por sugestão do Roberto Monico Junior
SÃO PAULO – Consumidor poderá ter que enfrentar contas de água mais caras, caso setor seja privatizado. Essa foi a avaliação das organizações sociais que participaram, na última quarta-feira (20), de seminário que discutiu ideias sobre como a população pode se organizar para impedir a venda das empresas.
A elevação dos custos aconteceria pela própria lógica do sistema privado, que adota um modelo de reajuste estabelecido em preços internacionais. De acordo com a Agência Brasil, representantes das organizações já preveem um aumento imediato nos preços, além de uma diminuição dos investimentos no setor.
Distribuição de água
Segundo representantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), 90% da rede de distribuição de água no País são controlados por empresas públicas, com uma cobertura que chega a quase 100% das grandes e médias cidades.
Um dos diretores do movimento, Gilberto Cervinski, lembrou que, no município de Santa Gertrudes, em São Paulo, onde o sistema foi privatizado em 2010, os preços das contas de água praticamente triplicaram em seis meses.
Fora da lei
Os participantes do seminário também denunciaram práticas corruptas em alguns estados do País. A exemplo de Rondônia onde, segundo representantes do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Água e Energia, empresários assediam vereadores.
A entidade também denuncia que em municípios do estado as prefeituras têm, inclusive, desconsiderado processos legais como a licitação para a concessão do sistema de abastecimento, como ocorreu em Ariquemes. Contrários à privatização, os sindicalistas avaliam que as empresas privadas investirão menos na ampliação da rede e, principalmente, em saneamento.
América Latina
O doutorando da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Juscelino Eudâmidas, afirmou que, segundo pesquisas internacionais, até 2015 cerca de 60% da capacidade de abastecimento da América Latina estará privatizada. Eudâmidas ainda ressalta que, nos países ricos, onde a ideia da privatização surgiu, os governos estão voltando atrás.
Na França, por exemplo, onde surgiram as primeiras experiências de concessão do sistema de distribuição de água, o governo está reestatizando os serviços. Os principais motivos foram que a qualidade do serviço e da água caíram, os preços subiram exorbitantemente e o serviço não foi universalizado.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/em-defesa-da-agua-como-um-bem-publico.html