quarta-feira, 1 de março de 2017

O dispositivo Clinton para desacreditar Donald Trump.

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David Brock é considerado como um dos mestres da agit-prop (agitação & propaganda) do século 21. Personalidade sem escrúpulos, tanto pode defender uma causa como destruí-la, segundo as necessidades do seu empregador. Ele está à cabeça de um império da manipulação de massas.
Thierry Meyssan.
Este artigo é uma advertência: em Novembro de 2016, um vasto sistema de agitação e de propaganda foi montado para destruir a reputação e a autoridade do Presidente Donald Trump desde o momento em que chegasse à Casa Branca. É a primeira vez que uma tal campanha é cientificamente organizada contra um presidente dos Estados Unidos e com tais meios. Sim, nós entramos numa era de pos-verdade, mas os papeis dos protagonistas não são os que vocês pensam.

A campanha conduzida pelos padrinhos de Barack Obama, de Hillary Clinton e da destruição do Médio-Oriente Alargado, contra o novo Presidente norte-americano prossegue. Após a marcha das mulheres de 22 de Janeiro, uma marcha pela ciência deverá ter lugar não apenas nos Estados Unidos, mas também no conjunto do mundo Ocidental, a 22 de Abril. Trata-se de mostrar que Donald Trump não é somente misógino, mas, também obscurantista.
Que ele seja o antigo organizador do concurso Miss Universo e que seja casado com uma modelo em terceiras núpcias prova que ele despreza as mulheres. Que o Presidente conteste o papel de Barack Obama na criação da Chicago Climate Exchange-Bolsa Climática de Chicago (muito antes da sua presidência), e rejeite a ideia segundo a qual as perturbações climáticas são causadas pela libertação(liberação-br) de carbono na atmosfera, atestam que ele não sabe nada de ciência.
Para convencer a opinião pública norte-americana da insanidade do Presidente, o qual disse desejar a paz com os seus inimigos e colaborar com eles para a prosperidade econômica internacional, um dos maiores especialistas da agit-prop (agitação e propaganda), David Brock, colocou em ação um impressionante dispositivo, antes mesmo da investidura.
Na altura em que ele trabalhava por conta dos Republicanos, Brock lançou contra o Presidente Bill Clinton aquilo que viria a ser o Troopergate, o caso Whitewater e o caso Lewinsky. Tendo virado a casaca, ele está agora ao serviço de Hillary Clinton, para a qual já organizou tanto a demolição da candidatura de Mitt Romney como a defesa dela no caso do assassinato do embaixador dos Estados Unidos em Bengazi (morto pela Al-Caida na Líbia). Durante as últimas primárias, foi ele que dirigiu os ataques contra Bernie Sanders. A The National Review qualificou Brock «de assassino de direita tornado assassino de esquerda».
Importa lembrar que os dois procedimentos de destituição (impeachment) de um presidente em exercício, lançadas após a Segunda Guerra Mundial, foram a favor do Estado Profundo e não, de modo nenhum, da Democracia. Assim, o Watergate foi totalmente dirigido por um certo «garganta profunda», que se revelou 33 anos mais tarde ser Mark Felt, o adjunto de J. Edgar Hoover, o Diretor do FBI. Quanto ao caso Lewinsky, não foi senão um meio para forçar Bill Clinton a aceitar a guerra contra a Iugoslávia.
A campanha atual é organizada nos bastidores por quatro associações: 
- Media Matters («Os Jornalistas são Importantes») estão encarregados de desencantar os erros de Donald Trump. Vocês irão ler, diariamente, o boletim deles nos vossos jornais: o Presidente não é fiável, ele enganou-se em tal e tal assunto.
- American Bridge 21st Century («A Ponte Americana do Século 21») reuniu mais de 2.000 horas de vídeo mostrando Donald Trump durante vários anos e mais de 18.000 outras horas de vídeo sobre membros do seu gabinete. Ela dispõe de meios tecnológicos sofisticados concebidos para o Departamento de Defesa – e, em princípio, não existentes no mercado – permitindo-lhe pesquisar contradições entre as suas declarações precedentes e as suas posições atuais. Ela deverá estender os seus trabalhos a 1.200 colaboradores do novo Presidente.
- Citizens for Responsibility and Ethics in Washington — CREW (Cidadãos pela Responsabilidade e Ética em Washington) é um gabinete de juristas de alto nível encarregados de rastrear tudo o que poderia causar escândalo à Administração Trump. A maior parte dos advogados desta associação trabalham gratuitamente pela causa. Foram eles que prepararam a queixa de Bob Ferguson, o Procurador-Geral do Estado de Washington, contra o decreto sobre a imigração.
- Shareblue (A Partilha Azul) é um exército eletrônico que envolve já 162 milhões de internautas nos Estados Unidos. Está encarregado de propagar temas fixados de antemão, entre os quais: 
• Trump é autoritário e ladrão. 
• Trump está sob a influência de Vladimir Putin. 
• Trump tem uma personalidade instável e colérica, é um maníaco-depressivo. 
• Trump não foi eleito pela maioria dos Norte-americanos, ele é pois ilegítimo. 
• O seu Vice-presidente, Mike Pence, é um fascista. 
• Trump é um bilionário que não parará de ter conflitos de interesse entre os seus negócios pessoais e os de Estado. 
• Trump é uma marioneta dos irmãos Koch, os celebres financeiros da extrema-direita. 
• Trump é um supremacista branco que ameaça as minorias. 
• A oposição anti-Trump não cessa de crescer para lá de Washington.
• Para salvar a democracia, apoiemos os parlamentares democratas que atacam Trump, arrasemos aqueles que cooperam com ele. 
• Há que fazer a mesma coisa com os jornalistas. 
• Derrubar Trump vai exigir tempo, não abrandemos o combate. 
Esta associação produzirá newsletters e vídeos de 30 segundos. Ela irá apoiar-se em dois outros grupos : uma empresa de documentários de vídeo, The American Independent (O Americano Independente), e uma unidade de estatísticas Benchmark Politics (Política Comparativa).
O conjunto deste dispositivo — montado durante o período de transição, quer dizer, antes da chegada de Donald Trump à Casa Branca— emprega já mais de 300 especialistas, aos quais se devem juntar inúmeros voluntários. O seu orçamento anual, inicialmente previsto em 35 milhões, foi aumentado para atingir os cerca de US$ 100 milhões de dólares.
Destruir assim a imagem — e portanto a autoridade — do Presidente dos Estados Unidos, antes que ele tenha tempo de fazer seja o que for, pode ter consequências muito graves. Ao eliminar Saddam Hussein e Muammar Kaddafi, a CIA mergulhou os respectivos países num longo caos, e o «país da Liberdade», ele próprio, poderia ser gravemente atingido por uma tal operação. Jamais, este tipo de técnicas de manipulação de massas tinha sido usado contra o chefe de fila do campo ocidental.
De momento, este plano funciona: nenhum líder político a nível mundial ousou congratular-se pela eleição de Donald Trump, à exceção de Vladimir Putin e Mahmoud Ahmadinejad.

Tradução - Alva




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