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Texto de Chico Vigilante.
O primeiro passo para manter uma nação submissa e colonizada é
impedir seu desenvolvimento intelectual e cultural. Além de saquear suas
riquezas, é claro.
É exatamente isso que está acontecendo no Brasil.
A quadrilha chefiada por Temer fez uma reforma da educação
predatória, cortou gastos previstos constitucionalmente e está arrasando com
nosso sistema educacional, especialmente universidades e institutos de
pesquisa.
Quanto menos cientistas, professores e estudantes pensando e
debatendo os problemas nacionais melhor.
Quanto menos gente melhor questionando a mídia golpista e seu
mantra imperialista de que Estado zero é bom, privatização de estatais
estratégicas para o capital estrangeiro é progresso, e que petista além de
comunista é corrupto.
O que jovens e mesmo adultos que viveram mas não perceberam o
que aconteceu em 1964, devem tentar entender é que por trás do golpe existem
não apenas razões políticas mas econômicas poderosas que se repetem
continuamente na história.
Se olharmos para a luta de várias nações contra o colonialismo
vamos enxergar um imenso mar de sangue e de desigualdade que vai e volta no
tempo e muitos dos atores se repetem.
Até 1953, por exemplo, a Inglaterra ficava com 90% do
faturamento do petróleo no Irã. Depois de anos buscando um acordo mais justo,
um político iraniano democraticamente eleito, Mohammed Mossadegh nacionalizou a
produção, ou seja, criou a equivalente iraniana à nossa Petrobras.
O Irã nacionaliza seu petróleo e a reação da City of London e da
Wall Street é de "ameaça comunista".
A Inglaterra pede ajuda aos EUA e os dois aliados armam mais um
golpe de Estado de sua extensa lista, colocando no poder um rei sanguinário, o
Xá Reza Pahlevi, quando passam a retirar petróleo direto do solo iraniano a
preço de banana.
A exploração só terminou quando o Aiatolá Khomeini passou o
cerol em geral na Revolução Iraniana, em 1979.
Processo parecido aconteceu na Indonésia quando o presidente
Sukarno nacionalizou o petróleo.
Foi chamado de comunista, derrubado pela Holanda, França, EUA e
Inglaterra, que colocaram no poder um ditador chamado Suharto, responsável pelo
genocídio de meio milhão de pessoas em poucos meses.
A intenção americana na Venezuela não é diferente. Com a ajuda
de Temer e Macri, Trump se sente mais seguro para botar as garras de fora.
A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo. É fácil
imaginar quais são os planos do imperialismo ianque de vender para o mundo a
ideia de que Nicolas Maduro é um ditador comunista que deve ser derrubado.
O golpe parlamentar no Brasil também foi patrocinado pelos
Estados Unidos e teve como principal objetivo a usurpação do nosso petróleo,
especialmente o do pré-sal. Como desculpa, a mesma ladainha de sempre, a
corrupção e os comunistas, neste caso o dedo apontado para os petistas.
A mídia golpista não diz por exemplo que Maduro é odiado por
Trump porque está preparado para resistir e morrer por seu país ao contrário de
Temer que está entregando de bandeja nossas riquezas na área energética, a
Eletrobras, o Pre Sal, a Petrobras, hidrelétricas, a Base de Alcântara, nosso
programa nuclear, nossos minérios e muito mais.
As forças em ação pela entrega do Brasil são poderosas e unidas
pelo mesmo objetivo: defender os interesses das elites e do capital
internacional. Para isso estão dispostas a tudo.
Nossa única saída é resistir e buscarmos uma frente a mais ampla
possível dos setores progressistas e democráticos contra a entrega do Brasil.
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