© Foto: Vanessa Beeley |
Vanessa Beeley, correspondente investigativa e ativista, responsável por reportagens na Síria, revelou alguns fatos importantes e compartilhou sua visão sobre a situação atual na cidade síria de Aleppo.
Segundo ela, "atualmente se vê uma grande histeria das principais fontes da mídia quanto à situação em Aleppo oriental", sendo que a maioria das edições se baseia em informações não confirmadas, deturpando, assim, os fatos reais.
Em entrevista à Sputnik Internacional, Beeley contou que antes de voltar a Damasco, passou três dias em Aleppo oriental. "Visitamos o bairro de Hanano de onde militantes foram expulsos há um dia ou há dois dias, falamos com os residentes locais. Presenciamos o triunfo após a libertação da cidade dos grupos armados, chefiados pela Frente al-Nusra", conta Beeley.
Os residentes locais contaram para Beeley que as forças do governo sírio estavam providenciando toda a assistência necessária para eles: comida, roupa e alojamento. A jornalista encontrou muitas crianças exaustas de fome.
Segundo ela, em todos os lugares, o exército sírio e os militares russos estavam entregando alimentos à população faminta.
Porém, segundo Beeley, o problema é que a ajuda humanitária chegava também aos terroristas, como alimentos e remédios, que depois eram vendidos por preços inimagináveis para as reais vítimas do conflito: "Muitos civis recebiam comida em quantidades limitadas. Por exemplo, uma mulher nos contou que a sua família de 12 pessoas recebia apenas 12 fatias de pão a cada três dias", recorda. "Visitamos Hanano e Sheikh Saeed, que foram libertados ontem à noite. Visitamos a antiga cidade de Aleppo, onde, no dia anterior, aconteceram combates violentos", conta.
Quando Aleppo finalmente passou a ser controlada por Damasco, ela viu o triunfo e alegria na parte norte da cidade. "Todas as histórias absurdas de que as forças do governo sírio, alegadamente, vinham executando civis violentamente, causam-me indignação.
Não vimos nada disso", conta a jornalista. Beeley lembrou que, em hospitais de campo russos, os médicos estavam tratando todos os tipos de ferimentos dos civis dos bairros ocupados por militantes. Ela até recebeu permissão de entrar e gravar uma reportagem.
No entanto, Beeley foi informada que muitos hospitais se transformaram, de fato, em locais de tratamento de terroristas. "A culpa é dos terroristas que recebiam apoio dos países do Golfo Pérsico e da OTAN e que privaram essas pessoas de liberdade, usando-as como escudo humano, violando meninas e aprisionando crianças de oito anos", reclama a jornalista. Beeley chamou atenção ao fato de que muitos soldados do exército sírio, especialmente aqueles no bairro de Hanano, conseguiram retornar às suas casas.
A jornalista ressaltou que a tomada de Aleppo revelou as mentiras das principais fontes da mídia que deram informações erradas e enganaram muitos durante os últimos quatro anos, desde o início da guerra na Síria.
Beeley aponta que a ONU começou a mudar de opinião em relação a várias questões. Segundo ela, publicar artigo e sem verificar a fonte de informação é uma prática inaceitável ao jornalismo, conclui.
Em 15 de dezembro, o Estado-Maior das Forças Armadas russas comunicou que as forças do governo e a milícia estavam concluindo a libertação de Aleppo oriental dos terroristas.
Mais de 6 mil pessoas, incluindo militantes, deixaram Aleppo oriental nas primeiras 24 horas da operação de evacuação.
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