sábado, 5 de janeiro de 2013

Estados Unidos - Homem armado mata três pessoas antes de ser abatido pela polícia, nos Estados Unidos.

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© YouTube

Um homem armado matou hoje três pessoas antes da polícia o ter conseguido abater, numa casa em Aurora, no Colorado, a mesma cidade que o ano passado foi palco de um massacre num cinema, informam os media locais.

De acordo com a filial local do canal de televisão NBC, o canal KUSA, a polícia disse que houve uma pessoa que conseguiu escapar da casa onde um homem "armado e perigoso" se tinha barricado com reféns.

A cidade de Aurora fez as manchetes mundiais em julho de 2012 depois de um tiroteio num cinema ter provocado a morte a 12 pessoas e ter ferido outras 58 durante a estreia do último filme da saga Batman.

-- Diário Digital / Lusa.

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NOTÍCIA RELACIONADA: 



Frase no Orkut abre suspeita sobre Mega-Sena.

Nota deste Blogueiro:  Notícia postada neste espaço virtual datada de 03 de janeiro, tratava desta denuncia sobre o anuncio com quinze dias de antecedência de onde residiria um dos premiados da mega-sena, o certo é que há muitos anos se ouve falar de denuncias sobre manipulação nos sorteios da mega-sena, mas é a primeira vez que se tem um indício de prova, seria de bom alvitre a CEF, a CGU, o TCU ou mesmo a Procuradoria da República apurar, pois a fezinha da mega-sena é sagrada para o brasileiro que pensa em melhorar de vida honestamente. 

Foto - Brasil 247.
Veja o primeiro tópico: matéria do site Terra. vc repórter: internauta antecipa em 16 dias, que ganhador da Mega-Sena seria da Cidade de Aparecida de Goiânia - GO.


http://maranauta.blogspot.com.br/2013/01/vc-reporter-internauta-antecipa-que.html

Veja o tópico de hoje: Matéria do site Brasil 247.

Leia matéria abaixo:

Na rede social, usuário [L12]J disse, em 15 de dezembro,que um dos ganhadores do prêmio da virada do ano era de Aparecida de Goiânia. O fato se confirmou, com três ganhadores, dois de São Paulo e um exatamente da pequena cidade do interior de Goiás. Caixa Econômica garante total segurança nos sorteios.


5 de Janeiro de 2013 às 17:07.

247 - Uma pequena frase, de um usuário anônimo no site de rede social Orkut, começa a provocar polêmica na internet brasileira. O usuário identificado como [L12]J afirmou, ainda em 15 de dezembro, que um dos vencedores da Mega da Virada (sorteada em 31 de dezembro e que pagou mais de R$ 240 milhões) viria da pequena cidade de Aparecida de Goiânia. Coincidência ou não, um dos três vencedores (cada um levou mais de R$ 81 milhões) é exatamente da cidade do interior de Goiás.

Leia a matéria de Thaíne Belissa, do jornal Estado de Minas
Uma denúncia de fraude na Mega da Virada movimenta internautas nas redes sociais. Uma frase supostamente publicada no Orkut no dia 15 de dezembro adiantava a cidade onde sairia o prêmio. O usuário identificado como [L12]J escreveu: “Eu não deveria estar falando isso aqui. Mas meu tio é um dos diretores responsáveis pela Mega da Virada. Ele me afirmou que, neste ano, o ganhador vai ser da cidade de Aparecida de Goiânia. Podem printar”.

O sorteio da Mega da Virada foi realizado no dia 31 de dezembro de 2012, em São Paulo. Três bilhetes foram premiados, sendo dois em São Paulo e um em Goiás, justamente em Aparecida de Goiânia. Até ontem, o ganhador dessa cidade não havia buscado o prêmio. Cada uma levará R$ 81.594.699,72. 

Em nota, a Caixa informou que todos os processos de sorteio e apuração das Loterias Federais passam por recorrentes verificações de órgãos de controle interno e externo. O banco garantiu a total segurança do processo e afirmou que os sorteios são feitos em lugares abertos para que a população acompanhe com transparência o procedimento.

A Caixa também informou que é parceira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) na prevenção ao crime de lavagem de dinheiro e se submete às suas determinações, enviando, rotineiramente, informações sobre os pagamentos de prêmios.

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Estado de São Paulo. Rapper que filmou PMs morre na 1ª chacina do ano.

Rapper que filmou PMs morre na 1ª chacina do ano.

Rapper Dj Lah, foi uma das seis vítimas - Foto: www.brasil247.com

DJ filmou em novembro cinco policiais matando um servente de pedreiro que já estava rendido e desarmado. Assassinato dele e de outras cinco pessoas ocorreu depois que os criminosos desceram de três carros, gritaram “polícia”, e atiraram contra o bar onde estavam as vítimas. Governador Geraldo Alckmin garante que “tudo vai ser investigado”

5 de Janeiro de 2013 às 15:43

Rapper Dj Lah - www.brasil247.com

247 - São Paulo já tem sua primeira chacina este ano. Seis pessoas morreram e outras três ficaram feridas em crime nesta sexta-feira (4/01), por volta das 23h. 

Entre elas, o rapper Laércio da Silva Grima, mais conhecido como Dj Lah.

Ele era integrante do grupo Conexão do Morro e filmou, em novembro passado, cinco policiais matando um servente de pedreiro que já estava rendido e desarmado. 

Uma outra testemunha desse crime, que não teve até o momento seu nome revelado, também morreu na chacina desta madrugada.

Cinco pessoas morreram ainda no local. De acordo com testemunhas, assim que desceram do veículo, os assassinos gritaram "polícia" e começaram a atirar. 

Quando a PM chegou, os atiradores já haviam fugido e as vítimas que sobreviveram haviam sido socorridas a hospitais da região.

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), garantiu que nenhuma hipótese será descartada durante a investigação do crime. “Tudo vai ser investigado com profundidade, rigor, até prender os criminosos. 

E a polícia já está trabalhando com vários indícios desde a madrugada”, afirmou.

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http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/89708/Rapper-que-filmou-PMs-morre-na-1AA-chacina-do-ano.htm 

Denuncia - Vereador Chaguinhas denuncia derrubada de juçarais para loteamento.

Ver. Francisco Chaguinhas - PRP.
O vereador Francisco Chaguinhas (PRP) denunciou na manhã desta terça-feira (11), a existência de loteamentos clandestinos em São Luís, que segundo ele, estariam desmatando áreas verdes da cidade sem a devida autorização dos órgãos municipais e estaduais competentes. 

Em função dessa prática ilegal o parlamentar deve apresentar requerimento cobrando explicações da prefeitura sobre a solicitação de registro para novos loteamentos na cidade e a localização dos mesmos.

Além disso, Chaguinhas questionou as providências que vêm sendo tomadas por parte da Administração Municipal para conter os avanços de loteamentos irregulares e clandestinos na cidade.

Em suas colocações, o vereador afirmou que São Luís está crescendo desordenadamente, o que vai trazer problemas a curto prazo.  “Os loteamentos estão crescendo na capital de forma desordenada, sem estudo, sem fiscalização por parte do poder público”, denuncia.

O líder do PRP na Câmara conta que no inicio da semana, moradores do Maracanã, os procuraram para denunciar a derrubada de coqueiros e juçarais em áreas daquela localidade. 

Os populares encaminharam relatório a seu gabinete descrevendo e ilustrando (com fotografias) a situação da comunidade após o corte ilegal da vegetação.  “O papel do vereador é fazer a denúncia, mas cabe ao Poder Público fiscalizar a irregularidade”, informou.

Chaguinhas conta que, o referido empreendimento de responsabilidade da empresa GDR Construções Ltda., está sendo construído numa gleba entre o Tibiri e Pedrinhas, na zona rural de São Luís. 

Ele diz que se esses loteamentos continuarem acarretarão graves problemas para o Meio Ambiente. “São áreas com grandes vertentes de água, e por ter juçaral, também possuem uma grande área de recarga natural de aqüífero, por conta disso, os moradores estão preocupados com os problemas que serão acarretados com a construção de empreendimento e cobram o Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança”, analisa.

Além de alertar o avanço dos empreendimentos clandestinos, o parlamentar se mostrou preocupado com o desmembramento de imóveis rurais em loteamentos para fins urbanos na zona rural da capital.

Documentos analisados e relatos de testemunhas confirmam o desmembramento de imóveis rurais na região do entorno do Maracanã. Chaguinhas alerta que essas construções, possuem características específicas de loteamentos urbanos e estariam contrariando o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do município, a Resolução 237 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama, e o Estatuto das Cidades.

No instrumento de preposição que pretende apresentar à Prefeitura, Chaguinhas pede que o Município pare de fornecer qualquer autorização ou licença para desmembramentos em imóveis rurais, sem antes consultar o Incra, e os órgãos ambientais competentes, quando for o caso.

COMISSÃO VAI APURAR DENÚNCIAS – Com o objetivo de apurar as denúncias dos moradores sobre desmatamento das áreas verdes e existência de loteamentos clandestinos, a Câmara Municipal, formou uma comissão especial para realizar uma visita in loco na região do Maracanã.

A comissão é composta por cinco vereadores, entre eles: Francisco Chaguinhas (PRP), Edmilson Jansen (PTC), Armando Costa (PSDC), Rose Sales (PCdoB) e Josué Pinheiro (PSDC).

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TV Record neste domingo no Programa Redord Espetacular, vai rediscutir o caso Décio Sá….

Jornalista Décio Sá.

Uma equipe da TV Record está em São Luís desde a semana passada. 

O objetivo é discutir todas as dúvidas da investigação sobre a morte do jornalista Décio Sá, que a polícia maranhense garante ter elucidado.

A matéria deve ser divulgada no programa Record Espetacular, já na noite deste domingo.

A Record não tem dúvida da participação do grupo já preso na morte do jornalista.

Mas pretende abordar aspectos da morte de Décio mantidas em sigilo pela polícia – e relacioná-los com as investigações de outros casos comandados pelo secretário de Segurança, Aluísio Mendes.

Deverá vir à tona, por exemplo, uma gravação de uma conversa telefônica em que Aluísio Mendes estaria direcionando a investigação da morte do vereador Aldo Andrade, em Barra do Corda, para “evitar conotação política”, como ele mesmo diz na gravação.

Esta gravação foi feita ao acaso.

Aluísio iria conceder entrevista a uma emisora de Barra do Corda e, sem perceber que o microfone já estava ligado, começou a conversar com um dos investigadores do caso, orientando como proceder nas investigações.

Chega, inclusive, a ironizar o deputado estadual Carlos Alberto Milhomem (PSD).

- Sei que Milhomem vai espernear na Assembleia, mas é pra evitar conotação política no caso – diz Aluísio na gravação.

A TV Record já marcou entrevista com o secretário, na segunda-feira, após a exibição da reportagem – que também pode ir ao ar só na semana que vem. 

Mas, acuado, Aluísio tamém tem prometido reagir às suspeitas levantadas no caso Décio.

Quer, por exemplo, divulgar gravações de ligações telefônicas de envolvidos na morte do jornalista – coisas que não estão no relatório encaminhado à Justiça.

Tendo ou não razao Aluísio, as ações e reações contra ele só confirmam o que este blog tem dito há meses:

Que o caso ainda não está totalmente elucidado…

Blog do Marco Aurélio D’Eça

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Desopilando... Janis Joplin - "Me and Janis".


Janis me ligou no meio da noite, na Tribuna da Bahia, em Salvador. 
por Zoroastro SantÁnna.

Janis Joplin

Quem é? - perguntei. Is Janis, Janis Joplin. Rigth, I'm Jesus, and so? É verdade, meu nome é Janis Joplin. Estou ligando para você por indicação de um músico baiano que conheci em Ipanema, no Rio, o nome dele é Piti. Quase refeito perguntei o que ela queria. Disse ela que estava vindo para a Bahia e que precisava de apoio e que não queria a mídia envolvida. Dissera que viria de carona de caminhão. 


Marcamos num posto de gasolina antes da rodoviária, na Avenida Barros Reis. Eu tinha um fusca 68, azul calcinha. Liguei para o Hotel da Bahia e fiz uma reserva em nome do Mr. David Newhouse e senhora. David era um australiano, namorado de Janis, na época. Eu tinha 23, Janis 27 e David 29 anos. Quando cheguei no posto de gasolina eles já estavam lá. Ele imenso, de camiseta regata, malhadão, ela de saia indiana e blusa de crochê verde, sandálias. Nos beijamos, todos.


Seguimos até o Campo Grande, no Hotel da Bahia. O recepcionista disse que o hotel estava lotado. Pedi para chamar o gerente, um carequinha empertigado. Expliquei que eu havia feito uma reserva, pessoalmente e que agora o funcionário disse que estava lotado. O careca, rei do mundo, numa cidade fim do mundo, disse: “Meu hotel não hospeda hippies!”.  

Janis, que já estava impaciente, entendeu quando ele disse a palavra... hippies, bateu a mão no mármore vagabundo da recepção e gritou: “Seu merda, eu sou Janis Joplin, eu compro esse hotel e lhe boto na rua!”. Pedi calma a ela, ela esperneou, David não estava nem aí.
Hippies

As duas mochilas deles eram imensas, Janis ia na frente e David atrás com os dois volumões. Meu fusca queimava uma fumaça azul, parecia desenho animado. Seguimos em direção à orla. Chegamos na Pituba e encontramos o Hotel Universo, que não existe mais. Em frente ao Jardim dos Namorados. Entramos sem o menor problema. Chegamos no quarto, deitamos na cama larga, relaxados, David acendeu um charo quilométrico, fumaça azul, como a do meu fusca. Janis pediu heroína ou pó. Eu não tinha, não havia nada disso na Bahia em 1970.
Eu tinha notícias do que era, mas nunca tinha nem visto. Janis ficou nervosa e inquieta, não dormimos, só David cochilou. Janis pediu cachaça, saí e trouxe uma garrafa de Jacaré, cachaça da terra; “Jacaré taí? Positivo”, era o slogan. Ela tomou metade da garrafa.
O que tem do outro lado do mar? Perguntou Little Lyn, olhando pela janela aberta para aquela imensidão verde esmeralda do mar da Pituba. A terra dos seus avós, respondi. Are you jokking? Reclamou ela, que brincadeira é essa? Sou do Texas, e me deu dois tiros com os dedos engatilhados. Rimos muito, porque respondi que era cangaceiro e as coisas não ficariam assim, revidei os tiros e corríamos bêbados do quarto para o banheiro, do banheiro para o quarto. Belo tiroteio.

Baleados e exaustos, expliquei que no do outro lado mar ficava Luanda, em Angola. Onde vivia a nação negra da qual era roubara a voz. Eu nasci assim, eu não roubei nada, disse ela tentando arrumar os cabelos revoltos. Eu sei, tranquilizei. Só queria que você soubesse que é crioula, mais nada. Eu sei, disse ela, eu sempre soube. Nos abraçamos e ficamos olhando aquela calmaria turquesa do mar. David peidou.

À noite levei Little Lyn e David na casa de Luiz Fernando, um amigo, artista plástico que vivia num casarão na foz direita do fedorento Rio Vermelho que estranhamente não cheirava nesta noite. Havia manequins de gesso pela sala, envoltos em panos coloridos, tudo iluminado  a luz de velas. No centro, almofadas confortáveis, mais velas e um toca-discos daqueles que você desmonta e as tampas viram duas caixas de som. Little Lyn pedira que eu comprasse dois LPs.

Um era o “Big Brother and the Holding Company”, sua ante-penúltima banda, onde rolava tudo que havia de psicodélico, de drogas às ideias. O outro disco que ela queria ouvir era o “Kozmic Blues Band”, estranhei que não pedisse o “Cheap Trills”, que ficava no meio de um e do outro. Foi difícil achar o “Kozmic”, tinha acabado de sair, mas achei!
Charo rolando pela sala, cachaça Jacaré aberta no espaço, Little Lyn sentada, balançando o corpo do ritmo de “Bye, Bye Baby”, “Blindman”, “Call on Me” e outras  genialidades. Me pediu que colocasse o “Kozmic”, ninguém ainda conhecia direito aquele LP. Ela deu um gole profundo na Jacaré e cantou em cima do disco, em cima da própria voz, “Summertime”.

O mundo deveria ter acabado naquele instante. Depois daquele momento, nada mais importa, é um encontro definitivo com Deus. Virei santo. E haja o que houver, direi sempre com a boca cheia, plagiando Pablo Neruda “confesso que vivi”.

Não sei como descobriram, mas a revista Veja, através de seu editor regional, Edgar Gantoira, me ofereceu um fusca caramelo zero quilômetro, um monte de dinheiro e um fotógrafo, Roberto Duarte, para documentar a estada de Janis em Salvador e me vi diante do dilema em ser fiel ao pedido de Little Lyn e granjear a fama e o dinheiro através do furo de reportagem. 

Eu traí Janis ao revelar ao fotógrafo Roberto Duarte que no dia seguinte eu a levaria à feira de Água de Meninos, na Cidade Baixa. Ele fez a foto com uma tele 125 mm e a Tribuna estampou em manchete de meia página: “Janis Joplin na Bahia”. Quando abri o jornal pela manhã tive vontade de morrer. Chamei Janis e mostrei. Ela me odiou. Chorei. Ela ficou puta. Passados uns minutos ela me beijou. Forget it, disse ela, don’t worry. O resto jamais contarei. “Summertime...


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Zoroastro Sant’Anna - Jornalista e cineasta.  Ilustrações e “links”– redecastorphoto

Plano para matar presidente do Equador está na agenda da CIA, revela dossiê.

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Rafael Correa é candidato à reeleição no Equador.

O jornalista chileno Patrício Mery alertou às autoridades equatorianas, na sexta-feira, dia 4, para um plano da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA, na sigla em inglês) para assassinar o presidente do Equador, Rafael Correa. A medida seria em retaliação ao fechamento de uma base dos EUA naquele país, que existiu até 2009, e por dar asilo ao jornalista australiano Julian Assange, diretor do sítio WikiLeaks, na internet.

O repórter apresentou suas pesquisas ao ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, e promoveu uma conferência com jornalistas na capital, Quito. À agência latino-americana de notícias Andes, Mery revelou detalhes do trabalho de apuração realizado ao longo dos últimos cinco anos.

Sua pesquisa abre várias frentes de investigação e detalha as relações de autoridades chilenas com a CIA. Ele organizou um roteiro que se repete em vários países da região. A agência norte-americana, com o apoio de autoridades do governo chileno, promove a entrada de drogas produzidas no Equador, cerca de 200 quilos de cocaína por mês, a fim de gerar dinheiro sujo: chega no Chile segue para a Europa e os Estados Unidos. Do dinheiro gerado, uma parte permanece no Chile “e me disseram as fontes que este dinheiro é destinado a desestabilizar o governo do presidente Correa”, afirma o jornalista.

Mery comprova as informações passadas ao governo equatoriano com uma denúncia, feita no Chile, pelo inspetor Fernando Ulloa, após reunião com ministro do Interior da época, Rodrigo Hinzpeter, ao qual apresentou um dossiê com todos os fatos e nomes dos líderes do PDIs (Polícia de Investigações, na sigla em espanhol) envolvidos com o tráfico de drogas, incluindo Luís Carreno, “que apontou como um agente da CIA e que agora trabalha como inspetor da área de Arica e integra o alto comando do PDI. Após a denúncia, a única medida tomada foi afastar o denunciante, Fernando Ulloa, de suas funções.

A apuração do jornalista começou quando ele suspeitou da corrupção nos meandros policiais de seu país e um agente da Agência Nacional de Inteligência (ANI) confirmou-lhe que a droga serviria para abastecer financeiramente um plano de desestabilização do presidente Correa, por dois motivos: O líder equatoriano havia fechado a base de Manta e concedido asilo a Julian Assange, que pode ser condenado a morte se for extraditado de Londres, onde se encontra, para os EUA, por vazar informações de segurança nacional sobre os norte-americanos. A partir dessa perspectiva Correa tornou-se também um alvo da CIA. A agência, com base em Langley, no Estado da Virgínia, atua em paralelo ao governo dos EUA e aplica suas próprias regras nas ações daquele país em território estrangeiro.

No relatório entregue ao governo equatoriano, Mery afirma que algumas fontes lhe permitiram revelar seus nomes: “Minhas fontes são: Hector Guzman, Fernando Ulloa, um terceiro membro da Polícia de Investigações que prefiro não revelar ainda seu nome porque sua vida está em perigo no Chile e há uma quarta fonte, que é o agente da ANI. Reúno também documentos históricos e fatos devidamente checados, como a reunião com o ministro Rodrigo Hinzpeter, que atualmente é o ministro da Defesa no meu país”, relatou.

O ministro Hinzpeter esteve envolvido em quatro “armações” no Chile: no primeiro caso, que o liga diretamente com a CIA, um paquistanês chamado Saif Khan é chamado à embaixada dos EUA e dizem que lhe vão arranjar um emprego. Eles o deixaram trancado em um quarto e, ato seguinte, entra o Grupo de Operações Especiais da Polícia (OGPE, na sigla chilena) e o levam preso.

“O homem não sabia de nada, é paquistanês e espero que saiba falar Inglês. Ele é acusado de ter traços de TNT [explosivos], ou seja, como se tivesse entrado com uma bomba na embaixada. A operação foi coordenada por um agente da CIA chamado Stanley Stoy, que ordena à polícia de investigações para que faça uma incursão na casa de Saif Khan, o que é irônico, porque a Polícia Nacional não pode receber ordens de um policial estrangeiro.

Em seguida, descobriu-se que o jovem Saif Khan não tinha nada a ver com o que o estavam acusando, mas a parafernália serviu para mostrar como o país auxilia os EUA na luta contra o terrorismo no mundo. No Chile, temos um quadro onde podemos ver que as autoridades mais altas estão ligadas à CIA e à extrema-direita norte-americana”, disse.

Um outro escândalo denunciado a Patiño mostra que Rubén Ballesteros, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o juiz que participou dos conselhos de guerra da ditadura de Augusto Pinochet e ordenou o fuzilamento de prisioneiros.

“Ele é acusado de violação dos Direitos Humanos e mantém ligações estreitas com a direita dos EUA”, acusa o jornalista.

Ainda segundo o relatório de Mary, Sabas Chahuán, procurador-geral da República (PGR), quem deve investigar os crimes no país, “tem uma relação estreita com o FBI por meio de um acordo firmado com os EUA, depois da prisão de Saif Khan”. 

De acordo com documentos apresentados pelo jornalista, com base na prisão arbitrária foi criado um programa chamado LEO, o qual permite que os norte-americanos obtenham qualquer informação acerca dos cidadãos chilenos.“E tudo o que o FBI sabe, a CIA sabe também”, presume.

Chahuán teria recebido ordens da Embaixada dos EUA no Chile para criar essas “armações”, denuncia Mary.

“Com tudo o que eu disse, mais o que disseram as fontes e provam os documentos e fatos, há uma estrutura que nos permite dizer que a CIA coordena as políticas daquele país com o exterior”, garantiu.

Drogas contra o socialismo - As ligações entre a CIA e o governo chileno, segundo as denúncias, permitem que a agência norte-americana monitore a situação política no país vizinho. No Equador, o presidente é socialista e tem um dos mais altos índices de aprovação popular.

“Nossas fontes afirmam que a droga traficada para fora do Chile destina-se a desestabilizar ou até matar o presidente Correa. Por quê? Porque quando um presidente passa em um mês de 60% de aprovação pública para 80%, de acordo com pesquisas divulgadas nesta quinta-feira, e reúne todas as condições para vencer as eleições no Equador, a única maneira de tirá-lo do caminho é por meio de um assassinato”, afirmou.

Embora não acuse diretamente o governo do presidente Barack Obama de participar do plano para matar um colega sul-americano, “parece uma atitude muito suspeita da CIA e temos as provas que definem as relações entre a CIA e o governo do meu país. O presidente Sebastián Piñera é filho de José Piñera, que foi embaixador do Chile nos Estados Unidos. Ele também é irmão de José Piñera, que foi ministro do (ditador Augusto) Pinochet”.

Em 1980, lembrou, “o presidente Piñera faliu o Banco de Talca. Ele era gerente e promoveu um imenso desfalque. Devia estar preso. Nada foi investigado sobre a participação da CIA neste episódio, mas a informação que temos é que o presidente Piñera foi retirado do país por quase um ano, para que não precisasse enfrentar a Justiça. O pai do presidente sempre teve laços estreitos com os EUA e com a CIA”.

“Temos agora todos os elementos que mostram pelo menos 90% de possibilidade da existência de um processo de desestabilização permanente contra o presidente Correa, por ele fechar a base de Manta e dar asilo a Julian Assange. Mas isso, na realidade, não é uma questão política, e sim, comercial, porque a CIA tráfica de drogas, e faz isso através do PDI chileno, e você diz um nome, Luis Carreno, quando se chega ao bolso de um empresário, um empreendedor, mesmo ilegal, ele fica chateado e busca vingança”, esclarece.

Mery acredita que haja um esquema em que CIA desestabiliza os governos, uma semana antes de tomarem posse.  “Foi o caso do presidente Salvador Allende. Eles mataram o comandante-em-chefe, René Schneider. Este crime foi perpetrado pela CIA, segundo telegramas revelados, nos quais há uma conversa entre Richard Nixon e Henry Kissinger, que assume total responsabilidade pela morte de Schneider”, disse Mery à agência de notícias.

Mídia corrompida - No relatório do jornalista consta também a entrega de US$3 milhões ao jornal El Mercurio, do empresário Agustín Edwards Eastman, como pagamento pela cobertura favorável às “armações” realizadas pela agência de inteligência norte-americana.

“Durante a ditadura, o jornal disse que não havia desaparecidos, negou que os direitos humanos tenham sido violados e agora, todos os dias publica notas e matérias contra os presidentes Correa e Hugo Chavez, da Venezuela”, constata.

Mery também aponta o fato de o ex-chefe do PDI, Arturo Herrera estar ligado a um caso de pedofilia, como um cliente de uma rede de exploração sexual infantil.

“Posteriormente, ele foi nomeado vice-chefe da Interpol. Como uma pessoa acaba de ser acusado de pedofilia e assume como vice-diretor da Interpol?”, questiona.

Herrera, segundo o dossiê entregue ao governo equatoriano, “foi contratado para desestabilizar o governo de Hugo Chavez. Como fez isso? Armando uma série de histórias para vincular Chavez às Farc. Em seguida, ligam Correa às Farc para, finalmente, envolver o Partido Comunista do Chile, especialmente Guillermo Teillier e Lautaro Carmona, os deputados chilenos que disseram ter ligações com membros das Farc. Esse é o mesmo roteiro utilizado na Venezuela, Equador e Chile”.

Mery convidado pelo ministro Ricardo Patiño, em uma visita oficial, para a entrega do relatório. “O que ele vai fazer com essa informação é uma atribuição do governo equatoriano. Eu confio no julgamento do chanceler. Depois de nos conhecermos, ele lançou uma nota no Twitter para dar maior peso ao que lhe havia dito. Então, eu entendo que é uma questão sensível e levada a sério”, concluiu.

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