Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reunião de hoje (15) do Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) com o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, foi positiva e possibilitará a discussão e
o avanço na pauta apresentada pela entidade, que inclui questões
referentes à carreira docente e condições de trabalho nas Instituições
Federais de Ensino (IFE). A avaliação é da presidenta do Andes-SN,
Marinalva Oliveira.
Esta foi a primeira audiência com o ministro desde o fim da greve
das universidades federais, em setembro de 2012. Na próxima semana, o
grupo enviará ao ministério documentos com os assuntos a serem
discutidos para o agendamento de novas discussões.
A intenção é que a agenda com o ministro esteja definida antes do
32º Congresso do Sindicato Nacional, que ocorre entre os dias 4 e 9 de
março no Rio de Janeiro, onde serão discutidas as bandeiras do grupo
para 2013. Os principais assuntos que devem ser tratados serão
referentes, entre outros, à carreira, condições de trabalho, concurso,
pesquisa, segurança e infraestrutura.
"O ministro assumiu que precisa ter uma interlocução e se
disponibilizou a agendar conosco uma série de encontros", disse
Marinalva. Ela acrescentou que é necessário discutir pontos acordados
anteriormente, mas que permanecem problemáticos: "Pedimos a
reestruturação da carreira, mas ainda não temos critérios lógicos para
tal, mesmo com a nova regra que deverá ser implementada.
Um professor
entra na universidade e não sabe claramente onde chega". Na compreensão
do movimento docente, a pauta de reivindicações do ano passado não foi
atendida.
No segundo semestre do ano passado, a greve nas universidades
federais e institutos federais de educação tecnológica durou mais de 100
dias. Durante as negociações, os professores levaram temas recorrentes,
como salários maiores e realização de concursos públicos para a
contratação de mais profissionais.
Em julho de 2012, o movimento grevista paralisou 56 das 59
universidades federais, além de 34 institutos federais de educação
tecnológica. Os professores reivindicavam a reestruturação da carreira e
melhores condições de infraestrutura nas instituições, além de
melhorias salariais. A proposta acordada foi reajustes que variam entre
25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de
carreira de 17 para 13. A oferta terá custo de R$ 4,2 bilhões para a
folha de pagamento.
A implementação do reajuste se dará com a aprovação da Lei
Orçamentária Anual de 2013, em tramitação no Congresso Nacional.
Mercadante tem afirmado que pedirá urgência na aprovação da lei quando o
Congresso retomar as atividades, no dia 5 de fevereiro.
Edição: Fábio Massalli
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