quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A polêmica do míssil nuclear russo RS-28 – Apelidado pela OTAN de Satã 2.

O míssil balístico é um tipo de armamento capaz de atingir altas regiões da atmosfera ou do espaço e, após o término de seu impulso, adere a uma trajetória parabólica, retornando até chegar ao seu destino. Os mísseis balísticos variam de acordo com a distância (escala) que atingem e podem ser: de curto alcance (inferior a 1.000 Km), médio alcance (1.000 a 2.500 Km), alcance intermediário (2.500 a 3.000 Km) e intercontinental (superior a 3.500 Km), os quais compõem os arsenais de diversas potências bélicas mundiais, sobretudo das potências que utilizam de tecnologia nuclear, como a Federação Russa e os Estados Unidos (EUA).
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Bruno Veillard - Colaborador Voluntário Júnior
Na última semana, engenheiros russos divulgaram a imagem de um novo míssil balístico intercontinental, que substituirá o R-36 M (Satã 1), da classe Sarmat: o RS-28, o qual possui capacidade de carregar até 16 ogivas nucleares e percorrer uma distância de 10.000 Km. Por causa de suas especificidades técnicas, o RS-28 recebeu de países ocidentais o apelido de Satã 2, em razão de seu poder de destruição, já que a abrangência estimada é de atingir uma área do tamanho da França.
A notícia provocou alvoroço nas mídias estadunidenses e europeias, as quais especulavam desde a inexistência concreta do míssil, até sobre projeções de danos a possíveis capitais do Velho Continente. O despertar emotivo foi tamanho que o ex-secretário assistente do Tesouro dos EUA, Dr. Paul Craig Roberts, afirmou para à Imprensa do respectivo país: “A bomba atômica que Washington lançou sobre a indefesa população civil, quando o governo japonês tentou desistir, é infantil em comparação com a arma nuclear de hoje”.
Nesta perspectiva, vozes do âmbito político e militar especulam que o Satã 2 possibilitou à Rússia o meio para a completa aniquilação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e os mais radicais enfatizam a emergência de uma 3a Guerra Mundial. Porém, o especialista militar e Chefe do Departamento de Ciência Política e Sociologia da Universidade de Economia da Rússia, Andrey Koshkin, comentou: “É claro que o Ocidente está desenvolvendo agora uma outra campanha de informação. Esta ocasião foi o motivo para desencadear mais uma vez a histeria anti-russa, com o objetivo de chamar a atenção para a alegada natureza agressiva do russo. Então eu descreveria isto tudo como propaganda”.
Consoante aos analistas, a atual geopolítica europeia apresenta indícios de intensificação de tensões, manifestadas pela estrutura bélica da OTAN estar avançando para próximo da fronteira russa, sob o argumento de auxílio aos Estados Bálticos, diante de uma suposta possível invasão russa. Entretanto, a percepção de Moscou é de um cerceamento da Rússia sem a existência de ações ofensivas na região Nórdico-Báltica, o que tende a suscitar ainda mais o nacionalismo local. Compreende-se que a ascensão do etos guerreiro russo obtém incentivo por meio do estimulo à tecnologia bélica e, neste caso, insere-se a lógica de defesa nacional, a qual tem em grande estima a Força de Mísseis Estratégicos, a qual está sujeita a processos de reciclagem e de inovação.   
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Imagem “Míssil Topol(RT2PM2) em caminhão militar” (Fonte):

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