Rostislav Ishchenko, de ukraina.ru (trad. ru.-ing. Ollie Richardson & Angelina Siard para StalkerZone. |
31/8/2018, Rostislav Ishchenko, de ukraina.ru (trad. ru.-ing. Ollie Richardson & Angelina Siard para StalkerZone, artigo aqui retraduzido)
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu.
"Zakharchenko assinou os acordos [de Minsk – ed.] em nome da República Popular de Donetsk. A morte de Zakharchenko, como tal, do ponto de vista da lei internacional, não afeta de nenhum modo os acordos de Minsk. Quem assina acordos são os estados, não um ou outro governante, mesmo que o estado signatário não seja reconhecido.
Coisa muito diferente é a influência que a morte de Zakharchenko terá na situação na linha de demarcação. Acho que se trata de provocação deliberada levada a efeito pela Ucrânia, com o objetivo de agravar a situação no período pré-eleitoral, para tentar melhorar a posição de Poroshenko em Kiev. A sessão do Parlamento [Rada – ed.] acaba de começar, e deve marcar a data das eleições" – lembrou Ishchenko.
Ele lembrou também que o momento de maior vulnerabilidade para qualquer estado é quando o poder muda de mãos, especialmente se a mudança se dá pela via violenta.
"Kiev obtém dois efeitos. Enfraquece a posição da República Popular de Donetsk, especialmente a posição de liderança que tem no Donbass. Por outro lado, Kiev cria as condições para que as tensões se intensifiquem na região. E isso pode ser usado no jogo da política interna" – destacou o cientista político.
Ishchenko não acredita que o assassinato de Zakharchenko seja indício de que o estado esteja em crise na República Popular de Donetsk.
"O exército Soviético montou uma ofensiva, mas em 1944 o comandante do front, General Vatutin morreu – foi emboscado e assassinado por Banderistas. E em 1945 o outro comandante do front General Chernyakhovsky morreu. Simplesmente teve sua posição bombardeada e morreu. Guerra não é lugar seguro. Sobretudo porque a posição das Repúblicas Populares (Donetsk e Lugansk) não é a posição da frente soviética na Grande Guerra Patriótica [no ocidente, 2ª Guerra Mundial –ed.], onde os quartéis-generais de comando estavam a 50 km da linha de combates.
É visível que grupos de sabotagem e reconhecimento operam nas Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk. Nessa guerra, é impossível excluir completamente a ação de sabotadores".
Ainda segundo Ishchenko, nesse tipo de guerra morrem as figuras mais carismáticas, mais 'midiáticas' – porque são os primeiros alvos do inimigo.
"Quando [Kiev – ed.] matou Givi ou Motorola, os assassinatos foram discutidos e serão discutidos, são discutidos até hoje. E você consegue uma vitória de informação. Acontece o mesmo no caso de Zakharchenko — que não é apenas líder carismático, difícil de substituir na República Popular de Donetsk. Também é um líder em todo o Donbass e de todo o Sudeste, se a linha de frente andar na direção de Kiev. Claro que sempre seria alvo prioritário para os grupos ucranianos de sabotadores e de reconhecimento. Não há segurança absoluta.Kennedy era presidente dos EUA, mais protegido que o Fort Knox, e foi assassinado" – observou Ishchenko.*******
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