Segundo a Marinha, 70% das instalações da base foram destruídas no
incêndio, inclusive o prédio principal. Ficaram intactos os refúgios,
laboratórios, tanques de combustível e o heliponto, que são isolados do
prédio principal. O avião que traz de volta o militar ferido no incêndio
e o pessoal resgatado da base decolou à tarde de Punta Arenas e deve
pousar no Rio na madrugada de segunda-feira. Antes, pousa em Pelotas, no
Rio Grande do Sul, onde desembarcam quatro pessoas.
Incêndio comprometeu 40% do programa antártico brasileiro, diz pesquisador
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil.
Rio de Janeiro – O incêndio que destruiu sábado (25) a Estação
Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, comprometeu 40% do
programa antártico brasileiro. A avaliação é do diretor do Centro Polar e
Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jefferson
Simões, que já esteve 19 vezes no continente gelado, das quais cinco na
Comandante Ferraz.
“Foram afetadas principalmente as áreas de biociência, algumas
pesquisas sobre química atmosférica, de monitoramento ambiental,
principalmente sobre o impacto da atividade humana naquela região do
planeta. Infelizmente, isso também representou uma perda enorme em
termos de equipamentos. Ainda não podemos estimar, mas ultrapassa a casa
da dezena de milhões de dólares”, lamenta o pesquisador.
Segundo Simões, no entanto, o programa antártico continuará funcionando
porque a Comandante Ferraz, apesar de concentrar uma parte importante
das pesquisas brasileiras, não era a única estação científica
brasileira. Ele explica que, pelo menos metade dos pesquisadores,
trabalha em navios de pesquisa ou em acampamentos isolados na Antártica.
Além disso, Simões conta que, em janeiro deste ano, foi inaugurado um
módulo de pesquisa no próprio Continente Antártico, chamado de Criosfera
1, localizado a 2.500 quilômetros ao sul da Comandante Ferraz, que está
concentrando importantes pesquisas brasileiras. Segundo a Academia
Brasileira de Ciências, essa é a estação de pesquisas latino-americana
mais próxima do Polo Sul.
“É um módulo totalmente automatizado, que coleta dados meteorológicos,
de química atmosférica, inclusive dióxido de carbono, e outros estudos.
Essa expedição [de instalação do módulo] foi liderada por mim, com
pesquisadores de sete instituições nacionais, como a Universidade
Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro”, disse.
De acordo com o pesquisador, a reconstrução da Estação Comandante
Ferraz demorará, pelo menos, dois anos, em consequencia das condições
geográficas da Ilha Rei George. “O processo de reconstrução, para voltar
ao nível em que estava, demorará de dois a três anos. A logística é
muito difícil e só podemos construir durante o verão antártico. E o
inverno já está chegando”, disse.
Nova estação antártica brasileira terá arquitetura mais “completa e orgânica”, diz Amorim
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil.
Rio de Janeiro – A nova base brasileira na Antártica , que deverá
ser reconstruída após a Estação Comandante Ferraz ter sido destruída por
um incêndio neste sábado (25), terá uma arquitetura nova, mais
“completa e orgânica”. A afirmação foi feita pelo ministro da Defesa,
Celso Amorim.
“A nossa ideia é imediatamente, já, chamar arquitetos para fazer
desenhos, inclusive um desenho mais novo. Não estou dizendo que é por
isso que aconteceu o incêndio, mas, obviamente, a base começou há 30
anos, então, ali ela foi agregando um pedaço ou outro. Agora já podemos
pensar em uma coisa para o futuro, digamos, de maneira mais completa,
mais orgânica”, disse Amorim.
De acordo com o ministro da Defesa, o planejamento da nova estação
antártica, na Ilha Rei George, deve começar amanhã (27). Ele ressaltou,
no entanto, que ainda não é possível avaliar os danos na estação
incendiada, nem precisar quando a nova base estará pronta.
O incêndio na base brasileira começou por volta das 2h de ontem, na
praça de máquinas, local onde ficam os geradores de energia. Dois
militares morreram, o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o
sargento Roberto Lopes dos Santos, ambos da Marinha. Eles participavam
do grupo de apoio que tentava apagar o incêndio originado na casa de
máquinas da base. O primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos ficou
ferido.
Dilma manifesta pesar por incêndio e mortes na estação brasileira da Antártica
Stênio Ribeiro - Repórter da Agência Brasil.
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff recebeu com “grande
consternação” a notícia sobre o incêndio ocorrido neste sábado (25) na
Estação Antártica Comandante Ferraz, que provocou a morte de dois
militares da Marinha e ferimentos em outro.
Em nota divulgada à noite pela Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República, Dilma destacou o heroísmo dos militares no
combate ao incêndio e manifestou solidariedade às famílias dos dois
mortos, o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o
primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, e do primeiro-sargento
Luciano Gomes Medeiros, que ficou ferido.
Comunicada sobre o acidente pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, a
presidenta determinou a adoção de todas as medidas necessárias para
salvaguardar a segurança dos cientistas, militares e visitantes que se
encontravam na base brasileira e foram transferidos rapidamente para
Punta Arenas, no Sul do Chile.
De acordo com a nota, Dilma reafirmou a importância do programa de
pesquisas desenvolvido na Estação Comandante Ferraz, elogiou a
“abnegação e o desprendimento” dos brasileiros que lá trabalham e
manifestou a “firme disposição” do país na reconstrução da base de
pesquisas na Antártica.
A nota diz ainda que Dilma telefonou ao presidente do Chile,
Sebastián Piñera, e agradeceu o apoio do país no socorro e resgate dos
brasileiros atingidos pelo incêndio. Agradeceu também o apoio e
solidariedade prestados pelos governos da Argentina e da Polônia.
FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
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