domingo, 12 de março de 2017

Estados Unidos. Vazamentos da CIA levam à investigação criminal.

O selo do FBI fora da sede da agência em Washington, DC.  (Foto da AFP)
O selo do FBI fora da sede da agência em Washington, DC. (Foto da AFP)
As agências de inteligência dos EUA lançaram uma investigação criminal sobre a publicação de uma série de segredos de informática da CIA altamente classificados pela WikiLeaks.

Coordenado pelo FBI e pela CIA, o objetivo principal da investigação é identificar as fontes que forneceram o site anti-sigilo com os dados confidenciais. Fontes do governo disseram à Reuters que os funcionários contratados da CIA são os principais suspeitos do caso.

A WikiLeaks disse nesta terça-feira que obteve e publicou milhares de documentos que revelam os segredos de hackers e espionagem da agência.

As quase 9.000 páginas de documentos mostraram que a CIA se esgueira em telefones inteligentes e televisores para espionar usuários de todo o mundo.

Os hackers da agência de espionagem também têm a capacidade de disfarçar-se como grupos de hackers baseados na Rússia e em outros países.

A Alemanha já começou a trabalhar com as informações vazadas pelo WikiLeaks, visando confirmar as alegações de que Washington usou o consulado dos EUA em Berlim para lançar ataques de hackers.

A WikiLeaks também afirmou que quase todas as ferramentas cibernéticas da CIA foram roubadas e estão potencialmente nas mãos de espiões estrangeiros e de antigos hackers e contratados do governo dos EUA.

A agência se recusou a confirmar a autenticidade dos documentos, mas disse em uma declaração que estava “legalmente proibida a realização de vigilância eletrônica dirigida a indivíduos dentro dos Estados Unidos, e a CIA não o faz”.

Não há “privacidade absoluta” nos EUA
Enquanto isso, o diretor do FBI, James Comey, alertou durante uma conferência da Boston College que “privacidade absoluta” não existia nos EUA.

“Todos nós temos uma expectativa razoável de privacidade em nossas casas, em nossos carros e em nossos dispositivos. Mas também significa com razão, no tribunal, o governo, através da aplicação da lei, pode invadir nossos espaços privados“, disse Comey à conferência de 2017 em Boston sobre segurança cibernética.

O diretor do FBI, James Comey, fala aos convidados na “Primeira Conferência de Boston sobre Segurança Cibernética” no Boston College, em Boston, Massachusetts, em 8 de março de 2017. (Foto da AFP)
Os vazamentos explosivos fornecem munição potencial para os apoiadores do presidente Donald Trump, que afirmam que os supostos ataques de hackers russos contra a eleição presidencial de 2016 poderiam ser uma operação de falsa bandeira realizada por seus inimigos domésticos.

O despejo de WikiLeaks veio em meio a uma disputa entre Trump e a comunidade de inteligência dos EUA sobre os alegados esforços da Rússia para influenciar a eleição de novembro em favor do bilionário republicano.

O secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, denunciou o movimento do WikiLeaks, dizendo que era “o tipo de divulgação que prejudica nossa segurança, nosso país e nosso bem-estar”.

O site afirmou que a divulgação de terça-feira era “menos de 1%” de um enorme arquivo que tem o nome de código “Vault 7.”

parstv.


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