Na hora H,
trabalhador só pode contar com trabalhador organizado em seus
sindicatos e federações combativas. Parabéns FETEMS, que orgulho tenho
de vocês que além de fazer a diferença para os profissionais da Educação
também sabem ser solidários a outras categorias.
Mais de 200 trabalhadores são abandonados por terceirizada da Petrobras em Mato Grosso do Sul.
Por: Azael Júnior e Karina Vilas Boas, CUT
05/07/ 2013
Alimentação precária, alojamentos
distantes da cidade, dificuldade de comunicação com os familiares e ação
ameaçadora de seguranças armados no interior do canteiro de obras e nos
alojamentos.
Este é o enredo relatado por parte de
cerca de 200 trabalhadores contratados pela empresa UFN3, que estavam
construindo a fábrica de fertilizantes nitrogenados da Petrobras, no
município de Três Lagoas.
Demitidos, em retaliação após uma greve por melhores condições de
trabalho, que começou no dia 17 de junho, os trabalhadores foram
trazidos a Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, na última
quarta-feira (3), com a promessa de pagamento das rescisões e embarque
para os estados de origem.
No entanto, após três dias hospedados em hotéis da capital
sul-mato-grossense, foram deliberadamente despejados dos hotéis nesta
sexta-feira (5), sem informação sobre o pagamento dos direitos
trabalhistas e a maioria com as carteias de trabalho retidas pela
empresa.
Desalojados e sem dinheiro, os trabalhadores em sua maioria
provenientes dos estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Rio Grande do
Norte, receberam o apoio do movimento sociais e sindical de MS, através
da CUT/MS (Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul), da
FETRICOM (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil
e do Mobiliário de Mato Grosso do Sul), do SINTRACOM (Sindicato dos
Trabalhadores da Construção Civil de Campo Grande) e da FETEMS
(Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).
Movimentos cutistas na luta.
De acordo com Genilson Duarte, presidente da CUT/MS, a situação da terceirização em Mato Grosso do Sul é preocupante e é necessário uma
maior fiscalização dos órgãos governamentais. “Sabemos que os serviços
terceirizados só visam o lucro, através da exploração do trabalhador e é
justamente por isso que eles os trazem de longe, os iludem com proposta
de bons empregos e os transformam praticamente em “escravos”, vivendo
em condições sub-humanas.
Essa não é primeira vez que acontece esse tipo
de situação no estado, em 1997, tivemos um caso parecido com os
trabalhadores de uma usina de álcool contratados na região nordeste e
que depois precisaram ser resgatados.
Defendemos que o os trabalhadores
já saiam de sua cidade de origem contratados e que o procedimento seja
fiscalizado por órgãos públicos”, disse. Já Webergton Sudário, o Corumbá, presidente da FETRICOM, ressaltou
que os movimentos vão acompanhar o desenrolar da situação dos
trabalhadores. “Vamos cobrar da empresa o pagamento das cláusulas
trabalhistas, a passagem para os estados de origem e acompanhar o
pagamento de todas as rescisões”, afirma.
Para o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, que
interveio junto ao governador, André Puccinelli (PMDB), uma
intermediação política para a solução do impasse, a situação é alarmante
e indignante. “É inadmissível o que está acontecendo com os
trabalhadores em Três Lagoas, demitidos sem rescisão dos contratos.
Essa
situação é consequência do sistema capitalista, que só visa lucros,
através da mão de obra barata, a terceirização de serviços é fruto do
capitalismo e retrata a exploração indigna do trabalho de brasileiros
que sonham com uma vida melhor.
Uma das coisas que o Congresso em vez de
combater, ajuda a fomentar no Brasil, pois é formado, na maioria, por
representantes de grupos empresariais que bancaram suas campanhas
“investindo” na defesa dos seus próprios interesses mercantilistas”,
ressalta.
Após a intervenção dos movimentos sociais e sindicais o Auditor do
Trabalho, Leif Naas, chefe da fiscalização do Ministério do Trabalho, em
Mato Grosso do Sul, os procuradores do trabalho, Hiran Sebastião
Meneghelli Filho e Leontino Ferreira de Lima Jr, estiveram na FETEMS.
Foi estabelecido um acordo entre os magistrados e representantes da
empresa.
Segundo ficou acertado na segunda-feira (8), os trabalhadores
irão receber as rescisões.
O procedimento será no auditório da FETEMS.
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