O subtítulo no Brasil vendia a ideia de uma Comédia Romântica. Até o
cartaz do filme sugere isso. Acontece que eu gosto desse Gênero de
Filmes.
Principalmente um romance entre pessoas que já passaram da casa
dos 40, 50… Interessada, fui olhar a página dele no IMDB, para ver de
quem era a estória. O susto! Pois além do Tom Hanks, assinava também o
Roteiro: Nia Vardalos (“Falando Grego“).
Mais que um sinal, veio um
carrilhão: “Foge, que é fria!”. Mas eu sou um paradoxo! Continuava
querendo ver, dai argumentava comigo, tipo: “Quem sabe ele pediu a ela
para revisar as personagens femininas…”
O contra-argumento: “Ih, danou!
Já que a Vardalos tende a deixar a mulher adulta com as dúvidas e
inseguranças de uma adolescente.” Bem, o que carimbou de vez a motivação
para assistir foi o fato do título original só constar o nome de um
personagem: Larry Crowne. Sendo assim, a estória seria dele. Um
personagem masculino, e que poderia ser criação de Hanks. Enfim,
conferindo, e…
Primeiramente, “Larry Crowne – O Amor Está de Volta” está mais para uma
leve Comédia Dramática. O drama fica por conta de que ser despedido após
uma certa idade, é de doer. Ainda mais numa atualidade tão competitiva,
com tantos jovens buscando um emprego; uma colocação. E o filme também
aborda isso. O Romance mesmo ficará mais centrado em: ciúmes de um homem
e de uma mulher. Ciúmes esse que não enxergavam que nasceu entre aquele
par: uma linda e “respeitável” amizade.
Agora sim, entrando na estória do filme. Larry Crowne é o personagem de
Tom Hanks. Um empregado exemplar de uma grande loja de departamento. Num
dia em que pensa que enfim sairá a promoção tão sonhada, é despedido.
Pela política da empresa, por ele não ter um Diploma Universitário, não
poderia mais ser promovido. Competência, ele tinha de sobra. Mas a eles,
isso não bastava. Bem, que a empresa ficasse com os seus não
capacitados, mas diplomados… Larry iria à luta!
Como viu que em outras firmas, também seguiam essa cartilha… Larry
resolve voltar a estudar. Concluir a faculdade que deixou pela vida
militar: 20 anos servindo a Marinha. Na escolha das matérias, recebe a
sugestão do reitor Busik (Holmes Osborne) para acompanhar as aulas de
Oratória de Sra (Mercedes) Tainot, personagem de Julia Roberts. Uma
outra disciplina que escolhe, é de Economia. Se já constavam em seu
currículo Especialização em Vendas no Varejo, e até em Cozinha (fora
cozinheiro na Marinha), essas duas disciplinas em especial iriam, além
do diploma universitário, também ajudá-lo a gerenciar melhor a sua vida.
Até em vender seu peixe e ter o essencial para viver feliz.
Um outro ponto positivo do filme está em mostrar cidadãos da classe
muito mais comum. Os que estão lutando, mas para terem as contas pagas, e
viverem felizes. Claro que também mostra os que gostam de viverem de
uma fama efêmera, que não advinda de um talento, se perde. No todo, o
filme mostra a base da pirâmide. Não há o querer por sofreguidão chegar
ao topo da pirâmide.
Larry não se intimida por tudo aquilo que veio após sua demissão. Não
tendo mais o salário de antes, casa, objetos de valores… ficaram para
trás. Mas foram válidos enquanto durou. Na nova bagagem, levará mesmo a
saudades dos vizinhos. De um em especial, interpretado por Cedric the
Entertainer. Desse vizinho até eu levaria saudades.
Aquela amizade que citei lá em cima, é entre Larry e Talia (Gugu
Mbatha-Raw). Ambos irão se ajudar mutuamente. Num abrir os olhos daquilo
que um ver do outro. Para eles, até um selinho é por pura amizade. Mas
para o namorado dela, como também para Mercedes, há uma conotação
sexual. O filme é desses dois. Ela, a Talia, é a personagem feminina
principal nesse filme. A personagem da Julia Roberts embora vivesse um
drama maior, em paralelo, não rendeu. Não me convenceu porque me levou a
pensar se uma outra atriz teria vivido essa professora com mais
verdade. O que é uma pena! Pois eu gosto dela. Teria ela se inspirado em
Cameron Diaz com a sua “Professora Sem Classe“, e acabou se perdendo!?
Meus aplausos para a Gugu Mbatha-Raw e o seu divertido smartphone!
A vida é uma escola. Nela estamos sempre aprendendo. Mas também de
dentro de uma escola se passa uma vida, são capítulos dela sendo
escritos. E que embora dentro de uma sala de aula há alguém ensinando,
nesse púlpito o aluno poderá ensinar também. Larry em sua apresentação
final em Oratória, deu uma dimensão maior ao que Mercedes nem se
interessou muito em mostrar durante todo o período letivo. Levando-a a
outros rumos em sua vida de professora.
Se antes, o obter o diploma universitário seria o seu passaporte para
galgar cargos de chefia, ao término, Larry viu que lhe dera um quilate
maior, mas em sua alma. Renovando-a! E nesse recomeço, nessa sua garupa,
tinha lugar para mais um, mais uma. Então não é o amor voltando, e sim
chegando à vida dele.
Ah! Como gostei de uma citação que Larry disse, ei-la: “O cérebro de um
tolo resume a filosofia como tolice, a ciência como superstição e a arte
como pedantismo. Daí a necessidade da educação universitária.” (“A
fool’s brain digests philosophy into folly, science into superstition,
and art into pedantry. Hence university education.” – George Bernard
Shaw)
Gostei do filme. De até rever quando passar na tv. É um bom filme!
Fonte: http://www.cineplayers.com/comentario.php?id=30932