O Batalhão de Choque, que acompanhava de perto o segundo momento do
protesto dos estudantes pernambucanos em relação ao aumento das
passagens de ônibus, voltou a disparar contra os manifestantes e
atiraram três bombas de efeito moral dentro das dependências da
Faculdade de Direito do Recife, onde os jovens se concentravam. Parte
dos alunos que estavam no local saíam para se juntar ao grupo que tomou
três das quatro faixas da Rua Princesa Isabel, no centro da cidade. Mais
um estudante foi ferido pelas balas e uma jovem, identificada apenas
por Alessandra foi detida pela polícia. O clima de tensão voltou ao
local e o tráfego está interrompido até a Ponte Princesa Isabel. Agora,
grupo de estudantes se prepara para marchar em direção ao Palácio do
Governo do Estado, na Praça da República, no bairro de Santo Antônio, no
Recife.
Os jovens se concentraram na região com latas de tinta e pedaços de
pau, fazendo barulho para chamar a atenção da sociedade sobre o aumento
de 6,5%, anunciado nesta manhã, pelo Grande Recife Consórcio de
Transportes. O Batalhão de Choque, reforçado por policiais de trânsito,
estão ao lado dos estudantes acompanhava a movimentação, para garantir
que eles não ocupem, como pretendiam, o cruzamento da Avenida Cruz
Cabugá, um dos principais trechos viários do Centro do Recife.
Os jovens se dispersaram depois de uma confusão causada depois da
ação do Batalhão de Choque, que tentava impedir a passagem dos
estudantes. Mesmo com a passagem parcialmente bloqueada, o movimento
estudantil avançou e a situação fugiu do controle quando um dos agentes
disparou uma bomba de efeito moral, nas proximidades do Fórum Thomaz de
Aquino. Também foi utilizado spray de pimenta e pelo menos dois jovens
acabaram detidos.
Antes mesmo dos alunos chegarem ao destino, o consórcio anunciou o
aumento das passagens do transporte público no estado. O reajuste, de
6,5%, eleva o valor do anel A, para R$ 2,15, o valor do anel B, para R$
3,30, o anel D, para R$ 2,60 e o anel G, para R$ 1,40. O valor é
inferior ao que foi pedido pelas empresas, de 17,2%, de forma que o
mínimo que poderia ser gasto no transporte coletivo seria o valor de R$
1,50. A votação teve 13 votos a favor, 3 abstenções e apenas um contra.
Neste último caso, em defesa do reajuste máximo.
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