Tema de grande destaque midiático, o bullying tem motivado
estudos científicos por todo o globo, que vêm desvendando os mais
diversos aspectos de tal prática. Até muito recentemente, os atos que
nos são apresentados com a palavra bullying tinham denominações difusas, ainda que em língua portuguesa, e não pareciam ter a gravidade carregada pelo termo estrangeiro.
A convivência entre humanos está, com frequência, permeada por algum
grau de violência, tendo em vista desde conflitos entre tribos de
hominídeos, nos primórdios da humanidade, até os recentes bombardeios à
Líbia, com a morte do ex-ditador Kadafi e de tantos outros civis. Porém,
é comum que a violência não extrapole sequer os limites de uma
família,uma empresa, ou escola.
Segundo o coordenador da Abrapia (Associação Brasileira
Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência), estudos
internacionais mostraram que as práticas de opressão, perseguição,
isolamento e intimidação podem começar aos três anos de idade.
Certamente que a violência no âmbito social desde tão tenra idade pode
ter consequências gravíssimas, tal qual observado em atos como a
invasão, por um adolescente de dezoito anos, armado, ao seu antigo
colégio, onde disparou contra ex-colegas e contra si, matando-se; ou
casos de depressão e automutilação.
As causas de um grave problema social
Em observância aos enormes prejuízos que o bullying pode
causar a suas vítimas, pode-se levantar outra questão: o que leva uma
criança, parente ou colega de trabalho, a comportamentos hostis e
ofensivos? Talvez a resposta para tal questionamento ofereça
possibilidades efetivas de combate à violência social, pois a simples
repressão aos agressores não alcançará o cerne da questão; pode
acarretar os mesmos comportamentos, ou até mais graves, fora do alcance
de ação do opressor, portanto fugindo ao controle institucional.
Agora, que já existe uma consciência coletiva sobre o conceito de bullying
e seu alcance, devem-se averiguar as mais profundas causas deste que
constitui, não há pouco tempo, um grave problema social. Não podemos
reduzi-lo às implicações de maior apelo popular. Devemos enfrentá-lo nas
reais dimensões que possui.
[O’Hara Manfroi é estudante, Florianópolis, SC]
Materia copiada: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_a_necessidade_de_um_novo_olhar_sobre_o_bullying
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