domingo, 4 de novembro de 2012

São Luis. Despesas com vereadores serão de R$ 75 milhões até 2016.

De O Estado
 
O aumento do número de vereadores na Câmara Municipal de São Luís – passarão a ser 31 a partir de janeiro do ano que vem, 10 a mais que os atuais 21 – acarretará problemas não apenas para adaptação da atual sede, na Rua da Estrela, Centro Histórico da capital, como também um crescimento significativo do valor gasto anualmente com os parlamentares municipais.

Levantamento realizado por O Estado, levando em consideração apenas os 31 vereadores e seus respectivos gabinetes, ajudas de custo e demais privilégios, aponta que, a partir de 2013, o cidadão ludovicense desembolsará a cifra de R$ 18.961.864,00 por ano para manter todos os seus representantes no Legislativo.

Isso corresponde a R$ 1,580 milhão por mês – ou R$ 50,9 mil por vereador a cada 30 dias. Ao fim dos próximos quatro anos, já terão sido gastos R$ 75.847.456,00 com a nova bancada – isso sem se levar em conta os cargos a que têm direito os membros da Mesa Diretora.

Os valores são compostos da seguinte forma: o vereador recebe um subsídio de R$ 11 mil brutos – ou R$ 7,8 mil após os descontos; além disso, cada um tem direito a mais R$ 11 mil para distribuir como salários aos assessores de gabinete, mais um valor igual a esse para pagamento de 13º e outro um terço para férias. 

Ainda mensalmente eles recebem R$ 24 mil a título de verba indenizatória, que tem caráter de ressarcimento, já que os parlamentares devem comprovar o gasto – através de notas fiscais – para poder ser reembolsados. 

Esse valor é gasto, normalmente, com aluguel de veículos e pagamento de combustível.

Paletó - Um último penduricalho também entra nessa conta. Trata-se do contestado “auxílio-paletó”, em valor igual a um subsídio líquido – ou seja, R$ 7,8 mil – pago uma vez por ano a todos os parlamentares. 

Após quatro anos, os paletós dos vereadores terão custado R$ 967.200,00 aos cofres públicos, uma despesa que, na verdade, repete uma prática já adotada no Congresso Nacional e na maioria das Assembleias Legislativas dos estados.

No Maranhão, por exemplo, auxílios como esse eram tão fartos que, somados todos os recebimentos, os deputados daqui percebiam, ao fim de cada ano, o equivalente a 18 salários. No início deste ano, após a repercussão negativa na imprensa, a AL decidiu baixar para “apenas” 15.

Em abril, o líder do governo na Casa, deputado estadual César Pires (DEM), chegou a apresentar projeto para que fossem pagos apenas 13 salários aos parlamentares, mas o presidente, deputado estadual Arnaldo Melo (PMDB), rejeitou discutir o assunto antes de o Congresso Nacional – onde tramita projeto que prevê o fim do 14º e 15º salários – deliberar sobre a matéria.

Cidadão gastará 32% a mais com atual composição - O aumento do número de vagas da Câmara Municipal de São Luís gerará crescimento de exatos 32,26% nos gastos com a bancada – além de um valor considerável a ser investido para a reforma do atual prédio onde os vereadores estão alojados, no Centro Histórico da capital maranhense.

Com 21 vereadores, gastava-se, por quadriênio, R$ 51,3 milhões – referentes aos subsídios, verba indenizatória de gabinete, assessores, férias e 13º salário – para manter o Legislativo local. Os 10 novos vereadores custarão, então, exatos R$ 24,5 milhões a mais aos cofres do Município.

Se o valor for distribuído isonomicamente entre os 1.014.837 habitantes que o IBGE diz ter a capital, segundo o Censo de 2010, cada ludovicense terá “desembolsado”, ao final de 2016, aproximadamente R$ 24,00 a mais para manter seus legisladores – fora os quase R$ 50,00 que já “pagava” de quatro em quatro anos pela bancada antiga.

Todos esses cálculos, contudo, não incluem, por exemplo, o que a Casa deve gastar com abastecimento d´água, fornecimento de energia elétrica e contratação de serviços essenciais como limpeza e segurança.

Mais - O aumento das vagas na Câmara Municipal de São Luís se deu por conta da Emenda Constitucional nº 58, de 2009, que permite que as cidades ampliem a quantidade de cadeiras no Legislativo de acordo com o aumento populacional medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

A capital maranhense atingiu mais de um milhão de habitantes em 2010, segundo o Censo daquele ano.

O custo dos vereadores de São Luís

R$ 50,9 mil é quanto se gasta com um vereador, por mês;

R$ 2,8 milhões é quanto custa um vereador por mandato;

R$ 18,9 milhões é quanto custará a Câmara por ano a partir de 2013;

R$ 75,8 milhões serão gastos ao longo dos próximos quatro anos; e

R$ 697,2 mil é quanto custam os paletós dos parlamentares.

‘Isso não dá para nada’, avalia Ivaldo Rodrigues.

O vereador Ivaldo Rodrigues (PDT) avalia que o valor à disposição dos parlamentares, mensalmente, “não dá para nada”. 

Segundo ele, por estar mais próximo da população, o vereador acaba sendo mais assediado e gastando mais. “Isso não dá para nada! O vereador é quem tem que fazer o Carnaval, o São João, a Cultura de um modo geral. E, se não faz, perde a eleição, porque o vereador é que está ali, perto do povo”, declarou.

Ainda de acordo com o pedetista, outros políticos, como os senadores, têm muito mais regalias e são inacessíveis ao eleitor. “O vereador, como porta-voz da população, é quem mais sofre. É difícil, por exemplo, um cidadão ter o telefone de um senador, mas do vereador todo mundo tem”, disse.

Crivo - Para Rose Sales (PCdoB), todos os vereadores passaram, este ano, pelo crivo do eleitor, que foi, em última análise, quem decidiu se seus representantes estavam lhes custando caro, ou não. A comunista acredita que a população está mais atenta e mais consciente do seu papel enquanto avaliadora da atuação dos parlamentares.

“O eleitor valida ou rechaça o mandato do vereador de acordo com a sua atuação. O dever do representante é trabalhar pelo povo. Se ele não trabalha, o mandato sai caro, se não, vale o que se paga por ele. Mas quem decide isso é o eleitor, através do seu voto”, completou.

Sales também argumenta que, se o parlamentar é atuante, os valores acabam sendo “irrisórios”. Ela defende, ainda, que a chamada verba indenizatória de gabinete não deveria ser incluída como parte dos ganhos dos vereadores. “Essa não é uma verba do vereador, ela faz parte do aparato ao exercício parlamentar e não deve ser considerada como parte dos nossos ganhos”, concluiu.

Tasmânia. Morte de 100 baleias e golfinhos comove resgatistas.

Tradução: Caminho Alternativo.


(04-10-2012) – Por Anastasia Gubin

No grupo de ilhas de New Year na Tasmânia, incluindo a ilha King está sendo registrado mortes em massa de cerca 100 baleias e golfinhos desde a sexta-feira.

Habitantes voluntários, biólogos e ambientalistas se uniram num desesperado esforço para salvar aos últimos sobreviventes.

O grupo de ilhas se encontra ao noroeste da Tasmânia, e ao sudeste da Austrália, no estreito de Bas.

São áreas importantes para a críação de animais marinhos.

A tragédia começou depois que foram encontrados 13 golfinhos encalhados na Baía Quarantine da ilha King, na sexta-feira.

Oito golfinhos que ainda se encontravam com vida foram salvos e devolvidos ao mar, informou a representante da Vida Silvestre na Ilha King, Shelley Davison, segundo The Mercury.

Davison explicou que para seu horror, no dia seguinte um residente encontrou outras 67 baleias piloto e 20 golfinhos encalhados na Ilha de Ano Novo. 

Quando esta pessoa chegou se encontrou com numerosas baleias, incluindo bebês, todos mortos.

Margaret Barnes, uma das pessoas que participou com os voluntários para seu resgate, descreveu a cena. “As baleias estavam gritando por suas crias que estavam mortas, tudo estava péssimo”.

O pessoal do parque chegou com dois barcos carregados de pessoas para tentar resgatá-los. 

Só se salvaram seis golfinhos, enquanto que quatro baleias morreram enquanto as estavam resgatando, acrescentou Davison.

Ambas ilhas formam parte do grupo Ilhas New Year e a bióloga acredita que estas encalharam ao mesmo instante que os golfinhos da Baía Quarantine, há um par de noites.

Após recuperar com vida alguns, disse, “é muito emocionante”, e acrescentou que “temos tido um resultado bastante bom, com os que estavam com vida”, cita no The Tribune.

A bióloga marinha Rachel Alderman, comunicou que um dos golfinhos que haviam salvado voltou a encalhar e morreu, e agora o grupo tenta salvar a uma baleia. “Temos o animal fresco e húmido, está chegando mais gente para tratar de movê-lo para a água”, disse.

“Temos conseguido um êxito muito gratificante, dadas as circunstâncias. Não é estranho que algumas [baleias e golfinhos] voltem a encalhar depois de passar por esta experiência traumática, tanto física como psicológica”.

Em 2009 Tasmânia registrou outra destas tragédias em que os animais perderam sua orientação. Umas 200 baleias e golfinhos ficaram encalhados nas areias da ilha King.

Fonte: La Gran Epoca

Fonte: http://caminhoalternativo.wordpress.com/2012/11/04/morte-de-100-baleias-e-golfinhos-na-tasmania-comove-resgatistas/

sábado, 3 de novembro de 2012

São Paulo - Disputa (Milicia X PCC) pelo controle de caça-níqueis pode ser motivo de violência no Estado.

De O Globo                                             



Milícia disputa com traficantes controle de caça-níqueis em SP


Grupo criminoso teria participação de PMs aposentados e da ativa.

SÃO PAULO - Uma disputa entre dois grupos pela cobrança de propinas na operação de máquinas caça-níqueis pode estar por trás da onda de violência na Grande São Paulo. 

De um lado, a facção que domina os presídios paulistas. De outro, uma milícia formada por policiais militares (PMs) aposentados e da ativa, criada inicialmente como grupo de extermínio e que, agora, tenta dominar territórios, a exemplo da facção, numa das atividades mais tradicionais da corrupção policial: o jogo do bicho e os caça-níqueis.

O principal negócio da facção é o tráfico de drogas, cujo movimento é estimado em R$ 6 milhões por mês. 

Porém, os caça-níqueis se tornaram rentáveis, e a propina aumentou de R$ 50 para R$ 400 por mês em menos de um ano, o suficiente para atrair concorrência. 

A briga pelos jogos de azar foi relatada ao GLOBO por um agente público ameaçado de morte pelos bandidos. 

A Secretaria de Segurança Pública informou que desconhece a existência da milícia. Uma fonte do alto escalão do governo, porém, confirmou o conhecimento do grupo e a investigação sobre ele pelas execuções dos últimos dias.

A facção paulista domina extensas áreas da periferia. Vende drogas e oferece à população promessa de segurança. Seus líderes ditam as regras e impedem assaltos de bandidos avulsos e drogados, que roubam para sustentar o vício. Se alguém desobedece, é punido. 

Quando a facção domina um bairro, faz chegar a todos que, daquele momento em diante, qualquer assalto ou ato violento deve ser comunicado ao grupo, não à polícia. Assim, impõe a lei do silêncio. 

Como oferece segurança ao comércio local, alguns líderes da facção decidiram que cabe a ela, portanto, receber pela operação das máquinas caça-níqueis.

Em São Paulo, costuma-se dizer que não é preciso ter brigas porque há espaço para todos. A propina do jogo de azar é paga tradicionalmente a policiais civis corruptos. De olho em áreas rentáveis, a milícia de PMs teria tentado cobrar pelos caça-níqueis na favela de Paraisópolis, no bairro do Morumbi, considerada o principal “hipermercado” da cocaína na capital pela proximidade com os consumidores mais ricos. 

Francisco Antonio Cesário da Silva, o Piauí, apontado como integrante da facção e com poder justamente em Paraisópolis, foi preso em Itajaí (SC), em agosto, acirrando os ânimos.

O jogo de azar prosperou em São Paulo nos últimos dois anos com a modernização dos equipamentos. No lugar das máquinas antigas, grandes e, portanto, visíveis, surgiu uma nova, do tamanho de um micro-ondas, feita com tela de LCD e de fácil transporte. 

Na maioria dos locais, geralmente pequeno comércio da periferia, ela só é colocada em operação depois das 18 horas. Estão disponíveis até em açougues, segundo o agente público ameaçado. O valor do jogo varia de R$ 1 a R$ 10. O ganho com cada máquina fica entre R$ 4 mil e R$ 15 mil por mês.

— A sociedade tem que cobrar dos políticos mudanças firmes na legislação, para garantir a investigação até o fim e a segurança de quem investiga. Tenho de punir um funcionário que não é um funcionário qualquer. 

Ele está com a arma na mão. Quando dou voz de prisão, peço a arma. Naquele segundo, ele pode entregar ou atirar. Não sou um chefe comum — desabafa um integrante da cúpula da polícia paulista.

Ele diz que é difícil dizer até que ponto a milícia está envolvida na onda de violência porque há muitos boatos. Em 2010, a polícia chegou perto de prender um integrante da milícia, mas como era apenas suspeito, foi solto pela Justiça.


Ex-comandante do DOI no caso do Riocentro é assassinado.

Por Marco Antonio L.

Ex-comandante do DOI no caso do Riocentro é morto a tiros em Porto Alegre

Do Sul 21.
O coronel Molinas Dias, ex-comandante do Destacamento de Operações Internas do Exército no Rio (DOI) durante o Caso Riocentro, foi morto em Porto Alegre nesta quinta-feira (1). 

A investigação da Polícia Civil considera a hipótese de execução, devido ao carro e o dinheiro da vítima não ter sido levado.

O coronel foi morto a tiros quando chegava em casa na Rua Professor Ulisses Cabral, no bairro Chácara das Pedras, por volta das 21 horas. 

Moradores relataram ter ouvido uma série de tiros e ao saírem à rua, viram o corpo de Dias ao lado do carro, um C4 cor prata, em frente à residência em que ele morava.

Segundo a Polícia Civil, ele teria reagido após um carro vermelho ter cortado a frente do veículo em que estava. Não foi encontrada arma com a vítima, que foi alvejada com pelo menos seis tiros.

Com informações de Zero Hora

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/ex-comandante-do-doi-no-caso-do-riocentro-e-assassinado

Em setembro, quase 51 milhão de brasileiros usou a internet.

internet

O total de brasileiros que se conectaram à internet cresceu 10% em setembro, em comparação com o mesmo mês de 2011, chegando a 50,9 milhões.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1) pelo Ibope Nielsen Online.

Esse número representa aproximadamente 71% das 70,9 milhões de pessoas que têm acesso à internet no Brasil, em casa ou no trabalho. 
 
Levando em conta tanto o ambiente residencial quanto o de trabalho, o tempo médio mensal gasto na internet recuou 1,1% ante agosto, para 58 horas e 33 minutos.

Apesar da queda no indicador conjunto, o tempo de conexão em casa aumentou 2,8%, chegando a 39 horas e 7 minutos.

"O consumo de internet no Brasil vem aumentando principalmente nas residências", disse o analista José Calazans, do Ibope Nielsen Online, em nota.

De acordo com o analista, o crescimento da renda média do brasileiro e a ascensão de camadas mais populares foram fundamentais para esse avanço do acesso à internet nas residências.

"Com o aumento da renda, esses brasileiros passaram a adquirir computadores", afirmou Calazans.

Segundo ele, frente ao crescimento do uso de smartphones e tablets, a tendência é que o acesso à web nas residências continue em franca expansão.

-- Folha Online

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_01/93215653/

Carlos Lopes: Passadas as eleições, pressa do STF “sumiu”.

Matéria replicada da página do viomundo.com.br.

publicado em 2 de novembro de 2012 às 12:48.

Antes urgente, julgamento do STF é suspenso com viagem do relator.

Barbosa zarpou para a Alemanha. Mas ministro cumpriu o script: condenou Dirceu e Genoino antes da eleição.


Aos meses de fuzarca, de repente, substituiu o silêncio no STF.

O que houve para vir, sem aviso, essa súbita paz? Onde está o intimorato Barbosa e os outros (cáspite!) mosqueteiros? Será que, como em Varsóvia no século XIX, reina a paz por falta de sobreviventes? Mas, estranhamente, ninguém morreu, nenhum vampiro foi transpassado por uma estaca, e também não se moveu do lugar a estátua que Ceschiatti fez da Justiça – continua ela onde sempre esteve: do lado de fora do prédio do STF, na Praça dos Três Poderes.

Assim, onde estão aqueles apressados que queriam condenar – e condenaram – dirigentes políticos a toque de caixa, sem outra razão que não seja a perseguição política? Aqueles que nem queriam dar o devido tempo ao revisor para apresentar o seu parecer, onde estão? Que não queriam esperar ou gastar tempo com os procedimentos formais que caracterizam a Justiça brasileira há mais de 100 anos, cadê eles?

Aqueles mesmos que não podiam esperar 45 dias – tempo da campanha eleitoral – para dar sua sentença: onde estão? Sim, onde foram aqueles que, para condenar, dispensaram, em poucas semanas, as provas, o in dubio pro reo, e, por falar no Direito Romano, antes de tudo, passaram por cima do princípio de que “onde não existe justiça não pode haver direito” (ubi non est justitia, ibi non potest esse jus)?

Onde estão? Não há fumaça, aqui, que anuncie o bom direito (fumus boni juris). Pelo contrário, aqui, se há fumaça, é porque o bom direito foi torrado no forno.

Bastou as eleições encerrarem as apurações, que não há mais pressa entre os apressados do STF. Alguns já preveem que o processo vá durar mais uns três meses, outros nem se arriscam a uma aposta – ou prognóstico.
E todos falam que é preciso que o relator volte, ou que ele vai voltar logo, para que se termine com o negócio. 

Naturalmente, o problema não é se o relator vai levar pouco ou muito tempo para voltar, mas o fato dele sumir do tribunal nesse processo, sem que ninguém sinta que há qualquer anormalidade nesse sumiço.

Imaginemos algo sério – por exemplo, em Nuremberg, se um juiz soviético ou norte-americano, sem substitutos, resolvesse sumir por uma semana. Estaria criado um charivari capaz de derrubar o resto do Reichstag, se é que deste ainda havia algo em pé.

Mas, na Ação Penal nº 470, o relator pode sumir sem problemas – contanto que seja depois das eleições. Simplesmente, não há nada sério nesse suposto julgamento, exceto a condenação de inocentes, o atentado à democracia, ao Direito, em suma, à liberdade.

E onde está o relator?
O relator Barbosa está em Düsseldorf, na Alemanha (foi só a gente falar em vampiro…), cidade que hoje tem péssima fama quanto ao gosto musical e que não é mais a sede da indústria do aço alemã – dos Krupp, Thyssen e outros bandidos –, mas um centro financeiro tentacular — dos Krupp, Thyssen e os outros mesmos bandidos.

Os fanáticos pela poesia vão lembrar que Heine nasceu nessa cidade – mas isso foi há muito tempo, um pouco antes de Napoleão conquistá-la, quando um sujeito nascido judeu podia se tornar um grande poeta alemão e escrever que sua cidade era muito bonita, desde que lembrada de longe.

Porém, Barbosa, que não é dado a essas frivolidades (poesia?), foi lá para tratar das vértebras, que, segundo garantiu, estão em péssimo estado, depois de sua atuação como relator da Ação Penal nº 470. Só em Düsseldorf, certamente, existe um médico capaz de cuidar da coluna de sua excelência.

Naturalmente, estão faltando ortopedistas no Brasil. Por isso, o relator foi para a Alemanha com o espinhaço em pandarecos. Não podia confiar seus costados a um brasileiro. Tinha que ser a um alemão. Deve ser por via ortopédica que ele absorveu a teoria do domínio do fato e outras curiosidades nazistas que permitem, mesmo sem provas, condenar os réus que a mídia e os golpistas que seguem a mídia querem condenar.

Já dizia o velho lente da ortopedia nacional, o inesquecível professor Dagmar Aderaldo Chaves, de quem o autor destas linhas foi aluno, que certas posturas causam muitos problemas para a coluna. Com efeito, mas o professor, apesar de catedrático de quatro faculdades de medicina, era cearense de Mombaça.

O relator Barbosa não podia confiar a coluna a um discípulo do grande Dagmar. Sabe-se lá, era capaz de aparecer outro cearense…

Portanto, arrumou um alemão que descobriu na Internet – e que se diz ex-médico do papa, como se Sua Santidade precisasse de médicos milagrosos, logo ele, que é administrador desse condomínio aqui na terra.

Entretanto, leitores, a questão é: por que a coluna do relator Barbosa aguentou até agora, impavidamente? Se a situação era tão ruim e ele queria se submeter ao tratamento alemão, por que não foi antes, e começou o processo depois? Que diferença fazia?

Pelo jeito, apenas uma.

Quer dizer que, passada a eleição, o processo pode demorar à vontade? Se a questão era tão urgente que quase causou uma briga com outros colegas, por que agora deixou de ser urgente — exceto porque a eleição já passou? 

O relator, naturalmente, podia recorrer a um especialista daqui mesmo (e há muitos que são ótimos), ou, se fosse de sua preferência, usar um analgésico, uma pomada, ou mesmo o tradicional emplastro Sabiá – e, ainda, tomar o infalível chá de sucupira, que é tiro e queda para dores de coluna. Mas ele nem piscou para deixar o processo inconcluso e viajar para a Alemanha. Ora, a urgência do processo…

Os leitores certamente convirão que há poucas coisas que apontem tanto para os inconfessáveis interesses que presidiram (e relataram…) as condenações de José Dirceu e José Genoino, quanto essa súbita, apesar de breve, incursão pós-eleitoral de Barbosa pelas margens do Reno. 

Quando se perde até o senso das conveniências, é porque a verdade, apesar de todas as tentativas de sepultamento, permanece viva e batendo como um coração denunciador, além da vontade dos — e em desafio — aos seus coveiros. 

E nem falemos no desrespeito ao povo, porque, realmente, parece escárnio e deboche.

Leia também:
O pedido de CPI dos institutos de pesquisa
Rui Falcão, a Globo e o mensalão do PSDB
A foto que causou demissão de professora
Universidade Federal de Campinas é pra valer ou só promessa de campanha?

Quilombos - regularização da titularidade das terras.

Máteria replicada da página do exercito.gov.br 

Luiz Carlos Azedo - Correio Brasiliense. 

Brasilia. 03.Nov.2012 - A situação dos quilombolas, principalmente a titularidade das terras onde vivem os descendentes de escravos, será debatida na próxima segunda-feira pelo Senado. 

Será na Comissão de Direitos Humanos, que vai promover um debate com vários especialistas no assunto. 

O problema é bem preocupante: das 3,5 mil comunidades identificadas, apenas 189 estão com a situação fundiária legalizadas.

Fonte: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha