Vereador Carlos Hermes |
Já chegou a oito o número de moradores de rua
assassinados em Imperatriz.
Muito embora a mídia tenha noticiado, a repercussão
e o sentimento da sociedade quanto a essa barbárie me parece ser de bem menor
impacto do que realmente o caso requer.
Afinal, são seres humanos assassinados
em plena luz do dia, na escuridão da noite, nas ruas, praças e avenidas de
nossa cidade.
É comum sentir o ódio de certas pessoas contra aqueles que moram nas ruas ou nas praças. Esse sentimento se expressa muitas vezes através de uma frase solta numa conversa informal, ou mesmo em comentários nas redes sociais. O sentimento é quase sempre de que são seres desprezíveis, que enfeiam a cidade, ladrões, vagabundos, violentos, indigentes...
Talvez muitos dos adjetivos acima tenham reflexo na compreensão superficial e imediatista do fenômeno social. O que na maioria das vezes não se busca analisar é o processo social que os levou a esse patamar de indignidade humana.
Ou seja, o mesmo que condena e muitas vezes até mata fisicamente, é o mesmo que alimenta e reproduz o sistema social e político excludente que causa o que alguns teóricos vão chamar de "lixo do capitalismo", ou vitimas do darwinismo social.
O inconsciente coletivo que ignora o extermínio humano, é o mesmo que ajuda a matar lentamente aqueles que não se adaptam ao padrão social de consumo. É mais fácil matá-los a pauladas, balas e facadas e achar que estão ajudando a limpar a cidade do que perceber que outros e outros sempre virão enquanto o Estado se ausentar de sua responsabilidade diante dos excluídos.
Como vereador e cidadão de nossa grande Imperatriz, digo que a cidade já deveria ter uma "Casa Abrigo", é preciso ter uma política social que ampare e dê um direcionamento a estas pessoas.
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