terça-feira, 31 de outubro de 2017

Senado. Comissão de Direitos Humanos tratará de caso Cancellier, diz Regina Sousa.

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Sergio Vieira31/10/2017, 17h09.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), Regina Sousa (PT-PI), comunicou em Plenário nesta terça-feira (31) que acatou o requerimento apresentado por mais de 200 juristas pedindo que o Congresso investigue "operações jurídico-policiais-midiáticas" que estariam minando o Estado de Direito.
A informação foi dada durante sessão de homenagem ao ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, que suicidou-se no dia 2 de outubro. Ele foi alvo da operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que apontou desvio de verbas na UFSC.
Cancellier foi defendido pelos oradores convidados, que criticaram a operação da PF e a culparam por seu suicídio. Segundo eles, a operação desrespeitou preceitos legais mínimos em relação aos investigados, seria inconsistente e ainda teria sido "intencionalmente espetacularizada". Também afirmaram que todos os fatos investigados na Ouvidos Moucos referiam-se a suspeitas anteriores à Cancellier assumir o cargo de reitor.

"Estado de exceção"

O requerimento foi apresentado durante a sessão pelo professor de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Neves, em nome de mais de 200 juristas. Para eles, as "operações jurídico-policiais-midiáticas" são uma "farsa conduzida por setores autoritários da sociedade que tem como objetivo não-declarado minar o Estado de Direito".
Num discurso emocionado, pois era amigo desde a infância de Cancellier, o desembargador Lédio Rosa afirmou que o Brasil precisa estar atento a setores do Judiciário, do Ministério Público (MP) e da Polícia Federal (PF) que estariam adotando uma prática fascista, passando por cima das leis para imporem desejos pessoais, sob o discurso de combate à corrupção.
— Tenho certeza que a maior parte destas instituições é contra as práticas que vem sendo adotadas por esta minoria que se acha acima do bem e do mal, que se acha mais ética. Esta minoria está acabando com a legitimidade do monopólio da violência pelo Estado. De fato, a lei é para todos, também para quem manipula o monopólio da violência pelo Estado — defendeu.
O desembargador também fez fortes fortes críticas às associações representativas dos magistrados, procuradores e policiais federais, que segundo ele "em nome de um corporativismo baixo, também contribuem para a destruição do Estado de Direito, encarando qualquer crítica a evidentes ilegalidades, abusos de poder e práticas fascistas como ataques à democracia".

"Militância política"

Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), o que setores do Judiciário, do MP e da PF fazem hoje é "militância política pura e simples, desavergonhada, deslavada e desbragada".
— As ações imoderadas e arbitrárias por parte destes setores, em conluio com a mídia simpática à causa, são essenciais para que se imponha a ordem fascista. Objetivam esgarçar ao limite a legalidade e a ordem democrática — denunciou o senador, para quem o objetivo final desta aliança é a manutenção do status quo historicamente injusto da sociedade brasileira.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado).
LEIA TAMBÉM: DOSSIÊ EXCLUSIVO: Corregedor que entregou reitor à PF já foi condenado por calúnia e difamação. https://jornalistaslivres.org/2017/ 10/exclusivo-corregedor-que-denunciou-reitor-a-pf-ja-foi-condenado-por-calunia-e-difamacao/

MPF acompanha ato de interdição de 2500 pistolas utilizadas pela Polícia Militar de Goiás.



Medida é resultado da Auditoria do Trabalho que investigou acidentes e incidentes relativos às pistolas modelo PT 24/7 PRO D, da fabricante Taurus.

O Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) acompanhou, nesta terça-feira (31), a interdição promovida pelo Ministério do Trabalho (MTb) de 2.500 pistolas modelo PT 24/7 PRO D, da fabricante Taurus, em uso pela Polícia Militar de Goiás (PM-GO). 

A medida de interdição e recolhimento das armas é resultado da Auditoria do Trabalho realizada de agosto a outubro deste ano, que investigou acidentes e incidentes reportados pela PM-GO relativos ao armamento. O documento concluiu que as pistolas PT 24/7 PRO D são inseguras e perigosas para o uso dos policiais, o que exige o seu recolhimento imediato e a sua substituição por armas comprovadamente seguras.

A auditoria colheu informações sobre acidentes e incidentes com a arma envolvendo policiais militares de Goiás e de outros estados da federação. Até o momento, já foram registrados 27 acidentes com vítimas na PM-GO. A fabricação e comercialização da arma pelo Exército Brasileiro também foi suspensa.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) foi notificada do Termo de Interdição no final da manhã desta terça-feira (31), em reunião na sede do MTb em Goiânia. Na ocasião, estiveram presentes, além do MPF e do MTb, representantes da PM-GO, do Exército Brasileiro e da SSP/GO. Mesmo notificado, o representante da Taurus não compareceu.

Defeitos – Os principais defeitos da pistola verificados pela auditoria, em conjunto com peritos da PM-GO, foram: disparos involuntários; disparo ao acionar o desarmador do percussor; falha de ejeção da cápsula ou estojo e travamentos do gatilho e travamento do ferrolho. Além disso, em armas novas foram detectadas rachaduras no carregador; retém do ferrolho quebrado e folgas no desarmador do percussor.

Para o procurador da República Ailton Benedito, a utilização de arma de fogo segura é medida que se impõe, pois para o policial trata-se de equipamento de proteção pessoal, de defesa da sua vida e integridade física, bem como de defesa da sociedade.
Assessoria de Comunicação - Ministério Público Federal em Goiás - Fones: (62) 3243-5454/3243-5266 - E-mail: prgo-ascom@mpf.mp.br - Site: www.mpf.mp. br/go - Twitter: http://twitter.com/mpf_go - Facebook: /MPFederal.

Brasil. Com mais de 61 mil assassinatos, País tem recorde de homicídios em 2016.

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Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil.
O Brasil registrou 61,6 mil mortes violentas em 2016, de acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública divulgado hoje (30). O número, que contabiliza latrocínios, homicídios e lesões seguidas de morte, representa um crescimento de 3,8% em comparação com 2015, sendo o maior patamar da história do país. Em média, foram contabilizados 7 assassinatos por hora. Com o crescimento do número de mortes intencionais, a taxa de homicídios no Brasil por 100 mil habitantes ficou em 29,9.  [Leia os dados aqui http://www.forumseguranca.org.br/ atividade /anuario/].

O Rio de Janeiro é o estado com maior número de vítimas (6,2 mil) e registrou o segundo maior crescimento na quantidade de casos, 24,3% em relação a 2015. Foram registrados 37,6 homicídios para cada 100 mil habitantes no estado.

A maior taxa de assassinatos foi, no entanto, verificada em Sergipe com 64 casos para cada grupo de 100 mil. Em números absolutos, o estado teve 1,4 mil mortes violentas em 2016, uma alta de 11,5% em relação ao ano anterior.

A maior elevação no número de assassinatos ocorreu no Amapá que teve 250 casos em 2015 e chegou a 388 em 2016, uma alta de 52,1%. O Rio Grande do Norte foi o terceiro em crescimento no número de mortes (18%). Com 1,9 mil casos, o estado tem a segunda maior taxa de assassinatos para cada 100 mil habitantes no estado – 56,9.

Violência contra a mulher
O anuário trouxe ainda, pela primeira vez, os dados dos feminicídios e assassinatos de mulheres. Em 2015 entrou em vigor a legislação nacional que determinou que assassinatos cometidos contra mulheres em razão de gênero se tornassem agravante do homicídio. Em 2016, foram registrados 533 casos em todo o país que tiveram enquadramento na nova lei. Desses, 96 ocorreram no Rio Grande do Sul.

Os crimes violentos contra mulheres somaram 4,6 mil casos em 2016, o que representa uma média de um assassinato a cada duas horas. Os estupros totalizaram 49,5 mil ocorrências, um crescimento de 3,5% em comparação com 2015.

Soluções
A partir de experiências que conseguiram reduzir a violência em outros países, como no Reino Unido, o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani, defendeu políticas que atuem para diminuir a reincidência e melhorar a qualidade de vida da população mais pobre. “A pessoa mais educada, com uma vida melhor, vai ter menos a gramática da violência no seu cotidiano. No caso do Reino Unido, novas gerações que vieram de lares mais estruturados devido ao desenvolvimento econômico que houve no país nas décadas de 1980 e 1990 tem a gramática da violência menos presente”, destacou.

Ainda sobre os resultados obtidos na Inglaterra, o professor apontou como um bom exemplo o uso da liberdade condicional, em que os condenados são observados por funcionários especializados. “Em vez de ser preso, ele vai ter uma pena que vai ser mudar o comportamento da sua vida”, explicou. Enquanto no Brasil, Alcadipani vê como infrutífera a política de encarceramento adotada como regra. “Você não tem nenhuma efetividade de ação que impeça que esse sujeito continue no meio do crime”, enfatizou.

Para reduzir o poder do crime organizado, o Brasil precisa, na opinião do especialista, também discutir a legalização das drogas. “O que resolve problema de fuzil e segurança pública não é controlar fronteira, porque ninguém controla a sua fronteira. 

Os Estados Unidos têm muito mais dinheiro e tecnologia e não controla a sua fronteira. O que controla esse tipo de crime é justamente a regulamentação do mercado das drogas. Se tem muito fuzil, muita arma pesada, você tem muito dinheiro na mão do crime hoje”.

*texto ampliado às 18h22 para acréscimo de informações.

Edição: Lílian Beraldo

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Em todo o Brasil motoristas do Uber fazem carreata contra o PLC 28/2017.

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Parceiros do Uber em São Luís, concentrados na Avenida Litorânea realizam uma grande carreata na manhã desta segunda-feira contra o projeto de lei que pretende regularizar a situação dos aplicativos de transporte em todo o país. 
A manifestação ocorre também nas demais grandes cidades e capitais brasileiras. 

Nessa terça-feira, deve ser votado no Senado o Projeto de Lei 28/2017, de abril, que pretende regulamentar o transporte remunerado privado individual de passageiros no Brasil. 

A Uber alega que a proposta cria um “alto nível” de burocracia para os condutores que prestam serviço aos aplicativos, “fazendo com que eles precisem conseguir placas vermelhas, licenças específicas (como alvarás) e diversos outros pontos que restringem a liberdade de trabalho do brasileiro”. 

Segundo dados extraoficiais São Luís já tem mais de seis mil parceiros do UBER cadastrado e em funcionamento.


Deputado Wellington convida população para audiência que discutirá os direitos das pessoas com deficiência em Imperatriz.


Efetivar direitos e garantir o desenvolvimento de políticas públicas que garantam a inclusão. É com esse objetivo que o deputado estadual Wellington do Curso (PP) convidou a população para participar de audiência pública que discutirá as garantias das pessoas com deficiência e o Programa Travessia em Imperatriz. A audiência pública acontecerá na próxima segunda-feira, 30, a partir das 8 horas, na Câmara de Vereadores do Município.
Segundo o deputado Wellington, o evento é o momento para se ouvir as pessoas com deficiência e, posteriormente, articular soluções para os problemas identificados.
“Recebemos essa solicitação do movimento das pessoas com deficiência e não poderíamos nos omitir da discussão. Enquanto deputado estadual, não podemos desenvolver as ações, já que isso cabe ao Governador, ao Prefeito. O que podemos fazer é ouvir o maranhense, levar o problema até o Executivo e apresentar a possível solução. Certamente, a busca pela inclusão e plena acessibilidade é o que nos motiva a realizar tal audiência”, disse Wellington.

Brasil. Crimes de latrocínios aumentam 58% nos últimos 7 anos.

Dados inéditos do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta segunda-feira, 30, mostram que esse a quantidade de latrocínios —roubos seguidos de morte— subiu 57,8% no País.
247 - Dados inéditos do 11.º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que será divulgado nesta segunda-feira, 30, mostram que essa é a quantidade de latrocínios —roubos seguidos de morte— subiu 57,8% no País entre 2010 e o ano passado, quando houve 2,5 mil registros ou sete casos por dia.
A análise do Fórum, que reúne números oficiais, é a mais relevante do setor. A organização reúne pesquisadores e policiais no debate de políticas públicas.
No total, foram 13,8 mil assassinatos durante roubos desde 2010. De acordo com especialistas, a crise econômica associada a problemas em programas estaduais de redução de criminalidade – que perderam investimentos – é um dos fatores para entender os indicadores. Com a recessão, em muitos Estados houve queda tanto da capacidade de policiamento nas ruas quanto de investigação.
O latrocínio tem punição pesada prevista no artigo 157 do Código Penal. A pena de prisão é de 20 a 30 anos, o máximo permitido pela lei brasileira.
Ainda assim, os bandidos não têm se desencorajado. No Rio, a situação é especialmente preocupante. Pernambuco (cujo número de casos saltou de 114 para 167) e Espírito Santo (de 35 para 53) são outros que tiveram altas proporcionais relevantes. Pernambuco teve um programa considerado modelo em redução de mortes violentas, que perdeu força nos últimos anos.

domingo, 29 de outubro de 2017

Garimpeiros. Barco do ICMBio é incendiado em novo ataque após depredação de prédios em Humaitá, no Amazonas.


Barco do ICMBio é incendiado em novo ataque após depredação de prédios no Amazonas - houve perda total da embarcação.
Um barco do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foi incendiado neste sábado (28), durante um novo ataque em Humaitá, no Sul do Amazonas. 

Garimpeiros são suspeitos do crime, que teria sido cometido em represália a uma operação dos órgãos ambientais. Após o ataque, funcionários do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que atuavam na cidade, deixaram o município escoltados por policiais.

Sedes do ICMBio e do Ibama foram incendiadas por garimpeiros na sexta-feira (27); agentes do Ibama deixaram a cidade escoltados pela Polícia Federal.

A ação criminosa ocorreu após ataques a prédios do ICMBio e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que também foram queimados na sexta-feira (27).

Carros do Ibama também foram depredados (Foto: Raolin Magalhães/Rede Amazônica)
O caso ocorreu após a operação "Ouro Fino" - realizada pelo Ibama e ICMBio - apreender balsas que atuavam na extração ilegal de ouro no Rio Madeira, em uma área de proteção ambiental.

A informação sobre o novo ataque foi confirmada pelo Ibama na tarde deste sábado. Segundo o Instituto, o barco estava ancorado na margem do Rio Madeira, quando um grupo de pessoas ateou fogo na embarcação e fugiu em seguida.

Por questão de segurança, 25 agentes do Ibama que trabalhavam na cidade foram levados para a cidade de Porto Velho, em Rondônia, escoltados pela Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança.

Reforço na segurança - A segurança em Humaitá, no Sul do Amazonas, foi reforçada por soldados do Exército e Policiais Federais. O reforço de agentes da Força Nacional de Segurança chegou ainda na sexta-feira (27), durante o ataque a prédios públicos, que durou cerca de cinco horas.

Segundo o 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), que atua no município, a situação foi controlada na cidade por volta de 23h de sexta. Foram usadas bombas de efeito moral, gás e spray de pimenta. Durante a ação, materiais foram arremessados contra a tropa, de acordo com a polícia.  Ainda segundo o 4º BPM, a situação na cidade era tranquila até no início da tarde deste sábado.

Represália - O ataque dos garimpeiros teria sido uma represália a uma operação feita por agentes do Ibama, ICMBio e Exército contra o garimpo ilegal no Rio Madeira, numa área de proteção ambiental.

Várias balsas usadas no garimpo foram incendiadas pelos órgãos ambientais. A informação foi confirmada pelo Ibama e segundo o superintendente do órgão no Amazonas, José Leland Barroso, a ação é legalizada pelo artigo 111 do decreto 6.514. 

Conforme a lei, os produtos, inclusive madeiras, subprodutos e instrumentos utilizados na prática de infrações contra o meio ambiente poderão ser destruídos ou inutilizados quando a medida for necessária para evitar o seu uso em situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias. "O Ibama tentou remover as balsas para o porto de Humaitá e ficar sob a guarda da Marinha, mas os garimpeiros não deixaram que as balsas fossem rebocadas e não tinha outra maneira de fazer, senão usar o artigo 111 do decreto 6.514", explicou.

Revoltados com a destruição das balsas, os garimpeiros se reuniram para protestar. Os manifestantes invadiram e incendiaram os prédios do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Eles também entraram no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde funciona o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), mas foram contidos. Sem acesso ao local, o grupo ateou fogo em veículos que estavam estacionados na área.

Barroso informou que as fiscalizações na área devem continuar. "Consideramos uma barbárie, um ato terrorista. Desafiaram o poder do estado brasileiro e isso vai ter resposta, o Ibama não vai recuar, compactuar com isso. O Ibama vai continuar com usas atividades. Podem tocar fogo em todos os nossos escritórios, mas vamos continuar”, disse.