Olga Sobolevskaia - 20.08.2012.
Os problemas econômicos no final dos anos 2000 foram causa de milhares de suicídios na Grã-Bretanha – escreve o jornal Daily Mail citando pesquisas das universidades de Cambridge e Liverpool.
No entanto, segundo os especialistas russos, os motivos dos suicídios devem ser procurados mais profundamente.
Nos anos de 2008-2010, complexos
para a economia mundial, na Grã-Bretanha ocorreu uma evidente queda
econômica e anualmente o desempregoaumentou em um quarto. Neste
período, o número de suicídios no país aumentou em mil pessoas em
comparação com os tempos mais prósperos.
Estes dados
levaram os cientistas das universidade de Cambridge e Liverpool a falar
de causas econômicas dos suicídios. Entretanto, tais problemas como a
perda de emprego, falta de dinheiro, conflitos com a chefia ou divórcio
habitualmente desempenham apenas o papel de detonadores, dizem os
especialistas russos.
As principais causas dos suicídios estão
relacionadas com o sistema psíquico e a fisiologia. Muitas outras
pessoas que enfrentam problemas mobilizam-se e encontram um modo de
resolvê-los.
Na sociedade de consumo, as dificuldades
econômicas levam com frequência as pessoas ao suicídio, diz o chefe do
Instituto de Comportamento, Igor Kuzitchev.
“O
estímulo determinante – econômico, moral, interpessoal – é secundário em
relação à própria filosofia de vida, a como a pessoa reage à situação
de vida. Na sociedade ensinam-nos a higiene do corpo, por exemplo, a
tomar banho. Mas, infelizmente, em muitos países, inclusive
economicamente desenvolvidos, não ensinam a higiene dos pensamentos, a
profilaxia das preocupações, ou seja, a higiene mental.”
Uma
pessoa que reage com muita emoção às dificuldades, fica num beco sem
saída. Aliás, com frequência são justamente os homens a quem isso
acontece. Não é por acaso que eles são cerca de 850 das 1000 pessoas a
mais que cometeram suicídio na Grã-Bretanha no final dos anos 2000. É
que os homens querem parecer líderes aos olhos dos outros, para eles o
salário e a posição na sociedade são muito importantes.
Além
disso, os homens têm maior dificuldade do que as mulheres em vencer o
stress e, perdendo o status e a renda, eles às vezes chegam a falência
psicológica. E aqui podem surgir estereótipos de conduta que os meios de
informação de massas, a Internet e as redes sociais impõem.
Pois não
são poucos os clubes na internet que romantizam os suicídios, e neles as
provocações e efeito de multidão funcionam exatamente como em quaisquer
reuniões de muitas pessoas. Está na hora de especialistas darem atenção
a semelhantes sites na rede, observam os peritos.
Aliás,
muitas vezes a pessoa cai em armadilha estritamente genética, da qual,
contudo, há muitos modos de sair, diz Natalia Shemtchuk.
“Muito
depende da predisposição genética. Há famílias em que ocorrem suicídios
com mais frequência. Nelas ocorrem com mais frequência também
depressões. Deve haver bases morais que detenham a pessoa diante do
último limite – religião, família, valores."
Muitas
vezes a falta do “hormônio da satisfação” – a serotonina, que é
elaborada sob a ação da luz solar, influi perniciosamente sobre a
conduta das pessoas. Justamente por isso nos países setentrionais, onde
as noites são longas e os dias curtos no inverno, as pessoas sofrem mais
com depressões.
Assim, na Finlândia o número de suicídios é de 18
pessoas em 100 mil. Como comparação: na França há 16 suicídios para 100
mil pessoas, nos EUA são 12. Na Rússia este índice é de 20, por enquanto
é crítico, segundo avaliação da Organização Mundial da Saúde. Aliás,
nos últimos anos ele está baixando.
Agora a Espanha e
a Grécia passam pelas maiores dificuldades econômicas. Mas, seja qual
for a situação, os habitantes desses países não devem se render às
emoções e os meios de informação de massas não devem semear o pânico.
Fonte:http://portuguese.ruvr.ru/2012_08_20/suicidio-higiene-preocupacoes/
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