10 de janeiro de 2013 às 14:53.
A 27ª Promotoria de Justiça Criminal de
São Luís ofereceu à Justiça Denúncia contra o investigador Luiz
Fernando Negreiros Cardoso, da Polícia Civil. O crime denunciado pelo
Ministério Público é o de tentativa de homicídio duplamente qualificado
contra Ítalo Dalessandro Vieira Silva.
De acordo com o inquérito policial, o crime teria ocorrido em 25 de
agosto de 2012, por volta das 21h30, na rua Duque Bacelar, no Jardim
Eldorado. Ítalo Silva e outros três vigias estavam trabalhando quando o
policial teria passado de carro, observando-os, e retornado com os
faróis voltados para o grupo.
Os
vigias teriam reclamado do fato, o que levou o investigador Luiz
Fernando Cardoso a sair do carro armado, ordenando que os quatro
encostassem na parede. Os profissionais teriam retrucado, afirmando que
estavam trabalhando com serviço de vigilância. Negreiros teria
insistido, apontando a arma para Ítalo Dalessandro, que saiu correndo e
levou um tiro pelas costas.
Depois
do tiro, o policial teria ido até a vítima, revistando-a sem encontrar
nada. Ele teria, ainda, dado dois chutes no vigia e dito aos outros
vigilantes para deixar que Ítalo morresse ali mesmo. Socorrido, o jovem
foi submetido a procedimentos cirúrgicos e, em razão das lesões, ficou
paraplégico.
Na Denúncia, o titular
da 27ª Promotoria de Justiça Criminal de São Luís, Willer Siqueira
Mendes Gomes, afirma que o policial utilizou recurso que dificultou a
defesa da vítima, atirando pelas costas "no momento em que a vítima não
esperava que o acusado fosse tomar tal atitude e também não teve a
oportunidade de se esquivar do projétil".
Além disso, a motivação do
crime foi considerada fútil: a mera insatisfação do denunciado com o
fato de Ítalo Dalessandro ter pedido para que o policial baixasse os
faróis do veículo.
De acordo com o
promotor, a materialidade do crime está confirmada pelo exame de Corpo
de Delito e a autoria ficou demonstrada pelos depoimentos de
testemunhas, confissão do acusado e pelo exame de balística, que
confirmou que a bala que atingiu a vítima foi disparada pela arma de
Luiz Fernando Negreiros Cardoso.
INQUÉRITO - Dias após o crime, em 5 de setembro, a mãe de Ítalo Dalessandro,
Antonia Silva Vieira, foi recebida pela procuradora-geral de justiça,
Regina Lúcia de Almeida Rocha. Na reunião, a procuradora se comprometeu a
designar um promotor de justiça para acompanhar as investigações sobre o
caso.
No dia 11 do mesmo mês foi
designado o titular da 6ª Promotoria de Justiça Criminal de São Luís,
Justino da Silva Guimarães, que acompanhou todo o desenvolvimento do
inquérito, em conjunto com a Polícia Civil.
CCOM-MPMA
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