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Um
dia após a presidente Dilma Rousseff reclamar das falhas na proteção do
ônibus usado para transportar jogadores da seleção brasileira, o
governo federal decidiu que as tropas do Exército assumirão a
responsabilidade pela segurança dos aeroportos, dos hotéis e das ruas
por onde deverão circular delegações com as equipes estrangeiras,
representantes de governos estrangeiros e dos dois principais dirigentes
da Fifa.
O apoio extra dos militares no período da Copa do Mundo foi
acertado na reunião de anteontem, no Rio, entre o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, o coordenador de ações de defesa da Copa, general
José Carlos De Nari, e o secretário estadual de Segurança Pública, José
Mariano Beltrame. O secretário extraordinário de Grandes Eventos, Andrei
Passos Rodrigues, também participou do encontro.
A intervenção do Exército foi acertada a partir de uma sugestão da
presidente. Pelo que ficou acertado, as tropas militares deverão marcar
forte presença nas 12 cidades-sede e nos 15 estados que abrigam centros
de treinamentos das seleções estrangeiras. A ideia é evitar brechas que
exponham a risco ou a constrangimentos atletas e e representantes das
delegações.
- Essa é a contribuição da presidenta aos estados – disse ao GLOBO uma das autoridades que participou das negociações.
A cúpula da segurança na Copa reafirmou também a importância da
interação entre as autoridades federais e estaduais em cada um dos
estados por onde passarão as delegações estrangeiras. Pelo acerto,
generais, secretários de Segurança e superintendentes da Polícia Federal
de cada estado deverão estar em permanente contato para facilitar
deliberações, especialmente sobre o uso em larga escala de tropas
militares. Essas autoridades civis e militares formarão grupos para
resolver questões em tempo real e problemas complexos que necessitem do
apoio das diversas estruturas de poder.
O governo federal decidiu mudar o desenho da segurança da Copa e
atribuir papel mais abrangente aos militares um dia após o cerco do
ônibus da seleção brasileira, no Rio, por professores que estão em
campanha por reajuste salarial. A presidente não gostou de ver as
imagens em que manifestantes se aproximaram com facilidade do ônibus e
determinou a Cardozo e a De Nardi que viessem ao Rio para corrigir
eventuais falhas.
O aumento das tropas já vinha sendo pensado como uma alternativa
desde o ano passado, quando surgiram as primeiras ameaças de greve de
agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal.
O Departamento de Comunicação da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF) informou que, desde a primeira reunião sobre a segurança da Copa
do Mundo, foi definido que os batedores usados nos deslocamentos da
seleção seriam da Polícia Federal. No entanto, a entidade disse não
fazer distinção sobre o uniforme a ser usado e informou que a mudança
não afetará a rotina da seleção brasileira.
Segundo a assessoria da CBF, dentro da Granja Comary, em Teresópolis,
o controle é feito por 30 seguranças particulares contratados pela
entidade. A entidade lembrou ainda que na apresentação da seleção
brasileira, na última segunda-feira, a equipe se deslocou do Rio de
Janeiro para Teresópolis, num percurso de cerca de 90 quilômetros,
escoltada por batedores e um helicóptero da Polícia Federal.
No Espírito Santo, o Exército vai atuar na defesa da seleção da
Austrália, que chegou ontem à noite e ficará hospedada no estado durante
a Copa. Ontem, 120 militares foram distribuídos em pontos estratégicos
de Vitória por onde a delegação passou, segundo o secretário estadual de
segurança pública André Garcia. O Exército também enviou nove homens
exclusivamente para acompanhar o comboio das delegações que ficarão em
território capixaba. A equipe conta com um veículo e oito motos.
Outros 24 militares do Exército já fizeram revistas antiterroristas
no Aeroporto de Vitória, hotéis, centros de treinamentos e outros locais
da Região Metropolitana que serão frequentados pelas delegações de
Austrália e Camarões. A delegação da Austrália ficará hospedada no Hotel
Ilha do Boi e treinará no Estádio Engenheiro Araripe, em Cariacica. A
delegação de Camarões ficará hospedada no Hotel Sheraton, na Praia do
Canto, em Vitória, e treinará no Estádio Kleber Andrade, também em
Cariacica. Os camaroneses chegarão no próximo dia 7.
Em São Paulo, PM cria grupo especial para o evento. Além dos 27 mil
policiais militares lotados em toda a capital paulista e Região
Metropolitana, o policiamento para a Copa do Mundo em São Paulo terá o
reforço de 4,5 mil PMs das escolas de aperfeiçoamento da corporação.
Denominado Comando de Policiamento da Copa (CPCopa), o grupo, que terá
entre as principais atribuições trabalhar na segurança no entorno do
Estádio do Itaquerão e na proteção de hotéis onde ficarão as delegações,
chefes de Estado e a cúpula da Fifa, iniciou as atividades dia 23,
reconhecendo a área.
A princípio, disse o comandante do CPCopa, coronel Wagner Tardelli,
as tropas não lidarão diretamente com manifestantes – as forças táticas
de outros batalhões devem se encarregar do acompanhamento e da segurança
inicial dos protestos. Apesar de garantir que todas as delegações terão
tratamento igual, Tardelli admitiu que algumas terão a segurança
reforçada devido à “alta demanda” e a “fatores geopolíticos”, caso da
seleção dos Estados Unidos.
- Daremos tratamento igualitário a todas as seleções. Entretanto, algumas têm uma demanda maior, até da própria imprensa -disse.
Os americanos se hospedarão no hotel Tivoli Mofarrej, na região da Avenida Paulista, e treinarão no CT do São Paulo.
Link: http://www.forte.jor.br/2014/05/29/apos-falha-no-rio-exercito-assume-seguranca-de-aeroportos-hoteis-e-deslocamentos/
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