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Deputado Marco Maia. |
Marco Maia responde à reportagem desta semana em que a publicação acusa o PT de armar uma cortina de fumaça para ofuscar o mensalão; mais: ele promete um capítulo dedicado às relações de Cachoeira com a mídia e lembra o caso Murdoch
247 - Agora é guerra. O presidente da Câmara dos Deputados,
Marco Maia, soltou uma nota contestando a reportagem de capa da revista
Veja deste fim de semana, que acusa o PT de armar uma cortina de fumaça,
com a CPI do caso Cachoeira, para abafar o escândalo do mensalão.
Num
texto duro, Maia garante que haverá uma investigação sobre as relações
de jornalistas com grupos clandestinos de espionagem e lembrou o caso do
News of the World, que fechou as portas após a descoberta de que
publicava grampos ilícitos.
Leia, abaixo, a nota de Marco Maia (PT/RS):
Resposta de Marco Maia, Presidente da Câmara dos Deputados à Veja.
Por que a Veja é contra a CPMI do Cachoeira?
Tendo em vista a publicação, na edição desta semana, de mais uma
matéria opinativa por parte da revista Veja do Grupo Abril, desferindo
um novo ataque desrespeitoso e grosseiro contra minha pessoa, sinto-me
no dever de prestar os esclarecimentos a seguir em respeito aos cidadãos
brasileiros, em especial aos leitores da referida revista e aos meus
eleitores:
- a decisão de instalação de uma CPMI, reunindo Senado e Câmara
Federal, resultou do entendimento quase unânime por parte do conjunto de
partidos políticos com representação no Congresso Nacional sobre a
necessidade de investigar as denúncias que se tornaram públicas,
envolvendo as relações entre o contraventor conhecido como Carlinhos
Cachoeira com integrantes dos setores público e privado, entre eles a
imprensa;
- não é verdadeira, portanto, a tese que a referida matéria tenta
construir (de forma arrogante e totalitária) de que esta CPMI seja um
ato que vise tão somente confundir a opinião pública no momento em que o
judiciário prepara-se para julgar as responsabilidades de diversos
políticos citados no processo conhecido como "Mensalão";
- também não é verdadeira a tese, que a revista Veja tenta construir
(também de forma totalitária), de que esta CPMI tem como um dos
objetivos realizar uma caça a jornalistas que tenham realizado denúncias
contra este ou aquele partido ou pessoa. Mas posso assegurar que
haverá, sim, investigações sobre as graves denúncias de que o
contraventor Carlinhos Cachoeira abastecia jornalistas e veículos de
imprensa com informações obtidas a partir de um esquema clandestino de
arapongagem;
- vale lembrar que, há pouco tempo, um importante jornal inglês foi
obrigado a fechar as portas por denúncias menos graves do que estas.
Isto sem falar na defesa que a matéria da Veja faz da cartilha fascista
de que os fins justificam os meios ao defender o uso de meios espúrios
para alcançar seus objetivos;
- afinal, por que a revista Veja é tão crítica em relação à
instalação desta CPMI? Por que a Veja ataca esta CPMI? Por que a Veja,
há duas semanas, não publicou uma linha sequer sobre as denúncias que
envolviam até então somente o senador Demóstenes Torres, quando todos
(destaco "todos") os demais veículos da imprensa buscavam desvendar as
denúncias? Por que não investigar possíveis desvios de conduta da
imprensa? Vai mal a Veja!;
- o que mais surpreende é o fato de que, em nenhum momento nas minhas
declarações durante a última semana, falei especificamente sobre a
revista, apontei envolvidos, ou mesmo emiti juízo de valor sobre o que é
certo ou errado no comportamento da imprensa ou de qualquer envolvido
no esquema. Ao contrário, apenas afirmei a necessidade de investigar
tudo o que diz respeito às relações criminosas apontadas pelas Operações
Monte Carlo e Vegas;
- não é a primeira vez que a revista Veja realiza matérias,
aparentemente jornalísticas, mas com cunho opinativo, exagerando nos
adjetivos a mim, sem sequer, como manda qualquer manual de jornalismo,
ouvir as partes, o que não aconteceu em relação à minha pessoa (confesso
que não entendo o porquê), demonstrando o emprego de métodos pouco
jornalísticos, o que não colabora com a consolidação da democracia que
tanto depende do uso responsável da liberdade de imprensa.
Presidente da Câmara dos Deputados
Em 15 de abril de 2012
FONTE:http://brasil247.com/pt/247/poder/54052/Presidente-da-Camara-declara-guerra-a-Veja.htm
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