segunda-feira, 16 de junho de 2014

UFMA suspende eventos festivos no campus após morte em arraial

A Universidade Federal do Maranhão vem a público lamentar a morte do jovem Igor Albert dos Santos, de 19 anos, morador da Vila Bacanga, na noite da última sexta-feira, durante um arraial realizado na Concha Acústica da Instituição e, em relação a este fato, decidiu:

1- Suspender todos os eventos festivos nas dependências da Instituição até que os fatos relativos ao caso sejam apurados com rigor pela Polícia Federal e, inclusive, acompanhar as diligências para que tudo seja esclarecido o mais rápido possível;

2- Orientar a empresa prestadora de serviços de segurança, envolvida com o caso, a prestar toda a assistência psicológica e social à família da vítima;

3- Reforçar todo o sistema de segurança da UFMA para que fatos lamentáveis como este não voltem a acontecer;

4- Dar continuidade, junto com os líderes comunitários da área Itaqui Bacanga, a uma pauta de assuntos de interesse das comunidades para ser discutida até o final desta semana, dentre as quais, a questão da segurança e a redução da violência;

5- Por fim, reforçar o seu papel de Instituição pública cujo papel social é promover parcerias com a Sociedade Civil para a resolução dos problemas que afligem as comunidades e, sobretudo, informar à opinião pública que a segurança agiu dentro de suas prerrogativas legais.


São Luís, 16 de junho de 2014
Administração Superior da UFMA
 

Copa 2014 - Fortes chuvas levam a decretação de Estado de Calamidade em Natal/RN, na véspera do jogo EUA – Gana.

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As autoridades do Brasil irão decretar segunda-feira estado de calamidade na cidade de Natal, na véspera do encontro entre as seleções dos EUA e do Gana, a realizar-se no quadro da fase de grupos da Copa 2014 de futebol, por causa da cheia que tinha afetado esta cidade, infroma a AFP.

O secretário de imprensa do município informou que a cheia não tinha afetado o estádio e os acessos ao estádio e que a introdução do estado de calamidade é necessária para acabar o mais depressa possível com a protelação burocrática e obter rapidamente a ajuda.
 
A chuva que não para em Natal já há três dias acarretou desabamentos de terra que destruíram 20 casas e danificaram mais 65.

Prêmio Pulitzer: Um tapa na cara do Estado de vigilância - Notícias de ontem.

A Universidade de Columbia concedeu a honraria mais prestigiada do jornalismo, a medalha de ouro do Prêmio Pulitzer, aos jornais que publicaram artigos baseados em documentos vazados pelo ex-contratado pela Agência de Segurança Nacional dos EUA, Edward Snowden.

Por Patrick Martin, no World Socialist*
 
O comitê de seleção do Prêmio Pulitzer deste ano reconheceu o trabalho pelas reportagens derivadas dos documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-técnico das agências de inteligência dos EUA, sobre o programa global de espionagem. 
 
O comitê de seleção do Prêmio Pulitzer deste ano reconheceu o trabalho pelas reportagens derivadas dos documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-técnico das agências de inteligência dos EUA, sobre o programa global de espionagem. O Washington Post foi escolhido por artigos escritos por Barton Gellman e pela cineasta Laura Poitras, enquanto o britânico The Guardian, por textos de Glenn Greenwald, Ewan MacAskill e Pitras. Os quatro jornalistas fizeram amplo uso do material vazado por Snowden. Grenwald, Poitras e MacAskill encontraram-se com ele em Hong Kong em 2013, para iniciar o processo que expôs a espionagem ilegal e inconstitucional praticada pala Agência Nacional de Segurança (NSA) norte-americana.
 
A decisão da Universidade de Columbia é um tapa na cara do governo de Obama e dos aparatos de inteligência dos EUA e do Reino Unido. O governo norte-americano esta tentando extraditar Snowden para julgamento, prisão e possível execução como traidor. Tanto Washington quanto Londres ameaçaram e procuraram intimidar os jornalistas honrados pelos prêmios.
 
A medalha é oferecida “por um exemplo incomum de serviço público meritório, prestado por um jornal ou site de notícias.” Ao Washington Post, “por sua revelação de vigilância secreta generalizada pela Agência Nacional de Segurança, marcada por relatos competentes e perspicazes que ajudaram o público a entender como as revelações se encaixam no quadro geral da segurança nacional”; ao Guardian, “por sua revelação da espionagem secreta promovida pela NSA, que ajudou, através de reportagens ativas, a acender o debate sobre a relação entre o governo e o público, sobre questões de segurança e privacidade”.
 
Uma medalha de ouro semelhante foi oferecida ao New York Times em 1972, por ter publicado os Documentos do Pentágono (Pentagon Papers), vazados por outro denunciante vindo de dentro do aparato de segurança nacional, o antigo oficial Daniel Ellsberg.
 
Edward Snowden emitiu uma declaração na segunda-feira, através da Fundação Liberdade da Imprensa [Freedom of the Press Foundation], parabenizando os dois jornais e chamando o prêmio de uma “defesa a todos os que acreditam que o público tem um papel no governo”.
 
Ele prosseguiu: “Devemos isso aos esforços dos repórteres corajosos e seus colegas, que continuaram trabalhando diante de uma intimidação extraordinária, incluindo a destruição forçada de materiais jornalísticos, o uso inapropriado de leis de terrorismo, e tantas outras maneiras de pressão para tentar fazê-los interromper o que o mundo agora reconhece como um trabalho de importância pública vital. Essa decisão nos faz lembrar de que uma imprensa livre pode conseguir mudar o que uma consciência individual não pode. Meus esforços seriam inexpressivos sem a dedicação, paixão e habilidade destes jornais. Eles têm minha gratidão e respeito pelo serviço extraordinário a nossa sociedade. Seu trabalho nos permite pensar num futuro melhor e numa democracia mais responsável.”
 
Os mesmos quatro jornalistas receberam o prêmio George Polk por reportagens sobre segurança nacional, recebido na última sexta-feira, num hotel em Manhattan, Nova York. Greenwald e Poitras, ambos cidadãos norte-americanos, retornaram aos Estados Unidos para receber o prêmio, sua primeira visita ao país desde que redigiram, em conjunto, os relados sobre a espionagem e vigilância do NSA. Greenwald agora mora no Brasil, e Poitras em Berlim, para evitar a interferência norte-americana em seu trabalho jornalístico.
 
Ambos disseram que não foram impedidos de entrar no país. Ao se pronunciarem na cerimônia do prêmio Polk, homenagearam Snowden. “Este prêmio é, na verdade, para Edward Snowden”, disse Poitras. Greenwald acrescentou: “o que ele fez, assumindo sua responsabilidade, merece graditão — não indiciamentos e décadas de prisão”.
 
Em seu discurso de aceitação no Polk, MacAskil apontou que o Guardian enfrentou um ataque muito mais duro do governo no Reino Unido do que a edição norte-americana do Guardian, ou o Washington Post, já enfrentaram nos Estados Unidos. Em certo ponto, os agentes da inteligência britânica visitaram a redação do Guardian, para supervisionar a destruição de drives de computador, em um esforço pesado de intimidação.
 
Greenwald ainda não fez um comentário público sobre o prêmio Pulitzer, mas Poitras disse: “Eu acho que são ótimas notícias. É um testamento à coragem de Snowden, uma reivindicação por sua coragem e seu desejo de fazer o público saber o que o governo está fazendo”.
 
Poitras e Snowden também receberam o prêmio Ridenhour, que homenageia um veterano do Vietnã que trabalhou com Seymour Hersh para expôr o massacre de My Lai. Editores dos dois jornais fizeram declarações cumprimentando tanto os jornalistas quanto Edward Snowden. Alan Rusbridger, o editor-chefe do Guardian, disse: “Estamos particularmente agradecidos por nossos colegas pelo mundo que apoiaram o Guardian em circunstâncias que ameaçaram sufocar nossas reportagens. E compartilhamos essa honra não apenas com os colegas do Washington Post, mas também com Edward Snowden, que arriscou muito em nome do bem público e hoje está sendo reconhecido por este prestigioso prêmio.”
 
Janine Gibson, editora do Guardian norte-americano, disse que ganhar o prêmio foi importante. Referindo-se à escolha da Universidade de Columbia, ela foi além: “Acredito que essas palavras dizem alguma coisa sobre o que Edward Snowden fez, e o que os repórteres e editores fizeram, face a muita retórica e oposição.”
 
O editor executivo do Washington Post, Martin Baron, afirmou que a reportagem expôs uma política nacional “com profundas implicações para os direitos constitucionais dos cidadãos norte-americanos” e os direitos individuais ao redor do mundo. “Divulgar a expansão maciça da rede de vigilância da NSA foi um serviço público”, disse. “Ao construir um sistema de espionagem com foco e capacidade de intromissão espantosos, nosso governo também solapou abruptamente a privacidade individual. Tudo isso foi feito em segredo, sem debate público, e com fiscalização relaxada.”
 
Ele disse também que sem as revelações de Snowden, “nós nunca teríamos sabido o quão longe este país se afastou dos direitos individuais em favor do poder de Estado.
 
(Tradução: Gabriela Leite, no Outras Palavras)
 

PRIVATIZAÇÕES - TUCANAGENS CONTRA O POVO.

TUCANAGENS CONTRA O POVO.

EMPRESAS ESTRANGEIRAS DE TELEFONIA DEVEM BILHÕES DE REAIS EM IMPOSTOS E MULTAS E NÃO PAGAM

[OBS deste blog 'democracia&política': Vejo a todo momento, em todos os canais de TV, que FHC e seu escolhido Aécio estão assanhados para fazer o Brasil "mudar" (isto é, para voltar aos tempos das privatizações tucanas muitíssimo generosas para os estrangeiros). O "mercado" e a "grande" mídia os apoia fortemente. Será que o povo sabe que até hoje paga pesadamente por elas? O artigo a seguir aborda somente um dos setores "privatizados" ("estrangeirizados em condições dadivosas"): as telecomunicações] :

AS MULTAS DE "ARAQUE" NO BRASIL

Por Mauro Santayana, em seu blog:

"Dizer que os serviços de telecomunicações no Brasil são péssimos, já virou lugar comum. Milhares de queixas são feitas contra as operadoras de telefonia, banda larga, celular e TV a cabo, todos os meses, nos Procons e na Anatel.

Reconhecer que eles estão entre os mais caros do mundo, também é redundância. Segundo um estudo da União Geral de Telecomunicações, divulgado em 2013, as tarifas de celular cobradas no Brasil, em termos absolutos, são as mais caras do mundo. O preço por minuto, em 2012, entre celulares, era de 0,71 por dólar, o mais alto entre 161 países analisados. No México e na Argentina, o custo por minuto é de 0,32 por dólar, no Peru, de 0,18, no Chile, de 0,14. Na Rússia, país em que o salário mínimo está por volta de 2.000 reais, a ligação entre diferentes operadoras é de 0,09 centavos de dólar, e na Índia, outro país dos BRICS, de 0,02.

O brasileiro comum também já sabe que não adianta ligar para as agências reguladoras. A "Lei Geral de Telecomunicações" criada logo depois do desmonte e esquartejamento da Telebras [por PSDB/FHC]- antes da implementação do sistema de telefonia celular no Brasil, para que se entregasse esse “filé mignon” aos gringos, sem a concorrência da estatal - prevê que "as operadoras não podem ser multadas a cada infração", mas só depois que se acumula um enorme número de queixas de cada tipo.

O que não se sabia, ainda, e se está sabendo agora, é que as multas não servem para nada, porque elas não são pagas pelas empresas - principalmente as estrangeiras - que dominam esse mercado no Brasil.

Outro dia, denunciamos, aqui, que [citando apenas uma das estrangeiras, a espanhola] "Telefónica" (Vivo) está devendo, só de impostos atrasados, contestados, na justiça, como o ICMS, mais de 6 bilhões de reais para a Receita Federal [quase equivalente ao custo de todos os estádios da Copa. O povo paga por ligações caras e ruins e ainda paga com o não recebimento pelo Estado dos impostos que permitiriam melhorar os serviços públicos. Por outro lado, as telefônicas estrangeiras não admitem deixar de mandar integralmente para seus países sede os gordos lucros aqui extorquidos].

E a Anatel acaba de reconhecer que, entre 2000 e 2013, recebeu apenas 550 milhões de reais dos 4,33 bilhões de reais em multas que expediu. Centenas delas deixaram de ser recebidas, por terem sido, também, contestadas e suspensas na justiça, da mesma forma que a "Telefónica" faz com parte dos impostos que deve ao erário brasileiro.

Mesmo que tivessem sido integralmente pagas, essas multas não teriam quase nenhum valor punitivo, se considerarmos que o mercado brasileiro de telecomunicações fatura, por ano, mais de 200 bilhões de reais, ou quase de 500 milhões por dia.

Se você, caro leitor, deixar de pagar o imposto de renda ou atrasar o pagamento de sua conta de telefone fixo, internet, TV a cabo ou celular, vai ter os serviços cortados, suas propriedades serão penhoradas e o seu nome vai para o SPC.

Se uma dessas companhias, espanhola, portuguesa, mexicana ou italiana, que veio para o Brasil nos anos 1990, for multada, ou deixar de pagar impostos, ela recorrerá na justiça, e continuará “trabalhando” livremente, metendo a mão no dinheiro do usuário, e mandando bilhões de dólares em lucro para o exterior."


FONTE: escrito por Mauro Santayana, em seu blog. Transcrito no "Blog do Miro" (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/06/as-multas-de-araque-no-brasil.html#more).[Título, imagem e trechos entre colchetes adicionados por este blog 'democracia&política']

Um novo fantasma assusta o Oriente Médio.

Sanguessugado do Olhar o Mundo.
 
TExto de Luiz Eça.

A tomada de Mosul pelo ISIL – Estado Islâmico do Iraque e do Levante – marcou uma nova e inquietante etapa nos conflitos do Oriente Médio.

 
Mosul é a segunda cidade do Iraque, com 1.500.000 habitantes, o centro de uma grande zona petrolífera.
 
O ISIL saqueou o Banco Central local, levando 429 milhões de dólares e mais vasta quantidade de ouro para financiar novas operações.
 
Pela primeira vez um movimento terrorista tomou uma cidade desse porte.
 
O ISIL já conquistou Faluja e Ramadi, capital da província de Anbar, centro do Iraque.
 
E vem se expandindo nas regiões do nordeste da Síria e noroeste do Iraque, que são contíguas.
 
A província iraquiana de Nineveh está quase totalmente sob seu controle.
 
A fama de extrema violência dos membros do ISIL está causando um verdadeiro êxodo no norte do país.
 
Acredita-se que um milhão de pessoas fugiram de seus lares, sendo que somente de Mosul foram cerca de quinhentos mil.
 
A importante cidade de Kirkuk é o próximo alvo desses fundamentalistas islâmicos.
 
O exército iraquiano não tem sido páreo para eles.
 
Lançou ataques na província de Anbar, mas não conseguiu desalojar o inimigo.
 
E em Nineveh, encontra-se em fuga desordenada.
 
Na Síria, o ISIL luta em dois fronts: contra Assad e contra os grupos de oposição ao governo de Damasco.
 
Os jihadistas controlam Raqqa, a única capital provincial em mãos de qualquer das forças rebeldes.
 
E se espalha pelas cidades ao longo do rio Eufrates.
 
O ISIL era originariamente um braço da al Qaeda, no Iraque.
 
Antes da invasão americana, o movimento de Bin Laden não existia no país, fortemente perseguido por Saddam Hussein.
 
Cresceu, capitalizando a indignação da população sunita contra a ocupação estrangeira.
 
Como membros da al Qaeda, os milicianos do ISIL promoveram grande número de atentados, mesmo depois da retirada americana.
 
Em 2012, o movimento passou a atuar também na guerra da Síria, combatendo o exército de Assad.
 
Mas, criaram problemas para a insurgência como um todo.
 
Enquanto o objetivo dos outros grupos rebeldes é apenas mudar o regime sírio, o ISIL pretende criar um califado sunita, abrangendo Iraque, Síria e Líbano.
 
Para conquistar territórios, entrou em luta com outros movimentos que se opõem a Assad.
 
E assim vem ganhando o controle de muitas cidades e aldeias no norte da Síria.
 
Nelas impõe uma versão rígida da Sharia (lei islâmica medieval): proibindo bebidas alcoólicas, cigarros e danças e obrigando as pessoas a compareceram ao culto islâmico nas sextas-feiras e as mulheres a cobrirem o rosto com o niqab.
 
Seus milicianos praticam uma série de atentados sangrentos, assassinando indiscriminadamente figuras do regime, chefes da oposição e civis.
 
Até para al Qaeda é demais. Em um comunicado, a organização condenou os métodos do ISIL, informando que não tinha mais nada a ver com ele.
 
O ISIL não deu a menor importância.
 
Dispondo de armamentos modernos, seus milicianos são considerados os mais eficientes combatentes da revolução.
 
Contavam com amplos recursos oriundos de doações particulares da Arábia Saudita (The National, 7 de junho).
 
Recentemente, assustado por ter permitido a criação de um verdadeiro Frankenstein, o governo de Ryadh fechou a torneira, colocando o ISIL na sua lista negra de movimentos terroristas proibidos.
 
Tarde demais.
 
O ISIIL está em plena ascensão.
 
Aparentemente, conta com o apoio de boa parte da comunidade sunita do Iraque, hostilizada pelo regime xiita do primeiro-ministro Maliki.
 
Há tempos, Maliki pede que os EUA enviem armas pesadas, mais avançadas, de elevado poder letal.
 
O governo Obama hesitava, temendo que caíssem nas mãos dos rebeldes, como, aliás, já tem acontecido.
 
Depois da queda de Mosul, Maliki ficou desesperado. Suplicou que Obama mandasse sua força aérea bombardear o pessoal do ISIL.
 
Isso pode bem acontecer. Ainda mais porque o Irã decidiu não ficar em cima do muro. Já há tropas da Guarda Revolucionária em Bagdá para defender a cidade.
 
Obama não deve chegar a tanto.
 
Ele não quer soldados americanos lutando no Iraque, depois da desastrosa invasão promovida por Bush.
 
Além de possivelmente receber o reforço da aviação americana, Maliki deverá contar com tanques, veículos blindados, artilharia e até os temíveis drones.
 
Armamentos poderosos para compensar a fraqueza do desmoralizado exército iraquiano.
 
Em Mosul, ele bateu em retirada diante de uma força muitas vezes menor de milicianos jihadistas.
 
Ora, esse exército foi formado, treinado e armado pelos EUA.
 
O que levanta uma dúvida assustadora sobre o que pode acontecer no Afeganistão depois da retirada das forças de Tio Sam.
 
O que esperar do exército afegão, também uma obra criada pelo Pentágono?
 
Link: http://www.olharomundo.com.br/um-novo-fantasma-assusta-o-oriente-medio/

domingo, 15 de junho de 2014

UFMA - Assassinato na Cidade Universitária surge uma outra versão.

O nome dele era Igor. Sim, ele era negro e pobre. 

Ele morava aqui na minha rua, na Vila Bacanga, em uma casinha alugada junto com a mãe e a irmã. Eu não o conheci pessoalmente. Moravam a pouco tempo no Bairro. 

Segundo eu já ouvi dos moradores, ou outro lado da história é que eram apenas jovens, voltando do arraial da UFMA. Que há tempos o jovem Igor vinha sendo ameaçado por esse segurança que efetuou o disparo, que o acusava de ter participado de assaltos dentro do campus juntamente com outros caras que já haviam sido presos.

Que na volta do arraial o segurança o ameaçou novamente, e que o jovem começou a discutir com o segurança, afirmando que não era assaltante, mas sem nenhum contato físico, até porque ele, e todos os outros jovens que ali estavam, se encontravam desarmados.
 

Foto distribuida pela Segurança da UFMA, realmente proximo ao Portão de saída do Bacanga...
Os seguranças seguiram o grupo nessa discussão, e ao chegar próximo ao portão que dá acesso a Vila Bacanga, os jovens jogaram pedras nas câmeras de segurança, e o segurança respondeu a isso com tiros. Todos os jovens correram, para fora do campus, inclusive o Igor, que se protegeu dos tiros atrás de um poste próximo ao portão de acesso, já do lado de fora do muro.

De acordo com os outros jovens, nesse momento, o segurança correu até o muro, colocou o braço pra fora através dos blocos e gritou, quando o garoto se assustou com o grito, ele mirou e acertou ele com um tiro no peito. O garoto morreu ao chegar na emergência do Socorrão.

A família dele dependeu da solidariedade de todos do bairro pras despesas com velório e enterro. A mãe e os familiares se sentem impotentes para procurar a justiça, diante do aparato da universidade.
 
E assim o Igor, que até agora ninguém citou o nome, e que a mídia nem fez questão de saber por ser nego e pobre, vai virar estatística.


Disso tudo eu só consigo pensar:
A questão é que, por mais que todos digam que ele era bandido, nada justifica a forma como ele foi assassinado, porque, por mais que a maioria da sociedade pense o contrário, todo criminoso tem direito a defesa.
 
E o que tem acontecido é que os jovens negros e pobres da periferia, tendo cometido crimes ou não, estão sendo julgados e condenados a pena de morte nas ruas sem direito a defesa.
 
O mapa da Violência no Brasil mostra em estatísticas que a maioria das vitimas de morte por letalidade são jovens, negros, oriundos da periferia. E quem mais mata é o braço armado do Estado.
 
Que a segurança Privada e patrimonial da UFMA é, como há tempos se sabe, despreparada para ocupar aquele espaço. Homens e mulheres, sem o menor preparo, andam armados naquele espaço, intimidando a todos que o frequentam com os seus modos truculentos, principalmente as pessoas que moram nas comunidades que circulam a Universidade (Vila Bacanga, Sá Viana, Jambeiro e Vila Embratel).
 
Não é de hoje que ocorrências de violências acontecem, e todos nós, que já sofremos ou nos sentimos intimidados pela segurança da UFMA, sabíamos que uma tragédia dessas ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
 
O mais irônico dessa crônica de uma morte anunciada, é que o slogan da UFMA é "A Universidade que cresce com inclusão e Justiça Social". Mas a verdade é que há anos a sua política para com as comunidades é de desrespeito, preconceito e violência.
 
É negado a livre circulação em um espaço que é público. Esse jovem já havia morrido socialmente, no momento em que decretaram que, por ser negro e pobre ele não era digno de frequentar aquele espaço.
 
Texto da autoria de Flávia Gerusa, está publicado no facebook.
 
Link Matéria relacionada:UFMA - Homicídio é registrado dentro da Cidade Universitária nesta madrugada.http://maranauta.blogspot.com.br/2014/06/ufma-homicidio-e-registrado-dentro-da.html

EUA gaguejam sobre o Iraque. O Irã põe a boca no mundo.

MK Bhadrakumar, Indian Punchline Tradução: Vila Vudu


De uma perspectiva de longo prazo, não é possível discordar de que o presidente dos EUA Barack Obama tomou a decisão certa, de não mandar tropas norte-americanas contra o grupo afiliado da al-Qaeda “Estado Islâmico do Iraque e Síria” [ing. ISIS] que atacou regiões do norte do Iraque no início dessa semana. A declaração de Obama na 6ª-feira pode ser assim resumida, em palavras dele mesmo:


“Quero ter certeza de que todos entendem essa mensagem – os EUA simplesmente não se envolverão em ação militar na ausência de plano dos próprios iraquianos, que nos dê alguma garantia de que os iraquianos estão preparados para trabalhar em conjunto. Não vamos nos deixar arrastar de volta para uma situação na qual enquanto lá estivermos seguramos algumas coisas e com enormes sacrifícios para nós, mas, no instante em que saímos de lá, de repente as pessoas começam a agir de modo que não conduz à estabilidade de longo prazo e à prosperidade do país.”[1]


Bem claramente, Obama recusa-se a se deixar acuar pelos críticos domésticos. O que Obama pensou sobre o caso envolveu, com certeza:
(a) sim, o ISIS pode “eventualmente” vir a ser ameaça a interesses dos EUA; (b) as forças armadas iraquiana sim, presicam apoio adicional para deter o avanço do ISIS; (c) mas o desafio não é “só”, sequer “primeiramente”, desafio militar; (d) a questão central no Iraque são as diferenças sectárias, que os líderes políticos têm de enfrentar e superar; (e) os vizinhos do Iraque “também têm responsabilidades” no apoio à acomodação política, que tem a ver com os interesses legítimos de todas as comunidades no Iraque; (f) o ISIS é “problema regional” e “problema de longo prazo”.
Obama referiu-se vagamente a que os EUA estão em contato com outros países para ver “como podem apoiar um esforço para criar o tipo de unidade política que dê mais peso às forças de segurança”. Presumivelmente, falava dos aliados regionais dos EUA.
Significativamente, horas depois da declaração de Obama, o presidente Hassan Rouhani esclareceu a posição de Teerã sobre a situação do Iraque. Deixou claro que Teerã está apoiando total e completamente o primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki que fez bonito nas eleições parlamentares recentes e garantiu para si um novo mandato.
Rouhani disse que o Irã não aceitará os atentados da Arábia Saudita contra os xiitas que chegaram ao poder no Iraque. Alertou que os países que têm dado apoio financeiro e armas ao ISIS (leia-se Arábia Saudita e Qatar) mais cedo ou mais tarde enfrentarão as consequências.
Rouhani descartou absolutamente qualquer objetivo de trabalhar com os norte-americanos na questão iraquiana. Por outro lado, destacou que Teerã está disposto a garantir ajuda e assistência ao governo iraquiano, incluindo aconselhamento militar, caso Bagdá solicite (solicitação que, até agora, ainda não foi feita). Mas essa ajuda será consistente com a política iraniana de absolutamente em nenhum caso enviar tropas para combater fora do país. Assim sendo, nada de coturnos iranianos em solo não iraniano; mas Maliki pode contar com suprimentos e aconselhamento militares e com a ajuda da inteligência iraniana.
De fato, os iranianos avaliaram cautelosamente a situação e concluíram que o ISIS não passa de pequena fagulha; que a queda de Mosul aconteceu por razões específicas; e que o exercito iraquiano tem meios para recuperar o terreno perdido.
Leia aqui o que publicou a Agência Fars, sobre a fala de Rouhani:


Presidente Rouhani: Não haverá tropas iranianas no Iraque 14/6/2014, http://english.farsnews.com/print.aspx?nn=13930324000662

Teerã (FarsiNews) – O presidente do Irã Hassan Rouhani desmentiu notícias de que estariam sendo enviadas tropas iranianas ao Iraque, mas disse que Teerã está pronta para ajudar seu parceiro ocidental em sua guerra aos terroristas, nos termos da lei internacional, se Bagdá o solicitar.
“Nós, como República Islâmica, somos amigos e vizinhos do Iraque e temos boas relações com o governo do Iraque e a nação iraquiana” – disse Rouhani em conferência de imprensa em Teerã, no sábado.
“Se o governo iraquiano pedir ajuda, estudaremos o pedido. Até agora não recebemos nenhum pedido, mas estamos prontos a ajudar, no quadro das leis internacionais e do pedido da nação iraquiana” – acrescentou.
“Claro, temos de saber que ajuda e assistência é uma questão, e interferência e intrusão (no campo de batalha) é outra. Se o governo do Iraque nos pedir, ajudaremos, mas jamais se cogitou de pôr soldados iranianos em combate no Iraque” – disse o presidente.
“Desde que foi criada, a República Islâmica jamais tomou medida desse tipo e nunca enviamos soldados iranianos para combates em outros países” – disse o presidente Rouhani. – “Claro que, se solicitados, garantiremos aos países nossos saberes e nossas opiniões de especialistas consultados.”
Rouhani disse que a nação iraquiana é perfeitamente capaz de exterminar o terrorismo.
O presidente do Irã também alertou sobre a possibilidade de o Irã vir a ter de enfrentar o ISIL ou qualquer outro grupo terrorista que se aproxime das fronteiras iranianas, e disse: “Se um grupo terrorista se aproximar de nossas fronteiras, sem dúvida o confrontaremos, porque é nosso dever defender nossa integridade territorial e interesses nacionais.”
O presidente também se dirigiu aos estados que estão fornecendo ajuda financeira e armas aos terroristas do ISIL, alertando que o terror voltará para incendiar também aqueles países.
Rouhani desmentiu matéria publicada pela imprensa-empresa ocidental, segundo a qual funcionário iraniano não identificado teria informado sobre o início de cooperação entre Irã e EUA contra os terroristas no Iraque. O presidente disse: “Os norte-americanos talvez queiram fazer alguma coisa, mas não estou informado de coisa alguma.”
Falou do terrorismo como questão importante na região, e disse que eventos recentes no Iraque aconteceram porque grupos terroristas estão furiosos ante os resultados das eleições, que mantiveram no poder os xiitas e o primeiro-ministro Nour al-Maliki por vias integralmente democráticas. Disse que não é aceitável a intenção de alguns grupos, de “compensar, com terrorismo, suas perdas e fracassos eleitorais.”
Rouhani também se referiu à baixa potência militar dos terroristas do ISIL; disse que o colapso de Mosul foi resultado de vários elemenos e de alguma coordenação (com traidores dentro da cidade).
Repetiu que o Irã preocupa-se ativamente sobre a disseminação do terrorismo na região, e lembrou a proposta que o país apresentou à ONU dia 25/9/2013 (dia 18/12/2013, a Assembleia Geral da ONU aprovou por expressiva maioria a proposta do presidente Rouhani, World Against Violence and Extremism (WAVE) [O Mundo contra a Violência e o Extremismo]), de combater o extremismo e a violência, e que foi bem recebida pelos estados regionais e de todo o mundo (...).
Na 6ª-feira, o Wall Street Journal publicou matéria em que se liz que Teerã teria enviado duas unidades de elite do seu Corpo de Guardas da Revolução Islâmica [orig. Islamic Revolution Guards Corps (IRGC)] ao Iraque, para combaterem conta os terroristas do ISIS.
Poucas horas depois, o vice-ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, desmentiu categoricamente a matéria, e disse à Agência Farsi de Notícias que “é falsa a informação sobre envio de forças militares iranianas ao Iraque.”
O vice-ministro iraniano de Relações Exteriores também disse que o Iraque tem consideráveis capacidades militares, perfeitamente suficientes para dar combate a militantes do ISIL. O ministro de Relações Exteriores do Iraque Hoshyar Zebari também não confirmou a matéria do WSJ, quando perguntado se guardas do IRGC estariam entrando na luta no Iraque: “Sinceramente, nada sei sobre isso. Estou em Londres...” – disse ele ao repórter do WSJ que lhe telefonou.
Em Teerã, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Marzieh Afgham já dissera que o Irã não está envolvido nos conflitos no Iraque. “Até agora não recebemos nenhum pedido de ajuda, do Iraque. O exército iraquiano é perfeitamente capaz de lidar com essa dificuldade.”_________________________


Teerã concluiu que todo o drama dos ataques do ISIS foi operação clandestina montada pelas potências regionais que promovem a agenda da ‘mudança de regime’ na Síria apoiadas pelos EUA. Rouhani teve a elegância de não citar os EUA nominalmente. (A próxima rodada de conversações sobre o programa nuclear iraniano deve começar na próxima 2ª-feira, em Genebra.)
Ali Larijani põe a boca no mundo
Mas o líder do Parlamento, Ali Larijani, não se sentiu preso a nenhuma regra de polidez diplomática. Larijani tirou as luvas durante discurso público em Teerã ontem e literalmente desmascarou todo o papel dos EUA na Síria ao lado de Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Turquia, etc.


Ali Larijani culpa EUA e estados da região pelas crises na Síria e no Iraque 14/6/2014, http://english.farsnews.com/print.aspx?nn=13930324000273
Teerã (FNA) – O presidente do Parlamento iraniano Ali Larijani acusou as potências mundiais de estarem usando terrorismo como ferramenta para promover seus objetivos de propaganda e responsabilizou diretamente os EUA e estados da região pelas crises no Iraque e na Síria – nos dois casos, resultantes do apoio que EUA deram a grupos terroristas Takfiri e Baathi.
“Os Baathistas e Takfiris devem ser responsabilidades pelos recentes eventos no Iraque. Quando aconteceu na Síria, muitos países em torno do Irã vieram até nós para dizer que se a Síria fosse democrática, os Takfiris já não estariam lá. Hoje pergunto: se houvesse democracia no Iraque, veríamos os Takfiris, hoje, fazendo o que fazem” – disse Larijani num fórum em Teerã, na 6ª-feira à tarde.
“É perfeitamente óbvio que os norte-americanos e demais países aqui à nossa volta são responsáveis pelo que hoje se vê no Iraque. Não têm sequer um Parlamento adequado. E só fazem discursar sobre democracia no Iraque e na Síria” – acrescentou.
Larijani falou longamente sobre como os eventos de hoje mostram o quanto o terrorismo cresceu como instrumento das grandes potências para promover seus interesses: o terrorismo é uma espécie de pretexto que, quando não está já à mão, sempre pode ser ‘acionado’...
Noutra fala importante, na 4ª-feira, o Comandante da Força Iraniana Basij [de voluntários], general-brigadeiro Mohammad Reza Naqdi, condenou os crimes cometidos pelos terroristas Takfiri e salafistas na região, e disse que são crimes apoiados por estados ocidentais e países árabes ricos em petróleo.
“Essas correntes (Takfiri) que falam dos xiitas como infiéis, decretam o assassinato de xiitas, cometem crimes e massacram inocentes sob a falsa noção de que assim ordenaria o Islã, e que inventam diferenças entre xiitas e sunitas até em suas fatwas só dizem mentiras” – disse Naqdi na província Sistão e Balouquestão, no sudoeste.
Disse que os grupos Takfiri cometem crimes que se alinham aos interesses mais sórdidos das potências arrogantes, e obededem ao que lhes ordenamthink-tanks ocidentais e israelenses, todos apoiados por petrodólares de alguns países árabes.
A Síria tornou-se alvo e locus de violência mortal desde março de 2011. Há inúmeros relatórios que comprovam que as potências ocidentais e seus aliados na região – especialmente o Qatar, a Arábia Saudita e a Turquia – garantem apoio aos terroristas que operam dentro da Síria.
Também no Iraque, as forças iraquianas continuam a combater contra terroristas Takfiri cujos militatantes avançam no Iraque.
Dia 10/6/2014, a província de Nineveh no norte do Iraque caiu em mãos de militantes de um chamado Islamic State of Iraque and the Levant (ISIL). Os ataques dos Takfiri forçaram mais de meio milhão de habitantes de Mosul, capital da província Nineveh, e dos arredores da cidade, a deixar as próprias casas.
Ao mesmo tempo em que os terroristas tentam controlar duas áreas na província Diyala na 5ª-feira, as forças iraquianas já retomavam o controle do centro de Tikrit e de partes de Mosul. Os terroristas Takfiri ameaçaram marchar contra a capital, Bagdá.
Sabe-se que há grupos Takfiri entrando no Iraque vindos da Síria e da Arábia Saudita, com o objetivo deliberado de comprometer a segurança no país._________________

Se se aproximam, como acima, as falas de Obama e Rouhani sobre os desenvolvimentos no Iraque, vê-se claramente que Washington caiu presa numa ratoeira. Dito claramente, Obama está sendo convocado para defender a ‘democracia’ contra os terroristas do ISIS – os quais, muito evidentemente, sim, implicam grave ameaça a interesses dos EUA na região. Mas... os terroristas do ISIS são, na essência, criação dos EUA e de seus aliados regionais – “são os nossos [deles!] filhos-da-puta” no Oriente Médio (para usar a famosa fórmula cunhada por FDRoosevelt para descrever Anastasio Somoza brutal ditador nicaraguense).
A melhor aposta, para Obama, é que Maliki não procure ajuda externa e consiga fazer escafederem-se os ISIS usando o próprio exército do Iraque e os guerrilheiros curdos da Peshmerga e seu aliado iraniano. E o Irã, por sua vez, confia que Maliki derrotará os tais terroristas. ******