domingo, 9 de março de 2014

Tropas ucranianas deslocam-se em direção à Crimeia

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Foto: RIA Novosti

A Alemanha e a restauração dos oligarcas na Ucrânia.

7/3/2014, German-Foreign-Policy Die Restauration der Oligarchen” (Trad. de Fausto Giudice, do alemão ao francês) Tlaxcala Rede Internacional de Tradutores La restauration des oligarques en Ukraine” Traduzido para o português pelo pessoal da Vila Vudu.

Vitali Klitschko: Missão cumprida senhora Merkel, a Ucrânia queima!
KIEV/BERLIN – O governo instalado em Kiev por um golpe de estado encorajado por Berlim amplia sua cooperação com os oligarcas ucranianos.

Dois deles foram nomeados governadores das grandes regiões de Donetsk e de Dnipropetrovsk, e um terceiro, até aqui tido como partidário do presidente deposto Viktor Yanoukovich, manifesta-se agora como aliado do governo, contra as forças pró-Rússia.

O que se vê cada vez mais claramente é uma restauração dos centros de poder contra os quais foi dirigida a rebelião da Praça Maidan, no início do movimento, antes de ser instrumentalizada pela Alemanha e outros estados ocidentais, com o objetivo de levar ao poder em Kiev um governo pró-ocidente – com vistas a integrar a Ucrânia aos seus próprios sistemas de aliança.

A luta pela influência em Kiev trava-se mais uma vez entre a Alemanha e a Rússia: no início da Iª Guerra Mundial, Berlim começou a tentar arrancar a Ucrânia da esfera de influência russa, para enfraquecer o inimigo. Em 1918, Berlim conseguiu por alguns meses ter Kiev sob seu controle. Antes, o reino fizera campanha para libertar a Ucrânia do jugo opressivo do czar; mas os alemães rapidamente levaram ao poder em Kiev um representante dos grandes proprietários de terras ucranianos, o que levou partes da população a novas revoltas.

Petro Porochenko
Oligarcas amigos

O governo putschista de Kiev apoiado por Berlim coopera cada vez mais abertamente com os oligarcas ucranianos detestados pela população. Já durante as manifestações populares na praça Maidan, os dirigentes de oposição foram empossados pelos miliardários.

Petro Porochenko, conhecido como “rei do chocolate”, porque é proprietário de uma rede de lojas que vale bilhões de dólares, declarou-se abertamente ao lado de Vitali Klitschko. Os órgãos da imprensa-empresa pertencentes ao oligarca Victor Pinchuk sempre informaram com simpatia, sobre as manifestações. Klitschko confirmou que mantinha contato também com outros oligarcas. [1]

Arseniy Yatseniouk , atual primeiro-ministro, já pertencia, de fato, ao partido da oligarca Yulia Timoshenko. Entrementes, o governo putschista também começou a empossar outros oligarcas em altos cargos do estado: Sergueï Taruta e Ihor Kolomoisky, por exemplo, apareceram com destaque.

Rinat Akhmetow (E) e Sergueï Taruta (D)
A unidade da Ucrânia

A questão é que parte considerável da população falante de russo rejeita firmemente o governo putschista de Kiev; teme-se que, depois dos eventos na Crimeia, outras secessões virão, ou dificuldades duradouras, para os ucranianos falantes de russo.

A maior parte dos oligarcas são vistos como uma espécie de garantia contra esses perigos, porque eles têm massivo interesse em manter o estado ucraniano: não querem que o país seja integrado mais estreitamente à Rússia, porque temem ser engolidos pelos oligarcas russos, mais poderosos.

É o que explica que o magnata do aço, Taruta, tenha sido nomeado governador da região de Donetsk, onde Kiev enfrenta a reivindicação de secessão, pela população falante de russo, majoritária, que deseja separar-se da Ucrânia.

Logo depois de nomeado, Taruta falou aos habitantes de Donetsk: [2].

Caros compatriotas. Dirijo-me a vocês, como presidente da Associação Industrial da Bacia[do rio] Donetz e como cidadão falante de russo, com sangue ucraniano [sic]. Convoco todos aqueles para quem a Ucrânia e seu futuro são importantes, a unir esforços para preservar a integridade territorial de nosso país.

Declaração semelhante fez Rinat Akhmetov, aliado de longa data de Viktor Yanoukovitch , mas que também teme influência mais forte da Rússia. O fato de que a União Europeia não impôs qualquer sanção contra ele, faz sentido: como defensor do estado ucraniano, Akhmetov tem vantagens notáveis, aos olhos do ocidente.

Ihor Kolomoisky
Por meios duvidosos

Deve-se dar atenção especial também à nomeação de Ihor Kolomoisky como governador de Dnipropetrovsk. Os motivos da nomeação são os mesmos que levaram à nomeação de Taruta: os interesses comerciais de Kolomoisky excluem qualquer aproximação entre Ucrânia e Rússia e qualquer aproximação com a esfera de influência direta de oligarcas russos, seus concorrentes.

Além disso, Kolomoisky, uma das maiores fortunas da Ucrânia, desentendeu-se com seu ex-amigo Yanukovich e mudou-se para a Suíça, onde é sensível à pressão ocidental. Sua popularidade na Ucrânia não aumentou pelo fato de ele, cujo banco controla quase 1/5 de todas as transações do país, ter assumido, por meios duvidosos, o controle da maior refinaria da Ucrânia nos anos 2008-2010 – quando, em Kiev, reinava a “coalizão laranja”, pró-ocidente. Depois da vitória eleitoral de Viktor Yanukovich em 2010, Kolomoisky, mesmo assim, conseguiu estabelecer boas relações com o novo governo.

Sua nomeação, agora, como governador de  Dnipropetrovsk, é uma nova etapa na direção da restauração dos círculos de poder contra os quais se fez a rebelião da Praça Maidan, antes que Berlim a capturasse para sua própria luta contra a influência de Moscou.

Laranja russa

Mais uma vez, a luta por maior influência em Kiev, trava-se entre Alemanha e Rússia: Berlim engajou-se na luta aberta pela primeira vez, há 100 anos, no início da Iª Guerra Mundial.

O objetivo, então, do plano alemão, era enfraquecer o adversário russo, atiçando questões internas, até a secessão de algumas áreas. Uma das figuras mais influentes na política da Alemanha para a Ucrânia, o jornalista Paul Rohrbach, depois funcionário do ministério de Negócios Exteriores, muitas vezes recorreu a uma imagem depreciativa, comparando a Rússia a uma laranja:

Como a laranja é composta de gomos destacáveis, assim também o Império russo e seus diferentes territórios, as províncias do Báltico, a Ucrânia, a Polônia, etc..

Rohrbach estava convencido de que bastaria [3].

(...) destacar essas partes do território (...)umas das outras e dar-lhes certo grau de autonomia, para “pôr fim ao Império russo.

Essas suas ideias foram muitas vezes designadas como “teoria da decomposição”.

A arma da insurreição

O plano formulado concisamente por Rohrbach entrou na fase operacional nas primeiras semanas da Iª Guerra Mundial. Em documento datado de 11/8/1914, o chanceler Theobald von Bethmann-Hollweg declarava o desejo de recorrer, como “arma contra a Rússia”, à insurreição (Insurgierung), dentre outras “partes”, da Ucrânia. Pouco mais tarde, o ministro de Negócios Estrangeiros do Império dos Habsburgos confirmava que: [4]

(...) nosso principal objetivo, como o da Alemanha, é o maior enfraquecimento possível da Rússia. Esperamos portanto obter a libertação da Ucrânia e dos demais povos que a Rússia oprime nas nossas fronteiras.

Tropas alemãs em Kiev (Março 1918)
O projeto de dividir a Rússia oferecia, principalmente, oportunidades políticas internas. De um lado, permitia alimentar ressentimentos tradicionais anti-Rússia, no seio da população alemã; de outro lado, permitira rotular a agressão militar como luta contra o despotismo do império czarista e, assim, ganhar, para os combates, os círculos que mais resistiam contra a aventura militar.

“O efeito anti-czar da social-democracia” foi “elemento essencial para facilitar a tomada de posição a favor da guerra” – constatava em 1961 o historiador Fritz Fischer, em seu estudo pioneiro Griff nach der Weltmacht [Aposta na potência mundial] [5].

General Wilhelm Groener
Libertados e controlados

Nas memórias e manifestos, selecionaram-se algumas formulações adequadas, para falar sobre os objetivos alemães naquela guerra. Assim, por exemplo, Matthias Erzberger, do Partido do Centro, falava, em setembro de 1914, a favor de combater para a “libertação” dos povos não russos, submetidos ao “jugo moscovita” e pela criação de uma “autonomia” “no interior de cada vila”. Mas não esquecia de destacar que “tudo isso” tinha de ser feito “sob a supremacia militar da Alemanha”.

Erzberger não escondia que a “libertação” e a “autonomia” sob controle armado alemão não visavam apenas a penetrar economicamente na Ucrânia; também serviam a um objetivo geoestratégico claramente definido: tratava-se, escreveu ele, “de separar a Rússia, ao mesmo tempo, do Mar Báltico e do Mar Negro”. [6]

A valsa das marionetes

No início de 1918, Berlim conseguiu pela primeira vez alcançar seu objetivo estratégico. Dia 9/2/1918, o Reich [império] alemão assina acordo com o Parlamento Central [Rada] ucraniano, que acabava de proclamar a soberania da Ucrânia e rapidamente pedira ajuda a Berlim, contra a Rússia. O Império alemão então assumiu o controle de facto em Kiev: mas se “manteria a ficção” de que o Parlamento continuava a governar, como anunciou o general Wilhelm Groener, verdadeiro detentor do poder na Ucrânia de fins de março a fins de outubro de 1918 [7].

Hetman Pavlo Skoropadsky e oficiais
Mas, no instante em que perceberam que o Parlamente Central ucraniano – dominado por liberais e sociais-democratas – não tinha condições para pôr em prática os planos de Berlim para a Ucrânia, os alemães instalaram no poder, pela força, um grande proprietário de terras, muito impopular entre a população camponesa empobrecida, Pavlo Skoropadsky, representante dos meios mais ricos. Houve revoltas imediatas, como antes já houvera, contra o regime czarista. Berlim reprimiu todas, com extrema brutalidade.

Quer dizer: antes, os alemães já demonstraram amplamente sua total indiferença às condições internas da Ucrânia, como se diz, “a ser libertada”; antes de perderem a Iª Guerra Mundial e, com ela, o controle sobre Kiev.
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Notas

[1] Cf. Oligarchen-Schach.
[2] Kiew ruft die Oligarchen. www.n-tv.de 05.03.2014.
[3] Walter Mogk: Paul Rohrbach und das "Größere Deutschland". Ethischer Imperialismus im Wilhelminischen Zeitalter. München 1972.
[4] Apud Fritz Fischer: Griff nach der Weltmacht. Die Kriegszielpolitik des kaiserlichen Deutschland 1914/18. Düsseldorf 1961.
[5] Fritz Fischer: Griff nach der Weltmacht. Die Kriegszielpolitik des kaiserlichen Deutschland 1914/18. Düsseldorf 1961.
[6] Apud Fritz Fischer: Griff nach der Weltmacht. Die Kriegszielpolitik des kaiserlichen Deutschland 1914/18. Düsseldorf 1961.
[7] Winfried Baumgart: General Groener und die deutsche Besatzungspolitik in der Ucrânia 1918. In: Geschichte 6/1970, S. 325-340.


Quando a política mata. Notícias de Ontem.


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Colagem: Voz da Rússia

No início de 2014, na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos será realizado um inquérito sobre os eventos de 06 de agosto de 2011 no Afeganistão. Naquele dia os talibãs abateram um helicóptero de transporte militar norte-americano CH-47D Chinook. 

Morreram todas 38 pessoas que estavam a bordo, incluindo 17 combatentes do SEAL Team Six. Aquele não foi apenas “o pior dia da guerra” dos EUA no Afeganistão, mas também a maior perda de forças de operações especiais dos Estados Unidos nos 25 anos de sua existência. 

A tragédia não teria acontecido se durante a realização daquela operação especial o comando não teria pedido reforços. Esses reforços foram mandados naquele helicóptero. Mas não teria havido necessidade em forças adicionais se não fossem as atuais regras de engajamento (ROE, na sigla inglesa). Elas não autorizam a abrir fogo contra o inimigo sem confirmar que ele está armado e representa uma ameaça evidente. 

Neste caso, as ordens foram de apanhar os talibãs que recuavam, e não de destruí-los. Para isso foram necessários reforços. Além disso, após o tiro fatal, o piloto do helicóptero de combate que acompanhava o Chinook não tinha o direito de disparar contra o prédio onde estava o atirador com o morteiro, porque lá dentro poderia haver civis.

É claro que em teoria, estas regras deveriam minimizar as baixas entre civis e atraí-los para o lado dos norte-americanos. Muitos países europeus se recusam a admitir que eles enviam seus soldados para a guerra, chamando-os de forças de paz e proibindo-lhes qualquer iniciativa em combate. Mas, na prática, essas regras só reduzem a eficácia das ações das tropas, a sua moral.

Quantas reivindicações houve para com os contingentes alemão, italiano e outros pela sua “passividade”? E o que deviam eles fazer, quando para participar em combates era necessária uma longa aprovação nos quarteis e parlamentos europeus?

Em todos os “pontos quentes” onde estão atuando contingentes da OTAN e dos Estados Unidos sabe-se das ROE. No Mali e na República Centro-Africana, os separatistas, quando se deslocam, retiram as metralhadoras de seus jipes, e os atiradores de helicópteros franceses não têm o direito de abrir fogo sobre eles. Na Somália, durante a operação SEAL, o chefe dos rebeldes reuniu em torno de si mulheres e crianças, e sua captura foi cancelada.

Entretanto, o inimigo está conduzindo uma guerra muito diferente. Entre a população civil, o número de vítimas de ataques terroristas contra alvos militares e civis no Afeganistão, Iêmen, Iraque e outros países é estimado já na casa dos milhares. Mas os políticos não mudam as regras do jogo. Além disso, realizam em todos os lugares experimentos com suas próprias tropas buscando estratégias de “ganhar corações e mentes” da população. 

No Afeganistão, essa estratégia assume que a população deixará de apoiar o Taliban depois de milhares de soldados da coalizão saírem de seus veículos blindados e irem a pé estabelecer boas relações com a população local. O principal resultado é um brusco aumento na quantidade de lesões gravíssimas e baixas nas forças da coalizão causadas por dispositivos explosivos. 

Em 2008-2009 subiram para 60%, e até agora constituem pelo menos metade das perdas totais. E foi a ideia reconhecida como fracassada e cancelada? Não. Depois de anos de combates difíceis as tropas forma simplesmente retiradas da área da “guerra de minas”.

Ainda na primavera de 2012 Kimberly Dvorak escreveu no Examiner: “A experiência de anteriores guerras contra militantes no Vietnã e no Iraque mostrou claramente aos norte-americanos que com o envolvimento em combates de forças externas terceiras (EUA e OTAN) a estratégia de “ganhar corações e mentes” faz a vitória impossível. 

Quando a população local odeia o seu próprio governo, passa a sua insatisfação para os ocupantes também, o que elimina qualquer chance de vencer. Infelizmente para os norte-americanos, é justamente isso que está sucedendo no Afeganistão.”

“Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam” (Mateus 5:44). Estas palavras dirigidas aos primeiros pregadores cristãos, ainda não são completamente adequadas para dar ordens a soldados de forças expedicionárias. As tentativas de transformar soldados em missionários realmente não é a melhor maneira de fazer guerra, que por enquanto ainda começa tradicionalmente com golpes de Tomahawks.

sábado, 8 de março de 2014

Moçambique é o país lusófono com mais mulheres no Parlamento, Brasil ocupa a ultima posição.

Bandeira de Moçambique

A nação africana de Moçambique é o país de língua portuguesa com maior representação feminina no Parlamento, revela o relatório anual da União Interparlamentar (IPU), divulgado na terça-feira (4) em Genebra, na Suíça. Em seguida, aparecem Timor Leste, Angola, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e, em último lugar, o Brasil. Os dados do relatório estão atualizados até 1º de janeiro deste ano.


Em nível mundial, Moçambique ocupa o 14º lugar, com 39,2% de mulheres no Parlamento (dos 250 deputados, 98 são mulheres). A grande presença feminina na Assembleia da República de Moçambique pode ser verificada em sua liderança: a Presidência da Casa é ocupada por uma deputada. A jurista Verónica Nataniel Macamo Dholovo é parte da bancada parlamentar da Frente de Libertação do Moçambique, organização de esquerda que lutou contra a dominação portuguesa. Ela preside o Poder Legislativo desde 2010.



O Timor Leste está em 18º, com 38% de mulheres representadas no Legislativo – a legislação do país impõe cotas nas listas eleitorais, nas quais tem de haver uma mulher em cada três candidatos.

A 20ª posição no ranking é ocupada por Angola com 36,8% de mulheres no Parlamento, enquanto Portugal aparece em 32º lugar, com 31,2% de eleitas na Assembleia da República. Cabo Verde vem em 71º lugar, com a Assembleia Nacional constituída por 20,8% de mulheres.



São Tomé e Príncipe está na 84° posição, com 18,2% de mulheres representadas, seguido da Guiné-Bissau, no 112° lugar, com 11%. O Brasil está em 124º, com 8% de mulheres na Câmara dos Deputados e 16% no Senado Federal.

Fonte: Agência Lusa

Rio de Janeiro - 'Pede pra minha esposa cuidar da nossa filha', disse PM antes de morrer.

Soldado levou dois tiros no peito durante confronto com traficantes no Complexo do Alemão.

O DIA
Rio - O soldado Rodrigo Paes Leme, 33 anos, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, foi morto ontem à noite após ser atacado por traficantes do Complexo do Alemão. Mesmo de colete, ele levou dois tiros no peito. 

Ferido, o soldado Paes Leme fez seu último pedido a um colega que o levava para Unidade de Pronto Atendimento na Estrada do Itararé: “Manda um beijo para a minha esposa e pede para ela tomar conta da nossa filhinha (6 anos)”, disse a vítima, segundo o relato do colega. Em seguida, ele deu o último suspiro. A viúva é policial militar recém-formada.

Rodrigo Paes LemRodrigo Paes Leme deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida.ois meses de vida
Foto:  Divulgaçãoe deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida

Foto:  Divulgação

Debaixo de intenso tiroteio, colegas de farda tiveram dificuldades para socorrê-lo, e foi preciso pedir reforço a equipes do 16º BPM (Olaria) para conseguir tirá-lo da favela. Desde terça-feira, criminosos atacaram policiais de cinco UPPs. 

O confronto ocorreu na Rua 2, na descida para localidade conhecida como Chuveirinho, próximo ao Largo da Alvorada — a poucos metros da sede da UPP Nova Brasília e da 45ª DP (Complexo do Alemão). 

Há três anos na corporação, o soldado Paes Leme deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida. 

No último dia 9 de fevereiro, uma semana após a morte da soldado Alda Rafael Castilho, 27, também baleada na Nova Brasília, a mulher do PM Rodrigo Paes, Luana Pilar, postou em seu Facebook: 

“Para o Estado, somos apenas um número; para a sociedade, um objeto que não precisa de direitos; para nossas famílias, somos imortais. Nenhum deles tem razão, infelizmente.” Horas antes, policiais da UPP Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, ficaram encurralados na localidade conhecida como Vietnã. 

Em Manguinhos, na noite de quarta-feira, a sede da UPP foi atacada a tiros, pedras e morteiros. Na terça, ataques aconteceram na Rocinha (com dos PMs feridos) e Arará.

Reportagem de Roberta Trindade.

Link desta matéria: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-03-07/pede-pra-minha-esposa-cuidar-da-nossa-filha-disse-pm-antes-de-morrer.html

Dia Internacional da Mulher, é marcado por uma chacina em Goiás, onde Quatro Mulheres são Mortas com tiros nas cabeças.

Foto: Blog do Cleuber / Goiânia
Dia Internacional da Mulher em Goiânia começou com uma tragédia; quatro mulheres, na casa dos 20 anos, foram assassinadas com tiros na cabeça no Jardim Petrópolis, na região do Morro do Mendanha; polícia encontrou corpos enfileirados e ainda nao tem pistas de algum suspeito e não sabe a motivação dos assassinatos.

8 DE MARÇO DE 2014.

Desastre Nuclear de Fukushima - O sigilo sobre Fukushima.

Foto - http://www.iranews.com.br/

Mês passado, os partidos de coalizão japoneses tramitaram no Parlamento uma Lei de segredos de estado. É melhor que tomemos conhecimento disso.

Ralph Nader (*)  Steve Herman / Wikimedia Commons.

Sob suas disposições, somente o governo decide o que é considerado segredo de estado e qualquer civil que divulgue algum segredo pode ser preso por até 10 anos. 

Jornalistas pegos tornando o assunto público podem ser presos por até 5 anos.

Autoridades do Governo têm se mostrado prejudicadas com a constante revelação da sua negligência, tanto antes quanto depois do desastre nuclear de Fukushima em 2011, operado pela Companhia Elétrica de Tóquio (TEPCO).

Semana após semana, surgiram matérias na imprensa apontando para a seriedade da contaminação do fluxo hídrico, a inacessibilidade do material radioativo presente nos reatores e a necessidade de conter o vazamento radioativo que contamina, cada vez mais, a terra, as plantações e o oceano.

Agentes estimam que pode levar até 40 anos para limpar e desativar os reatores.

Há outros fatores que alimentam a certeza de um recuo democrático no país. 

O militarismo está motivando seu projeto de “democracia ameaçada”, originada pelo atrito com a China pelo Mar do Sul. Militares dos EUA estão pressionando para o aumento do orçamento militar Japonês.

A China é a mais recente justificação de segurança nacional para a “articulação para o Leste Asiático”, provocada, em parte, pelo complexo industrial-militar norte-americano.

Sigilo rigoroso no governo e o apressar de projetos nas casas legislativas são maus presságios para a liberdade da imprensa japonesa e para o direito de discordância da população. Liberdade de informação e fortes debates – tendo o último sido cortado pelo Parlamento em Dezembro de 2013 - são os aspectos chaves da democracia.

O New York Times continua, surpreendentemente, a cobrir as condições deterioradas na área evacuada de Fukushima, porém com uma boa razão. Os EUA licenciaram diversos reatores com o mesmo design e com muitos dos padrões de segurança e inspeção inadequados. 

Alguns reatores estão próximos de áreas propícias para terremotos e de povoados que não poderão ser evacuados com segurança em caso de danos na parte elétrica do local. Os dois reatores envelhecidos da estação Indian Point situados a 30km de Nova Iorque são um exemplo.

Quanto menos soubermos sobre as condições passadas e presentes de Fukushima, menos vamos aprender sobre reatores atômicos dos EUA.

Felizmente, muitos cientistas japoneses famosos, incluindo os ganhadores do Nobel, Toshihide Maskawa e Hideki Shirakawa, conduziram a oposição contra a nova legislação de sigilo com 3.000 assinaturas de acadêmicos em uma carta de protesto.

Esses cientistas e acadêmicos declararam que a nova legislação é uma ameaça “aos princípios pacifistas e direitos humanos fundamentais estabelecidos na constituição e deveriam ser rejeitados imediatamente.”

Seguindo essa declaração, a Associação de Cientistas Japoneses, companhias de mídia do país, Associações de cidadãos, Organizações de Advogados e algumas legislaturas regionais se opuseram à nova legislação. Pesquisas mostram que o público também se opõem a esse ataque a democracia. 

Os atuais partidos hegemônicos permanecem inflexíveis. Eles citam como razões para justificar a nova legislação “segurança nacional e combate ao terrorismo.” Soa familiar?

A história está sempre presente nos pensamentos do povo japonês. Eles sabem o que aconteceu quando o país se inclinou para a militarização da sociedade e, consequentemente, liderou uma tirania intimidadora que motivou a invasão da China, Coréia e Sudeste Asiático antes e depois de Pearl Harbor. Em 1945, o Japão estava em ruínas, terminando com Hiroshima e Nagasaki.

O povo americano deve se manter alerta para as provocações políticas e militares que seu governo faz para a China, que está preocupada com um possível cerco aéreo e/ou marítimo americano e de aliados. 

As políticas comerciais dos EUA que têm facilitado às companhias americanas a enviar indústrias e empregos do país para a China, deveriam receber total atenção de Washington.

A administração Obama tem de atentar para as inclinações autoritárias no Japão que suas políticas tem encorajado ou ignorado – muitas vezes por trás das cortinas do próprio sigilo crônico norte-americano.

(*) Ralph Nader é um autor americano, advogado, defensor dos consumidores e dono da The Nader Page.
Tradução de Isabela Palhares
Carta Maior