segunda-feira, 8 de abril de 2013

Brasil - Rumo à Lei Geral das Atividades Espaciais.

The authorization of space activities is the core
regulation within such legislation."
Stephan Hobe¹

José Monserrat Filho
Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional
da Agência Espacial Brasileira (AEB)
 

O Núcleo de Estudos de Direito Espacial (NEDE), da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), decidiu, em sua reunião de 22 de março passado, criar um grupo de trabalho especial para elaborar um pré-projeto da "Lei Geral das Atividades Espaciais no Brasil", como contribuição da SBDA ao esforço que está sendo feito pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para atualizar, modernizar e dinamizar a exploração e o uso do espaço exterior pelo país.

Por que devemos bem regulamentar nossas atividades espaciais?
Quem pergunta é o novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE 2012-2021), que também a responde:    "Mais e mais países adotam leis nacionais para ordenar suas atividades espaciais em harmonia com as normas internacionais aprovadas no âmbito das Nações Unidas. Pelo artigo 6º do Tratado do Espaço de 1967, cada país responde internacionalmente pelas atividades espaciais nacionais, sejam elas realizadas por entidades públicas ou privadas. Cabe ao país autorizá-las (ou não) e exercer vigilância contínua sobre elas. Diante do programa espacial ampliado que o Brasil executará nos próximos dez anos, precisamos criar uma lei geral das atividades espaciais, com normas que atendam aos padrões internacionais em matéria de segurança espacial, qualidade de produtos e serviços, bem como de acordos e contratos de aceitação universal."²

O primeiro passo do grupo de trabalho do NEDE/SBDA, no cumprimento de tarefa tão oportuna e complexa, é reunir as legislações espaciais já adotadas por muitos países, entre os quais se destacam: África do Sul, Austrália, Áustria, Bélgica, Casaquistão, Estados Unidos, França,  Holanda, Japão, Noruega, Suécia, Reino Unido, Rússia, Ucrânia, entre outros. São experiências vivas que não podemos ignorar, ainda que as atividades espaciais do Brasil tenham não poucas características e necessidades jurídicas específicas. O importante é levar na devida conta o que é comum e imprescindível a todas, ou a quase todas, as legislações nacionais em vigor.
 
Convém considerar também o modelo para elaboração de uma legislação espacial nacional, discutido e construído passo a passo pelo Comitê de Direito Espacial da Associação de Direito Internacional (International Law Association - ILA), ao longo das Conferências da ILA de 2006, em Toronto, Canadá; de 2008, no Rio de Janeiro; de 2010, em Haia, Holanda; e de 2012, em Sofia, Bulgária, onde foi aprovado e divulgado.³
 
O modelo proposto pela ILA4 tem 14 artigos, assim intitulados: 1) Campo de Aplicação; 2) Definições - Uso dos termos; 3) Autorização; 4) Condições de autorização; 5) Supervisão das atividades espaciais; 6) Cancelamento, suspensão e alteração da autorização; 7) Proteção do meio ambiente; 8) Redução dos detritos espaciais; 9) Transferência da atividade espacial; 10) Registro; 11) Responsabilidade e recursos; 12) Seguro; 13) Procedimento; e 14) Sanções.

O artigo 1º, sobre a área de cobertura, indica: "A presente lei aplica-se às atividades espaciais realizadas por cidadãos do Estado XY ou às pessoas jurídicas incorporadas no Estado XY, bem como às atividades espaciais realizadas dentro do território do Estado XY ou por meio de navios ou aeronaves no Estado XY."

O artigo 2º define os termos "atividade espacial" (lançamento, operação, guiagem e reentrada de um objeto espacial no e desde o espaço exterior e outras atividades essenciais com este mesmo fim), "atividade espacial comercial" ("atividade espacial conduzida por entidade governamental ou privada destinada a gerar receita e lucro"), "objeto espacial", "operador" (pessoa física ou jurídica que realiza atividade espacial), "autorização" (que inclui o licenciamento) e "supervisão" (observação e monitoramento contínuo de uma atividade espacial).

O artigo 4º lista as condições indispensáveis à concessão de autorização (o operador deve ter capacidade financeira e capacidade técnica confiável; a atividade espacial não deve causar danos ao meio ambiente da Terra e do espaço, deve reduzir o incremento de detritos espaciais, deve cumprir as normas de segurança pública, deve atender aos interesses de segurança nacional, e não deve se opor às obrigações internacionais e aos interesses da política exterior do Estado XY; o operador deve cumprir os regulamentos da União Internacional de Telecomunicações (UIT) sobre alocações de  frequência e de posições orbitais; e deve estar munido de um seguro).

O artigo 9º trata da "Transferência de atividade espacial" de um operador a outro (autorizada por um ministro), que inclui a transferência de propriedade de um objeto espacial em órbita.

O artigo 11 cuida da responsabilidade e de recursos pertinentes e observa que "quando o Estado XY paga indenização a terceiras partes por dano causado por uma atividade espacial em cumprimento às suas obrigações internacionais, o governo tem o direito de regresso contra o operador". Ou seja, o governo pode exigir dele uma compensação. Mas a ação do governo contra o operador, nesse caso, deve ser limitada em seu montante.

Vale trazer a lume, aqui, as portarias sobre licenciamento e autorização para o exercício de atividades espaciais no Brasil, aprovadas pelo Conselho Superior da AEB, respectivamente em 2001 e 2002. A primeira ordena o processo de licenciamento de uma empresa privada para preparar um lançamento espacial no Brasil. A segunda regula os requerimentos necessários para que uma empresa privada seja autorizada a realizar um lançamento espacial a partir do território brasileiro. As duas portarias5 foram criadas para organizar a base jurídica necessária ao ingresso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) como opção competitiva no mercado mundial de lançamentos comerciaisO plano continua sendo válido, agora com o emprego do lançador ucraniano Cyclone-4, promovido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), criada em 2006.

Também o órgão especializado das Nações Unidas em temas espaciais resolveu fazer uma série de recomendações sobre como construir uma lei nacional para o setor. Em 2012, o Subcomitê Jurídico do Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço (COPUOS, na conhecida sigla em inglês) aprovou novo item em sua agenda: "A Legislação Nacional sobre a Exploração e Uso do Espaço Exterior para Fins Pacíficos".6 Ato contínuo instituiu-se um grupo de trabalho específico para estudar a prática atual dos países em matéria de leis espaciais domésticas. O grupo de trabalho decidiu em boa hora elaborar e propor a todos os países um conjunto de recomendações, a fim de facilitar a criação de uma lei espacial nacional. Esse documento continua sendo debatido e ganhando novas ideias. Mas ele tem chance de ser aprovado na próxima reunião do Subcomitê Jurídico do COPUOS, a ter lugar em Viena, Áustria, de 8 a 19 deste mês de abril.


Eis, em tradução livre, o texto atual das recomendações, ainda em discussão:

"1. O escopo das atividades espaciais, visado pelos marcos regulatórios nacionais, pode incluir, conforme o caso, o lançamento de objetos ao espaço e seu retorno do espaço, a operação de lançamento ou o lugar da reentrada, e a operação e controle de objetos espaciais em órbita; outras questões para análise podem incluir o projeto e fabricação de naves espaciais, a aplicação da ciência e tecnologia espaciais, e as atividades de exploração e pesquisa;

2. O Estado, tendo em conta as obrigações de um Estado como Estado lançador e como Estado responsável pelas atividades nacionais no espaço exterior, segundo os tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, deve definir a jurisdição nacional sobre as atividades espaciais realizadas de seu território; do mesmo modo, deve supervisionar e controlar as atividades espaciais realizadas em qualquer outro lugar por seus cidadãos ou pessoas jurídicas estabelecidas, registradas ou assentadas em seu território ou em território sob sua jurisdição e/ou controle, desde que, no entanto, se outro Estado exerce jurisdição sobre tais atividades, o Estado deve se abster de exigências de duplicação e evitar encargos desnecessários aos operadores de objetos espaciais;

3. Atividades espaciais devem requerer a autorização de uma autoridade nacional competente; tal autoridade (s), bem como as condições e procedimentos para concessão, alteração, suspensão ou revogação da autorização devem ser claramente definidas no regulamento; os Estados podem usar procedimentos específicos para licenciamento e/ou autorização de diferentes tipos de atividades espaciais;

4. As condições de autorização devem ser consistentes com as obrigações internacionais dos Estados, em especial no âmbito dos tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, e com outros instrumentos relevantes, e podem refletir a segurança nacional e os interesses da política externa dos Estados; as condições de autorização devem ajudar a constatar que as atividades espaciais se realizam de forma segura e minimizar os riscos para as pessoas, para o meio ambiente ou para a propriedade, e que essas atividades não levam à interferência prejudicial em outras atividades espaciais; tais condições poderiam também se referir à experiência, à perícia e às qualificações técnicas do candidato, e podem incluir normas técnicas e de segurança sintonizadas, em particular, com às Diretrizes sobre a Redução  dos Detritos Espaciais, aprovadas pelo Comitê para o Uso Pacífico do Espaço Exterior (COPUOS);

5. Procedimentos adequados devem garantir a supervisão e o monitoramento contínuos das atividades espaciais autorizadas, mediante, por exemplo, o uso de um sistema de inspeções locais ou a exigência de relatórios mais gerais; mecanismos de sanções podem incluir medidas administrativas, como a suspensão ou revogação da autorização, e/ou punições, conforme o caso;

6. Um registro nacional de objetos lançados no espaço exterior deve ser mantido por autoridade nacional apropriada; operadores ou proprietários de objetos espaciais, para os quais o Estado é considerado o Estado lançador devem ser solicitados a enviar informações para essa autoridade, a fim de permitir que o Estado apresente a informação relevante ao Secretário-Geral das Nações Unidas, em conformidade com os instrumentos internacionais, incluindo a Convenção sobre Registro de Objetos Lançados ao Espaço Exterior e considerando as resoluções da Assembléia Geral 1721 (XVI) B, de 20 de dezembro de 1961, e 62/101, de 17 de Dezembro de 2007; o Estado também pode solicitar aos operadores a apresentarem informações sobre qualquer alteração das características principais dos objetos espaciais, em particular quando eles que se tornaram não funcionais;

7. O Estado poderia estudar formas de buscar recursos de operadores ou de proprietários de objetos espaciais, se sua responsabilidade por danos, de acordo com os tratados das Nações Unidas sobre o espaço exterior, foi comprometida; para assegurar a cobertura adequada às reclamações pelo dano, o Estado pode introduzir procedimentos de exigência de seguro e de indenização, conforme o caso;

8. A supervisão contínua das atividades espaciais de entidades não governamentais deve ser assegurada em caso de transferência, em órbita, da propriedade ou do controle de um objeto espacial; regulamentos nacionais podem estabelecer requisitos de autorização sobre a transferência da propriedade ou de obrigações, por meio da apresentação de informações sobre a mudança no status de um objeto espacial em órbita."

Essas indicações, devidamente analisadas e adaptadas, segundo as necessidades e singularidades brasileiras, podem ser muito úteis ao labor do GT do NEDE/SBDA.
 
Referências
1) Hobe, Stephan, The ILA Model Law for National Space Legislation, in ZLW - German Journal of Air and Space Law, nº 62, 1/2013, pp. 81-95. Tadução livre: "A autorização das tividades espaciais é o núcleo da regulamentação dentro desta legialação."

2) Ver texto completo em português e em inglês no site <www.eb.gov.br>.

3) ILA Sofia Guidelines for a Model Law on National Space Legislation (2012) , ILA Space Law Committee. Report of the Seventy-Fifith Confrence, Sofia 2012. Site: <http://www.ila-hq.org>.

4) Ver o artigo de Stephan Hobe, mencionado na referência 1..

5) Monserrat Filho, José, Regulation of Space Activities in Brazil, in National Regulation of Space Activities, Editor: Ram Jakhu; Dordrecht, Heidelberg, London, New York: Springer, 2010, pp. 61-80.

6) UN Document A/AC.105/1003, Report of the Legal Subcommittee on its Fifty-First Session (Viena, 19-30/03/2012).

Guajajaras pedem socorro. Maranhão já perdeu 70% de sua mata nativa, devastação ameaça habitat da população indigena.

No ritmo da devastação, nem índios escapam. Estado já perdeu 70% da mata nativa.
Amarante - Indios Guajajaras.

O Maranhão abriga um cenário desolador na Amazônia Legal. O estado, que desmatou 71,28% de sua floresta original, pondo abaixo 105.195 km² de árvores, tem pelo menos 13 municípios vivendo de eliminar o que deveriam preservar. Pior, boa parte da mata que está sendo devastada ou é explorada ilegalmente tem dono: os índios. 
As terras indígenas, que por lei são de proteção integral, equivalem a 52% dos 42.390 km² de floresta ainda restantes no estado. O Maranhão tem 17 reservas de terras indígenas, onde vivem 26.062 índios, segundo o Censo de 2010. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 13% das áreas indígenas no estado foram desmatados.
Amarante do Maranhão é uma espécie de símbolo dessa destruição. À margem das terras indígenas Governador e Arariboia, o município se acostumou a viver principalmente dos bens da floresta. Já fez riqueza com a exploração do jaborandi, espécie vegetal disponível apenas no Brasil. É famosa na cidade a história de “Nonato da Folha”, que enriqueceu como atravessador na venda de folhas de jaborandi, daí o sobrenome. 
Um dos livros da série “Aconteceu, povos indígenas do Brasil”, publicada pelo Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi) na década de 80, relata que, por mais de 13 anos, as folhas dessas árvores foram retiradas e destinadas a um laboratório alemão, que extraía dela a pilocarpina, um vasodilatador natural usado na fabricação de colírios.
Ainda hoje, índios mais velhos da terra indígena Arariboia lembram que não só folhas eram arrancadas, mas árvores inteiras iam abaixo, para que a extração fosse acelerada. Da quantia paga aos índios ao valor de embarque nos navios, o preço aumentava pelo menos oito vezes. Depois, houve o apogeu da extração de madeira e o interesse por outras substâncias, entre elas o óleo de copaíba, poderoso antibiótico da mata, usado em remédios anti-inflamatórios.
Sede de dezenas de serrarias e de fábricas de móveis, portas e janelas em madeira natural, Amarante do Maranhão viu a floresta acabar fora da área indígena e avançou sobre a reserva, cooptando índios em troca de R$ 50 ou R$ 100 por caminhão — cada um levando quase uma dezena de toras por vez. 
No início deste ano, líderes dos índios gaviões, da terra indígena Governador, decidiram dar um basta à invasão e apreenderam quatro veículos carregados. Inconformados, moradores formaram uma barricada de fogo na cidade, na tentativa de impedir que a Polícia Federal levasse os caminhões e as toras apreendidas. Mesmo sob ameaça da fiscalização, seis serrarias funcionam no município.
— Aqui agora só circula dinheiro de aposentado, do Bolsa Família e de funcionários da prefeitura. O setor de madeira está em crise — conta desolado um comerciante da cidade, que não quer se identificar.
A outra atividade econômica relevante em Amarante do Maranhão é a criação de gado, que pouco emprego gera no município de 37 mil habitantes. Só dois peões dão conta de um rebanho de mil bois.
Segundo o Ministério Público Federal no Maranhão, a situação não difere muito nos demais municípios da lista, todos vizinhos ou muito próximos a terras indígenas: Centro do Guilherme, Itinga do Maranhão, Grajaú, Barra do Corda, Jenipapo dos Vieiras, Buriticupu, Arame, Bom Jesus das Selvas, Centro Novo do Maranhão, Zé Doca e Santa Inês.
A diferença está no nível de degradação da floresta. Enquanto a mata de maior valor já foi abaixo em Amarante do Maranhão, na região mais ao Norte do estado, próxima à terra indígena Alto Turiaçu, onde fica a maior área contígua de floresta do estado, ainda prospera a venda de madeira mais nobre, com corte seletivo e rentabilidade mais alta.
Propina para liberar a entrada de caminhões.
Amarante - Indios Guajajaras.

Mesmo tendo destruído a maior parte de sua mata nativa, a extração de madeira em toras no Maranhão segue expressiva. A pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura do IBGE, mostra que, em 2011, o Maranhão produziu 174.073 metros cúbicos, dos quais 26% saíram justamente dos 13 municípios vizinhos às terras indígenas.
Grajaú foi o maior produtor de carvão em 2011. No ranking dos 20 maiores produtores do país estão Barra do Corda e Centro Novo do Maranhão. O problema é que parte da madeira que vira carvão sai das áreas protegidas. Basta percorrer as terras indígenas para ver dezenas de ramificações de estradas abertas por madeireiros.
A situação de descalabro é tão grave que o ex-prefeito de Maranhãozinho foi indiciado pela Polícia Federal em dezembro passado. Josimar Cunha Rodrigues foi acusado de cobrar R$ 150 por caminhão para liberar a entrada nas áreas indígenas. Pela barreira montada pela prefeitura só passavam caminhões cadastrados e com tíquete de pagamento da propina.
— Fiscalizar é como enxugar gelo. Se o Estado não oferece alternativas de sobrevivência aos municípios, é difícil sair do cenário de desmatamento. E a situação tende a se agravar, pois a população dessas áreas aumenta e as políticas públicas não chegam. — avalia Thaís Dias Gonçalves, coordenadora geral de monitoramento territorial da Funai.
Por: O Globo

Coreia do Norte pode estar preparando sua quarta explosão nuclear subterrânea.

Coreia do Norte, míssil, ensaio nuclear
EPA

A Coreia do Norte pode estar a preparar um quarto ensaio nuclear, revelaram hoje peritos sul-coreanos depois de detetado um aumento da atividade na plataforma de ensaios do país.

"Estamos a monitorizar a situação de perto e verificamos que a atividade atual é muito semelhante à verificada antes do terceiro ensaio nuclear de fevereiro", referiu um funcionário sul-coreano ao jornal JoongAng Ilbo, falando sob anonimato.

A Coreia do Norte realizou em fevereiro o seu terceiro ensaio nuclear que levou à condenação da comunidade internacional e ao aumento das sanções por parte das Nações Unidas, elevando ainda a tensão na região da península coreana com ameaças de ataques contra os Estados Unidos e Coreia do Sul.

Fonte - Diário Digital.

domingo, 7 de abril de 2013

São Luís. Funcionário do Bradesco agência do João Paulo é sequestrado na porta de casa e assassinado covardemente.

Ele estava na porta de casa quando foi abordado pelos sequestradores. Corpo foi encontrado com um tiro na nuca no bairro da Vila Kiola.

Durante a noite de sábado (7), mais um homicídio foi registrado na capital. Jether Jorran tinha 54 anos e era funcionário da agência do Bradesco no João Paulo. 

Ele foi sequestrado quando estava entrando em sua casa e ainda tentou ser levado sem o veículo, mas não conseguiu. 

Segundo a família da vítima, o corpo foi encontrado na Vila Kiola com um tiro na nuca. O carro foi encontrado sem várias peças no bairro do Maiobão.

A polícia ainda investiga o caso. De acordo com Alisson Martins, sobrinho da vítima, a família não desconfia de quem poderia ter cometido o crime, pois ele era muito querido por todos. 

Além de trabalhar no banco, ele também era poeta e já publicou dois livros e se preparava para publicar o terceiro.

A notícia gerou um choque na família. Os pais da vítima são idosos e estão temporariamente em São Luís para fazer um tratamento cardíaco e ainda não sabem da morte do filho. A família ainda estuda como dá a notícia para eles.

O corpo será sepultado em Vargem Grande, cidade natal da vítima.

Matéria linkada de:
http://www.luiscardoso.com.br/policia/2013/04/bancario-foi-morto-a-tiros-apos-sequestro-em-sao-luis/

Marta: "Pulsante", mercado de arte cresce no Brasil.

De passagem pela feira SP-Arte, que reuniu 120 galerias no Pavilhão da Bienal, em São Paulo, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, constatou o crescimento do mercado artístico no Brasil; "Conversei com muitos galeristas de muitos países e com as maiores galerias do mundo e do Brasil. 

Todos estão entusiasmados pela vendagem", disse ao 247; "Foi possível contemplar as obras como se estivesse num museu. 
É um privilegio virem ao Brasil", elogiou

7 de Abril de 2013 às 18:05

Brasilia. Mais de 800 ligações ao Disque Racismo.

:

Em apenas 15 dias de funcionamento, o Disque Racismo recebeu 512 denúncias; segundo o GDF, o serviço também registrou 227 reclamações e outros 130 pedidos de informação ou esclarecimento; os dados serão organizados e o que configurar racismo ou discriminação à raça, cor, religião ou orientação sexual vai ser levado ao conhecido da polícia; números surpreenderam governo, já que em todo o ano passado, foram registradas 409 ocorrências nas delegacias.

5 de Abril de 2013.

Mariela Castro faz revolução silenciosa mudando o comportamento sexual em Cuba.

Mariela Castro Espín
Renata Giraldi - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Filha do presidente de Cuba, Raúl Castro, e sobrinha de Fidel, Mariela Castro Espín, de 50 anos, diretora do Centro Nacional de Educação Sexual do país, faz uma revolução silenciosa na sociedade cubana combatendo a homofobia e os preconceitos em geral. Na semana passada, ela esteve no Brasil, onde participou de dois seminários sobre o tema em Brasília e Porto Alegre. Em entrevista à Agência Brasil Mariela disse que sua estratégia de ação é simples: educação aliada à sensibilidade.

“A nossa principal ênfase é na estratégia educativa. Trabalhamos com tudo o que toca o coração e a sensibilidade”, disse. Depois de lembrar que Brasil e México apresentam índices elevados de violência contra homossexuais e transgêneros, ela destacou que os números brasileiros são “ainda mais“ preocupantes. “Isso chama a atenção. Essa não é uma realidade em Cuba”.

Mariela não comentou a polêmica envolvendo a Comissão de Direitos Humanos da Câmara devido à ação do seu presidente, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que defende medidas conservadoras quando o tema é orientação sexual. Ela mostrou que a campanha pelo fim do preconceito em Cuba envolve cartazes e spots com os lemas: “Dois iguais também têm direito a ser casal” e “Reconhecimento dos direitos sexuais como direitos humanos”. A seguir, os principais trechos da entrevista de Mariela Castro à Agência Brasil.

Agência Brasil – Como é o trabalho no Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba?

Mariela Castro Espín – A nossa principal ênfase é na estratégia educativa. Trabalhamos com mensagens informativas e que consideramos fundamentais. Promovemos cursos de formação, na área jurídica, de educação e de saúde, incentivamos debates e muitas conversas. Minha mãe [Vilma  Espín, que casou com Raúl Castro, atual presidente cubano] era uma feminista e sempre teve ideias de liberdade e de direitos igualitários. Ela lutou por isso desde os anos de 1970.

Mariela Castro Espín
ABr – A senhora fala muito em educação, então esse é o caminho quando se refere a informar sobre questões sexuais?

Mariela – Sim, sem dúvida. O começo de tudo é a estratégia da educação. Não vamos impor a hegemonia, por exemplo, não gosto da ideia do macho-gay ou do macho-heterossexual. Isso é preconceituoso também. É preciso trabalhar a sociedade para compreender e conviver bem com as diferentes orientações sexuais que existem. Só as leis não bastam: a lei sozinha não muda a sociedade. É sob re isso que trabalhamos, o que inclui também ações de combate à violência contra mulheres e meninas. A educação é tudo. A mídia também é muito importante.

ABr – Como lidar com as resistências quando se fala de temas tão delicados e até mesmo polêmicos?

Mariela - A discriminação de qualquer ordem não é coerente com os princípios da revolução [Revolução Cubana, quando os irmãos Castro e guerrilheiros, em 1959, assumiram o poder em Cuba instaurando um governo socialista]. É preciso superar preconceitos. Trabalhamos com o apoio das igrejas e da sociedade civil, assim como com várias organizações. A diversidade é uma característica humana.

ABr – Nos últimos anos, o centro que a senhora dirige se preocupa bastante com a questão da homofobia. Por quê?

Mariela – Na universidade, trabalhei inicialmente com educação sexual para crianças e adolescentes. Mas com o passar do tempo, fui procurada por homossexuais e transgêneros que pediam ajuda. O tema me interessou. Mas tudo começou lá atrás quando acompanhava minha mãe que era uma defensora dos direitos humanos. A preocupação está em trabalhar pela preservação dos direitos dos homossexuais, o que envolve principalmente o local de trabalho e a família.

ABr – Parece que a senhora tem sido bem-sucedida nos seus esforços...

Mariela - Trabalhamos com tudo o que toca o coração e a sensibilidade, isso surte efeitos. As artes, em geral, estão presentes nas nossas atividades.

ABr – O que a senhora observa de mudanças na sociedade cubana depois do trabalho de educação sexual?

Mariela - Percebo muitas mudanças, não apenas nos últimos anos, mas de 50 anos para cá. As mudanças de comportamento podem ser observadas desde a infância, passando juventude e até a vida adulta.

Os casos de discriminação são tratados basicamente por meio de medidas administrativas e não na esfera judiciária. 

Promovemos a primeira Jornada contra a Homofobia, em 2008, já fizemos 20 cirurgias para reversão de sexo [masculino e feminino], há orientações sobre o combate de aids e cuidados com a saúde masculina, inclusive sobre potência sexual.

ABr – Nos últimos anos, a senhora tem dado ênfase aos transgêneros. Há uma razão especial?

Mariela – Sim, não tratamos o transgênero como um doente. É uma pessoa que sofre e que merece ter atenção e receber o tratamento adequado. No caso dos que querem ser submetidos à cirurgia para a reversão de sexo, há uma fila de espera. Mas o processo é todo gratuito. O tratamento envolve o uso de hormônios para a cirurgia, o acompanhamento da família e a inserção social e laboral.

ABr – No Brasil, o que a senhora observa quanto aos temas de homossexuais e transgêneros?

Mariela – [Infelizmente] o Brasil e o México apresentam índices elevados de violência contra homossexuais e transgêneros. No Brasil os números são ainda mais preocupantes. Isso chama a atenção. Essa não é uma realidade em Cuba. Em Cuba, não identificamos a violência contra homossexuais e transgêneros. O que percebemos é que as violações estão relacionadas com questões [de preconceito no] trabalho e [na] família.

ABr – Observando o futuro, a sensação que a senhora tem é que há ainda muito a fazer?

Mariela – Ah...[Olha para cima como quem para para pensar] há muito o que fazer ainda. É uma estratégia permanente, temos de continuar a luta para superar toda forma de discriminação, incluindo a identidade de gênero. O esforço agora é para aprovar mudanças no Código de Família tornando legal a união entre pessoas do mesmo sexo. 

Em Cuba, não falamos em casamento porque no país o casamento formal e o informal são tratados da mesma forma. Se heterossexuais podem se unir como um casal, por que os homossexuais não têm o mesmo direito? Estamos em um bom caminho, pois estamos avançando.

Edição: Tereza Barbosa.

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Matéria copiada de http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-06/mariela-castro-faz-revolucao-silenciosa-mudando-comportamento-sexual-em-cuba