Leia mais: Brasil. Volkswagen colaborou ativamente com a ditadura, diz imprensa alemã. https://maranauta.blogspot.com.br/2017/07/23-brasil-volkswagen-colaborou-ativamente.html.
Historiador da Volks da Alemanha procura trabalhadores do Brasil.
No ano de 2015 "em função das
críticas que vêm recebendo, a empresa tomou uma iniciativa de contatar
diretamente ex-trabalhadores. A preocupação corporativa com o assunto levou a
trazerem da Alemanha o Sr. Manfred Grieger, chefe do seu Departamento de
História Corporativa. Grieger escreveu um livro chamado Volkswagen e os
trabalhadores no III Reich (MOMMSEN, Hans e GRIEGER, Manfred. Das
Volkswagenwerk nd seine Arbeiter im Dritten Reich. Dusseldorf, ECON, 1997), no
qual descreve os crimes cometidos pela empresa no período nazista.
Segundo a
empresa, o motivo do chamado seria recuperar a atuação no passado da Volks,
considerando que a empresa fez o mesmo trabalho de resgate histórico na
Alemanha em razão da sua intensa colaboração com o nazismo. Mesmo sabendo que
seria encaminhada ao Ministério Público uma representação relativa à conduta da
empresa no período da ditadura brasileira, a empresa optou por tentar reunir
para entrevistas individuais os trabalhadores que a acusaram publicamente.
Essa
iniciativa não foi anunciada na audiência pública ou comunicada ao Ministério
Público. A vinda do historiador ao Brasil se deve à experiência internacional
da Volks de reparar danos da sua convivência com regimes autoritários. Os
acionistas minoritários na Alemanha têm cobrado da empresa explicações sobre
sua política no Brasil após a circulação do relatório da Comissão Nacional da
Verdade em dezembro de 2014.
O encaminhamento possível.
A empresa, através de seu representante na audiência
pública na Comissão Rubens Paiva e diante de seu presidente Deputado Adriano
Diogo e do Vereador José Ferreira, presidente da Comissão Municipal da Verdade
de São Bernardo do Campo, reafirmou formalmente seu interesse em esclarecer a
verdade sobre os fatos dos quais é acusada e a disposição de colaborar com as
investigações. Segundo o representante, a falta de respostas da empresa sobre
as denúncias dos trabalhadores deve-se ao desconhecimento dos acontecimentos
das décadas anteriores. Apesar disso, reafirmou a disposição de cooperar.
O
Fórum de Trabalhadores e Trabalhadoras por Verdade, Justiça e Reparação,
apoiado por entidades sindicais, deverá dar encaminhamento ao que foi apurado
pelas diversas comissões da verdade. Os trabalhadores/as não têm nada a
esconder. Pelo contrário, tornar públicas as graves violações de direitos
humanos descobertas e batalhar pela devida reparação é lançar luz sobre um
período obscuro da história nacional e combater seus resquícios no presente.
Aguardamos a posição da empresa."
(1) GOMES, Américo. “Multinacionais alemãs se beneficiaram do golpe de 1964”. Disponível em http://www.pstu.org.br/node/20027. Acessado em 02 de dezembro de 2014.
(2)
“Na Fiesp, convidavam-se empresários para reuniões em cujo término se passava o quepe. A Ford e a Volkswagen forneciam carros, a Ultragáz emprestava caminhões, e a Supergel
abastecia a carceragem da rua Tutóia com refeições congeladas”. GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p.63.
(3) CASADO, José. “Operários em greve”. In: O Globo (15/05/2005). “Em 1969, um dos chefes era Adhemar Rudge, coronel do Exército e engenheiro com domínio do idioma alemão. —
Nunca houve terroristas nas fábricas — conta. — Nos preveníamos eventualmente com alguma troca de informações com o Dops. Ele nega participação no "Grupo de Trabalho" das
empresas com a polícia política apesar dos registros na documentação do Dops: — Nunca houve grupo, nem reunião, nada. Só tratávamos da segurança do patrimônio”. Disponível
em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/rede-parlamentar-nacional-de-direitos-humanos/perseguicao.
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