sábado, 8 de março de 2014

Rio de Janeiro - 'Pede pra minha esposa cuidar da nossa filha', disse PM antes de morrer.

Soldado levou dois tiros no peito durante confronto com traficantes no Complexo do Alemão.

O DIA
Rio - O soldado Rodrigo Paes Leme, 33 anos, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, foi morto ontem à noite após ser atacado por traficantes do Complexo do Alemão. Mesmo de colete, ele levou dois tiros no peito. 

Ferido, o soldado Paes Leme fez seu último pedido a um colega que o levava para Unidade de Pronto Atendimento na Estrada do Itararé: “Manda um beijo para a minha esposa e pede para ela tomar conta da nossa filhinha (6 anos)”, disse a vítima, segundo o relato do colega. Em seguida, ele deu o último suspiro. A viúva é policial militar recém-formada.

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Foto:  Divulgaçãoe deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida

Foto:  Divulgação

Debaixo de intenso tiroteio, colegas de farda tiveram dificuldades para socorrê-lo, e foi preciso pedir reforço a equipes do 16º BPM (Olaria) para conseguir tirá-lo da favela. Desde terça-feira, criminosos atacaram policiais de cinco UPPs. 

O confronto ocorreu na Rua 2, na descida para localidade conhecida como Chuveirinho, próximo ao Largo da Alvorada — a poucos metros da sede da UPP Nova Brasília e da 45ª DP (Complexo do Alemão). 

Há três anos na corporação, o soldado Paes Leme deixa mulher, duas filhas e um filho de apenas dois meses de vida. 

No último dia 9 de fevereiro, uma semana após a morte da soldado Alda Rafael Castilho, 27, também baleada na Nova Brasília, a mulher do PM Rodrigo Paes, Luana Pilar, postou em seu Facebook: 

“Para o Estado, somos apenas um número; para a sociedade, um objeto que não precisa de direitos; para nossas famílias, somos imortais. Nenhum deles tem razão, infelizmente.” Horas antes, policiais da UPP Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, ficaram encurralados na localidade conhecida como Vietnã. 

Em Manguinhos, na noite de quarta-feira, a sede da UPP foi atacada a tiros, pedras e morteiros. Na terça, ataques aconteceram na Rocinha (com dos PMs feridos) e Arará.

Reportagem de Roberta Trindade.

Link desta matéria: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-03-07/pede-pra-minha-esposa-cuidar-da-nossa-filha-disse-pm-antes-de-morrer.html

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