intervenção. Eu tenho possibilidade de trabalhar com a vítima, os apoiadores dela, a rede de saúde, de assistência social. Da mesma forma, em relação ao autor. Por que isso é importante? Porque a partir do momento em que eu vou trabalhar em círculo, vou ter a possibilidade de saber quais as reais necessidades daquela mulher e daquele homem”, explica a magistrada.
Como funciona.
Marcha contra a violência contra as mulheres | Foto: Agência Brasil.
A violência de gênero é diferente de todas as outras. Por isso, o tratamento dado a ela também tem que ser, segundo a juíza. “Ela é decorrente de uma desigualdade entre homem e mulher, justamente por esses papéis sociais que são impostos. Quando é que ela acontece? Quando a mulher não se comporta conforme aquele padrão que a sociedade estabeleceu”.
Enquanto um processo judicial tradicional foca em um fato específico, que ocorreu em determinado dia, hora e local, o trabalho junto à justiça restaurativa permite que possam ir além das consequências e entender tudo o que levou àquele momento. “O processo tradicional não traz nada disso para dentro dos autos. As pessoas vão sair de lá, muitas vezes, só com uma resposta punitiva. E só ela não basta. Não vai servir pra tirar aquela mulher da situação de violência, nem para reeducar o homem”, diz.
O trabalho da justiça restaurativa para casos de violência doméstica conta com várias fases. Primeiro, pessoas capacitadas para trabalhar com casos de violência doméstica avaliam se o caso pode ser encaminhado para círculos de restauração. Ao contrário do que dizem as críticas, que o uso da justiça restaurativa seria apenas uma “desculpa” para juízes aliviarem as pilhas de processos, a seleção para quem está apto a participar do projeto é bastante rígida. Dos 7 mil casos no Juizado da Dra. Madgéli, por exemplo, apenas 45 foram encaminhados para o projeto até dezembro do ano passado. Nenhuma reincidência foi registrada.
O filtro que seleciona quem pode participar, geralmente observa pontos como 1) se as pessoas envolvidas ainda mantêm convívio; 2) a gravidade do caso; 3) se a mulher vítima de violência está em situação de vulnerabilidade ou se pode participar; e o mais importante deles 4) se as pessoas envolvidas estão dispostas, a participar, voluntariamente.
“O facilitador de justiça restaurativa precisa entender o que é a violência contra a mulher, o que é violência doméstica, entender os tipos de violência – stalking, violência psicológica, etc. Na entrevista, ele vai ter que observar se essa mulher não está sendo vítima de outras violências que, talvez, ela não perceba”, explica Ivete Machado Vargas, psicóloga do TJ-RS.
Depois de conhecer cada caso, o facilitador “desenha” o tipo de rede e círculos mais adequados para atender as necessidades daquela família. Isso inclui a lista de pessoas que serão chamadas a participar, os serviços que serão convocados para atender, o encaminhamento que será dado ao caso. Nem sempre a vítima poderá ficar frente a frente com o agressor, por exemplo.
“Quantos casos de mulheres que não têm o apoio da sua família para romper o ciclo de violência? Ainda há esse preconceito. Pais que pensam que, se a filha casou, mesmo que ela esteja sendo agredida, ela precisa manter o casamento. É muito importante fazer uma intervenção em círculo, trazendo a família dela, para que a família se convença, se dê conta da importância de ela ter coragem de denunciar e romper com a violência. Num processo tradicional, a gente jamais teria como fazer esse trabalho”, explica a Dra. Madgéli.
O projeto de justiça restaurativa, no entanto, não interfere em nada do processo criminal ou na pena do agressor. “Eu vejo ela como um instrumento excelente, mas não é para todos os casos. O facilitador tem que ter treinamento em gênero. Estamos tentando elaborar um protocolo para identificar bem o que precisa avaliar, junto com as mulheres. Elas é que estão dizendo como sentem na pele as coisas que as angustiam e que as fazem permanecer em situações de violência”, aponta a psicóloga responsável.
Rede é obstáculo
Serviços tem foco em violência sexual, mas ainda não possuem direcionamento para casos de violência doméstica | Foto: Guilherme Santos/Sul21.
Um dos maiores problemas enfrentados, segundo a juíza, é a demora e a falta de serviços nas redes públicas de atendimento. Especialmente, na área de saúde. Cerca de 80% dos homens que praticam algum tipo de agressão dentro de casa têm envolvimento com álcool, drogas ou com álcool e drogas. Para as vítimas, atendimento psicológico, após os episódios, também é necessário, mas não há nenhum protocolo que as coloque como prioridade.
“Se eu precisar internar um homem, autor de violência, por uso abusivo de álcool e drogas, ele vai entrar na mesma fila, das vagas hospitalares, do que qualquer outro homem. Não existe serviço específico e violência doméstica é algo que não pode esperar. Se eu tiver que esperar um ou dois dias é tempo suficiente para acontecer algo pior”, afirma Dra. Madgéli.
A Lei Maria da Penha, a mesma que determina a criação de centros de referência para atender mulheres vítimas de violência, também determina a criação de centros de reeducação e referência para agressores. “Mesmo em relação a mulher, temos pouquíssimos centros para a mulher no Estado e em todo o Brasil. Eu não tenho conhecimento de nenhum para homens. A gente criou o grupo reflexivo de gênero aqui, para trabalhar com autores de violência, porque viu que precisava trabalhar também com eles, senão não quebra o ciclo nunca”, analisa a juíza.
Ou seja, se a rede estiver capacitada e pronta para acolher uma vítima de violência com todos os serviços que a mesma precisa, as chances de essa mulher procurar os serviços para denunciar sua situação são maiores. A reeducação também é essencial para reverter o quadro.
“A gente tem que trabalhar muito com prevenção, trabalhar muito nas escolas, porque isso acontece nos próprios relacionamentos. O número de violência domésticas nas universidades é incrível. São moças que terminam seus relacionamentos e continuam sendo perseguidas. São jovens que a gente pensa que teriam uma nova percepção, que reconheceriam equidade. Se existem nesses espaços é porque está faltando a discussão disso nas escolas”, diz ela.
Elisabete conta que descobriu há pouco tempo que o pai agredia a mãe. Ela não lembra de ter percebido nada dentro de casa, mas, acha que foi por isso que a mãe a enviou para um colégio interno, em Santa Maria, quando ela tinha 7 anos. Depois de passar pelo processo que determinou que o irmão procurasse tratamento e participasse dos grupos com foco em homens autores de violência, ela também segue “cicatrizando as feridas” graças ao projeto.
“Toda terça-feira, eu venho aqui e é muito bom. Aqui tu pode chorar, desabafar, eu me sinto bem. Tem umas colegas que têm histórias que dão um arrepio. Quando eu não venho, sinto muita falta”, diz ela, conversando com a reportagem logo após um dos encontros. “A gente é amiga, fez amizade na violência”.
Editoria: Geralz_Areazero.

Brasil. Só nos resta resistir.

Foto - https://www.brasil247.com/pt/colunistas/chicovigilante.
Texto de Chico Vigilante.
O primeiro passo para manter uma nação submissa e colonizada é impedir seu desenvolvimento intelectual e cultural. Além de saquear suas riquezas, é claro.
É exatamente isso que está acontecendo no Brasil.
A quadrilha chefiada por Temer fez uma reforma da educação predatória, cortou gastos previstos constitucionalmente e está arrasando com nosso sistema educacional, especialmente universidades e institutos de pesquisa.
Quanto menos cientistas, professores e estudantes pensando e debatendo os problemas nacionais melhor.
Quanto menos gente melhor questionando a mídia golpista e seu mantra imperialista de que Estado zero é bom, privatização de estatais estratégicas para o capital estrangeiro é progresso, e que petista além de comunista é corrupto.
O que jovens e mesmo adultos que viveram mas não perceberam o que aconteceu em 1964, devem tentar entender é que por trás do golpe existem não apenas razões políticas mas econômicas poderosas que se repetem continuamente na história.
Se olharmos para a luta de várias nações contra o colonialismo vamos enxergar um imenso mar de sangue e de desigualdade que vai e volta no tempo e muitos dos atores se repetem.
Até 1953, por exemplo, a Inglaterra ficava com 90% do faturamento do petróleo no Irã. Depois de anos buscando um acordo mais justo, um político iraniano democraticamente eleito, Mohammed Mossadegh nacionalizou a produção, ou seja, criou a equivalente iraniana à nossa Petrobras.
O Irã nacionaliza seu petróleo e a reação da City of London e da Wall Street é de "ameaça comunista".
A Inglaterra pede ajuda aos EUA e os dois aliados armam mais um golpe de Estado de sua extensa lista, colocando no poder um rei sanguinário, o Xá Reza Pahlevi, quando passam a retirar petróleo direto do solo iraniano a preço de banana.
A exploração só terminou quando o Aiatolá Khomeini passou o cerol em geral na Revolução Iraniana, em 1979.
Processo parecido aconteceu na Indonésia quando o presidente Sukarno nacionalizou o petróleo.
Foi chamado de comunista, derrubado pela Holanda, França, EUA e Inglaterra, que colocaram no poder um ditador chamado Suharto, responsável pelo genocídio de meio milhão de pessoas em poucos meses.
A intenção americana na Venezuela não é diferente. Com a ajuda de Temer e Macri, Trump se sente mais seguro para botar as garras de fora.
A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo. É fácil imaginar quais são os planos do imperialismo ianque de vender para o mundo a ideia de que Nicolas Maduro é um ditador comunista que deve ser derrubado.
O golpe parlamentar no Brasil também foi patrocinado pelos Estados Unidos e teve como principal objetivo a usurpação do nosso petróleo, especialmente o do pré-sal. Como desculpa, a mesma ladainha de sempre, a corrupção e os comunistas, neste caso o dedo apontado para os petistas.
A mídia golpista não diz por exemplo que Maduro é odiado por Trump porque está preparado para resistir e morrer por seu país ao contrário de Temer que está entregando de bandeja nossas riquezas na área energética, a Eletrobras, o Pre Sal, a Petrobras, hidrelétricas, a Base de Alcântara, nosso programa nuclear, nossos minérios e muito mais.
As forças em ação pela entrega do Brasil são poderosas e unidas pelo mesmo objetivo: defender os interesses das elites e do capital internacional. Para isso estão dispostas a tudo.
Nossa única saída é resistir e buscarmos uma frente a mais ampla possível dos setores progressistas e democráticos contra a entrega do Brasil.

sábado, 30 de setembro de 2017

National Interest: Esqueçam a Venezuela, Rússia está de olho na Nicarágua. Será?

Um técnico dispara de um tanque T-72, operado por uma tripulação da Nicarágua, durante a competição Tank Biathlon, parte dos Jogos do Exército Internacional de 2016, em uma faixa no assentamento de Alabino fora de Moscou, na Rússia
A Nicarágua está demonstrando ser um parceiro mais confiável e estável que a Venezuela.
À medida que a crise na Venezuela continua, certos estados que apoiaram o governo Maduro podem procurar parceiros mais estáveis. Para a Federação Russa, a sua nova jóia da coroa no Hemisfério Ocidental, pelo menos hoje, é a Nicarágua.
Manágua e Moscou gozam de cordiais relações diplomáticas, com recentes reuniões de alto perfil. No passado mês de setembro, Gustavo Porras, presidente da Assembléia Nacional, reuniu-se com Sergey Zheleznyak, membro da Duma do Estado , que estava visitando o estado centro-americano.
Um último exemplo de relações bilaterais é um centro de monitoramento em Nejapa, fora de Manágua, que a Rússia construiu como parte do sistema de satélites GLONASS. As referidas instalações foram inauguradas em abril.
Quanto ao que o futuro pode ter para o relacionamento Managua-Moscou, é importante ressaltar que o presidente Ortega foi reeleito, novamente, em novembro de 2016 por um mandato de cinco anos – ele está no poder desde 2007. 
Aos setenta e cinco anos de idade, será interessante ver o que acontece depois que seu novo termo acabou, embora seja importante mencionar que a primeira-dama Rosario Murillo é agora vice-presidente, e uma dinastia Ortega pode estar em construção (um desenvolvimento irônico, considerando que foi Ortega quem acabou com a dinastia de Somoza).
Quanto à origem da Rússia na política externa da Nicarágua, nos últimos anos, o presidente Ortega abordou vários governos para ajudar. Afinal, não faz muito tempo que o obscuro grupo HKND  chinês  tentasse   construir um canal transoceânico através da Nicarágua. Embora seja geralmente assumido que a referida entidade está de alguma forma vinculada a Pequim, vale a pena notar que a Nicarágua tem relações com Taiwan e não com a República Popular da China.

Apesar de o presidente Ortega fazer amizade com Moscou, seu governo também mantém relações com Washington. Em 3 de abril, o exército nicaragüense anunciou que a embarcação da Guarda Costeira dos Estados Unidos, Reliance (WMEC 615), realizou exercícios navais com a Marinha da Nicarágua. No entanto, as relações bilaterais estão longe de ser cordiais, enquanto Manágua expulsou três diplomatas dos EUA em 2016.
Então, quais benefícios vêm de um relacionamento entre a Rússia e a Nicarágua? A Rússia ganharia um aliado e poderia projetar influência além do seu próximo ao exterior. Há décadas, Cuba era o aliado mais próximo de Moscou no Hemisfério Ocidental. Uma década atrás, era a Venezuela. Agora, o amigo mais estável e mais próximo da Rússia na região é, sem dúvida, a Nicarágua.
Quanto à Nicarágua, enquanto a sua estratégia de política externa provavelmente é influenciada pela era da Guerra Fria, relacionamento Ortega-Moscou, não é a única motivação dela. O presidente pretende permanecer no poder (em 2015 o governo aprovou uma lei que permite reeleições indefinidas) e cimentar seu legado, exemplificado pelo canal transoceânico, o que significa acalmar vários poderes globais de ajuda e não apenas Moscou.
O grande jogo geopolítico é verdadeiramente um jogo de cadeiras musicais, e agora a virada da Nicarágua é escolhida pela Rússia no Hemisfério Ocidental.
W. Alejandro Sanchez é um analista que se concentra em assuntos relacionados à geopolítica e à defesa, com foco no hemisfério ocidental. Suas análises apareceram em inúmeros periódicos com referência, incluindo Pequenas Guerras e Insurgências, Estudos de Defesa, Journal of Slavic Military Studies, Segurança Européia, Estudos em Conflitos e Terrorismo e Perspectivas. Acompanhe-o no twitter: @W_Alex_Sanchez .

Nota da Redação:
Essa publicação é lida no mundo inteiro, situação que aproveitam seus autores e editores (certamente há o dedo da CIA por trás) para torná-la pró-EUA, na forma tendenciosa contra a Venezuela com intuito de isola-la de Moscou.

Estados Unidos enviaram US$ 500 milhões de dólares em Armas para a próxima guerra contra a Síria.

Rede Voltaire | 28 de Setembro de 2017.

 | 28 de Setembro de 2017.
Süddeustche Zeitung pôs à luz do dia uma transferência de armas do Quartel-general da Força Aérea norte-americana na Europa, situado em Ramstein (Alemanha), em direção aos «rebeldes» sírios.

As armas, principalmente kalashnikovs e morteiros com as suas munições, foram transferidas do arsenal da Marinha em Crane (Indiana) para o arsenal da Infantaria dos EUA em Miesau (Alemanha).


Este tráfico é a continuação da Operação Timber Sycamore («madeira de sicómoro») desenvolvida pelo General David Petraeus quando dirigia a CIA. Ele começou em 2013, ou seja, muito antes da criação do Daesh (E.I.). O papel da base de Ramstein foi revelado, em Dezembro de 2015, pelo jornal sérvio Večernje Novosti .


Na véspera das eleições federais alemãs, o Süddeutsche Zeitung interessa-se particularmente pelo aspecto jurídico da sua descoberta.


O Comando US de Operações Especiais pediu às quatro empresas sub-contratadas para não declarar a natureza das cargas transportadas, sabendo que o governo alemão poderia se opor a esse tráfico no seu território. O Procurador-geral alemão abriu um inquérito preliminar para determinar se o Pentágono e o governo Merkel respeitaram a Lei alemã.


Além disso, a legislação alemã interdita a transferência de armas para países em guerra. Ora, o governo Merkel já havia autorizado a transferência de armas para a Arábia Saudita no quadro do tráfico montado pelo Azerbaijão, e da sua linha aérea Silk Way. Assim, não podia ignorar que os jihadistas na Síria eram os destinatários finais.


A base de Ramstein já fora posta em causa no caso dos sequestros e das prisões secretas da CIA, assim como no dos assassinatos dirigidos por drone no Médio-Oriente “Alargado”. Nem os magistrados, nem os parlamentares foram autorizados a entrar nesta base em virtude do acordo de extra-territorialidade de que beneficiam todas as forças norte-americanas na Alemanha.


Mas, o mais interessante é uma descoberta acidental do jornal alemão, de cuja importância não se apercebeu: segundo documentos do exército dos Estados Unidos, o Pentágono lançou um concurso público para a aquisição de US$ 500 milhões de dólares de armamento de tipo ex-soviético. Este contrato foi adjudicado em Agosto de 2017. O destino de certos carregamentos de armas foi então modificado para ser a Croácia.


Após a «Primavera Árabe», a Al-Nusra e o Daesh, o Pentágono planeja uma nova guerra contra a Síria, apoiando-se desta vez em tropas curdas às quais estes US$ 500 milhões de dólares de armamento se destinam. 

Este novo conflito deverá eclodir nas próximas semanas, após o anúncio da independência do Curdistão iraquiano.
 

Maranhão ocupa o primeiro lugar no ranking brasileiro de fornecimento de mão de obra escrava.

Foto - Trabalho Escravo.


Levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT) no Maranhão, com base no Observatório Digital de Trabalho Escravo [https://observatorioescravo.mpt.mp.br/], revela que, de 2003 a 2017, mais de 8 mil maranhenses foram resgatados de situação análoga à escravidão em outros estados da federação. Esse dado coloca o Maranhão em primeiro lugar no ranking nacional de fornecimento de mão de obra escrava.

Foto - 22,85% dos resgatados do país são maranhenses. A maioria nasceu no município de Codó/MA.
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O estudo mostra que dos 43.428 resgatados em todo o país, 35.084 tiveram sua naturalidade identificada. Desse total, 22,85% afirmaram ter nascido no Maranhão (8.015 pessoas), o que garante uma média de um maranhense para cada cinco resgatados.

O município de Codó é o segundo maior fornecedor de mão de obra escrava do país, com 429 resgatados nascidos nessa cidade. O recordista é Amambai (MS), com 480 trabalhadores. Em terceiro lugar está São Paulo (SP), com 427 resgatados.

O balanço também constatou que o Maranhão lidera a estatística nacional de resgatados residentes. Nesse caso, 18,35% dos resgatados de condições semelhantes à escravidão declararam morar em território maranhense. Codó também figura entre os cinco municípios do país com maior número de residentes resgatados, com 356 trabalhadores.

Repressão insuficiente - Segundo a procuradora do Trabalho que coordena o combate ao trabalho escravo no MPT-MA, Virgínia de Azevedo Neves, a realidade que obriga os trabalhadores a deixarem suas comunidades em busca de emprego em outras localidades não mudou. “As pessoas continuam tendo que sair do Maranhão, pois não há oportunidades de emprego e renda para todos. Além disso, muitos resgatados de hoje voltam a ser vítimas do trabalho escravo amanhã”, diz.

Para Virgínia Neves, apenas a repressão não é suficiente para romper com esse ciclo. “O trabalho escravo é um problema social. Precisamos de ações coordenadas e políticas amplas, eficazes e fortes, que garantam a reinserção e a qualificação dos resgatados”, lembra ela.

Acordo inédito no país - Uma das estratégias para transformar essa realidade foi a assinatura, em maio deste ano, de um termo de ajuste de conduta [TAC N° 031/2017], inédito no país, com o governo do Maranhão, que se comprometeu em criar o programa estadual de enfrentamento ao trabalho em condições análogas a de escravo. O acordo possui 19 cláusulas que devem ser cumpridas até o dia 1º de março de 2018.

“Com esse instrumento, que tem força de uma sentença judicial, o Estado se compromete a implementar políticas públicas de combate ao trabalho escravo, assegurando direitos fundamentais aos trabalhadores”, explica Virgínia.

O programa estadual prevê a política de mobilização, prevenção e reinserção social das vítimas da exploração, com ações articuladas nas áreas de educação, saúde, assistência social, trabalho, promoção de acesso à terra, qualificação profissional e emprego e renda.

Combate ao trabalho escravo no Maranhão - Atualmente, o MPT-MA conduz 52 investigações dentro da temática do trabalho escravo em todo o estado. O órgão possui 65 ações civis públicas ativas na Justiça do Trabalho e acompanha o cumprimento de 72 termos de ajuste de conduta, que foram assinados pelos exploradores de mão de obra escrava em território maranhense. 

Esta matéria foi publicada originalmente, no https://atual7.com, e aqui reproduzida, onde sofreu algumas alterações entre colchetes. 

Guerra da Síria. O Ministério russo da Defesa divulga fotos de Forças dos EUA estacionadas junto ao Daesh (E.I.).

Foto - Rede Voltairenet. 28/09/2017.
O Ministério russo da Defesa difundiu, a 24 de Setembro de 2017, imagens de satélite de um campo de Forças Especiais dos EUA em pleno coração do território do Daesh (E.I.) na região síria de Deir ez-Zor. 

A agência de notícias turca Anadolu já havia mencionado a existência de tais bases, em 17 de Junho.

Inúmeras fontes atestam a existência de um acordo de não-agressão das Forças dos EU e das Forças curdas, por um lado, e o Daesh, por outro.

Essas fotografias contestam a versão segundo a qual os Estados Unidos e seus aliados curdos combatem o Estado islâmico. Apenas os Estados com satélites posicionados por cima da Síria podem verificar a autenticidade disto. É, pois, a eles que estas informações se destinam.
JPEG - 69.9 kb
Foto - Rede Voltairenet. 28/09/2017.

Tradução Alva.