quinta-feira, 13 de junho de 2013

Bolivia - Estuprador é enterrado vivo com caixão da vitima por cima




Um jovem suspeito de estuprar e matar uma mulher foi enterrado vivo num vilarejo ao sul da Bolívia por uma multidão em fúria, na quarta-feira. 

Um repórter relatou que Santos Ramos Colque, de 18 anos, foi capturado por moradores da região e levado ao funeral de sua suposta vítima, Leandra Arias Janco, de 35. Lá, foi jogado dentro da cova. 

Em seguida, o caixão da mulher foi colocado por cima dele e coberto com terra.

 "O suposto agressor foi enterrado vivo com as mãos amarradas e a barriga para baixo, com o caixão da vítima colocado por cima", detalhou o promotor Gilberto Cruz à rádio Erbol.

"Bateram muito nele antes de enterrarem-no", acrescentou. O ataque à mulher ocorreu no domingo, no povoado de Colquechaca, 400 km ao sul de La Paz, habitado por cerca de cinco mil pessoas.

Segundo o procurador local, José Luis Barrios, Colque foi identificado pela polícia como o suspeito de atacar Leandra. No dia do enterro da mulher, ele foi localizado, e o pequeno contingente policial do lugar não conseguiu evitar que fosse pego e morto.

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Mato Grosso do Sul - Disputa por terras provoca morte de mais um índio.

Por André Borges, Maíra Magro e Tarso Veloso | De Brasília
13 Jun 2013. Mais um índio foi assassinado ontem, no Mato Grosso do Sul, como consequência dos conflitos de terra crescentes no país entre fazendeiros e indígenas. 

Segundo relatos passados ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o índio guarani-caiová Celso Rodrigues, de 42 anos, estava a caminho do trabalho, até uma fazenda, quando foi bloqueado por dois pistoleiros no município de Paranhos, no sul do Estado.

É o terceiro indígena baleado nas últimas semanas. O primeiro morreu e o segundo está em estado grave no hospital. O Ministério da Justiça informou que não iria se manifestar até confirmação oficial do fato.

Em meio ao agravamento dos conflitos, a bancada ruralista aprovou ontem, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a convocação do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, para dar explicações sobre a demarcação de terras indígenas no país.

Carvalho, responsável pela interlocução com movimentos sociais, terá que comparecer ao Congresso e explicar o que o governo está fazendo para resolver a situação. 

Deputados governistas tentaram blindar o ministro e transformar a convocação em convite, mas sem sucesso. Os ruralistas conseguiram aprovar a convocação por 25 votos a 10.

A intenção da bancada ruralista é pressionar o governo para mudar o atual sistema de demarcação de terras indígenas. 

Em maio, a ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann também foi convocada pela Comissão de Agricultura, quando assumiu o compromisso de que o governo passaria a incluir outros órgãos no processo de demarcação além da Fundação Nacional do Índio (Funai), como Embrapa e Ministério da Agricultura.

Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e a ministra Gleisi Hoffmann se reuniram com lideranças indígenas e ruralistas. 

Cerca de 140 índios permaneciam ocupando a Funai, em Brasília, enquanto ruralistas preparam uma manifestação em 14 Estados, amanhã, envolvendo o bloqueio de estradas com tratores e caminhões.

Na tarde de ontem, Cardozo teria se comprometido com parlamentares a editar uma portaria regulamentando a atuação de outros órgãos, além da Funai, no processo de demarcação, segundo integrantes da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados, que se reuniram com o ministro. 

Também haveria um compromisso de regulamentar o artigo 231 da Constituição Federal, que trata da demarcação de terras indígenas.

Depois da reunião, porém, Cardozo não quis comentar quais os caminhos para uma solução. "Vamos cogitar todas as hipóteses. 

Há um compromisso do governo de aperfeiçoar o processo de demarcação, sem tirar o protagonismo da Fundação Nacional do Índio [Funai], mas evitando a judicialização. 

Vamos aperfeiçoar o processo para dar mais segurança jurídica", afirmou. Ele voltou a defender a necessidade de diálogo. "Precisamos sentar e discutir alternativas. Com violência e radicalização, não se resolve."

Matéria Originada Publicada em: http://www.exercito.gov.br/web/imprensa/resenha;jsessionid=2A7F0D321868415C07515E459443237A.lr1?p_p_id=arquivonoticias_WAR_arquivonoticiasportlet_INSTANCE_UL0d&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-3&p_p_col_count=1&ac

A saída de Gugu é um marco na consolidação da Era Digital na Mídia.

Por: Paulo Nogueira.

A internet primeiro massacrou a mídia impressa; agora é a vez da tevê.

Gugu pertence a um mundo em desintegração
Gugu pertence a um mundo em desintegração

A saída de Gugu da Record é um marco no mundo da mídia, menos por ele e mais pelas circunstâncias.

O que está dito, ali, é que a Era Digital, depois do massacre da mídia impressa, vai avançar ferozmente sobre a televisão.

A lógica é a mesma, e o roteiro também.

A internet reduz a audiência da tevê e, com isso, deixa insustentáveis os patamares de receitas publicitárias com os quais as emissoras se habituaram.

Lembre. Se a mídia impressa tinha outra fonte de receita – os assinantes – a tevê aberta depende da publicidade.

E o crescimento avassalador da internet levou num primeiro momento os anunciantes a deslocar seus investimentos da mídia impressa para o universo digital.

Concluída essa transição, a próxima vítima do deslocamento das verbas é a tevê. 

Não há BV, não há nada capaz de convencer anunciantes a colocar dinheiro em programas de tevê que ninguém mais vê.

Alguns anos atrás, a queda da tiragem dos jornais e das revistas prenunciavam o desastre publicitário. Agora, é o colapso generalizado das audiências de televisão.

Parece que as audiências de 60%, 70% da Globo pertencem a uma passado remoto. Quase todos os campeões de Ibope da emissora são uma fração do que foram.

Repare quantas vezes você lê que uma novela teve o pior Ibope da história, ou que o Faustão desceu ao abismo da audiência lado a lado com o Fantástico e outras marcas que vão sumindo das conversas e se tornando anacronismos na Era Digital.

Recentemente, vimos o esforço da Globo para promover o novo programa de humor. O resultado do empenho se traduziu numa medíocre audiência de 12%, e que aponta para baixo.

No passado, as pessoas guardavam o domingo para o Fantástico
No passado, as pessoas guardavam o domingo para o Fantástico
Num artigo publicado na última edição da revista americana GQ, o jornalista e escritor Michael Wolff prestou um tributo a um ‘mundo morto’ em sua Nova York – aquele em que a capa da Time era esperada com ansiedade, e em que os figurões da mídia tradicional eram reverenciados.

“Acabou”, lamentou ele. Ninguém mais na cidade conhece os jornalistas que causavam sensação. Quanto à Time, a empresa proprietária tentou se desfazer dela, mas não encontrou comprador.

Uma visita ao imperial prédio da revista mostrou a Wolff que a redação estava com aparência desoladora. Ele notou, melancólico, até a sujeira provocada por restos de fast food.

O sentimento de fim dos dias de que fala Wolff é facilmente percebido também no Brasil.

Quem ainda lê revista, quem ainda assina jornal — quem reserva a noite de domingo para ver o Fantástico?

As demissões que estão sendo feitas nas empresas de mídia apenas refletem esse cenário.

Não se trata de enxugar para se curar. Trata-se, isso sim, de enxugar para adiar a morte.

É dentro desse quadro fúnebre que se deve entender a saída de Gugu da Record.

Não cabe, nele, um salário de 3 milhões de reais, fora as despesas de produção. 

Onde a audiência para convencer os anunciantes a comparecer, onde o dinheiro para honrar a folha de pagamentos?

Onde a esperança de qualquer melhora no futuro?

A desintegração do mundo da mídia tal como o conhecemos vai ser um processo longo, sangrento, sofrido.

Com o tempo, as coisas vão se ajustar digitalmente. O jornalismo não está morrendo, por exemplo, ao contrário do que alguns dizem: está migrando de plataforma, apenas.

Mas até que a nova ordem se estabeleça, no espaço de alguns anos transientes que serão turbulentos para os velhos protagonistas, muito drama ocorrerá sob nossos olhos.

Fonte: DCM

Matéria original publicada em: http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1991

James Bamford: “O cronista da Agência de Segurança Nacional dos EUA”

10/6/2013, Alexander Nazaryan, The New Yorker   “THE N.S.A.’S CHIEF CHRONICLER”.
 
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu.
James Bamford

Alexander Nazaryan
Em 1982, muito antes de a maioria dos norte-americanos sequer ter começado a pensar sobre escutas clandestinas, o jornalista James Bamford  publicou The Puzzle Palace: A Report on N.S.A., America’s Most Secret Agency [O palácio-quebra-cabeças: reportagem sobre a Agência de Segurança Nacional, a mais secreta das agências secretas dos EUA], o primeiro livro publicado sobre a National Security Agency (NSA), iniciada em 1952 pelo presidente Harry Truman para recolher inteligência sobre entidades estrangeiras, e a qual, como ficamos sabendo semana passada, recolhe hoje registros de chamadas telefônicas e de mensagens de e-mail de cidadãos norte-americanos e outros. No livro, Bamford descreve a agência como “livre de qualquer limitação legal” e com “capacidades tecnológicas além da imaginação para escutas clandestinas”. E conlui com um alerta assustador: “Como um poço eternamente sem fundo, a tecnologia de vigilância continuará a expandir-se, silenciosamente alcançando mais e mais sistemas de comunicação e eliminando gradualmente cada vez mais direitos de privacidade.” Três décadas depois, o alerta soa desconfortavelmente certeiro: todos fomos avisados.

Bamford, que prestou serviço militar na Marinha e estudou Direito antes de tornar-se jornalista, publicou outros três livros depois de The Puzzle Palace, que formam uma tetralogia sobre a Agência de Segurança Nacional: Body of Secrets: Anatomy of the Ultra-Secret National Security Agency [Corpo de segredos: anatomia da ultrassecreta Agência de Segurança Nacional] (2001); A Pretext for War: 9/11, Iraq, and the Abuse of America’s Intelligence Agencies [Um pretexto para a guerra: 11/9, Iraque e o abuso das agências de inteligência dos EUA] (2004); e The Shadow Factory: The Ultra-Secret N.S.A. from 9/11 to the Eavesdropping on America [A fábrica de sombras: a ultrassecreta NSA, do 11/9 às escutas clandestinas nos EUA] (2008). 

Scott Shane
Como se vê na progressão dos subtítulos, Bamford desencantou-se com a agência que ele, provavelmente, conhecia melhor que qualquer outro “observador externo”. Outros jornalistas investigativos consideram Bamford com o que, em termos amplos, pode-se descrever como admiração, embora, como Scott Shane, repórter do Times, escreveu em 2008, “Seu relacionamento com a Agência Nacional de Segurança pode ser comparado a um longo e atormentado affair no qual a fascinação pelo gigantismo e pelas capacidades alternava-se com o horror pelo poder para invadir qualquer privacidade”.

Bamford riu da imagem de romance turbulento. “Eu tinha uma relação de amor e ódio com a NSA”, Bamford riu, quando falei com ele semana passada, logo depois da revelação de que a Agência está reunindo metadados de telecomunicações e das empresas de internet: “Eu os amo e eles me odeiam”. E têm boas razões. Bamford, que hoje divide seu tempo entre Washington, D.C. e Londres, é personagem levemente perverso, sempre ajudado por curiosidade e persistência óbvias. Fala com o à vontade de criança que entrou em sala proibida e sabe que voltará a entrar. Resolveu escrever novamente sobre a Agência, que se crê que receba 10 bilhões de dólares anuais do Estado  e emprega cerca de 40 mil pessoas, porque ninguém jamais escreveu sobre ela – e porque se diverte muito mais escrevendo que lendo processos judiciais e depoimentos. 

Quando pesquisava no Instituto Militar da Virginia, descobriu grande quantidade de documentos relacionados à NSA, dos arquivos de um mestre criptógrafo da Moldávia, William Friedman, aos de Marshall Carter, que dirigiu a Agência de 1965 a 1969. E, por incrível que pareça, o Departamento de Justiça de Jimmy Carter, acedeu ao pedido de Bamford, fundamentado na Lei da Liberdade de Informação, e entregou-lhe documentos secretos relacionados à Comissão Church, comissão do Senado que, em 1975, investigou as agências de inteligência dos EUA acusadas de possíveis transgressão e abuso das respectivas autorizações para investigar.

O fato de o governo entregar informação sensível a Bamford, como se pode adivinhar, enfureceu a Agência de Segurança Nacional. Advogados do governo Reagan tentaram coagir Bamford a devolver os documentos, ameaçando-o com a Lei de Espionagem, enquanto a própria Agência tentava sequestrar os documentos que ele revelara. Mas, porque era, ele próprio, advogado, Bamford sabia que nada fizera de ilegal. 

Glenn Greenwald
Diferente da ordem judicial secreta sobre escuta clandestina que ordenou que a empresa Verizon entregasse à Agência os registros telefônicos de seus clientes, a qual foi clandestinamente repassada a Glenn Greenwald do Guardian, a informação que Bamford recebeu foi-lhe entregue por via legal, por canais legais. 

Tive muito trabalho para encontrar um exemplar de The Puzzle Palace. Procurei também em livrarias online, mas o único exemplar impresso que consegui encontrar estava na Queens Central Library [Biblioteca Central do Queens]. O livro estava arquivado, me disseram, e demoraria para ser encontrado. De fato, The Puzzle Palace parece objeto místico, do tipo mais obscuramente revelador. Embora publicado nos anos Reagan, é fortemente subversivo e poderosamente clarividente e presciente. Seus vários alertas contra a “tecnotirania” e a ideia de que “a mesma tecnologia usada contra a livre manifestação do pensamento pode ser usada para protegê-la” soam como algo que facilmente se ouviria de um executivo da Google em conferência pública. Bamford escreve com descrença e ceticismo sobre os procedimentos legais criados em 1978 nos termos da Lei para Vigilância de Inteligência Estrangeira [orig. Foreign Intelligence Surveillance Act] para legitimar a espionagem – as mesmas leis que, desde 11/9, permitem escutas clandestinas dentro dos EUA – chamando-as de “corte super precária e insuficiente, virtualmente impotente”.

O livro de Bamford, em 1982, lembra a todos que suponham que as escutas clandestinas sejam parte necessária de um mundo pós 11/9, que a Agência Nacional de Segurança já forçara, bem antes, os limites da 4ª Emenda. O Projeto Shamrock, implantado depois da 2ª Guerra Mundial, obrigava empresas como a Western Union a entregar, em lotes diários, todos os telegramas que entrassem e saíssem dos EUA. Irmão mais novo, o Projeto Minaret, nascido em 1969, coletava informação sobre “indivíduos ou organizações envolvidas em agitações civis, movimentos/manifestações antiguerra e desertores do serviço militar envolvidos no movimento antiguerra”.

Minha passagem favorita é de um tipo mais leve. Descreve o quartel-general da Agência Nacional de Segurança, perto de Washington – às vezes chamado “Crypto City” – que Bamford visitou, em troca de algumas poucas concessões, aceitando não divulgar informação que muito interessava à Agência que não fosse divulgada. Ele escreve: “Embora a segurança no Puzzle Palace pareça quase hermética, grande parte de tudo não passa de fantasia. Apesar do triplo revestimento e da eletricidade [a verificar: orig. Triple-wrapping in chain link and electricity notwithstanding], o acesso ao lobby do prédio e à área acarpetada da recepção é tão fácil quanto entrar num terminal de ônibus da empresa Greyhound”. Não há dúvidas de que isso, hoje, mudou. 

Complexo principal de edificações da NSA (sede)
Se The Puzzle Palace é hoje tão difícil de encontrar, é porque o volume seguinte, Body of Secrets, eclipsou quase completamente o primeiro. Publicado meses antes do 11/9, é a história de uma agência sem rumo, a ameaça soviética já evanescida no horizonte e a nova ameaça que viria logo depois, do Oriente Médio, ainda não configurada nem em foco. O livro é denso de história da própria agência, em parte porque, para esse trabalho, Bamford receberia a mais completa e intensiva cooperação da própria Agência. O então diretor Michael Hayden, que assumira a direção da Agência em 1999, até convidou Bamford para jantar em sua casa. (“Ele tinha uma banda, um trio” – Bamford contou-me – “Generais gostam dessas coisas”). 

A narrativa nem sempre é gentil: Body of Secrets começa com uma descrição do que eram os agentes de inteligência dos EUA ao final da 2ª Guerra Mundial, desesperados para pôr as mãos em decodificadores nazistas que os pudessem ajudar contra a crescente ameaça soviética. A crise de Suez de 1956, na qual Israel, Grã-Bretanha e França atacaram o Egito, “marcou uma triste entrada no mundo da inteligência de crises” – escreve Bamford, com a análise produzida pela agência reduzida a nada mais útil ou específico que “comunicações entre Paris e Telavive”. Oito anos depois, a Agência de Segurança Nacional cometeria “grande estupidez”, nas palavras de Bamford, ao inflar a ameaça de um segundo ataque no Golfo de Tonkin nos primeiros dias de agosto de 1964, que o presidente Lyndon B. Johnson usaria como pretexto para arrastar os EUA para o que viria a ser a Guerra do Vietnã 
McNamara, mente descaradamente aos jornalistas sobre o "incidente" no Golfo de
Tonkin que foi desculpa para a agressão dos EUA ao Vietnã do Norte em 1964
Adiante, Bamford diz que a Agência de Segurança Nacional perdeu equipamento de criptografia para os norte-coreanos, que passaram o equipamento para os soviéticos, os quais, por sua vez, entregaram-no aos seus aliados norte-vietnamitas (a Agência desmentiu essa informação). A Agência cercou a União Soviética com um “cordão eletrônico”, embora, como Bamford disse-me depois, “porque a Guerra Fria manteve-se fria, a Agência de fato nunca foi testada contra esse seu máximo desafio”. 

Lenta no processo de mudança ao longo dos anos 1990s, a Agência começou a adaptar-se para o mundo digital quando Hayden assumiu a direção. Seus decifradores de códigos eram matemáticos brilhantíssimos e cientistas de computação, mas não estavam sempre perfeitamente atualizados. Bamford escreve que “com a Guerra Fria virando passado, foram-se também os anos de apogeu da Agência de Segurança Nacional dos EUA”. 
 
E observa que, em 1997, “a comunidade de inteligência encolhera de volta às dimensões que tivera em 1980”. Para a NSA, significou que, nos primeiros sete anos dos anos 1990s, houve cortes; o pessoal foi reduzido em 17,5%.  

Dado que a Agência de Segurança Nacional parece ter tratado Bamford quase como um ombudsman civil naquele momento, o livro é cheio de pequenos detalhes curiosos: a agência de Correios da “Crypto City, já em 2000, distribuía 70 mil itens de correspondência diariamente; e “a Agência de Segurança Nacional dos EUA era o maior fornecedor de sangue para o programa de doação de sangue de Maryland”. Há até um “festival anual de cinema, patrocinado pela Associação de Cripto-Linguística [orig. Crypto-Linguistic Association] e um Battlegaming Club, além de lojas Taco Bell e Pizza Hut”. 
 
Os detalhes visam a criar, com uma aura de normalidade, o que Bamford descreve como “um avatar da Biblioteca de Babel de Jorge Luis Borges, um local onde a coleção de informações é ao mesmo tempo infinita e monstruosa, onde está armazenado todo o conhecimento do mundo, mas cada palavra aparece enlouquecidamente cifrada, escrita num código indecifrável”. 

A grande ironia é que a agência encarregada da oniciência deixou passar sem ver, nem registrar, o fato de que vários dos sequestradores de aviões do 11/9 viviam ali bem perto, em Laurel, Maryland, cidade-dormitório da comunidade de inteligência dos EUA. Bamford especula que os cinco ainda-não-terroristas, mas a poucos dias de se converterem nos maiores terroristas de todos os tempos, provavelmente se exercitavam, para manter a forma física, na mesma academia, Gold’s Gym, que vários funcionários da NSA. 

Em termos gerais, Bamford é gentil com Michael Hayden. Mas, depois do 11/9, acontecido apenas alguns meses depois da publicação do livro na primavera de 2001, a Agênia de Segurança Nacional passou a ser, simultaneamente, o bode expiatório e uma das organizações encarregadas de impedir futuros ataques. Parte de sua missão envolveu disseminar, com a ajuda da CIA, a ideia da Casa Branca de que o Iraque possuía armas de destruição em massa – noção que em seguida se verificou ser absolutamente falsa. 
 
Mas serviu bem, como Pretexto para a Guerra – terceiro volume da tetralogia – amplamente demonstra. Nesse livro, Bamford também relata que a Agência de Segurança Nacional recebeu ordens, do governo Bush, “para espionar os inspetores de armamentos da ONU  e para pressionar membros indecisos do Conselho de Segurança da ONU para que votassem a favor de guerra-já”. 

GWBush e o LtGen MVHayden na NSA em Fort Meade, Maryland  (2002)
Mas nem Bamford sabia do pior disso tudo. Outra vez, seu livro foi lançado no auge de um cataclismo. Dia 16/12/2005, o NYTimes publicou artigo intitulado “Bush Lets U.S. Spy on Callers Without Courts” [Bush autorizou EUA a espionarem cidadãos norte-americanos sem autorização judicial]. A matéria dizia que o presidente “autorizou secretamente a Agência de Segurança Nacional a manter escutas clandestinas sobre cidadãos norte-americanos e outros dentro dos EUA, à procura de sinais de atividade terrorista, sem a autorização judicial que normalmente se exige para escutas clandestinas e espionagem doméstica, segundo disseram funcionários do governo” – movimento predecessor do programa PRISM hoje revelado. 
 
Bamford sentiu-se traído. Embora tivesse noticiado os excessos dos projetos Shamrock e Minaret, acreditava que a Agência de Segurança Nacional, sob a direção de Hayden, fosse organização mais escrupulosa do que antes. Hoje, Bamford diz que considera o livro generoso demais no retrato que pintou de Hayden. 

The Shadow Factory [Fábrica de sombras], o furioso livro que Bamford publicou em 2008, sobre os atuais problemas que a Agência de Segurança Nacional enfrenta, é, provavelmente, o mais importante de todos, hoje. Nesse livro, ele mostra uma Agência que se vai tornando cada dia mais autônoma sobre quais dados coleta, e de quem. 
 
Como um funcionário disse a Bamford, “É o que a Agência de Segurança Nacional faz desde 9/11. Hoje, só fazem mais, do mesmo”. Hayden, naquele momento, foi convertido em “sicofanta de três estrelas, que só pensava em proteger a Agência contra as forças destrutivas de Cheney e [David] Addington [chefe de gabinete de Cheney]. Body of Secrets faz referência a Borges. The Shadow Factory cita Orwell.

Recente atentado durante a Maratona de Boston (15/4/2013)
Particularmente forte é a suspeita de que, dentre todas as agências norte-americanas de espionagem, a Agência de Segurança Nacional não é, de fato, muito boa. Bamford disse que a Agência “falhou feio” na prevenção de ataques, desde a Guerra Fria. Não viu coisa alguma, desde o primeiro ataque ao World Trade Center em 1993, até o recente atentado na Maratona de Boston.  Isso, em parte, porque a Agência está afogada em tal quantidade de dados que, ao que parece, já perdeu a capacidade para avaliar a informação em tempo razoável. 
 
É preciso ter gente capaz de definir padrões, de dizer o que é importante e o que não tem importância alguma. Ou, como Bamford diz em A Pretext for War,  que “a Agência de Segurança Nacional carece de fontes de inteligência humana para ajudá-la a ver onde e quem espionar”. No passado, uma rivalidade com a CIA – responsável, sobretudo, pela inteligência humana, em contraste com a Agência de Segurança Nacional, focada só em recolher dados – impediu que se construísse essa simbiose. 

Na raiz da fixação de Bamford com a Agência de Segurança Nacional está uma fascinação com a facilidade com que os americanos “compram a ideia de empresa” de espionagem e espiões, e que é o que nos garantiria que a lei estaria sendo cumprida, que as liberdades civis estariam sendo respeitadas, por mais que se acumulem provas de que nada é bem assim, que a verdade é o contrário disso. 
 
É como se os norte-americanos quisessem acreditar que os encarregados de nos proteger poderiam, vez ou outra, desobedecer a lei, mas só para nos manter em segurança, mais ou menos como faz a patriota-bandida Carrie Mathison,   personagem de Claire Danes, no seriado Homeland.

Tudo isso tem enfurecido Bamford, cada dia mais. Embora não se tenha vangloriado durante nossa conversa, é visível que se sente vingado pelos muitos anos de feroz perseguição que sofreu. E continua furioso, tão furioso quanto em 1982, quando só bem poucos norte-americanos haviam algum dia ouvido falar de “Crypto City”. Surpreendentemente apolítico, Bamford quer, simplesmente, que os espiões respondam pelo que fazem, antes de fazer: “Querem espionar? Acham que espionar é vitalmente importante?” – pergunta, falando do programa PRISM da Agência de Segurança Nacional. – “Pois apresentem um projeto de lei, consigam que o Congresso aprove. Abram um debate nacional, público”.
 


Inquérito policial militar indicia oito bombeiros por incêndio na Boate Kiss em Santa Maria.

O inquérito policial militar que investiga a atuação de integrantes do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar no incêndio da Boate Kiss indiciou oito bombeiros, entre eles, o comandante regional dos Bombeiros de Santa Maria, tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs. 

O relatório foi entregue hoje (12) de manhã pelo coronel Flávio da Silva Lopes, encarregado do inquérito, ao comandante-geral da Brigada Militar, coronel Fábio Duarte Fernandes.

Fernandes terá 15 dias, a partir de agora, para analisar o resultado, emitir um parecer e enviar o inquérito à Justiça Militar do Rio Grande do Sul. 

O documento foi elaborado a partir de 699 depoimentos, tomados entre os dias 30 de janeiro, três dias após a tragédia que causou 242 mortes, e 10 de junho. Os autos do inquérito foram divididos em 35 volumes, em um total de 7 mil páginas.

Foram indiciados por inobservância de lei, regulamento ou instrução (Artigo 324 do Código Penal Militar): capitão Alex da Rocha Camillo, sargento Renan Severo Berleze, sargento Sérgio Roberto Oliveira de Andrades, soldado Marcos Vinicius Lopes Bastide, soldado Gilson Martins Dias e o soldado Vagner Guimarães Coelho. 

O sargento Roberto Flávio da Silveira e Souza foi indiciado por falsidade ideológica, pois teve participação em uma empresa que fez obras dentro da Boate Kiss, mesmo sendo impedido legalmente. 

O tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs foi indiciado por condescendência criminosa, pois em uma situação anterior ao incêndio não apontou irregularidade ao analisar o caso do sargento Roberto Souza, que tinha uma empresa que prestou serviço à boate.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Diretor de jornal da Baixada Fluminense é assassinado com mais de 40 tiros.

A África musical que os brasileiros não conhecem.

Existe um “mundo” lá fora que os brasileiros não conhecem. Um mundo riquíssimo culturalmente, mas que o poder estabelecido faz questão de ocultar, é totalmente boicotado.

Funciona assim, a mídia oculta o que vale a pena ouvir e ver e ao mesmo tempo financia e promove o que não presta, o que é nocivo para a alma e aos ouvidos. Engenharia social para destruir uma sociedade com o que há de pior. 


Enquanto no Brasil a população se conforma com “funk” (o marketing do narcotráfico para atrair mais consumidores) e “pagode” como sendo a “legítima expressão brasileira”, sendo isto exportado como “cultura brasileira”, na África encontramos artistas produzindo música com qualidade como Dobet Gnahoré, Diogal ou Baro.


O mesmo acontece com o continente africano, no ocidente nos vendem a imagem de uma terra tribal e primitiva, onde só existem leões, elefantes e bosquímanos com a bunda de fora.  Ouça Chimamanda Adichie sobre “Os perigos de uma história única”. Os “amos do mundo” manipulam a história e a contam conforme seus interesses.


Vender a imagem de um Brasil onde só têm “macacos” comendo banana, “mulatas fáceis” e africanos onde só existem “bosquímanos primitivos” favorece à quem?


Nota-se que quando uma população aceita passivamente o que lhe é imposto pela mídia, está condenada a não ter personalidade nem opinião própria sobre nada, ao mesmo tempo em que vai perdendo sua identidade cultural, cada indivíduo apenas repete o que é ditado pelo establishment.


Existem vários músicos brasileiros excelentes que não possuem acesso às rádios e TV’s, não é por um acaso, manter a sociedade ignorante, agressiva e em baixa vibração é o objetivo da elite estabelecida, não só no Brasil como em todos os países latinoamericanos. Na Argentina existe uma “coisa” chamada “cúmbia”, também outro produto da indústria illuminati para manter os jovens no submundo da ignorância e pornografia.

Num artigo anterior sobre o “Hang” foi relatado como os músicos talentosos são boicotados, este é o segundo artigo sobre música, o motivo de criá-los é porque através do som estão destruindo gerações de jovens com “músicas” contendo apologia às drogas, à violência, ao crime, à prostituição, à pornografia e à pedofilia. Isto não ocorre por um acaso, faz parte da agenda de destruição de valores morais, éticos e culturais de um povo.