quarta-feira, 17 de junho de 2015

O PT, HOJE, NÃO PASSA DE UM PARTIDO DE RETAGUARDA, QUE FUNCIONA COMO APÊNDICE DO MINISTÉRIO.

O melancólico desfecho do 5º congresso do Partido dos Trabalhadores está inspirando reflexões críticas oportunas e consistentes, como 
a que o companheiro Breno Altman, 
do site Opera Mundi, fez no 
artigo O PT está preso 
em um labirinto

Eis um resumo: 

"O leninismo forjou a ideia do partido como vanguarda da sociedade e do Estado. O petismo inventou, sem nominar aquilo que é inominável, opartido de retaguarda, conforme expressão cunhada por Valter Pomar.

Pode-se discutir o futuro à vontade, até mesmo com uma releitura do passado e do presente, (...) desde que preservada a clausula pétrea segundo a qual o PT é braço político e parlamentar do governo de coalizão.

Todos os demais partidos da aliança podem disputar publicamente suas posições, pressionar e negociar seus pontos de vista. O PT, no entanto, está auto-circunscrito a funcionar como apêndice do ministério.
No ponto a que chegou o PT, não há Teseu que dê jeito!

Ao aceitar tal cerceamento, o partido deixa a esquerda sem vez e voz, particularmente em um tabuleiro dominado por forças conservadoras, da política e do mercado, diante das quais o governo Dilma decidiu ceder para sobreviver.

Este desequilíbrio político, provocado pela anorexia da principal agremiação progressista, debilita o governo ao invés de protegê-lo, abre espaços crescentes para a consolidação da hegemonia conservadora, dissemina desânimo no campo de esquerda, dificulta a atração do centro democrático e facilita a preponderância da pressão de direita.

...Para que se restabeleça discurso coerente e efetivo, o PT teria de harmonizar sua tática aos escritos sobre o futuro, ou vice-versa, sob o risco de seus documentos se decomporem como peça de publicidade enganosa.

O V Congresso foi, no entanto, incapaz de resolver este dilema. Impôs-se, na prática, a concepção passiva de que o PT somente deveria tentar recuperar protagonismo quando o governo tiver resolvido os objetivos fixados pelo ajuste fiscal.

O grande problema é que (...) políticas de austeridade são longevas, dilacerantes dos direitos da classe trabalhadora, desorganizadoras do desenvolvimento nacional e concentradoras de renda nas mãos do capital financeiro.

Com um pé na renovação estratégica e outro na subordinação incondicional a um governo no qual não é mais força dirigente, o PT perambula por um complexo labirinto, empurrado pela radicalização de sua base social e puxado por uma lógica de governabilidade que lhe virou as costas".

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