Uma nova chacina ocorreu na Síria. Uma centena de civis, entre os quais mulheres e crianças, foram mortos esta quarta-feira em duas aldeias da região de Hama.
As informações sobre o novo
massacre foram divulgadas por um representante do Conselho Nacional
Sírio oposicionista que acusou as forças governamentais da autoria deste
crime, acrescentando que o regime de Damasco estaria a planear a
realização de novos assaltos idênticos. No entanto, a TV estatal
retorquiu com avaliações contrárias, sendo afirmado que o Exército
chegou a socorrer os habitantes locais alvejados por rebeldes.
O massacre ocorreu passado apenas um dia após o braço armado do Exército Livre da Síria,
da oposição, se ter recusado a cumprir o plano de paz proposto por Kofi
Annan. A situação criada foi comentada por Serguei Demidenko, do
Instituto das Avaliações Estratégicas.
"Ao que
parece, tanto em Houla como em Hama foram perpetradas ações
provocatórias que fizeram agravar a situação e aumentar a tensão. Mas a
tendência que se delineia é mais do evidente. Haverá novas tentativas de
derrubar o Presidente Assad e o regime laico preconizado pelo partido
Baath. Mas os islamistas e monarcas do Golfo Pérsico irão mais longe.
Farão os possíveis para acabar com Bashar Al Assad por este continuar
sendo o último baluarte em oposição no mundo árabe, o que não lhes
agrada. Por isso, pode-se dizer que a tendência está traçada e assenta
em largas somas de dinheiro a ser utilizado para levar a cabo o plano de
derrube do regime de Damasco. Além disso, os oponentes de Assad almejam
a liderança incontestável no mundo árabe. A Síria continua a ser alvo
de ataques visando a sua desintegração."
Uma parte do plano é a guerra psicológica desencadeada, em primeiro lugar, por canais televisivos Al Jazeera e Al Arábia, revelou em declarações prestadas à Voz da Rússia, Ibrahim Naovaf, coordenador do projeto humanitário Preço da Liberdade. Citou a opinião de cidadãos comuns contatados por ele durante a filmagem de um documentário.
"A
taxa de popularidade do Presidente da Síria tem vindo a crescer. Agora
ele é apoiado por 80% da população. Por quê? Porque o povo se torna
testemunha de atentados cometidos por terroristas que se presumem
paladinos da nova democracia e da liberdade, graças ao sangue derramado
de pessoas inocentes. Vamos aguentar, dizem as pessoas. Acreditamos no
governo, temos confiança no Presidente. Os sírios acusam os países do
Golfo Pérsico, a Arábia Saudita e o Qatar, que já não camuflam as
tentativas de financiar os terroristas. Eles também acusam a Turquia, os
EUA, a Grã Bretanha e a França, que introduziram sanções. Quem é que
sofre por causa delas?" - interroga-se Ibrahim Naovaf. "Os milhões de
habitantes da Síria que estão a passar fome. De que apoio da parte do
Ocidente se pode falar se o povo sofre de desnutrição e já não pode
estudar, se os terroristas recebem dinheiro do exterior, matam pessoas
inocentes e destroem as infra-estruturas do país – escolas, hospitais e
mesquitas?"
A Missão de Supervisão da ONU pretende
avançar com a sua versão da chacina na vila de Houla, ocorrida há já
duas semanas. Tudo indica que após o massacre de ontem haverá novas
investigações ou serão organizados dois inquéritos simultâneos com o
objetivo de esclarecer a verdade para punir os criminosos que atentaram
contra o direito sagrado do homem à vida.
FONTE:http://portuguese.ruvr.ru/2012_06_07/Siria-massacre-Bashar-Assad-oposicao/
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