domingo, 15 de outubro de 2017

O Brasil nas mídias sociais, por Rodrigo Dora.

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Nas vilas do Pará, nas profundezas da floresta amazônica, a água tratada é um luxo e estradas pavimentadas são poucas e muito distantes entre si. 
Facebook, no entanto, é uma realidade muito perto. Um dado expressivo dessa realidade surge com o fato de que no início do ano ficou demonstrado o quanto as redes sociais tornaram-se o canal escolhido até mesmo para que grupos indígenas que lutam contra a construção da usina hidrelétrica ao longo do rio Xingu desabafassem suas frustrações. Ou seja, como a mídia social é um instrumento essencial para todos os grupos sociais. O “Xingu Vivo” – página no Facebook, registrou suas queixas contra o projeto, mantendo os ativistas da luta a par dos acontecimentos, bem como das suas posições.
Hoje, em tempos de ilusão de que não há censura no país, a mídia social é uma instituição excepcionalmente democrática no Brasil. Enquanto o país ainda preserva uma notória, expressiva e profunda divisão entre ricos e pobres, os telefones móveis conseguem dar às comunidades urbanas carentes e até mesmo nas remotas áreas rurais o acesso a sites de redes sociais. Além disso, o potencial de crescimento desse setor continua forte, tendo em vista haver apenas 23% desse público utilizando smartphones e as quatro maiores operadoras do país lançaram o mais moderno serviço de 4G apenas no início do verão do ano passado (2012), ou seja, perto de dezembro.
O Brasil já conta com mais de 65 milhões de usuários do Facebook, perdendo apenas para os EUA, sendo também vice-líder no consumo do Twitter (com 41,2 milhões de tweeters) e o maior mercado fora os EUA do YouTube.  Assim, no país mais populoso da “América do Sul”, o Brasil, também emergem as mídias sociais. Setenta e nove por cento dos usuários de Internet no Brasil (cerca de 78 milhões de pessoas) estão agora em mídias sociais, de acordo com um relatório de analistas eMarketer, com as taxas de adesão se aproximando rapidamente as dos EUA.
Ao que tudo indica, o Brasil está apenas ajustando suas passadas. O tempo médio gasto no Facebook entre os brasileiros aumentou 208 por cento no ano passado, indo para 535 minutos por mês. Em comparação, o uso global diminuiu 2 por cento durante o mesmo período no mundo. Dessa forma, com a saturação de mídia social nos EUA e na Europa e com os chineses restritos por seu grande Firewall (sem acesso legal ao Twitter e Facebook), com Índia ainda relativamente em estágios iniciais da revolução da Internet, o Brasil, entre os BRICS, aparece como a capital de “social media”.
O governo, através dos recentes planos, tem liderado um esforço progressivo para ampliar o acesso à Internet em todo o país, resultado este expressado pelos quase 100 milhões de brasileiros com acesso a internet. Nesta toada, estima-se que até 80 por cento da população terá acesso à Internet em 2016. Curiosamente, a maior parte do tempo on-line do brasileiro (36%) é gasto em mídias sociais.
A publicidade digital, no entanto, permanece em sua infância no Brasil, sendo apenas 10% do mercado de publicidade, enquanto no resto do mundo abrange 20%. As grandes marcas já se atentaram a esse fato e têm lançado campanhas agressivas no Facebook para capitalizar sobre a influência das mídias sociais, acumulando alguns milhões de seguidores poucos meses. Isso reforça a previsão de que o país deverá aumentar os gastos com anúncios em mídias sociais em US $ 5,6 bilhões no próximos três anos, mais do que a Índia , a Rússia ou a Indonésia por exemplo.
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Fontes consultadas:

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