Pastor agiota e mais dez acusados são presos pela Polícia acusados de integrar a maior milícia do Rio de Janeiro.
Polícia prende onze acusados de integrar a maior milícia do Rio de Janeiro.Grupo atuava com agiotagem, extorsões,
ameaças, comércio de combustíveis, além de explorar o transporte
alternativo, máquinas caça-níqueis e cobrar “taxa de segurança”.
Pastor era um dos agiotas da quadrilha, uma das atividades mais rentáveis do grupo.
Treze pessoas tiveram a prisão preventiva
decretada e foram denunciadas à Justiça por formação de quadrilha armada
para a prática de crimes hediondos, agiotagem e extorsão.
A ação é uma
continuidade da Operação Pandora realizada em setembro do ano passado,
quando 17 pessoas foram denunciadas pelo Gaeco a partir de investigações
da Draco.
Até o momento, 11 dos 13 procurados já estão presos.
Foram apreendidos um caminhão com combustível supostamente adulterado,
cinco carros importados, três armas, munição de uso restrito, um disco
rígido de computador (HD), cerca de R$ 5 mil e vários computadores e
documentos. Ainda estão sendo procurados André Marcelo Botti de Andrade,
o “Botti,” e Cléber Oliveira da Silva.
De acordo com as investigações, o bando atuava em cinco
bairros da zona oeste e cometia uma série de crimes como agiotagem,
extorsões, ameaças, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração
de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança irregular
de “taxa de segurança”.
A agiotagem era uma das atividades mais rentáveis deste
ramo da quadrilha, que chegava a cobrar 30% de juros ao mês das vítimas,
com ameaças violentas a quem atrasasse o pagamento.
O pastor Dijanio
Aires Diniz, de acordo com investigações, era um dos mais atuantes
agiotas do grupo, e utilizava as dependências da Igreja Pentecostal Deus
é a Luz, em Campo Grande, como escritório de empréstimos e cobranças.
Ele chefiava, em conjunto com o ex-policial militar Carlos Henrique
Garcia Ramos, conhecido como “Henrique”, uma vasta rede de agiotas. O
pastor Diniz se entregou á polícia no início da tarde desta quinta.
Segundo o titular da Draco-IE, delegado Alexandre Capote,
o ex-PM é conhecido pela truculência e foi preso, em flagrante, em maio
deste ano, quando extorquia R$ 120 mil de uma das vítimas junto com o
denunciado Luciano Alves da Silva, o “Cobra”, e Célio Alves Palma
Junior.
Quadrilha violenta - A violência imposta pela quadrilha pôde ser constatada em
episódio envolvendo o pastor Dijanio, como relata a denúncia do Gaeco.
Segundo investigações, em junho do ano passado, dentro da Igreja Deus é a
Luz, Dijanio ameaçou violentamente um homem que pegou R$ 50 mil
emprestados.
A vítima foi ao templo informar que atrasaria o pagamento
apenas daquele mês, pois passava por dificuldades financeiras. Na época
do empréstimo, em dezembro de 2010, o homem, ainda de acordo com
informações da Draco, entregou a “Pastor” 12 cheques no valor de R$ 5
mil a serem descontados mensalmente, além de ter se comprometido a pagar
outros R$ 2,5 mil em dinheiro todo mês, a título de juros.
Em escutas
telefônicas gravadas com autorização da Justiça, “Pastor” ameaça o
homem: “Agora que você sabe de quem é o dinheiro, dá seu jeito. Henrique
não perdoa”, ameaçou, referindo-se ao ex-PM Carlos Henrique.
No organograma da quadrilha, que agia em Campo Grande,
Cosmos, Inhoaíba, Paciência e Santíssimo, o ex-policial militar José
Luis Cordeiro Cavalcante da Silva, o “Bolt”, também integrava o núcleo
de agiotagem, sendo subordinado a “Pastor”, e também operava a
negociação ilícita de armas de fogo.
De acordo com a denúncia, Elber
Meireles Pessanha, “o Elbinho”, era o gestor do desenvolvimento da
atividade de adulteração e venda ilegal de combustível para a milícia,
utilizando-se das empresas de sua propriedade (E.Mereiles Pessanha e
Deneza Agroindustrial Ltda, em Campos) como fachada.
Já Cléber Oliveira da Silva, segundo a DRACO, é o braço
direito de Elber e responsável pela compra de lacres e cabos de aço
utilizados no esquema de venda de combustível adulterado e também da
confecção das notas fiscais falsas que legitimavam a fraude. Ele contava
com a ajuda do primo Leandro José de Freitas da Silva, o “Bomba”, que
também negociava armas e munições para o bando. Os outros denunciados
são Aline Barbosa da Silva; Antonio Claudino Ribeiro Blanco; Rhuan
Claudius Martins Blanco e José Ribamar Gomes Passos.
Além da formação de quadrilha para a prática de crimes
hediondos, “Bolt”, Celio Junior, José Ribamar e “Pastor” foram
denunciados pelo Gaeco pelo crime de agiotagem. “Pastor” também
responderá por extorsão. O Gaeco também requereu ao Juízo da 42ª Vara
Criminal mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais dos
denunciados e também a quebra de sigilo bancário e bloqueio cautelar da
conta corrente de “Pastor” e Cleber.
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