Os estudantes da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) amanheceram ontem (16) com os Restaurantes
Universitários (RUs) dos campos Centro Politécnico e Jardim Botânico fechados
por falta de comida.
O RU Central já está fechado por
conta da deflagração de greve nacional dos servidores técnico-administrativos
das Ifes (instituições federais de ensino superior)...
A alegação por parte da Pró-Reitoria
de Administração da UFPR é de atraso na renovação de contratos com as empresas
de fornecimento de alimentos, mas segundo denúncia da Frente de Mobilização
Estudantil do Paraná, os problemas de falta de alimentos vem desde o início do
ano letivo com vários ingredientes faltando, falta de carne e inclusive dias em
que apenas arroz e feijão eram servidos. Segundo a Frente, isso é reflexo do
corte de verbas do Ministério da Educação (MEC) para as universidades como
parte das medidas de ajuste fiscal do Governo Dilma.
Atraso nas Bolsas – Segundo informações do Sinditest (Sindicato dos trabalhadores em
educação do terceiro grau público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral
do Estado do Paraná), que capitaneia a greve dos técnicos na UFPR, UTFPR, IFPR
e Unila, esse não é o único reflexo dos cortes do governo federal nas
universidades que afetam os estudantes.
No
início do mês, houve atraso de 10 dias no pagamento das bolsas de assistência
estudantil na UFPR e apenas após uma manifestação promovida por estudantes e
servidores, a UFPR se pronunciou através da Pró-Reitoria de Assistência
Estudantil dizendo que houve atraso no repasse de verbas do MEC para a UFPR que
geralmente eram depositados antes do quinto dia útil do mês, mas nesse mês de
junho só foi depositado no dia 15.
Corte de verbas e greve nas federais – Como parte das medidas de ajuste fiscal do
Governo Dilma, promovidas pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy, afetou o
orçamento de todos os ministérios, no MEC não seria diferente.
A
pasta passou pelo maior corte, cerca de R$ 7 bilhões, mas como as universidades
tem autonomia universitária garantida pela constituição, a disputa em cada
universidade têm sido em onde esses cortes se refletirão.
Em
algumas os cortes foram feitos prioritariamente na assistência estudantil, em
outras nas condições de trabalho dos servidores, interrupção na ampliação de
vagas nas universidades, não pagamentos para fornecedores privados como
alimentação, água, luz e serviços terceirizados.
Em
reposta a isso, os professores universitários e os servidores técnicos, através
do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior)
e da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos
em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) estão mobilizando ambas
as categorias para uma greve nacional em todas as Ifes.
No
caso dos servidores a greve já afeta 58 universidades, no caso dos professores
afetam apenas 23 das 63 universidades, mas de acordo com o Andes, muitas
universidades optaram por não fazer greve nesse momento para não interromper o
fechamento do semestre para não prejudicar os estudantes e a previsão é que
após o fim do semestre mais universidades irão aderir a greve.
Fonte:
Blog Boca Maldita - 17/06/2015
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