Gilberto Costa - Repórter da Agência Brasil.
Edição: Graça Adjuto
FONTE:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-21/governo-quer-criar-politica-para-exploracao-de-terras-raras
 Brasília – Os ministérios de Minas e Energia
 (MME) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) querem criar uma 
política para a exploração de minerais conhecidos como terras-raras, que
 apresentam propriedades químicas e físicas úteis para aplicação 
industrial em produtos de alta tecnologia.
 Esses minerais estão incorporados em aplicações como 
supercondutores, imãs, catalizadores utilizados no refino de produtos 
diversos (como petróleo), componentes para carros e monitores de LCD, 
entre outros.
 São terras-raras minerais compostos por 17 elementos químicos leves e
 pesados (a maioria de número atômico entre 57 e 71). Segundo relatório 
produzido pelo MME e MCTI em dezembro de 2010, as ocorrências de 
terras-raras no território nacional estão associadas a minerais 
radioativos com a presença de outros elementos de valor comercial.  Apesar da disponibilidade, “o Brasil, atualmente, não lavra nem produz 
nenhum composto de terras-raras, sendo totalmente dependente da 
importação”, acrescenta o documento.
 Cerca de 97% da produção de terras-raras no mundo estão concentrados
 na China. Essa situação permitiu ao país alterar bruscamente em 2010 os
 preços dos componentes e estabelecer cotas de exportação, colocando em 
ameaça o fornecimento para a indústria de todo o mundo. “Eles aumentaram os preços como faz um monopólio, aplicaram bem as 
lições do capitalismo”, comentou Adriano Duarte, coordenador-geral de 
Tecnologias Setoriais do MCTI, ao lembrar
 que os chineses ficaram com quase todo o mercado de terras-raras por 
adotar preços muito baixos, desestimulando a pesquisa e a produção em 
outros países.
 Segundo Carlos Augusto Moraes, coordenador do Estudo de Usos e 
Aplicações de Terras-Raras no Brasil, em desenvolvimento no Centro de 
Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE, ligado ao MCTI), a estratégia da 
China é forçar o aumento das exportações de seus produtos acabados. 
Assim, ao limitar o fornecimento de componentes de terras-raras, pode 
forçar a importação por artigos de alta tecnologia e valor agregado.
 A situação pôs em alerta
 os Estados Unidos, o Japão e a União Europeia, que buscam alternativas 
para garantir o suprimento desses materiais. Representantes de governos 
estrangeiros já solicitaram informações sobre o potencial de exploração e
 produção mineral de terras-raras no Brasil.
 De acordo com Moraes, o interesse do governo brasileiro é dominar a cadeia produtiva (toda ou parte) de alguns produtos com componentes de terras-raras e, para isso, atrair empresas estrangeiras e multinacionais.
 A política para a produção e exploração de terras raras está sendo 
elaborada dentro dos marcos do Plano Nacional de Mineração 2030, 
elaborado pelo governo. A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, 
Comunicação e Informática (CCT) do Senado estuda a criação de legislação
 específica para a exploração desses minérios.
 Atualmente, conforme dados do Departamento Nacional de Produção 
Mineral (DNPM), o país tem 164 pedidos para autorização de pesquisa de 
descoberta de lavras (mais de 50% na Bahia). 
Apenas seis lavras estão 
disponíveis. Há no Brasil cerca de 40 mil toneladas cúbicas (contra 36 
milhões da China).
FONTE:http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-05-21/governo-quer-criar-politica-para-exploracao-de-terras-raras
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