quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Tiroteio entre índios e agentes da Policia Federal deixa 8 (oito) feridos em aldeia de Mato Grosso.

Atualização

08.Nov.2012 - Jornal Folha de S.Paulo - Confronto entre índios e agentes da PF deixa 8 feridos.

Às margens do rio Teles Pires, norte de MT, indígenas são baleados, enquanto 2 policiais recebem flechadas

Conflito ocorre com explosão de balsa usada para extração ilegal de ouro; PF afirma ter revidado agressão

REYNALDO TUROLLO JR. DE SÃO PAULO RODRIGO VARGAS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ

Um conflito entre índios caiabis e agentes da Polícia Federal deixou ontem um saldo de oito feridos - seis indígenas e dois policiais - às margens do rio Teles Pires, norte de Mato Grosso.

De acordo com a Polícia Federal, o confronto ocorreu pela manhã, quando policiais explodiam uma balsa usada pelos índios para extração ilegal de ouro no rio.

A balsa pertencia a um cacique conhecido como Camaleão. Os índios chegaram atirando e lançando flechas, ainda segundo o relato da PF, e os agentes então revidaram.

No fim da tarde de ontem, segundo a direção do Hospital Regional de Alta Floresta, no extremo norte do Estado, nenhum dos índios feridos corria risco de morte.

Dois índios caiabis foram feridos a bala no braço, perderam muito sangue e ficaram em situação crítica até receberem os primeiros atendimentos no hospital.

Um deles foi operado em Alta Floresta, enquanto o outro seria levado ontem à noite para Cuiabá, para passar por cirurgia vascular. Não havia informações sobre os outros índios feridos.

De acordo com a direção do hospital, os dois policiais, feridos a flecha, permaneceram acampados na base montada pela PF na área da operação, a pouco mais de 200 km da sede de Alta Floresta.
  
MOTIVO - Ainda não há informações sobre o motivo da reação dos índios: se defendiam o patrimônio, no caso, a balsa, ou se teriam ficado contrariados com uma suposta ação truculenta dos policiais na ação.

Ontem, no fim da tarde, a PF deslocou de carro e de avião cerca de 30 homens para Alta Floresta. Eles foram remanejados de Cuiabá, capital do Estado, e de Sinop, no norte mato-grossense.

Hoje pela manhã esse reforço deve seguir para o local do conflito com os índios.

Essa operação da PF na região do rio Teles Pires, batizada de Eldorado e que havia começado um dia antes, foi desencadeada contra a extração de ouro em garimpos e terras indígenas na divisa entre Mato Grosso e o Estado do Pará.

Com o conflito, a operação foi supensa temporariamente, segundo a PF.

A operação buscou cumprir 28 mandados de prisão e 64 de busca e apreensão, em sete Estados (Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul).

Segundo a PF, o ouro extraído de áreas indígenas e garimpos ilegais era comprado por empresas do mercado financeiro e vendido a investidores em São Paulo.

A apuração começou em fevereiro deste ano. Somente uma das empresas investigadas, segundo a PF, movimentou mais de R$ 150 milhões no período.

Os suspeitos deverão responder por crimes ambientais e contra a ordem econômica, além de lavagem de dinheiro.

Colaborou AGUIRRE TALENTO, de Belém

Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha

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Indios da etnia Mundurukú e agentes da Polícia Federal entraram em confronto nesta quarta-feira (7) na aldeia Teles Pires, localizada na região da cidade de Alta Floresta, há 800 quilômetros de Cuiabá. 

De acordo com informações da PF, o confronto ocorreu no momento em que os agentes entraram na aldeia para destruir dragas que eram utilizadas para extrair ouro de forma ilegal. A ação faz parte da operação Eldorado, deflagrada nesta terça-feira (6) em Mato Grosso e mais seis estados que culminou na prisão preventiva de 28 suspeitos.

No confronto, dois indígenas foram atingidos por balas de fuzil e outros quatro policiais federais acabaram sendo atacados a flechadas e disparos de arma de fogo. Os índios foram levados, em estado grave, de helicóptero para atendimento no Hospital Regional de Alta Floresta. Já os agentes da PF receberam os primeiros-socorros ainda no local. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos agentes.


De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), que administra a unidade hospitalar, os indígenas deram entrada no hospital por volta das 12h30 (horário de Mato Grosso) em estado de choque. Um deles precisou receber transfusão de sangue porque sofreu hemorragia após ser atingido pelo disparo.


Ainda de acordo com a assessoria, um deles, em estado mais grave, deve ser transferido ainda nesta quarta-feira de avião para o Hospital Regional de Sorriso. Ele corre risco de ter o braço amputado. 

Já o outro indígena ferido passou por cirurgia. O estado de saúde dele também é grave. A PF vai deslocar para a região do confronto mais agentes e suprimentos.

O coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Alta Floresta, Clóvis Nunes, informou que o clima segue tenso na região. Os índios feridos são líderes da aldeia. Segundo ele, o conflito pode ter sido motivado porque os indígenas não querem o fim do garimpo em suas terras. “Lá existe atividade garimpeira feita no leito do rio. Muitas dragas e balsas atuam na região e os índios recebem uma porcentagem dos lucros obtidos pelos garimpeiros”, afirmou Nunes.


Já em relação à presença de armas de fogo na aldeia, Clóvis Nunes disse que tem conhecimento apenas que os indígenas utilizam armas para a caça de animais silvestres. Em nota, a comunidade Indígena Kayabi, onde os Mundurukús estão inseridos, pediu à Funai em Brasília a mediação do conflito. “A referida operação tem acontecido de forma truculenta e causado conflitos com feridos entre indígenas do Povo Mundurukú e agressões a indígenas. Pedimos providências urgentes com a presença de autoridades competentes para mediar e dar uma solução ao conflito”, conforme trecho da nota.

Portal G1.

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