Presidenta defendeu respeito à
diversidade e à integração entre culturas. Com previsão de 2 mil atletas,
jogos ocorrerão, em outubro, em Palmas (TO).
Filipe Matoso, G1
Brasília.
![]() |
Presidenta Dilma Rousseff posou para fotografia ao lado de índios na cerimônia de lançamento
dos Jogos Mundiais dos PovosIndígenas (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
|
A presidente Dilma Rousseff lançou
nesta terça-feira (23) a primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos
Indígenas, que serão realizados, entre 20 de outubro e 1º de novembro, em
Palmas (TO). A cerimônia de lançamento ocorreu no Estádio Nacional Mané
Garrincha, em Brasília, um dos estádios que sediaram a Copa do Mundo do ano
passado.
Ao todo, segundo a assessoria dos
jogos indígenas, 24 etnias brasileiras e 22 de outros 22 países participarão do
evento esportivo. Entre as modalidades que serão disputadas durante o mundial,
estão tiro com arco e flecha, arremesso de lança, cabo de força, corrida de
tora, lutas corporais, futebol de campo, atletismo, e xikunahati, uma espécie
de futebol no qual só pode ser usada a cabeça.
Em meio ao discurso de lançamento do
evento esportivo, a presidente da República defendeu o respeito à diversidade e
à integração entre as culturas. Ao longo de pouco mais de 20 minutos de
declaração, a petista disse que o Brasil “reforçará” o “apreço” pela
pluralidade dos povos e assegurou que o objetivo do governo é “levar a cabo” o
“sucesso” do evento esportivo.
“Eu tenho certeza de que nós todos
sabemos que o Brasil é admirado por algumas coisas. É admirado por suas belezas
naturais, por ter a maior floresta em pé do mundo, é admirado pela
hospitalidade e alegria do nosso povo e é admirado pela característica
multiétnica. Muitas nações têm essa característica e nós também devemos ser
admirados pela capacidade de respeitar a diversidade e integrar culturas, além
de respeitar e admirar civilizações”, ressaltou a presidente.
Dilma também disse que tem “imenso
orgulho” dos brasileiros em relação à composição da população, em razão de o
país ser uma “mistura de várias etnias”. A presidente arrancou sorrisos da
plateia, formada, em sua maioria, por índios e políticos, ao dizer que não tem
“condições” de participar da corrida de toras, uma das modalidades dos jogos
indígenas.
A
cerimônia
Durante
a solenidade de lançamento do evento mundial, o músico Hamilton de Holanda
executou o Hino Nacional com um bandolim. A cantora baiana Margarete Menezes,
madrinha dos jogos, também se apresentou e tocou a música “Úm Índio”, de
Caetano Veloso.
Dilma acompanhou a cerimônia sentada
em uma cadeira na primeira fileira da Tribuna de Honra do estádio Mané
Garrincha. Ela se sentou entre o líder indígena Marcos Terena e o ministro do
Esporte, George Hilton. Também compareceram ao evento os ministros José Eduardo
Cardozo (Justiça), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), Henrique Alves
(Turismo) e Pepe Vargas (Direitos Humanos).
Em seu discurso, Terena comemorou o
fato de os jogos terem sido organizados durante a gestão de um “ministro
comunista” – ao se referir ao ex-ministro do Esporte e atual ministro da
Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (PC do B) – e executados na gestão de um
“ministro evangélico”, ao citar o atual titular do Esporte, George Hilton
(PRB). “Então, nós só podemos ficar alegres e contentes”, disse o líder
indígena.
Após a fala de Terena, o prefeito de
Palmas, Carlos Amashta, foi chamado a discursar e, antes de iniciar seu
pronunciamento, disse que não poderia sair do evento sem tirar uma selfie com a
presidente. Ela, então, levantou-se e tirou a foto ao lado do governante da
capital do Tocantins.
Amashta brincou com o governador do
Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, ao dizer que, assim como ele, foi
batizado por uma comunidade indígena. Segundo o prefeito de Palmas, seu apelido
significa “homem forte”, enquanto o de Rollemberg significa “palmito do
Buriti”, o que gerou risos na plateia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário