Levantamento do Mecanismo
Nacional de Combate e Prevenção à Tortura denuncia violações como cárcere
privado, castigo, violência sexual, entre outras, em 40 instituições do país.
"Essas instituições, muitas delas, propõe a substituição da vida pela segregação", explica perito do MNPCT. | Foto: Arquivo EBC |
da Rede Brasil Atual.
São Paulo – “Barbárie.” Esta
foi a definição de especialistas em direitos humanos e saúde mental após
apresentação da segunda edição revisada do documento Hospitais Psiquiátricos no Brasil – Relatório de Inspeção
Nacional 2020 ao Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura,
órgão do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, braço
operador do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT).
O levantamento, disponível
no site do MNPCT, denuncia a falta de estrutura, relatos de violência sexual
contra mulheres, além de cárcere privado, isolamento, e contenção forçada em 40
Hospitais Psiquiátricos, localizados em 17 estados nas cinco regiões do país.
Em uma unidade em São Paulo, por exemplo, entre os internados foram encontradas
uma idosa de 106 anos e uma criança de 10.
“Essas instituições, muitas
delas, propõe a substituição da vida pela segregação e isso tem uma série de
impactos na vida dessas pessoas, primeiro porque elas perdem a oportunidade de
serem tratadas a partir de uma perspectiva comunitário, de fortalecimento de
laços e de inserção social dentro dessas instituições”, aponta o perito do
MNPCT Lucio Costa, em entrevista ao repórter André Gianocari, do Seu
Jornal, da TVT.
Entre as instituições
denunciadas, 75% são particulares, porém sustentadas por verbas do Sistema
Único de Saúde (SUS). O que para Frei David Santos, da ONG Educafro, evidencia
um negócio lucrativo em cima do sofrimento humano.
A Educafro é das
organizações que apoiam o trabalho do Mecanismo de Combate e Prevenção à
Tortura que defende a abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)
para que a Política Nacional de Saúde Mental seja investigada.
O órgão também exige uma
reunião com o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e um maior
comprometimento do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Nesta terça-feira
(10), no entanto, a ministra da pasta responsável pelo órgão atuou para invisibilizar o trabalho do MNPCT durante
reunião do Comitê, segundo ativistas. “Estamos transformando a sociedade em uma
sociedade mais cruel. E um governo transitório precisa garantir o que nós
queremos, e nós queremos uma sociedade mais honesta, equilibrada e que trate
bem os mais sofridos”, destaca Frei David.
Assista a matéria da TVT no link... https://www.youtube.com/watch?time_continue=7&v=YheASGiJe00&feature=emb_title
Matéria copiada da página https://jornalggn.com.br/noticia/hospitais-psiquiatricos-brasileiros-promovem-tortura-alerta-relatorio/
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