domingo, 11 de março de 2018

Eleições 2018. PSOL confirma Boulos e Sônia Guajajara para disputar a Presidência da República.

Chapa pessolista une liderança nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto e dos direitos indígenas. Foto: Nunah Alle/PSOL.
Da RBA
Em conferência eleitoral realizada ontem (10), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) confirmou chapa formada por Guilherme Boulos e Sônia Guajajara para disputar a Presidência da República na eleição deste ano. Segundo nota oficial, a chapa fecha um longo processo de conversas internas na construção de uma sólida aliança com diversos movimentos sociais do país, que ofereceu os nomes ao partido na Conferência Cidadã, no último dia 3. Boulos, que teve quase 71% dos votos da conferência, concorreu à indicação, no partido, com Plínio de Arruda Sampaio Júnior, Hamilton Assis e Nildo Ouriques.
No informe, a legenda destacou ainda o simbolismo da chapa, com o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ao lado de uma das maiores representantes dos povos indígenas brasileiros.
“Não nos encontramos agora. Esse encontro acontece há anos, lutando por direitos, contra o golpe, pela democracia e por outro projeto de Brasil. Ela expressa uma unidade na luta concreta”, disse Boulos.
Na conferência, o agora pré-candidato oficial também falou da importância da plataforma Vamos!, construída no âmbito da frente Povo Sem Medo, que realizou dezenas de debates em todo o país e acumulou mais de 150 mil interações online, em um processo de construção de uma alternativa programática para o país.
“Nós queremos disputar o projeto de país. Não teremos uma candidatura apenas para demarcar espaço dentro da esquerda brasileira. Vamos apresentar uma alternativa real de projeto para o Brasil”.
“O momento é grave e urgente. É de transformação. Para nós, povos indígenas, estar participando desta conferência é estar inserido no processo de transformação do Brasil”, disse Sônia.
Ela afirmou, ainda, que os povos indígenas, que sempre estiveram na linha de frente da resistência, agora querem ocupar os espaços de decisão do país. “Nós resistimos ao mais brutal processo de expulsão de nossos povos. Sempre fizemos a luta contra o agronegócio, o capitalismo, as grandes pecuárias, a especulação imobiliária. E hoje ainda nos chamam de ‘invasores’”.

Racha. 

O longo processo que chegou ao nome de Boulos, conforme a legenda, não é visto bem dessa maneira por muitos integrantes do PSOL, para quem trata-se de um enxerto do nome da liderança do MTST, com as bênçãos de Lula, que pode levar à descaracterização do partido nascido de uma dissidência no PT.
Em reportagem do The Intercept Brasil, Rogério Daflon mostra os argumentos de pessolistas contrários ao nome de Boulos, considerado alinhado com Lula, e que negam ter havido prévias. Entre eles, Plínio de Arruda Sampaio Junior, Renato Cinco e Honório Oliveira.
Para Plínio Junior, “Boulos é tão alinhado ao Lulismo que leva o PSOL a se confundir justamente com o PT, partido com o qual temos profundas diferenças programáticas e que, nos anos em que governou o país, não fez qualquer mudança estrutural”.

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