Tecnologia desenvolvida no Rio Grande do
Sul permite operação de rádios móveis digitais sem a necessidade de rede
de telecomunicação previamente instalada.
Por: Célio Yano |
Exemplo de tela no próprio aparelho de rádio
comunicador. Equipamento, dotado de câmera e GPS, permite enviar fotos e
dados de geolocalização. (imagem: Solentech)
Em breve, o exército brasileiro poderá dispor de uma rede móvel de
rádios digitais sem paralelo no mundo. O sistema, totalmente
desenvolvido no país, dispensa a necessidade de torres e antenas fixas
de transmissão, o que permite seu uso em situações de catástrofe natural
ou em locais em que não haja qualquer tipo de infraestrutura de
telecomunicação.
Um rádio comunicador comum é capaz de se intercomunicar apenas com um
outro aparelho. Já um telefone celular, quando faz uma chamada para
outro aparelho móvel, na verdade envia sinal para uma antena, que
transmite a ligação para outra antena, responsável por, finalmente,
levar a mensagem para a outra ponta da conversa. “Esse tipo de rede é ideal para militares, policiais e bombeiros, que
frequentemente enfrentam situações em que não há rede de telefonia
móvel”.
Na rede criada por pesquisadores daSolentech, empresa de tecnologia instalada naincubadora Raiar,
da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), cada
equipamento funciona também como roteador. Ou seja, além de transmitir e
receber sinal, pode servir de ‘ponte’ para conexão entre dois outros
aparelhos que não possam se comunicar entre si.
“Como o alcance entre um equipamento e outro é de três quilômetros,
com quatro rádios esse limite vai para nove quilômetros, e assim por
diante”, explica o engenheiro eletricista Sebastién Rondineau, diretor
da Solentech. “Esse tipo de rede é ideal para militares, policiais e
bombeiros, que frequentemente enfrentam situações em que não há rede de
telefonia móvel, por exemplo.”
Câmera e GPS
Tecnologia semelhante, conhecida como rede ad hoc, já foi desenvolvida por uma empresa norte-americana, mas há diferenciais no equipamento nacional, já testado e aprovado pelo Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército Brasileiro.
No caso brasileiro, além de transmitir voz e dados, cada aparelho tem
câmera e sistema de geolocalização acoplados, o que permite a um
comando central monitorar o posicionamento de cada um dos portadores dos
rádios digitais.
A rede opera em uma faixa de frequência entre 2.4 e 2.5 GHz, e a
transmissão é criptografada para que não haja risco de interferência ou
de vazamento de informações.
Caso a tecnologia seja utilizada por diferentes organizações, como
exército e bombeiros, e haja necessidade de comunicação entre as duas
corporações, o uso da mesma chave de criptografia ativa a
interoperabilidade.
Célio Yano - Ciência Hoje On-line/ PR.
Fonte:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-radios-moveis-digitais-com-comunicacao-independente
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