segunda-feira, 25 de março de 2019

São Luís. Depressão e automutilação são temas de roda de conversa na PGJ.

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Roda de conversa foi alusiva ao mês da mulher.
Como parte das comemorações do mês da mulher, foi promovida na manhã desta segunda-feira, 25, uma roda de conversa sobre depressão, suicídio e automutilação em mulheres. A atividade, realizada no auditório da Procuradoria Geral de Justiça, foi direcionada a membros e servidores da instituição. Estiveram à frente do debate as promotoras de justiça Cristiane Maia Lago e Lana Cristina Barros Pessoa.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAOp DH), promotora de justiça Cristiane Maia Lago, iniciou a conversa destacando a importância do tema e apresentou os palestrantes, o médico psiquiatra Ruy Palhano e a psicóloga e tenente coronel da Polícia Militar do Maranhão, Cristiane Castro. “A discussão desse tema é muito importante no processo de prevenção. Precisamos trazer informações sérias sobre o assunto. É um momento muito importante para as mulheres do MPMA”.

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Depressão, automutilação e suicídio foram alguns dos temas debatidos.

A promotora de justiça Lana Pessoa abordou as estatísticas recentes que têm mostrado o adoecimento muito frequente de mulheres. “Trouxemos especialistas no assunto para tratar sobre esse tema, tanto suicídio quanto automutilação. Os índices estão altos, o que requer mais atenção”.

A tenente-coronel Cristiane Castro em sua fala abordou a relevância do tema, pois o suicídio é hoje uma questão de saúde pública. Segundo ela, 90% dos casos de suicídio estão atrelados a um transtorno mental. Ela destacou ainda os sinais de alerta da depressão em mulheres, e citou as multitarefas, as responsabilidades atuais e a cultura patriarcal como as principais causas do acometimento de mulheres em casos de depressão e automutilação. “Automutilação não é tentativa de suicídio. É uma forma que essa mulher encontra para apaziguar uma dor. É preciso investigar o que está motivando isso, que sofrimento interno traz tanta dor”, resumiu a psicóloga.

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Atividade foi destinada a membros e servidores da instituição
Participaram também da atividade, o procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, e a subprocuradora de justiça para Assuntos Administrativos, Mariléa Campos dos Santos Costa. “Múltiplos fatores têm promovido o adoecimento das pessoas e das mulheres em especial. Por isso, é importantíssimo trabalharmos a prevenção. Isso faz parte das nossas ações do Programa de Qualidade de Vida do MPMA, que tem expandido as atividades também para o interior do Estado”, apontou.

O psiquiatra Ruy Palhano explicou aspectos da depressão e de outros transtornos mentais. Apresentou estatísticas da enfermidade segundo dados da Organização Mundial de Saúde e teceu críticas às políticas públicas de saúde mental no país. Segundo o médico, as mulheres estão mais suscetíveis a desenvolver depressão. “É uma doença biológica, que requer tanta atenção quanto a diabetes ou hipertensão. É curável e que precisa ser combatida por meio de duas frentes: o tratamento da crise e a prevenção de recaída”, alertou.

Ruy Palhano também afirmou que nem sempre quem tem depressão comete suicídio. “Apenas 2% dos deprimidos chegam a esse fim. Atualmente, temos tratamentos e medicamentos que conseguem promover a cura ou manter a doença sob controle”, concluiu o psiquiatra.

No final do evento, o público fez perguntas aos palestrantes sobre os temas.


Redação: Daucyana Castro (CCOM-MPMA)

Fotos: Jefferson Aires (CCOM-MPMA)

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