sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Seminário na ONU apresenta o exemplo brasileiro de combate à pobreza.


© UNESCO













A nova agenda de desenvolvimento, conhecida como agenda pós-2015, estabelece os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e será definida durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, de hoje (25/09) a domingo (27/09). 

Seu primeiro objetivo é eliminar a pobreza em todas as suas formas. Na semana passada, um seminário realizado na sede da ONU mostrou ao mundo algumas das soluções que o Brasil encontrou para combater a pobreza – especialmente em comunidades menos favorecidas de grandes cidades – e discutiu os desafios para o cumprimento da nova agenda global.

O Seminário Pobreza Urbana e Desenvolvimento no Brasil: a periferia no centro da agenda pós-2015 teve a participação de mais de 300 pessoas, dentre elas, representantes de organizações de base de bairros nova-iorquinos como Harlem e Bronx e organizações não governamentais de comunidades menos favorecidas.
O evento aconteceu no último dia 18 de setembro e é resultado de uma parceria entre Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), UNESCO no Brasil, Central Única de Favelas (CUFA), London School of Economics (LSE) e Missão Brasileira na ONU.
Segundo a diretora da Área Programática da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, o que a Organização buscou ao se tornar parceira na realização do Seminário foi "ser um catalisador da cooperação internacional", dividindo com o mundo uma experiência desenvolvida no Brasil. "Como resultado, esperamos que essa experiência viaje para outros contextos e inspire outros países a encontrar soluções para problemas que nos são comuns”, enfatizou ela. 
O representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixador Antonio Patriota, fez o discurso de boas vindas. Logo depois, foi realizado um painel mediado por Marlova Noleto, com a participação da especialista do Banco Mundial para Proteção Social e Trabalho, Maria Concepción Steta; da professora de Psicologia Social da LSE, Sandra Jovchelovitch; da diretora da ONU-Habitat em Nova Iorque, Yamina Djacta; do cofundador da CUFA, Celso Athayde; do Enviado Especial da ONU para Juventude, Ahmad Alhendawi; e da ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
 “O que conseguimos construir, ao reduzir a pobreza e a fome no Brasil, em especial em algumas áreas de adensamento urbano intenso, como as favelas, é uma mostra de como essa perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pode dar certo”, disse a ministra, durante o painel. Ela também destacou que “questões como acesso à saúde, educação, saneamento básico e oportunidades têm que estar articuladas para que não se discuta a pobreza apenas do ponto de vista da renda, mas do ponto de vista multidimensional”.
Durante a programação também foi lançada a publicação Desenvolvimento social da base em favelas do Rio de Janeiro: um guia prático, resultado de uma parceria entre UNESCO no Brasil, CUFA, Afroreggae e LSE. O Guia contém ferramentas, informações e conceitos fundamentados em evidências sobre o modelo de desenvolvimento social encontrado em organizações de base. A publicação trata da elaboração de políticas públicas, de estratégias e de abordagens inovadoras e bem-sucedidas de trabalho com organizações de base no Brasil. 
O Enviado Especial da ONU para Juventude destacou que o Guia Prático é uma importante ferramenta de solução para os problemas que afetam jovens das periferias não só no Brasil, mas em todos os países. Ele disse ainda que a publicação segue o objetivo da ONU de não deixar ninguém para trás no cumprimento das metas de desenvolvimento.
A diretora da ONU-Habitat também destacou a importância do trabalho. Ela lembrou que hoje a maioria da população mundial é urbana. Portanto, é preciso enfrentar desafios vividos por essas pessoas, como o acesso a serviços, a bens públicos e a transporte. 
Lançamento da CUFA Global
Após o painel, aconteceu o lançamento da CUFA Global, que terá o propósito de estabelecer um diálogo com favelas de outros países. A cerimônia foi um dos eventos da Semana Global da CUFA, realizada em Nova Iorque. Além de Celso Athayde, Tereza Campello, Marlova Noleto, participaram do lançamento da CUFA Global o diretor da Central Globo de Comunicação, Sérgio Valente; o presidente Nacional da CUFA no Brasil, Preto Zezé; a cofundadora da CUFA Nega Gizza; e o presidente da Fundação Ford, Darren Walker.
A parceria da UNESCO no Brasil com a CUFA já tem 16 anos e busca empoderar, criar oportunidades e transformar vidas nas favelas do Rio de Janeiro. A parceria começou em 1999, com a colaboração da UNESCO para o Prêmio Hutúz, que reconhecia trabalhos que promovessem ações de integração entre as favelas e o restante da cidade do Rio de Janeiro. Entre os ideais do prêmio estava a busca de igualdade de oportunidades e o combate ao preconceito contra moradores de favelas. 
Depois disso, outras parcerias foram firmadas com a CUFA, por meio do Criança Esperança – programa de arrecadação de doações para financiar projetos sociais –, em iniciativas no viaduto de Madureira, com a Liga de Basquete de Rua (Libra) e para o empoderamento de crianças e mulheres.
(Fonte: UNESCO no Brasil com informações do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

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