domingo, 6 de setembro de 2015

UFMA. 100 DIAS DE GREVE NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS.

Por Franklin Douglas

A greve nas universidades federais completou, nesta semana que passou, 100 dias de paralisação
Com poucos dias a menos que os técnicos-administrativos em educação, os professores também mantêm o movimento paredista. 
Na UFRJ, a greve chegou a ser decretada até por estudantes. A greve nas universidades federais evidencia dois fatos: o engodo do lema do governo federal PÁTRIA EDUCADORA; e, no plano local, o fim de uma alardeada capacidade gerencial do reitor Natalino Salgado.
Se a crise no país é econômica e de gestão, na UFMA, a crise é, sobretudo, de gestão. A principal crise na UFMA é da reputação do reitor, de sua imagem como gestor público e seu legado naquela universidade.
Qualquer semelhança entre a campanha de Lula para Dilma e de Natalino para Nair não é mera coincidência! Foram forjadas num plano fora da realidade.
Como na fábula recontada por Jean de La Fontaine, “A Cigarra e a Formiga”, ao invés de se preparar para os “tempos difíceis do inverno”, a Cigarra da UFMA preferiu cantar a si própria na mídia local, nos “tempos fáceis do verão”.

Da situação calamitosa da UFMA, resta uma das duas opções ao quase ex-reitor: 

(1) ou faltou competência para prever a situação econômica de arrocho; 

(2) ou gastou mal o que não tinha. Em qualquer das hipóteses: foi-se a imagem de bom administrador! Eis a verdadeira crise temida por Salgado.

NEM A “AGENDA BRASIL” DE RENAN-LEVY, NEM A “AGENDA SALGADA” DE SAÍDA DA CRISE INTERESSAM PARA A VERDADEIRA DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E DA UFMA.

Nesses 100 dias de greve, é para essa situação que técnicos e docentes têm buscado, a todo momento, chamar a atenção da sociedade. 
Anestesiados pelo marketing eleitoral e pela interdição do debate dentro e fora da UFMA, a comunidade não se apercebeu do que acontecia. 
Agora, sobressaltados com a realidade, só resta uma saída para que a greve não chegue a 200 dias de paralisação: ampliar o apoio à defesa da universidade pública e aos professores e técnicos, exigindo do governo federal proposta concreta ao movimento e do ainda reitor da UFMA que abra sua planilha de despesas à sociedade. NEGOCIAÇÃO SÉRIA E TRANSPARÊNCIA: LÁ E CÁ!
(*)  Franklin Douglas - jornalista e professor, doutorando em Políticas Públicas (UFMA).

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