Segundo dados extraoficiais São Luís já contempla 6.000 (Seis mil) motoristas cadastrados no UBER, importante destacar que de cada corrida realizada o aplicativo UBER cobra do motorista 25% (vinte e cinco por cento), ou um quarto do valor pago pela corrida como comissão pelo uso do aplicativo, além de cobrar R$ 0,75 (Setenta e Cinco Centavos de Real) de cada motorista por taxa de uso do aplicativo diário.
Veja abaixo matéria do METROPOLES sobre a tramitação do PL do UBER no Senado.
Matéria escrita por Cláudio Fernandes e Larissa Rodrigues.
Projeto de lei em tramitação
no Senado Federal pode inviabilizar o serviço de transporte individual privado
de passageiros por meio de aplicativos, como o Uber. Ou, ao menos,
desconfigurar bastante o modelo que caiu nas graças de passageiros de todo o
mundo devido às tarifas mais baratas, em relação ao táxi, ao conforto e às
facilidades para o usuário pedir e pagar pelo transporte.
Só no Brasil, nos últimos três anos o
Uber arregimentou uma legião de pelo menos 50 mil motoristas (os
trabalhadores falam em 100 mil) e de 13 milhões de passageiros, conforme o Metrópoles revelou
na reportagem especial Uma jornada pela crise econômica a bordo do Uber.
De acordo com o texto em
análise pelos senadores, que tem por objetivo regularizar o setor, todos os
condutores de aplicativos de mobilidade urbana precisarão ter licenças para
circular iguais às exigidas dos taxistas. Os veículos vinculados a
empresas em operação no país – além do Uber, 99 e Cabify – teriam, portanto,
que possuir placas vermelhas.
O tema foi debatido
nesta semana no Senado e, na próxima terça-feira (26/9), os parlamentares
da Casa decidem se o Projeto de Lei 5587/16, com duas emendas aprovadas pela
Câmara dos Deputados em abril, terá sua tramitação colocada em regime de
urgência.
Embora o texto original seja
favorável ao sistema de mobilidade por meio de aplicativo, as emendas acatadas
pelos deputados (por 226 votos contra e 182 a favor e por 215 a 163,
respectivamente) tiram do projeto a descrição de que o serviço é uma “atividade
de natureza privada”, o que poderia restringir essa atividade. Além disso,
os textos aprovados na Câmara dizem que os carros são “de aluguel”, similares a
táxis, e exigem que os motoristas tenham “autorização específica emitida pelo
poder público municipal”.
O diretor de Comunicação da Uber, Fabio Sabba,
acredita que o Senado esteja “atropelando o debate, assim como a Câmara fez”.
“Este processo estatiza o transporte individual privado por aplicativo,
exigindo que tudo vire veículo de aluguel. Isso acaba com o sistema como ele é,
a eficiência e a velocidade. Burocratiza, e se torna uma proibição disfarçada
de regulação”, diz.
A opinião da empresa é
compartilhada pelos motoristas. Para Daniel Faria, 35 anos, se as mudanças
forem aprovadas, não há motivos para que os trabalhadores continuem a prestar o
serviço. “Isso vai acabar com a plataforma. Tudo vai ficar mais caro, os
usuários não terão por que continuar pedindo o Uber. Para nós, o governo quer é
lucrar e ganhar dinheiro sem pensar nos motoristas e nos passageiros”, completou.
Ânimos
acirrados
Taxistas e motoristas de aplicativos participaram de audiência com senadores nesta semana |
O clima ficou tenso durante a
audiência realizada no Senado. Representantes dos taxistas argumentaram que a
regulamentação do transporte por aplicativo torna o mercado mais justo para
profissionais de ambos os serviços e garantirá mais segurança a motoristas e
consumidores. Mas também houve quem relatasse casos de violência, assédios,
sequestros e estupros praticados por condutores do Uber.
“O Uber não quer ter regras. Regras protegem o cidadão contra
isso. Tem que ter autorização das prefeituras. Tem que ser fiscalizado. Tem que
ter placa vermelha”, disparou o presidente da Associação Brasileira das
Associações Civis e Cooperativas de Motoristas de Táxi, Edmilson
Sarlo.
Já o representante da Associação de Assistência
aos Motoristas de Táxi do Brasil, André Oliveira, afirmou que, hoje,
os motoristas dos aplicativos são explorados pelas companhias. “Quem está
ganhando com isso é apenas a empresa. Tem um monte de trabalhadores, taxistas e
desses aplicativos, passando fome. Motoristas reclamam dos valores pagos por
quilômetro rodado”, ressaltou.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
tentou apaziguar os ânimos. Afirmou que a principal preocupação do Senado deve
ser garantir direitos trabalhistas para os profissionais dos aplicativos e
assegurar condições justas de concorrência no mercado aos taxistas. “Eu não sei
se tenho mais pena dos taxistas ou dos trabalhadores do Uber. O modelo do Uber
é de semiescravidão”, afirmou. Mas, em sua exposição, ele também defendeu a
regularização do mercado explorado pelos aplicativos: “Tem que ter
regulamentação, tem que pagar imposto”.
Maia quer vetar
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que o Senado descarte as emendas. Se os senadores aprovarem o texto na forma como saiu da Câmara, ele afirmou que recomendará ao presidente Michel Temer o veto parcial ao projeto.
O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que o Senado descarte as emendas. Se os senadores aprovarem o texto na forma como saiu da Câmara, ele afirmou que recomendará ao presidente Michel Temer o veto parcial ao projeto.
Senadores de partidos da base
governista vão tentar reverter as restrições. A ideia é anexar a proposta que
veio da Câmara a outros dois projetos semelhantes que tramitam no Senado e
impõem menos limitações.
Autor de um projeto sobre o serviço
que está no Senado desde 2015, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) discorda de
alguns pontos do texto aprovado na Câmara. Ele não encontra explicação para a
exigência da placa vermelha nos carros que funcionam via aplicativos. Ferraço
também é contrário ao ponto que determina às prefeituras concederem uma
autorização para os motoristas rodarem.
"A
regulamentação não pode ser uma estatização. Aqui, temos de considerar o
interesse dos trabalhadores, como também dos usuários - Senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), autor de projeto sobre o serviço.
O relator do PL 5587/16, senador
Pedro Chaves (PSC-MS), disse apenas que vai entregar seu parecer até a próxima
semana, para que seja votado em plenário. “Nossa intenção é pacificar isso de
forma definitiva. Não há interesse em proteger A ou B. Nós queremos que haja um
ponto de equilíbrio”, garantiu.
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